Arado de Aiveca
Por Emanuel Isaque Cordeiro da Silva | 26/09/2017 | EngenhariaIntrodução
O seguinte trabalho, aborda o implemento agrícola muito utilizado na agricultura ancestral, primitiva e na agricultura familiar. O arado de aiveca, utilizado para serviço manual em que seu uso se restringe à atividade mecanizada, ou seja, com o uso do trator, e sim viável a partir da atividade com a tração animal, é um implemento antigo em que consiste basicamente, para a agricultura, em arar a terra fazendo com que esta se prepare para o plantio direto ou indireto da cultura do agricultor. Este implemento, faz com que a matéria de solo abaixo da superfície seja revolvida, ou seja, a matéria que estava em baixo agora vai para cima, bem como a matéria superficial agora torna-se profunda. Além também de ajudar com o revolvimento do solo e preparação da terra para o plantio, esta que ficará fofa, o arado de aiveca ajuda no combate à eva daninha, uma vez que, as invasoras crescem na superfície e tomam lugar, espaço e nutrientes do solo, competindo com os vegetais em produção, o arado passa por essas invasoras e as levam para baixo do solo. Porém, esse combate não é muito eficaz porque a matéria invasora encontra-se presente no solo, sendo assim, posteriormente estas voltam a crescer novamente. O arado de aiveca ainda é famoso nas pequenas propriedades, por isso, é necessário, em mecanização agrícola, estar ciente da composição, utilização e principal objetivo desse implemento.
Aivecas – são arados em forma de 'V' com tombador de terra para tração animal ou mecanizada, no caso, arrasto de trator. É o mais antigo implemento fabricado para a realização do preparo do solo. No Brasil, este implemento é mais vantajoso e mais destinado à tração animal. Este implemento possui diversos modelos ou tipos, podemos citar a 'aiveca helicoidal' destinada a uma lavoura superficial e rápida, deixando o solo com torrões grandes na parte inferior e médios superficialmente, não sendo viável em culturas onde o sistema radicular se torna mais profundo; 'semi helicoidal' (Universal ou Americana) recomendada para uma lavoura normal, deixando torrões médios na parte inferior e menores superficialmente, também não muito viável para plantio onde o sistema radicular da planta é mais profundo, sendo optável plantar culturas como hortaliças, com um sistema radicular mais superficial; 'cilíndrica' destinada a uma lavoura com uso da tração animal, deixando torrões por todos os lados, uniformemente, de todos os tamanhos misturados no solo pulverizado e 'recortadas' usadas para solos mais pegajosos, no caso, com um potencial maior de argila. Aiveca Helicoidal Aiveca Cilíndrica Aiveca Recortada Nas condições normais de trabalho, o arado de aiveca apresenta vantagens sobre os demais, pois realiza o tombamento das leivas com maior eficiência, o que proporciona maior estabilidade aos agregados do solo, melhor incorporação dos resíduos de colheita e, consequentemente, melhor controle das plantas daninhas. Além disso, para uma mesma condição de trabalho, o arado de aiveca exige menor esforço de tração pelo fato de ser mais leve, apesar de provocar maior atrito com o solo. Existe aiveca específica para cada situação, dependendo do tipo do solo, da sua condição de umidade e da necessidade de tombamento. Assim, para solos pesados é recomendada aiveca “rompedora", caracterizada por ser mais comprida, estreita, de pouca curvatura e grande facilidade de penetração. Para solos leves devese usar a "'pulverizadora", que é mais curta, larga, com grande curvatura e baixa capacidade de penetração. A aiveca "recortada" é mais indicada para solos pegajosos. Comumente, a aiveca encontrada no mercado é a de "uso geral", intermediária entre a “rompedora" e a "pulverizadora". O arado de aiveca pode ser equipado com vários acessórios, que facilitam o corte vertical do solo e evitam o embuchamento. De modo geral, são comuns arados de tração mecânica, fixos ou reversíveis, de uma a quatro aivecas que trabalham a profundidade de 20 a 40 cm e com largura de corte entre 20 a 200 cm. Apesar das características favoráveis desse implemento, ele possui limitações de uso,não sendo recomendado para o preparo de solo pedregoso, turfoso, arenoso, pegajoso e recém desmatado. Neste arado,é invertida lateralmente a leiva pela aiveca e pela relha,a largura de corte fica entre 12,14,16 e 18' e com as seguintes larguras de corte 30,35,40 e 45 cm. O arado de aiveca apresenta as seguintes vantagens: - possui uma melhor penetração no solo; - o preparo é em maior profundidade, rompe-se camadas mais compactadas; - melhora a capacidade de infiltração de água; - melhora o desenvolvimento radicular; - aumenta a capacidade de aeração; - melhora e aumenta a inversão da leiva; - causa maior enterrio de plantas e sementes de plantas daninhas; e por fim, - causa menor desestruturação e pulverização do solo. E consigo apresenta desvantagens, destas destacamos: - Maior exigência de potência; - Não trabalha em solos recém-desbravados; - Solos argilosos - maior aderência; - Difícil regulagem; - Superfície do solo não encontra-se livre de resíduos vegetais; - Exigem um terreno livre de obstáculos; - Necessitam estar bem regulados para um trabalho satisfatório; - Não trabalham em rolamento como os arados de discos. Arado Reversível O arado de aiveca reversível, consiste basicamente, em geral, das mesmas características de outros tipos de aivecas, porém, uma característica que faz com que este se diferencie dos demais modelos, é a capacidade com que a aiveca trabalha. Em linhas gerais, esse tipo de aiveca é reversível pelo fato que, enquanto o agricultor realiza o processo de aração com a tração animal, este implemento quando termina um determinado percusso, tem a capacidade de se revolver para o outro lado, ou seja, este vira-se para o lado que não está arado. Em geral, para trabalhos pequenos e com uso de tração animal, este tipo de arado ou aiveca é mais viável, pois o agricultor não precisa voltar e fazer o mesmo trajeto, ou seja, ele vai vira a aiveca com o auxílio da peça e volta, e assim sucessivamente até terminar seu trabalho. À medida com que o percusso terminar, no final, o agricultor, vira a parte da aiveca e da relha para o outro lado, facilitando assim seu trabalho e do animal.