ARTE: UM ENSINO IMPORTANTE NO COTIDIANO ESCOLAR

Por Rosicleide Pereira Mucuta de Abreu | 25/06/2019 | Arte

ARTE: UM ENSINO IMPORTANTE NO COTIDIANO ESCOLAR[1]

Autora: Rosicleide Pereira Mucuta de Abreu[2].

Orientadora: Malviana Domingos Franco[3].

Apesar de ser um produto da fantasia e imaginação, a Arte não está separada da Economia, da Política, e dos padrões sociais que operam na sociedade. Ideias, emoções, linguagens diferem de tempos em tempos, de lugar em lugar, e não existe visão desinfluenciada e isolada. Construímos a história a partir de cada obra de Arte examinada pelas crianças, estabelecendo conexões e relações entre outras obras de Arte e outras manifestações culturais (BARBOSA, ANA MAE 1999, p.19).

RESUMO: Este artigo é o resultado de uma pesquisa que estudou o tema ”Arte: Um Ensino Importante No Cotidiano Escolar”, mais especificamente, como a Artes é ensinada no cotidiano escolar e em como os professores do 1º ao 3º ano do ensino fundamental I atuam no ensino da Arte na Escola Estadual 16 de Junho no municipio de Colorado do Oeste – RO, sobre a importância deste ensino dentro da sala de aula.  Os objetivos são os de conhecer a importância e a valorização do ensino da arte no cotidiano escolar. A metodologia adotada, levando em conta o aspecto da natureza dos dados, foi a do Paradigma Qualitativo, e, considerando o aspecto da maneira de coleta de dados, a tipologia de pesquisa é a bibliográfica, descritiva através do questionário e pesquisa-ação. Os resultados encontrados na análise dos dados foram que por mais que os professores não são habilitados na área, eles tentam, procuram melhorar e passar os conteúdos de artes. As conclusões são que através do ensino das linguagens expressivas que os professores oferecem aos alunos lhes dão a possibilidade de descobrirem seu próprio potencial, é o que percebemos dos professores da escola estadual de ensino fundamental 16 de Junho, pois por mais que não sejam formados nesta área, eles buscam passar o que um professor de arte realmente trabalharia em sala de aula.

ABSTRACT: This article and the result of a search que studied the theme "Art: An Important School No School Daily Life" Specifically, As an Arts and taught for Teachers school routine and How OS makes 1st At the 3rd year of teaching I Fundamental operating in Art Education in the State School June 16 no municipality of Colorado do Oeste - RO, On the importance of this teaching within the classroom. The objectives are to know the importance and appreciation of art education in the school routine. The methodology adopted, Taking into account the nature of the data Aspect, was a make qualitative paradigm and considering the Data Collection Way of Appearance, a typology of search and bibliographic, descriptive THROUGH do Questionnaire and research-action. OS results found in data analysis que Were PER More Teachers who are not qualified in the area, THEY try to seek to improve and Skip OS arts contents. As CONCLUSIONS are que THROUGH make teaching of expressive languages ​​that teachers provide students with them to give it a chance to discover his own potential, it Is What perceive the State School Teachers Elementary School June 16 because POR More than formed this area, THEY seek Skip What hum art teacher really work in the classroom.

 

Palavras-chave: Arte. Prática docente. Desenvolvimento do aluno.

 

1. Introdução

Este artigo tem por finalidade apresentar reflexão sobre o ensino da arte, mostrando como ela é importante na formação da criança, juntamente como os outros componentes curriculares, pois a disciplina Arte é relevante em seu processo de formação, nas aulas de arte os professores, não precisam visar à formação de pintores, escultores, etc., mas devem buscar ampliar o conhecimento e a sensibilidade dos alunos tornando-os indivíduos criativos e dinâmicos inserindo-os assim no contexto da sociedade.

Através da pesquisa de campo realizada com os professores do 1º ao 3º ano do ensino fundamental que atuam na Escola Estadual de Ensino Fundamental 16 de Junho no município de Colorado do Oeste/RO, visa mostrar sobre a importância do ensino de artes dentro da sala de aula, tendo como objetivo conhecer a importância e a valorização do ensino da arte no cotidiano escolar, pois a arte é uma qualidade para exercitar nossas habilidades de significados para estimular a nossa produção, a nossa apreciação e nossa contextualização por isso ela deve ser não apenas exigida, mas também definida como uma matéria, uma disciplina igual às outras no currículo das escolas, como a matemática, a história, etc., nesse sentido, vemos que a arte tem e  é usada em sua história, uma linguagem e um domínio, e que se constitui, portanto num campo de estudos específicos e não apenas mera atividade.

