ARTES NA EDUCAÇÃO

Por GENECI DE SOUZA | 01/06/2017 | Educação

RESUMO

O presente artigo trará a respeito da arte na Educação, portanto além de aspectos históricos, ideológicos e da arte em si, é necessário antes de tudo estabelecer um elo com as questões de do desenvolvimento das relações humanas, pois, a vida humana desenvolve-se através de muitas relações, as mais variadas possíveis: relações familiares, profissionais, de amizade, de convivência mais ou menos quotidiana; relações íntimas, particulares, solitárias; relações com o sobrenatural, com a Natureza, com a cidade, com a sociedade... Isto se tivermos elencando apenas alguns dos muitos campos que compõem, de fato, a vida humana.Essas relações não são de forma alguma aleatórias. São relações carregadas de sentido. Aliás, precisamente por não encontrar nenhum sentido nesse tipo de relação que os homens pragmáticos se desesperam e se deixam vencer pela angústia, pelo medo, pelo ceticismo ou por qualquer outro fantasma do mundo contemporâneo. Voltemos ao pragmatismo: todos queremos estudar algo prático, algo que sirva para resolver alguma coisa. Dessa forma, conseguimos resolver vários problemas da nossa vida. Podemos dizer que talvez uns 20 ou 30% dos problemas que temos na vida estão resolvidos com esse tipo de conhecimento que, por sua vez, ou temos ou podemos contratar um bom profissional que o tenha para resolver. Viver uma vida pragmática, prática, de respostas "objetivas" - como se costuma dizer - implica transformar tudo isto em relações bipolares; significa desvirtuar a realidade mais real; significa reduzir a vida a duas cores - preto ou branco -, quando a verdade é que a vida é multifacetada, policolorida. As relações humanas - as verdadeiras relações humanas - são relacionamentos abertos, dialógicos, plurais. Dentro desse contexto que desenvolveremos nossas discussões a respeito da arte e de como transformar um contexto no âmbito pragmático. 

INTRODUÇÃO 
 
Como afirma López Quintás, quando a vida é entendida apenas de uma forma prática, então, a maior parte da vida é vista como um dilema, como um problema a resolver; porém, quando a vida é encarada como um âmbito de relações humanas extremamente abertas, então os problemas se transformam em contrastes e se aprende a viver a vida verdadeiramente humana. "Tomar consciência desta transformação significa um passo decisivo para a maturidade pessoal". Dessa forma, quem adota uma atitude aberta e criativa perante a vida transforma o que seria um problema, por vezes insolúvel, num contraste, cheio de força e fecundidade.
A linguagem da arte na educação infantil tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e culturais. Até bem pouco tempo o aspecto cognitivo não era considerado na educação infantil e esta não estava integrada na educação básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 veio garantir este espaço à educação infantil, bem como o da arte neste contexto.
Para compreender a arte no espaço da educação infantil no momento atual, mesmo que brevemente, é preciso situar o panorama histórico das décadas de 80 e 90. Os referenciais que fundamentavam as práxis do profissional da educação infantil eram os Cadernos de Atendimento ao Pré-escolar (1982), criados pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC. Os textos destes Cadernos para aquele momento histórico tiveram contribuição fundamental como subsídio para as ações dos educadores atuantes na educação infantil. Entretanto, vale ressaltar que pouco priorizavam o conhecimento, centrando-se apenas nas questões emocionais, afetivas e psicológicas e nas etapas evolutivas da criança. Com relação à arte na educação, os pressupostos eram muito mais voltados à recreação do que às articulações com a arte, a cultura e a estética. Como exemplo, é possível citar a ênfase em exercícios bidimensionais que priorizava desenhos e pinturas chapadas. Ou seja, os conceitos sobre arte resumiam-se a simples técnicas. De acordo com PILLOTTO (2000, 61) “é interessante observar que esse Caderno, embora tenha uma fundamentação teórica voltada às concepções do ensino da arte modernista, na sua essência é muito mais tecnicista no que diz respeito aos exercícios repetitivos, mecânicos e sem a preocupação com a reflexão dos conceitos”.
A pesquisa tem apontado a necessidade de novos constructos para a arte na educação infantil, no sentido de desenvolver práxis nas quais haja a total integração do profissional da educação infantil, do profissional da arte na educação, das crianças, da instituição e da comunidade. Esta abordagem tem se mostrado eficiente e consolidada para a educação infantil na Itália, sendo disseminada em outros países. Obviamente, entende-se que cada espaço possui especificidades próprias que devem ser respeitadas. Portanto, a ideia não é a de adotar modelos estrangeiros, mas de tê-los como possibilidade de referência.
Nesta perspectiva, entende-se por novos constructos propostas que partem de uma visão de currículo não linear ou sistêmico, considerando o contexto histórico-social, as necessidades e interesses das crianças, no qual educadores, crianças, instituição e comunidade desenham um currículo que parte do trabalho coletivo.
A arte deve ser fonte de alegria e prazer, pois ela exerce grande influência no desenvolvimento da personalidade, estimulando os sentidos e a imaginação podendo o indivíduo expressar pensamentos e sentimentos.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS DA ARTE NO CONTEXTO EDUCACIONAL

