Aprendizagem significativa em Língua espanhola com a terceira Idade

Por Albeniza N.S Nascimento | 25/07/2016 | Cursos

Aprendizagem significativa em Língua espanhola com a terceira Idade

                                                                Albeniza N.S Nascimento

O curso de Língua Espanhola promovido pelo Celig/UFMT e em parceria com a Universidade Aberta à Terceira Idade (Neati) Campus de Rondonópolis, tem disponibilizado entre outros, o curso de espanhol para pessoas de outras faixas etárias. As aulas ocorreram do primeiro ao segundo semestre de 2014 aos quais foram atendidos 15 alunos nessa etapa de Aprendizagem significativa.

            As aulas foram elaboradas com duas horas semanais, segunda e quarta-feira das 15h ás 17h as quais os discentes puderam contar com textos de Nível Básico com informações, atividades e conversações de diálogos aos pares, ou individualmente, trabalhos programados e diferenciados, como; músicas, sopas de letras, ditado e correção no quadro e a cada erro teriam que pagar uma prenda, essa atividade fez com que as alunas ficassem mais desenvoltas, se aproximassem mais uns dos outros e de mim também, tudo começou com os “saludos” ou cumprimentos obrigatórios na entrada e saída do curso, para que se criasse um afeto e um aconchego convidativo ás aulas. Digo alunas porque dentre os 15 apenas um homem se fez presente nesse grupo feminino do curso de espanhol.

            A compreensão e paciência em repetir várias vezes a mesma palavra, esperar com tranquilidade a leitura de cada parágrafo de textos informativos ou diversos gêneros e também, o refletir sobre o tema ou trecho lido, assim se deu o processo evolutivo e interativo para assimilar e aprender um pouco mais, ter confiança nas próprias atitudes em sala de aula, tudo isso foi proposto visando o máximo de aproveitamento possível.

Ler e interpretar as letras das canções só para depois cantá-las, foi um dos métodos de aprendizagem que muito deu certo. Leitura de textos totalmente em espanhol e após explicar em português cada parágrafo lido, proporcionou entendimento e mostrou que a partir das práticas de leituras e pesquisas com dicionários, se pode ir mais além do esperado, levando o aluno á busca e ao desenvolvimento sem a obrigação de decorar palavras ou memorizar ícones.

Com tantos resultados positivos é correto afirmar que nunca será tarde para retomar os estudos ou fazer um curso como o de Espanhol na Terceira Idade, que a principio parece um bicho de sete cabeças, mas ao longo vai transparecendo que pessoas com mais de 50 anos pode sim, ser capazes de começar, recomeçar ou aprimorar o conhecimento ou se aproximar de uma segunda Língua.

São pessoas que já estão aposentadas, algumas já foram professores e sentiram a nostalgia de se fazer incluso novamente em um grupo social, buscando a interação com uma segunda língua. Outras, por solidão, ou mesmo para não ficarem em casa tricotando ou em frente à televisão, esquecidos pelos cantos como relatam diariamente.

O termo terceira idade foi proposto pelo francês Huet, em uma revista chamada Informations Sociales (1962), que dedicava o número aos aposentados, logo o nome Terceira idade ganhou aceitação e adeptos, e com isso, hoje podemos nos referir as pessoas idosas, sem menosprezá-las.

    Entendemos que as pessoas que estão na terceira idade devem ser chamadas de idosas, pois é um termo bem mais suave e a palavra "velha" deve ser ignorada por ser carregada de aspectos negativos.

Constata-se um número relevante de termos que designam as pessoas que já viveram mais tempo, são eles: adulto maduro, idoso, pessoa idosa, pessoa na meia idade, maturidade, idade madura, maior idade, melhor idade, idade legal e, o mais comum, terceira idade. Muitas pessoas não gostam de ser chamadas de velhas ou idosas.

    "Adulto maduro" e "idade madura" são expressões comumente usadas num sentido positivo, e apontadas como preferíveis a "idoso" e "velhice", termos tidos por muitos como pejorativos. (NERI & FREIRE, 2000: p.12)

    É importante compreender o idoso, não julgá-lo como um objeto, mas sim entendê-lo como fonte de experiências. E é essa experiência de vida que o idoso pode estar passando para os mais jovens e inexperientes. Apesar de estar "velho" e "gasto" o ser humano existe e continua existindo tendo muito a contribuir para o nosso crescimento.

Várias terminologias têm sido utilizadas para designar a terceira idade, embora, para a maioria dos estudiosos, essa diversidade de expressões sejam eufemismos.

O envelhecimento ocorre em diferentes dimensões (biológica, social, psicológica, econômica, jurídica, política) e depende de diversos fatores ocorridos nas fases anteriores da vida, como as experiências vividas na família, na escola ou em outras instituições.

As explicações afetivas para o aprendizado adulto, discutidas anteriormente, mostram que os caminhos traçados pelos adultos são largamente determinados pelas suas experiências acabam por gerar situações em sala de aula de resistência à socialização com os L2/LE. Essas situações acabam por dificultar a realização das principais necessidades do ser humano, conforme descreve Moskowitz (2000):

Si tuviera que hacer una lista de las necesidades más universales y profundamente arraigadas que tenemos, pondría en los primeros lugares la necesidad de que nos escuchen, la de ser aceptado, la de ser comprendido, la de que se preocupen por nosotros y la de tener relaciones positivas y gratificantes. Para la mayoría de nosotros estas necesidades no se satisfacen suficientemente. Por eso cuando los ejercicios del aula sirven para satisfacer estas necesidades humanas universales, el aprendizaje resulta muy gratificante y divertido (MOSKOWITZ, 2000, p. 198).

Muita gente pensa que o idoso é um “velho”, mas não é bem assim, ele é um ser humano que necessita de cuidados especiais, não só da família, amigos, mas também da sociedade. Será que muitos pararam para pensar na quantidade de informação que um idoso pode ter guardado ao longo de sua vivência? O idoso tem muito a ensinar aos mais jovens, e podendo passar as suas experiências eles se sentem muito importantes.

O conhecimento da velhice e de como ela se apresenta no contexto brasileiro atual, portanto, permite novas ações no campo sócio educacional, é o que tem feito o Centro de Línguas Celig, juntamente com a Universidade Aberta Terceira Idade (Neati). Nesses conceitos de aprendizagens significativas, eu como docente, me coloco no papel de mero aprendiz e junto com os alunos, vamos construindo diversos saberes.

Referências Bibliográficas

          Acherman, S; Zuroff, D.C.& Moskowitz. D, S (200). Generavity in midlife in Young b adults: Links to. Commuión, and subjective well-being. (On-line ). Abstract from. PsycINFO.       Item 2000-03124-002

NERI, A.L. (org.). Maturidade e velhice: Trajetórias individuais e socioculturais. São Paulo: Papirus, 2002.

NERI, A.L.; FREIRE, S. A. (org).E por falar em boa velhice. São Paulo: Papirus, 2000. NETO, M. P. O velho livro novo. Seminário da disciplina Qualidade de Vida do mestrado. Unimep, 2001.