Em suma, através dessa pesquisa procuramos retratar reflexões sobre o porquê ensinar artes na escola, sobre qual a melhor maneira de se ensinar artes na sala de aula e sobre o ensino da arte na escola de forma descontextualizada, e de que forma a escola e o professor podem trabalhar para que o aluno entenda a importância desde seguimento em sua vida, assim o professor possa ajudar no encontro de novas possibilidades para o ensino da arte dentro da sala de aula, pois este tem o papel principal no processo de aprendizagem da criança, onde promove atividades instigantes aos alunos despertando neles um momento mágico tornando assim a aprendizagem muito mais interessante, além do mais o professor tem um papel fundamental nesse momento, pois é ele quem enriquece as aulas com atividades criativas, educativas que iram instigar o senso critico e o desenvolvimento cognitivo dos alunos.

 

2. O ensino da Arte no Brasil

De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra arte se expressa em “capacidade ou atividade humana de criação plástica ou musical”, segunda “os preceitos necessários à execução de qualquer arte”, terceiro “atividades técnicos-artísticas voltadas para a produção de gravuras, cartazes, capas de livros, etc.” quarta “manifesta por meio de elementos visuais e táteis, tais como o desenho, a pintura, a escultura, etc.”, ou seja, ao vermos isso , percebemos que a arte faz parte do cotidiano do ser humano, mas o que deixa claro é que muitas vezes ele não sabe interpretar isso, o desconhece o que venha ser.

Durante muitos anos o ensino da arte foi pautado numa sociedade capitalista, pensando somente no lucro, onde a escola servia para reproduzir este sistema, com a formação do aluno voltada ao âmbito profissional, ou seja, para o mercado de trabalho, onde a formação pessoal, artista, cidadão era deixada de lado, e por isso hoje ainda vemos traços deste ensino que acaba gerando uma crise de identidade cultural, pois o ensino da arte traz uma aprendizagem significativa para o aluno.

Para Ana Mae Barbosa, p.99, 2005 “a arte na educação, como expressão pessoal e como cultural, é um importante instrumento para a identificação cultural e o desenvolvimento individual”.

Em 1988, com as discussões sobre a promulgação da Constituição Federal do Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, que seria sancionada apenas em 20 de dezembro de 1996, traria, mais uma vez o ensino de Arte como alvo de críticas e manifestações. Uma das versões do novo documento legal apresentava a proposta da não obrigatoriedade da Arte nos currículos escolares e com a Lei nº 9.394/96, e a Arte passa a ser considerada área obrigatória na Educação Básica,

No Artigo 26, § 2º da LBD é claro ao afirmar que: “o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

Foi no período do século XX que se pôde refletir sobre qual o lugar das artes na educação, depois de muita discussão, chega-se a conclusão de que a educação em arte é importante na formação do indivíduo, e em 1971, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 5.692, que institui o ensino profissionalizante, a Arte é incluída como Educação Artística no currículo escolar.

Contudo no mundo contemporâneo que estamos vivendo hoje, a arte se encontra ampla, difundindo-se e criando novas modalidades, podemos perceber que ela utiliza vários meios para se manifestar, onde o ensino das artes mais conhecidos são pintura, escultura e desenho, já nas artes gráficas são conhecidos gravura, tipografia e demais técnicas de impressão, como a arquitetura, entre outras. Sendo que a arte vai para além das formas tradicionais, pois ela utiliza os recursos da época, podendo assim utilizar os avanços tecnológicos existentes.

 

3. O ensino da Arte de acordo com os PCNs e a LDB

A LDB, Lei de Diretrizes e Base para a Educação Nacional, no artigo 26, inciso 2º estabelece que o ensino de arte seja obrigatório na educação básica, que compõe a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, legitimando a arte como uma área curricular. Já o PCN, Parâmetro Curricular Nacional das series iniciais do ensino fundamental no volume 06 aponta que o ensino em arte deve ser de forma a propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico, proporcionando ao individuo uma relação afetiva com o meio em que ele vive, ele também apresenta a arte como uma das possibilidades para valorizar o ser humano através das suas diferentes formas de manifestação.