A presença da arte na história pode ser identificada, nas manifestações de conhecimento, onde o homem utilizava o desenho como forma de linguagem. Já no tempo das cavernas os primatas desenhavam como caçavam, quantas pessoas tinham na caverna. Desde o começo da humanidade o ser humano era e é um ser criativo, nascendo com essa habilidade, a qual pode ser desenvolvida através do meio em que vive, independente da cultura e do desenvolvimento interno de seu ser, assim explorando e estimulando sua criatividade em seu cotidiano (SANS, 2001). 
O homem nasce com especificidades culturais, psicológicas e sociais, o que permite fazer ligações com a natureza e com o mundo. Sendo a arte parte integrante desse movimento, possibilita a representação e interpretação do mundo, onde são desenvolvidas habilidades de seleção, classificação, identificação, etc., indispensáveis para organização humana. (BUORO, 2001). 
Ao longo da história o ensino de Arte no Brasil vem ocorrendo através da constituição de práticas pedagógicas artísticas em diversos momentos.

Uma referência importante para compreender o ensino de Arte no Brasil é a célebre missão Artística Francesa, trazida em 1816, por Dom João VI, quando foi criada a Academia Imperial de Belas Artes, que após a proclamação da República passou a ser chamada de Escola Nacional de Belas Artes. O ponto forte dessa escola era o desenho com a valorização da cópia fiel e utilização de modelos europeus. (MARTIN Set al. 1998, p. 10).

Por volta das décadas de 1950 e 1960 surge um movimento chamado Escola Nova, que já acontecia na Europa e EUA desde o final do século XIX.
Esse movimento sugeria um ensino centrado no aluno, nas aulas de Arte, valorizando a livre expressão e a importância do processo do trabalho.
Embora a criação dessa disciplina tenha sido considerada um avanço para a formação dos indivíduos, havia problemas em relação ao preparo dos professores que não tinham todas as habilitações necessárias para a proposição das aulas. Por volta dos anos 1970 / 1980 a situação se agravou e essa disciplina passou a ter um caráter indefinido.

A prática educacional também apresenta características peculiares em determinados períodos, evoluindo de acordo com as transformações sociais e culturais. Dessa forma, podemos citar algumas tendências. A escola tradicional, onde o desenho relacionava-se com a preparação do aluno para o trabalho, enfatizando a linha, o contorno e a reprodução de modelos propostos pelo professor. A escola nova, onde a arte defende a livre expressão e a expressão espontânea. A escola libertadora, onde a arte segue ações interdisciplinares. A escola crítico-social dos conteúdos, onde o professor deve ter domínio sobre o assunto sabendo ensinar a arte ou ser professor de Arte. A escola construtivista, na qual a arte é obrigatória nas instituições de ensino. (IAVELBERG, 2003). 

