ARTES COMO CIÊNCIA FUNDAMENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por JESSICA PRISCILA VIEIRA CORTONEZI | 27/08/2016 | Educação

Jéssica Priscila Vieira Cortonezi [1]

Leidjane Nicolau Mendes[2]

Resumo

O presente artigo vem tratar de um assunto pouco visado dentro da educação infantil, a disciplina de artes, que trabalha de diversas formas possíveis o desenvolvimento infantil que é primordial dentro da primeira infância, como a coordenação motora fina e grossa por meio de pinturas com diferentes materiais, expressão oral e corporal através da musicalização e teatros, a sensibilidade por meio de manuseio de diversos materiais artísticos com texturas diferentes, a criatividade e a ludicidade por meio dos desenhos livres, bem como a liberdade de expressão que a artes permite mesmo que indiretamente aos alunos da disciplina.

Esse estudo possui duas vertentes, sendo que a primeira busca explicar como se deu a evolução histórica da educação infantil, até chegarmos na educação infantil que possuímos atualmente em nosso sistema de educação brasileiro. A segunda procura apontar questões importantes que a disciplina de artes traz para as crianças que estão passando pela educação infantil, e as habilidades que a disciplina desenvolve na primeira infância.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema a Arte na Educação Infantil e segundo os parâmetros curriculares nacional (PCN), a Arte desenvolve o pensamento, a percepção, a sensibilidade, a imaginação e o lado artístico de cada criança. Assim é necessário compreender que a metodologia no ensino de Artes é uma prática ligada a produção e reconstrução do aluno, conhecendo a arte o aluno torna-se capaz de perceber sua realidade cotidiana de forma prazerosa, reconhecendo objetos e formas que estão a sua volta.

Desta forma, o professor deve agir como mediador do ensino, proporcionando ao aluno,  mais prazer na construção do conhecimento artístico, despertando na criança o prazer de criar, por entender que toda criança é dotada naturalmente de potencial criador, mas necessita de incentivos adequados para o seu desenvolvimento. Sendo assim este trabalho tem como objetivo principal esclarecer que o ensino de Artesé importante em todas as etapas da vida de uma criança. No primeiro capitulo abrangeremos a Educação Infantil no Contexto Histórico e seus aspectos. Nos segundo capitulo abrangemos a Educação Infantil na atualidade e por fim no terceiro capitulo abordaremos a disciplina de Artes na Educação Infantil.

  1. EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO HISTÓRICO

Em grande parte da história o termo infância era tratado com pouco significado, onde a criança não era vista como um ser impar e em fase de desenvolvimento e sim como mais um membro da família, tendo então que participar nas tarefas e obrigações familiares, aprendendo a ser adultos e “pulando” fases da infância, consideradas indispensáveis para o desenvolvimento integro do ser humano.

Nos registros históricos vemos que a criança esteve sobre responsabilidade exclusiva do seio familiar durante vários séculos, e era desse convívio com adultos e outras crianças que a mesma conseguia produzir seu conhecimento, aprendendo sobre as normas e cultura do meio em que estava inserida.

Com a evolução social a criança passou a ser tratada com valorização de suas particularidades, entendendo que as mesmas precisavam usufruir de cada fase de sua infância para que pudesse se desenvolver, entendeu-se que a criança precisa da interferência e cuidado de um ser adulto.

Com a gradativa mudança de comportamento e a constante evolução social, surge então as escolas de educação básica e com o passar dos anos as escolas de educação infantil.

Com a revolução industrial, o surgimento de fábricas e a necessidade de mão de obra, as mulheres começaram a adentrar-se no mercado de trabalho, surgindo assim novas formas de cuidado com as crianças.

As primeiras instituições na Europa e Estados Unidos tinham como objetivos cuidar e proteger as crianças enquanto às mães saíam para o trabalho. Desta maneira, sua origem e expansão como instituição de cuidados à criança estão associadas à transformação da família, de extensa para nuclear. (PASCHOAL; MACHADO, 2009).

Surge assim as primeiras “instituições”, onde as crianças eram “depositadas”, a fim de terem um lugar para que a família pudesse trabalhar, essas instituições eram de cunho assistencialista, não objetivando aprendizagem de cunho pedagógicos para que essas crianças pudessem ser desenvolvidas.

  1. ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL.

Nos Brasil as primeiras creches e abrigos surgiram com caráter assistencialista, tendo como objetivo auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de casa, contribuía também para o acolhimento de órfãos abandonados, uma vez que era uma sociedade patriarcal tinha o intuito de solucionar o problema dos homens, uma vez que não teriam a responsabilidade de seus filhos “indesejados”.

“Fatores como o alto índice de mortalidade infantil,a desnutrição generalizada e o número significativo de acidentes domésticos, fizeram com que alguns setores da sociedade, dentre eles os religiosos, os empresários e educadores, começassem a pensar num espaço de cuidados da criança fora do âmbito familiar”.(PASCHOAL, MACHADO, 2009).

Neste sentido as famílias mais abastadas pagavam por uma cuidadora para suas crianças, enquanto que as famílias de mães trabalhadoras dependiam dessas instituições para o cuidado de suas crianças, e para tantos essas instituições deveriam funcionar em período integral para que pudesse satisfazer as necessidades dessas famílias, e ainda havia a necessidade de serem gratuitas ou ainda serem cobrados valores de fácil acessos aos pais, esse modelo de creche perdurou por longas décadas em nosso pais.

Somente através de muita luta e da reforma da Constituição Federal em 1988, que a educação infantil passou a ser direito da criança menor de sete anos, reconhecendo ainda o direito a educação gratuita em todas as idades. Foi então a partir dessa reforma que a educação infantil e a pré escola passou a ser incluída nas políticas educacionais, seguindo uma corrente pedagógica e não assistencialista, passando então a pertencer às secretarias de educação, deixando a par a assistência social.

Uma cultura difícil de desmistificar, a educação infantil levou décadas para começar a ganhar espaço dentro da educação, ganhando forma mais favorável às crianças pequenas, a partir da criação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº9394/1996), que declara:

“Art. 4º - II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;

Art. 29.  A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.    

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade”. (BRASIL, 1996). 

Com a criação dessas normas, o caráter assistencialista deve ser então abolido do conceito de educação infantil, entendendo que as escolas de educação infantil devem trabalhar no desenvolvimento da criança, sendo ele físico, psicológico, e principalmente intelectual, quanto aos valores a escola deve apenas reforçar a ação educadora da família, auxiliando a sociedade.

“A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudançasna organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos”. (BRASIL, RCN, 1998, p.13).

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