O PCN de arte para o ensino fundamental, 1997, p. 19 relata que:

 

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.

 

Conforme a legislação brasileira a arte para educação faz da escola um espaço voltado para o planejamento, a produção e a execução de trabalhos, sendo estes voltados para o desenvolvimento satisfatório das atividades educacionais, pois quando falamos em escola, não se restringimos apenas a denominação do espaço físico que a escola possui, mas a todo o aparato técnico e pedagógico que ela contém, sendo este proporcionado pela sua comunidade, que é composto por professores, coordenadores pedagógicos, diretor, alunos e pessoal de apoio, todos estes atores fazem com que a escola funcione.

No entanto através do projeto político pedagógico a escola estabelece metas e concepções que visam o sucesso escolar dos alunos, pois existe a necessidade de se observar nos alunos o que eles possuem de mais diferente, como as habilidades e as competências que são fatores que os levarão a uma possível aprendizagem, dentre estas habilidades e competências que devem ser observadas pelos professores estão as de cunho artístico.

Diante disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) destinado à Área Curricular do ensino de Arte, 1997, p. 15, volume 6, no início da apresentação de sua proposta, diz que:

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.

 

O PCN sugere que o estudo da Área Curricular Arte se divida em: Música, Artes Visuais, Teatro e a Dança, as artes visuais abrangem todas as manifestações que têm visualidades como: desenho, gravura, pintura, escultura, cinema, vídeo, linguagem eletrônica, etc., a dança é a manifestação do movimento do corpo que ira produzir expressividade, a música esta na linguagem dos sons e silêncios nas relações temporais e já no teatro todas as outras três linguagem de arte se encontram, pois nele existe dança, música e artes visuais.

Propõem que as atividades desenvolvidas possam possibilitar aos alunos, a percepção de que mesmo ao realizarem uma dramatização, esta atividade tem relações com a música, por exemplo, que tem também suas especificidades, além do que é próprio na prática de dramatizar – os elementos do teatro. Vale ressaltar que o documento oficial deixa claro que, devido ao fato de o professor das séries iniciais não ter uma formação específica na área, não se faz diferenciação dos conteúdos por ciclo, ou série, cabendo ao professor promover uma variação nas modalidades artísticas que serão trabalhadas.

Enfim de acordo com essas palavras, podemos perceber que a arte está presente na vida criança, ela aguça o paladar dela, pois muitas vezes é movido pela curiosidade, o que possibilita uma reflexão diante das questões e formulando suas hipóteses e suas respostas. Por isso é de suma importância às manifestações espontâneas sejam respeitadas como potencial criador, considerando que a criança tem suas próprias impressões ideias e interpretação sobre produção de arte e o fazer artístico.

 

4. A arte em sala de aula

Educação para alguns professores é apenas a transmissão de conhecimento ao aluno, mas ao contrário do que muitos pensam não é apenas se transmitir conteúdos aos alunos, mas sim ensinar e aprender, pois na educação é importante procurar adquirir conhecimento e desenvolver competências, pois as pessoas são diferentes umas das outras, elas tem diferentes habilidades e gostos diferenciados, sendo que é na escola que o aluno irá identificar o que mais gosta, ou seja, com o que ele se identifica melhor, sendo levando em consideração que a escola oferece várias áreas do conhecimento, juntamente a área do ensino da arte que é uma disciplina ampla contendo uma diversidade de assuntos.

O ensino de Arte, para alguns professores que ministram a disciplina resume-se em momentos de lazer, produção de cartazes para as datas comemorativas, murais para festas escolares, etc., no entanto a arte vem sendo tratada em algumas escolas e por alguns professores como um suporte para as outras disciplinas que compõem o quadro curricular, este fato acaba negando o caráter especifico da disciplina enquanto conhecimento para o aluno, pois ela se faz presente desde as primeiras manifestações do ser humano.

O PCN de arte para o ensino fundamental p. 19, 1997, traz que: “a Arte tem uma função tão importante quanto à dos outros conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem. A área de Arte está relacionada com as demais áreas e tem suas especificidades”.