Na educação, a arte possui uma extensa jornada, mas foi amparada em lei somente na década de 70 através da Lei 5692, de 11 de agosto de 1971 que tornou obrigatória a disciplina de Educação Artística nos estabelecimentos de 1º e 2º graus. Segundo o entendimento dessa lei, a arte era considerada apenas uma atividade educativa, não efetivamente uma disciplina. Em 20 de dezembro de 1996, essa lei foi revogada pela Lei 9394 que, em seu artigo 26 parágrafo 2º, menciona o ensino da arte como componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica (IAVELBERG, 2003). 
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), a criança de alguma forma expressa o que sente ou o que vê através do desenho, da música, da dança ou do teatro. A arte tem como objetivo ajudar a criança a se desenvolver livremente, a estimular a criatividade e a expressão. A arte desenvolve o pensamento artístico, deixando o particular dar sentido às experiências do exterior, onde a criança aumenta a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. A criança sem o conhecimento das artes tem uma aprendizagem limitada, escapando o faz-de-conta, as cores do seu mundo, os gestos e as luzes (BRASIL, 1997). 
Com a utilização da arte no cotidiano escolar, o aluno poderá aprender de forma lúdica, tornando o ambiente escolar mais agradável, sendo que o educando terá a possibilidade de contribuir afetiva e cognitivamente para o desenvolvimento da expressão da criança. A criança, através da arte, representa seus desejos, expressa seus sentimentos e coloca em evidência sua personalidade. Nesse contexto, o educador pode conhecer melhor o educando e, até mesmo, identificar suas dificuldades. No cotidiano escolar, a arte deve ser vista como criação individual, não havendo julgamento de certo ou errado, o que interfere em muitos momentos na expressão da criança, tornando-as inseguras ao soltar sua imaginação e criar (BUORO, 2003). 
Para Sans (2001), ao desenhar a criança descobre suas próprias normas, numa íntima relação do ver, do saber e do fazer. Entretanto ainda encontra-se nas escolas materiais mimeografados ou xerocados, dando uma limitação ao desenho da criança, outro grande foco é quando a criança também é limitada na pintura, usando só algumas cores no seu desenho.
 A criança desenvolve sua obra de arte dependendo de sua cultura ou a época que está vivenciando, ela traz seu cotidiano para dentro da sala de aula, enriquecendo a sala de diversos pensamentos, dando ênfase ao momento atual (BUORO, 2001). No entanto, mesmo que a arte auxilie na liberdade da criança, ela exige alguns limites importantes, espaço adequado. A criança tendo seu espaço reservado e respeitado pelo adulto também saberá respeitar o nosso espaço. Assim a arte ajudando a desenvolver seu cognitivo também ajuda a auxiliar no seu limite, sem interferir no ato expressivo da mesma (CRAIDY, KAERCHER, 2001). 
Se a criança quando se expressa devolve ao exterior a mesma estimulação que recebe, mesmo que ela represente o desenho de uma forma não mimética, cabe ao educador deixar livre suas emoções sem influenciar nos sentimentos, emoções e idéias das mesmas. E sim, fazer com que cada vez mais ela se apaixone e desenvolva sua criatividade pela arte. 


