Arrastão!

Por Zidelmar Alves Santos | 03/02/2012 | Crônicas

ARRASTÃO!

Zid Santos

Era por volta de 3 e meia da tarde. Fulano caminhava tranquilamente pelo centro de Itabuna. Pagara contas no banco e caminhava despreocupado. Sem ter o que fazer, decide dar um tempo na praça José Bastos. De repente, ouve gritos e uma multidão correndo para todos os lados. “Que diacho está acontecendo?”, se pergunta sem pestanejar. Em meio aos gritos de pessoas desesperadas, Fulano corre assustado tentando se proteger do arrastão. Isso mesmo, ARRASTÃO! Era o que se gritava... arrastão; lojas e pessoas sendo assaltadas em pleno centro da cidade.

Os rumores de arrastão se espalharam de forma tão rápida que mais pareciam rastilho de pólvora. Fulano, Sicrano, Beltrano e outros corriam desesperadamente. Fulano, aliás, não tardou em ir ao ponto de ônibus. O problema é que o ponto estava lotado... e quando os ônibus paravam, a confusão acontecia. Todos queriam fugir dos bandidos e ônibus parado em dia de arrastão, aqui pra nós, é presa fácil pra bandido.

O ônibus que Fulano pegou estava superlotado... devia ter uns 100 passageiros. O transito estava caótico. Chegando em casa algum tempo depois, fulano conta o que se passou no centro mas todo mundo já sabia... “oh peste” – se surpreende ao saber que os “arrastões” já estavam acontecendo em outros bairros da cidade, com direito a bang-bang e tudo mais. Liga a TV. No noticiário local jornalistas falam sobre a greve da PM. “É, se com polícia já tá uma bagaceira, imagine sem” – Pensa Fulano. “Desgraça, não falaram nada do arrastão... só rumor é o caralho” – grita Fulano na frente da televisão.

Calma gente, embora seja baseado em fatos reais, este conto é pura ficção. A única “verdade” contida nele é que se você (isso mesmo, você que leu estas linhas) esteve ou estivesse em Itabuna em 2 de fevereiro de 2012, seria facilmente confundido com Fulano.