Nesse sentido, observamos que as atividades práticas nem sempre são trabalhadas no contexto do conteúdo, são atividades aleatórias utilizadas como passatempo para o aluno descarregar a tensão das horas dedicadas com afinco nas disciplinas julgadas indispensáveis, em algumas escolas se utiliza ainda, o desenho impresso como formas estereotipadas para as crianças colorirem, ou apresentam “musiquinhas” que indicam ações para a rotina escolar dos alunos como a hora do lanche, a hora da saída, etc., já em outras, trabalha-se apenas com a autoexpressão. 

Os conteúdos estão distantes do real entendimento e compreensão por parte dos alunos, sendo que um dos maiores empecilhos é a ausência de materiais adequados, pois existe uma pequena quantidade de livros didáticos sobre o assunto, também a carência de cursos de formação continuada e específicos na área, que compreendam todas as modalidades. É fundamental que a arte seja tratada e reconhecida como conhecimento, pois quando o aluno, ao se apropria da linguagem da arte, desenvolve sua própria leitura de mundo e amplia seu repertório cultural.

Contudo a escola é um espaço de discussões sobre direitos e deveres, e de reflexão da realidade. É também a dimensão social das manifestações artísticas, que constitui uma das funções importantes do ensino da Arte, como propagado nos PCNs. Ele aprende com isso, que existem povos, costumes, religiões, modos de produção e criação diferentes dos dele, elementos que o ajuda a compreender melhor o outro para uma convivência com as diferenças, e é a partir daí, que se cria uma consciência tanto de preservação dos patrimônios culturais, ambientais e o respeito pela diversidade da imaginação e da diversidade cultural.

O PCN para o ensino fundamental, 1997, p. 19, traz que:

 

 

Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer abertura à riqueza e à diversidade da imaginação humana. Além disso, torna-se capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta, no exercício de uma observação crítica do que existe na sua cultura, podendo criar condições para uma qualidade de vida melhor.

 

A Proposta Triangular desenvolvida por Ana Mae Barbosa estabelece três eixos pilares que estruturam o ensino da Arte, vemos que o primeiro é a contextualização histórica que significa conhecer e contextualização a história, este eixo possibilita que o aluno entenda os aspectos da arte como construção social, temporal e contextual, a segunda é o fazer artístico, ou seja, é o fazer arte, este eixo está os aspectos da criação, onde os alunos mobilizaram os conhecimentos conceituais e os procedimentais, inventando tecnologias, adaptando materiais, articulando ideias, e a terceira é a apreciação artística que é saber ler uma obra de arte, ou seja, os alunos mobilizaram habilidades de observação, análise, avaliação e julgamento.

Para melhor explicar esta proposta, Barbosa (2002 p. 70) diz que:

 

A proposta triangular permite uma interação dinâmica e multidimensional, entre as partes e o todo e vice-versa, do contexto do ensino da arte, ou seja, entre as disciplinas básicas da área, entre as outras disciplinas, no inter-relacionamento das três ações básicas: ler, fazer e contextualizar e no inter-relacionamento das outras três ações decorrentes: decodificar / codificar, experimentar, informar e refletir.

 

Conforme alguns teóricos relatam que nos anos iniciais da escola a criança desenha por prazer de produzir gestos, de riscar o papel, sendo que a sua relação com o desenho é lúdica, pois ela sente prazer pelo simples ato de desenhar no papel, concluindo assim que a criança não desenha o que sabe do objeto, mas o que conhece como imagem gráfica, pois ela desenha o que tem significado em suas experiências,  por  isso  eles   defendem  o  desenho   espontâneo   criticando   uma

educação em artes imposta de modelos.

O ensino da Arte deve visar desenvolver nos alunos competências como o domínio de linguagens, compreender fenômenos, enfrentar situações-problemas, construir argumentações e também elaborar propostas. Portanto o espaço da sala de aula precisa ser criador de novas demandas, estimulador do desejo de aprender por intermédio da construção e reconstrução de objeto.

Em sala de aula a interferência do professor é fundamental, pois com a mediação, ele analisa os processos dos alunos e reordena os caminhos, construindo novos procedimentos, além do mais ela também é um instrumento de comunicação, no entanto mostra ao professor e ao aluno aquilo que ele compreendeu dos conteúdos.

É nessa linha de raciocínio que percebemos que a escola é um importante lugar de memória social e sistema de produção cultural, pois ela produz conhecimento que se reconstrói na medida em que os alunos são inseridos como sujeitos de cultura, críticos, participantes e autores de seus processos, sendo que são as aulas as responsáveis de produzirem esses sujeitos, onde os conteúdos são discutidos, os saberes negociados, as intenções partilhadas, as aulas são criadas pelos professores que inventam caminhos, arrebatam fronteiras e apontam possibilidades, mas as aulas também são criações dos alunos que interpretam as intenções dos professores, dialogando, discursando, negociando e produzindo.