A FUNÇÃO DO PROFISSIONAL 

O planejamento no currículo, a partir da perspectiva sistêmica, pressupõe como método de trabalho no qual professores “apresentam objetivos educacionais gerais, mas não formulam objetivos específicos para cada projeto ou atividade de antemão. Em vez disso, formulam hipóteses sobre o que poderia ocorrer com base em seu conhecimento das crianças e das experiências anteriores.” (RINALDI: 1999,113).
É de suma importância que os educandos adquiram conhecimento de novas tecnologias para utilizar em suas próprias produções e que através das diferentes linguagens artísticas passem a reconhecer e se apropriar dos mais variados significados, das possíveis interferências culturais, econômicas e políticas intrínsecas em determinados trabalhos artísticos.
A partir desta visão, especificamente para a arte na educação infantil está o educador em arte, que atua em consonância com os demais educadores da instituição, aprofundando conceitos e linguagens da arte. A função do profissional em arte na educação não é simplesmente ministrar aulas fragmentadas de arte, mas, sobretudo de organizar um espaço de cultura que possibilite a ampliação das expressões e das linguagens da criança. No que este espaço contribui? “Ajuda para que os professores compreendam como as crianças inventam veículos autônomos de liberdade expressiva, de liberdade cognitiva, de liberdade simbólica e vias de comunicação”. (VECCHI: 1999, 129)

A produção refere-se ao fazer artístico e ao conjunto de questões a ele relacionadas, no âmbito do fazer do aluno e dos produtores sociais de arte. A fruição refere-se à apreciação significativa de Arte e do universo a ela relacionado. Tal ação contempla a fruição da produção dos alunos e da produção histórico-social em sua diversidade. A reflexão refere-se à construção de conhecimento sobre o trabalho artístico pessoal, dos colegas e sobre a Arte como produto da história e da multiplicidade das culturas humanas, com ênfase na formação cultivada do cidadão. (BRASIL, 1998a, p. 56).

Desde cedo à criança começa a se comunicar e a representar seu mundo através de diversas linguagens. Nesse momento ela aprende as primeiras formas de representação do desenho, devendo ser estimulada. 
Desta forma, o conhecimento sobre a Arte tornou-se ponto principal, articulando-se em três eixos: criação/produção, percepção/análise e conhecimento da produção artístico-estética da humanidade (histórica e culturalmente).
Ao construir seus conhecimentos artísticos os educandos fazem relações entre o seu processo de criação e sua reflexão pessoal sobre diversas linguagens. Passam a manifestar seu ponto de vista, colocando- -se como conhecedores e produtores de Arte.
Na realidade os eixos Fazer, Apreciar e Contextualizar encontram-se interligados na proposta metodológica triangular para o ensino de Arte ou das Artes. E, para que ocorra a planificação e desenvolvimento adequado das intervenções pedagógicas com Arte, de acordo com esta proposta metodológica, exige-se do(a) professor(a) o compromisso com o estudo-pesquisa-ação em Arte nas múltiplas modalidades em que a intervenção pedagógica ocorre (fazer, apreciar, contextualizar). Focaliza-se assim o amplo desenvolvimento cultural da capacidade estética  de crianças, jovens e adultos.

O paradigma para a formação de educadores hegemonicamente aceito na contemporaneidade gravita em torno da noção de profissional prático-reflexivo. Ou seja, daquele educador(a) comprometido(a) com o desenvolvimento de sua práxis pedagógica a partir da sua reflexão na ação educativa; da reflexão sobre sua ação educativa e da reflexão tendo por base as reflexões na e sobre sua ação educativa.Esse modelo de formação continuada do profissional da educação portanto deve repercutir intensamente nas práticas educacionais de crianças, jovens e adultos com Arte. A Arte na educação (escolar e não-escolar) não pode prescindir do enfrentamento desse desafio contemporâneo á formação dos profissionais da educação. Ora, o modelo de formação advogado por Schön, Nóvoa, Perrenoud e outros vem ao encontro da perspectiva construtivista de um ensino-aprendizado cuja mola propulsora é a autonomia do sujeito na (co)laboração do conhecimento (JAPIASSU, 2004, p.2).

