"Arrebentação"
Por José Milton Correia Jr. | 06/03/2013 | PoesiasDespertamos!
Findo sono ou abre-se o pano?
A manhã insinua-se pela fresta da janela
raio fino certeiro no olho opaco
Donde vem tanta exatidão?
Que nesga entreabre na pálpebra modorrenta?
O sonho descontinuado, o desejo não realizado
O dia se impõe, fato!
Travestidos dos disfarces cotidianos,
Aventuramo-nos à rua quase deserta
A vida desdobra-se em camadas:
ruas, buzinas,
sons, cheiros
gentes, indigentes
Somos e não somos
Mergulhamos na multidão oca
Massa de gente
Mar de ninguém
Onda de arrebentação e fim.