Dessa forma, sabemos que as crianças compreenderam que as artes são importantes em suas vidas, e não somente isso, como também, percebemos que as escolas de ensino entenderam que arte não é apenas desenhar, rabiscar e pintar. Ou seja, o educador tem que ter iniciativa de promover atividades instigantes, ser voraz ao pesquisar coisas novas, ter o desejo de ensinar e fazer do ensinar um momento mágico, pois é ele que faz toda a diferença na vida dos alunos. Mas sabemos que também perante as informações anteriores, o ensino em artes ser de fato satisfatório depende de muitas variantes que vão desde a formação dos professores, da metodologia por eles utilizada, do currículo inflexível e da instituição que por sua vez considera as aulas de arte hora de lazer.

Neste caso, o problema não é só o educador, pois ele fica sem liberdade

de inovar em seu ensino, pois está amarrado a seguir o currículo escolar, o que deve ser moldado ou mudado é a escola, é preciso que ela repense sua metodologia, respeitando o processo de criação e desenvolvimento de cada criança, explorando as linguagens artísticas de maneira livre e que possibilite vivencias significativas, com interferências produtivas.

 

5. Pesquisa de campo: análise e resultado

Na pesquisa de campo realizada na escola estadual de ensino fundamental 16 de Junho com professores do 1º ao 3º ano, através de questionário com 13 perguntas. Os professores foram questionados sobre o que eles pensam do ensino da arte nas escolas, eles concordam que o ensino de artes é importante, mas desde que seja de acordo com a realidade dos alunos.

Um dos professores entrevistados disse que antes o estado não se preocupava com esta matéria, pois nem existiam professores concursados pelo estado, somente professores contratados emergenciais, mas hoje, principalmente nas escolas do ensino fundamental II e ensino médio já existem professores que são concursados pelo estado com especialidade nesta disciplina, mas ainda, nas escolas de ensino fundamental I são os professores com licenciatura em pedagogia que lecionam esta matéria e que não existem professores com especialidade em artes. Outra professora entrevistada disse que este tema merece muita atenção pelos professores, pois hoje a artes não é vista somente como entregar desenhos já prontos para os alunos pintarem, pois muitas outras coisas hoje são consideradas como artes dentro da disciplina.

Na questão em como eles consideram que o ensino da arte é importante na vida cotidiana dos alunos em quais aspectos, os professores responderam que na socialização, na comunicação, na coordenação motora e corporal, na expressão verbal e corporal, além de ajudar os alunos a desenvolveram outras habilidades. Outra questão foi sobre a metodologia ministrada por eles nas aulas de arte de acordo com a proposta curricular de Rondônia, ele disseram que procuram dinamizar as aulas na medida do possível, com pesquisas na sala LIE, áudios, montagens, músicas, coreografias, teatros, com  metodologias  que  são  de  acordo

com as necessidades dos alunos e as condições oferecidas pela escola.

De acordo com o Referencial Curricular de Rondônia p.90:

 

Ensinar arte é provocar no educando a possibilidade de explorar os sentimentos e o sentido. A importância está no sentir, apreciar, pensar e criar, propiciando-lhe caminhos e possibilidades para (re)pensar o mundo e a si mesmo e, a partir daí, compreender, valorizar e respeitar a sua cultura e a cultura do outro.

 

Outra questão perguntada foi sobre com o que eles trabalham nas aulas de arte, eles responderam que com desenhos impressos, com música, com teatro, com análise de imagens, com a história da arte, com áudio, com dobraduras e com pinturas. Também foram questionados sobre como devem ser ministradas as aulas de arte no cotidiano escolar, eles responderam que é de forma que contemple as modalidades artísticas, desenvolvendo a comunicação verbal e não verbal.

No questionamento feito se eles acreditavam que o ensino de arte contribui no desenvolvimento social, cognitivo e afetivo dos alunos, eles responderam que sim, ainda foram questionados se as aulas de arte na escola é muito importante, a resposta foi positiva, pois auxiliam no desenvolvimento integral do individuo, e  que  as  aulas  de  artes  são  muito  prazerosas  e  esperadas  pelos alunos.