A criança que conhece a arte tem a possibilidade de fazer ligações entre as diversas áreas do conhecimento, relacionando-as com o seu cotidiano. O estudo da arte irá aguçar na criança a dimensão do sonho, da força de comunicação dos objetos que o rodeiam, da sonoridade da poesia, das criações musicais, das cores, formas, gestos e luzes. Através dessas percepções, a arte possibilita a criança o desenvolvimento de seu modo próprio de ver o mundo ou dar sentido, a desenvolver estratégias pessoais para resolução de problemas e habilidades para construção de textos (BRASIL, 1997). 
A escola tem a tarefa de proporcionar nos educandos, em cada nível de desenvolvimento, a compreensão da linguagem da Arte por meio da utilização dos recursos pessoais, habilidades, pesquisa de materiais e técnicas, avaliação dos possíveis significados das formas, sob pontos de vista variados, bem como ressaltar a importância de se conhecer a cultura em que o trabalho artístico foi produzido, a história da Arte e os elementos e princípios inseridos na produção artística. 

DISCUSSÃO
Viver uma vida pragmática, prática, de respostas "objetivas" - como se costuma dizer - implica transformar tudo isto em relações bipolares; significa desvirtuar a realidade mais real; significa reduzir a vida a duas cores - preto ou branco -, quando a verdade é que a vida é multifacetada, policolorida. As relações humanas - as verdadeiras relações humanas - são relacionamentos abertos, dialógicos, plurais.
 Como afirma López Quintás, quando a vida é entendida apenas de uma forma prática, então, a maior parte da vida é vista como um dilema, como um problema a resolver; porém, quando a vida é encarada como um âmbito de relações humanas extremamente abertas, então os problemas se transformam em contrastes e se aprende a viver a vida verdadeiramente humana. "Tomar consciência desta transformação significa um passo decisivo para a maturidade pessoal". Dessa forma, quem adota uma atitude aberta e criativa perante a vida transforma o que seria um problema, por vezes insolúvel, num contraste, cheio de força e fecundidade.
A criatividade é considerada como parte essencial do homem, a qual dá equilíbrio à vida, auxiliando-o em seu cotidiano, nas resoluções de problemas e tornando o homem um ser mais criativo. A arte deve ser inserida na educação como forma de estimular o pensamento criador, para que a imaginação da criança e seu intelecto não se separem (SANS, 2001). 

A educação da personalidade deve ter um objetivo claro: ensinar a distinguir os diversos modos de realidade e dar o valor adequado a cada um deles. O ato de dar valor, o ato de estabelecer uma hierarquia tem de estar transido de "desinteresse", porque se me deixo levar pela atitude "lucrativa", "utilitarista", o máximo que consigo é olhar para todas as realidades como objetos; torno-me incapaz de ver as muitas outras possibilidades que se me abririam se as olhasse como âmbitos (RUIZ, 1996, p.78).

Segundo Buoro (2003, p. 25) a arte é “[...] um produto de embate homem/mundo, consideramos que ela é vida e, por meio dela, o homem interpreta sua própria natureza, construindo formas ao mesmo tempo em que (se) descobre, inventa, figura e conhece”. 

Através da arte que a criança irá realizar sua leitura de mundo, entender o contexto em que vive e relacionar-se com ele, sendo de suma importância que sua imaginação flua naturalmente. Muitas vezes o adulto, na angústia de ensinar, causa bloqueios, os quais prejudicam a evolução natural da criatividade. A arte-educação é um alicerce para desenvolver a criatividade. A criança como um ser em profunda aprendizagem, tem mais facilidade para o senso de observação e em diversas ocasiões, chama atenção de pormenores observados pelos adultos, por tanto usando sua liberdade de expressão e de indagação, conclui com ajuda dos adultos suas aprendizagens e desenvolve sua expressão ao ver o mundo. (SANS, 2001). 

