Areia movediça

Por Alcimar Villar | 23/04/2009 | Poesias

Te sinto IMERSA de emoções
acorrentada e com atributos mil!
Dentre as emoções e tuas atribuições
te vejo inerte,
quase que sucumbida e sobrevivente
(pelos sentimentos)
apenas,... de emoções.
NADA escapa a tua tutela,
teus sentidos aguçados
ao,... entorno
nesse consumo de sentidos “alerta”,
só não estás a ti (ainda que julgues estar)!
À ti,... manifesta-te ou deixas de fazê-lo
tal qual um ser letárgico que sucumbe na espreita,
na espreita como expectadora da “ópera”
à qual permites ser executada,
ainda que dela,... não te agrades!
Os agudos da tenor te ferem os tímpanos, mas...
prossegues em fazer que a ouves ou
acreditando que não ouves.
Fazes que ouves, não ouvindo
e impossibilita ouvires
os gorjeios
meramente,... por insistires,...
no grulhar.
E... lá estás: estática, letárgica
implacavelmente inerte
ao que te circunda!
Tens-me como tua testemunha
e à isso não vou acatar!
Imponho-me pela brevidade e abstinência espacial
em vislumbrar pinturas as quais não me pertencem
(e nem a ti)
mas as mantém.
Inerte estás na areia movediça
à qual te impõe.
Parece-te satisfazer das dádivas
que só não são etéreas
mediante a tecnologia:
existem,
ainda assim,
todos os sentidos estão impossibilitados.
Inerte estás na areia movediça
à qual te impõe.
Nela, tal qual (quem sabe)
no ventre (ilusório)
se assim permanecer te conduzindo,...
nada te abalará,
nada te engolirá.
Só tu, a ti mesma,
te proporcionas tantos engodos
tantas ilusões
à tantos dissabores,
sobretudo à ti!