Segundo o Referencial Curricular de Rondônia p.88 e 89:

 

Aprender as inúmeras possibilidades com que a arte dá forma à natureza e ao mundo em geral, aos sentimentos, impulsos, imagens e sonhos equivale a encontrar o espaço e o tempo redimensionados: com cores, texturas e dobras. Em outras palavras, aciona a nossa habilidade de dar forma e de criar ordens para podermos localizar, juntar, fragmentar, colar e multiplicar elementos da nossa subjetividade e do exterior imediato ou distante.

 

Ao indagarmos mais uma questão sobre que período eles diversificam as aulas de arte, eles responderam que semanalmente eles diversificam as aulas de artes, outra questão feita a eles foi sobre quais são as maiores dificuldades encontradas por eles como professores de artes, eles disseram que são para encontrar material adequado e na falta de recursos disponíveis.

Ainda na pesquisa e em outra questão sobre desde quando eles são professores responsáveis pela disciplina de artes, disseram que a mais de cinco anos são responsáveis por esta disciplina, e que muitas vezes há participação ativa de todos os alunos nas aulas de arte, e os mesmos gostam de participar da disciplina.

De acordo com o Referencial Curricular de Rondônia p.91:

 

Promover no educando a competência para ler o mundo e a sociedade através da apreciação, do fazer e da contextualização do produto artístico. Por meio de sua criatividade, individual ou coletivamente, o educando poderá experimentar e vivenciar as diversas manifestações das diferentes formas de arte, a partir de um olhar atento/crítico em que a sensibilidade é utilizada para pensar, olhar, fazer arte e escrever sobre ela.

 

Ao verificarmos sobre como eles analisam o trabalho na prática pelos professores de arte, os mesmos responderam que analisam o trabalho como algo bom, e ainda nessa linha de perguntas, vimos que a importância da artes na vida das pessoas, e que eles se preocupam em ensinar a importância da arte , pois a mesma desenvolve na pessoa a livre expressão e a comunicação.

E por fim, investigamos sobre a arte na atual legislação educacional, sendo que ela é um componente curricular obrigatório da educação básica e vigora como área de conhecimento, constituída de várias linguagens, como propõe o PCN, essas linguagens envolvem no desenvolvimento intelecto da criança, e quais seriam essas habilidades, e ao responderem observamos que os mesmos tiveram dificuldades, pois rebateram que as linguagens que envolvem a arte estavam em todas as alternativas, e pediram um tempo para pesquisar, ou seja, para adquirir conhecimento do que estava respondendo, e ao fazerem isso, conseguiram responder de forma adequada sobre as linguagens que envolvem a arte que são: as artes visuais, a música, o teatro e a dança.

Ao finalizar nossa pesquisa, percebemos que por mais que os professores não são habilitados na área, eles tentam, procuram melhorar e passar os conteúdos de artes, e vemos ainda que a formação de sujeitos-autônomos é facilitada quando existe um comprometimento, uma lealdade, do professor com sua prática, que deveria constituir-se na sua práxis cotidiana. No  caso  do  professor  de

arte, esse comprometimento se constituiria no valor filosófico que ele dá à arte e ao ensino.

Conforme Ostower, 1990: 223:

 

Pois o que conta mais na sala de aula, além das informações que o professor possa transmitir, é a própria postura diante do seu fazer. Se para ele as obras de arte não representam valores de vida, estendendo-se esta avaliação à sensibilidade das matérias e das linguagens, o professor pouco terá a dar aos alunos fora receitas técnicas ou nomes ou datas- nada que toque ao essencial da experiência artística. Se, porém para o professor, a arte representar algo de fundamental na sua vida, uma necessidade de sentir e de ser, ele haverá de transmitir sua convicção de uma maneira ou outra. (. . .) É com o que de mais valioso ele poderá contribuir: em vez de mera informação, a formação do ser sensível.

 

É na formação do ser sensível, através do ensino das linguagens expressivas oferecendo (aos) alunos a possibilidade de descobrirem seu próprio potencial, e percebemos que os professores da escola estadual de ensino fundamental 16 de Junho, pois mais que não sejam formados nesta área, eles buscam passar o que um professor de arte realmente trabalharia em sala, e eles de certa forma estão colaborando para formar um sujeito que se encaixará o seu discurso e construirá a sua autonomia.