Por isso é de suma importância que as instituições promovam uma “educação em arte” que contribua para formar cidadãos conhecedores da Arte, elaborando propostas diversificadas com o intuito de melhorar a qualidade da Educação Escolar artística e estética de maneira que este ensino tenha um papel significativo na vida dos educandos.
Desse modo, a proposta dos PCNs de Arte (BRASIL, 1998a) pressupõe três blocos de conteúdos:
a) A comunicação e expressão humanas através da dança (imitação e recriação de movimentos individuais, através da exploração de gestos e movimentos observados em dança);
b) A dança como manifestação coletiva (movimentos diversos em duplas, grupos etc.);
c) A dança vista como produto cultural e de apreciação estética (reconhecimento de estilos de dança e aspectos artísticos de diferentes culturas regionais, nacionais e internacionais).
Segundo Ferraz e Fusari (1999, p. 16) essa “atividade criativa é inerente ao ser humano por suas potencialidades, múltiplas combinações de idéias, emoções e produções nas diversas áreas do conhecimento”.
A Arte deve compor os conteúdos de estudo e mobilizar as atividades que diversifiquem e ampliem a formação artística e estética dos estudantes. As vivências emotivas e cognitivas tanto de fazeres quanto de análises do processo artístico nas modalidades artes visuais, música, teatro, dança, artes audiovisuais, devem abordar os componentes do processo artístico (artistas – obras – público – modos de comunicação) e suas maneiras de interagir na sociedade. (FERRAZ; FUSARI, 1999, p. 17).

CONCLUSÃO

Sabe-se que as atividades que são propostas com o intuito de promover a expressividade dos educadores deve ser muito bem pesquisadas, eles precisam estar familiarizados tanto com os materiais utilizados como com o processo do fazer artístico.
Mas os professores devem lutar contra os obstáculos que lhes impõe o sistema escolar. Supõe-se que é mais importante saber ler e escrever do que fazer arte. É hora de convencer as autoridades de que essa percepção é reacionária. 
A arte é uma forma de conhecer, de especular, de propor e de resolver problemas. Ainda que escrever e ler sejam exemplos de codificar e decodificar, a arte também é uma forma de criar códigos. Portanto, ler e escrever deveria aparecer como uma subcategoria artística. Temos ainda outro equívoco: pensar a arte como uma forma de autoexpressão. Ainda que seja isso também, ela é antes de tudo um instrumento de comunicação. Se nos limitarmos à autoexpressão, o rigor desaparece. E a arte necessita dele tanto quanto a ciência, cada uma dentro dos critérios.
Assim o educando aprendiz de Arte, terá um sentimento de competência para criar e interpretar objetos artísticos e aprenderá a Arte de modo a compreendê-la como produção social e histórica, mantendo uma atitude transformadora, buscando seu aprendizado dentro e fora da escola por meio do contato permanente com todos os tipos de manifestações artísticas.
É importante lembrar que o estudo representa apenas o início de sua trajetória para a construção de conhecimentos sobre arte.
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REFERENCIAS

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______. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1998b.

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EDWARDS, C., GANDINI, L., FORMAN, G. As cem linguagens da criança: abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: ArtMed,1999.

FERRAZ, M. H. C. T.; FUSARI, M. F. R. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1999.

FORMAN, G. As cem linguagens da criança: abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: ArtMed, 1999.

GANDINI. Lella & EDWARDS, Carolyn. Bambini: a abordagem Italiana à educação infantil. Trad. Daniel Etcheverry Burguño. Porto Alegre: ArtMed, 2002.

MARTINS, M. C.; PICOSQUE, G.; GUERRA, M. T. T. A didática do ensino da arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 1998.

PILLOTTO, Silvia S.D. A trajetória histórica das abordagens do ensino e aprendizagem da arte no contexto atual. Revista Univille, V.5, n.1, abr, 2000.

RUIZ, Rafael. O Papel da Arte na Educação. 1996. Disponível em: http://www.isep.org.br/artigos/o-papel-da-arte-na-educacao/. Acesso em 2014.

RINALDI, Carlina. O Currículo Emergente e o Construtivismo Social. IN: 

VECHI, Vea. O Papel do Atelierista. IN: EDWARDS, C., GANDINI, L., 

JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz . A arte na educação de crianças, jovens e adultos. 2004.