 

CONCLUSÃO

Este estudo de pesquisa bibliográfica e de campo indicou que o ensino da arte é de suma importância para os indivíduos, sendo necessário criar um novo olhar, um fazer diferente, uma nova reflexão para que os alunos ampliem sua visão sobre a arte. Cabendo aos professores, lutar para desenvolver uma visão crítica desta disciplina, fazendo com que os alunos sintam interesse, lhes oferecendo oportunidades para o seu desenvolvimento com um pensamento crítico e construtivo.

Também é importante oferecer aos alunos diferentes linguagens artísticas, para que eles possam vivenciar diferentes meios de se obter o gosto pela arte, não se utilizando somente dos desenhos, o que normalmente, é visto dentro das salas de aula, mas a arte voltada para a educação do desenvolvimento do indivíduo, juntamente com a formação de seu senso crítico e afetivo, estão também sendo desvalorizados, muitas vezes os alunos não são incentivados a buscarem dentro de si algo novo e criativo.

Mas para que isso ocorra é essencial que como novos professores aprendemos a reparar no ser poético de cada aluno, nas suas formas de conhecer o mundo, apropriar-se dele e expressá-lo, assim construiremos uma prática pedagógica que possa alargar as oportunidades de acesso à produção artística promovendo assim a aproximação dos alunos aos diferentes códigos, ampliando seus repertórios de vivencias e culturas, encorajando-as à experimentação, abrindo assim um espaço para o contato, o manuseio, a exploração, a invenção, e a produção com diferentes materiais, nesse sentido o professor poderá seguir ajudando os alunos a darem forma e expressão aos seus sonhos e devaneios, às suas múltiplas linguagens, enfim, a se tornarem autores e criadores.

Durante a pesquisa de campo com os professores pode perceber que eles têm muita dificuldade em encontrar material adequado para a disciplina e na metodologia que devem utilizar com os alunos na sala de aula, também que os professores desconhecem que o PCN aborda a arte em quatro linguagens, sendo a primeira linguagem as artes visuais, a segunda linguagem a música, a terceira linguagem o teatro e a quarta a dança, pois eles se confundiram um pouco na ultima questão do questionário que aborda este tema, dizendo que trabalhavam com todas as alternativas feitas.

O papel importante do professor no ensino da arte é trazer à tona o imaginário, a ousadia, sair pelo mundo atrás de coisas diferentes e respeitar o tempo do aluno, além do mais como professor ele precisa ser um pesquisador de arte, pois se foi o tempo em que a escola exigia dele fazer bandeirinhas para festa junina e produzir cartazes, etc., no entanto existem outros modos de fazer arte, sendo que na produção artística, não existe bonito, feio, certo, errado, melhor ou pior, ele deve conhecer seus alunos e buscar elementos significativos para que eles encontrem novas formas de se expressar, mostrando aos alunos as diversas possibilidades em relação ao desenho, às cores, à distribuição dos elementos no suporte e assim por diante, para que eles possam contar suas histórias, mágoas, alegrias e tristezas, assim, abriremos espaço para um ensino mais humano.

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FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo; FUSARI, Maria Felisminda de Rezende e. Metodologia do ensino de arte / Maria Heloísa Corrêa de Toledo Ferraz; Maria Felisminda de Rezende e Fusari. – São Paulo: Cortez, 1999. – 2. ed. – (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor).

 

_______ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Brasília: Editora do Brasil, 1996.

 

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OSINSKI, Dulce Regina Baggio. Arte, história e ensino: uma trajetória / Dulce Regina Baggio Osinski – São Paulo, Cortez, 2001. – (Coleção questões da nossa época; V. 79).

 

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________ Referencial Curricular de Rondônia, Ensino Fundamental, Porto Velho, RO, 2012.

 

_______ Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Volume 6 – Brasília: MEC/SEF, 1997.

 

[1]Artigo elaborado como requisito para conclusão do curso de graduação em Pedagogia pela FAEC – Faculdade de Educação de Colorado do Oeste / RO.

Rosicleide Pereira Mucuta de Abreu.[2] Graduado em Pedagogia, com habilitação em Educação Infantil e Séries Iniciais, pela FAEC - Faculdade de Educação de Colorado do Oeste / RO.

- E-mail: rmucuta@gmail.com.

Malviana Domingos Franco.[3] Professora Orientadora do artigo.

Artigo completo: