Aprender é (re)significar Informações

Por Marco Antonio Amaral | 09/02/2008 | Educação

O ato de aprender é um processo contínuo que se dá de diferentes formas. A partir da própria experiência, com parceiros mais experientes, ao sentir, se relacionar, experimentar, refletir, estabelecer vínculos, interagir com os outros e com o mundo,no diálogo, ao divergir ou convergir, pela necessidade ou pelo interesse em alcançar determinado objetivo, pelo hábito, pela repetição, pela motivação, pelo prazer, quando é desafiado, quando concatena o que é sensorial, racional, emocional, pessoal, ético e o social de forma que estejam equilibrados.

Aprende certamente, quando observa que a informação antes desconexas, dispersas, se integram ao contexto e passam a ter sentido num movimento permanente de (re) significações.

Os autores continuam o embate sobre o aprender, acerca da aprendizagem a luz de teóricos como: Piaget, Vygotsky, Montessori, Paulo Freire, Ausubel, Decroly, entretanto me detenho agora em Carl R. Rogers, escritor de Liberdade para Aprender que aborda a aprendizagem sobre duas perspectivas, duas espécies gerais; a saber: a aprendizagem de sílabas a que ele define como sem sentido, donde não há significado algum aprender sílabas desconexas e a aprendizagem experiencial que é "plena de sentido" e expressa "algo significante" (Rogers, 1977, p. 19 e 20).

Ele aponta que se observarmos atentamente, aprender por meio de sílabas é tarefa difícil pois; o que por exemplo, representa as sílabas pi, ro, ma, be, etc para alguém que está em processo de aprendizagem?

Que significado têm estas representações se, uma vez aprendidas logo são esquecidas?

Por outro lado, imaginemos uma criança que toca em uma tomada. Ao sentir o impacto da descarga elétrica compreende de forma autônoma o significado da palavra "choque".

Na verdade, aprende a partir do contexto, por meio da própria experiência, torna-se capaz perante a necessidade de estar atenta, pois pode sofrer outro impacto diante de objetos semelhantes se não estiver vigilante, se não perceber eou assimilar a ameaça (Rogers, 1977, p. 161).

Perceber-se aprendente significa rever os diferentes momentos em que entendeu ter apropriado conhecimentos relevantes especialmente, no exercício do magistério.

Recordo que ao trabalhar com um software educacional denominado Régua e Compasso percebi que ao construir a figura geométrica do octógono fui relembrando os conceitos os quais julgava haver aprendido no passado e neste momento me encontrei aprendente ao mesmo tempo me remeti aos estudos de Carl Rogers (1977) pois estava envolvido no que o autor denomina instrução programada.

Estar mergulhado nesta atividade representou perceber e vivenciar a aprendizagem significativa de levá-la a efeito de forma diferenciada uma vez ela estava relacionada com objetivos próprios.

Desta forma, quando o aprendente consegue de maneira autônoma executar uma atividade que antes não lhe era possível dado a ausência de conhecimentos, "faz do próprio processo de aprendizagem uma contínua abertura à experiência e à incorporação, dentro de si mesmo, do processo de mudança" evidencia-se no mundo moderno a aprendizagem socialmente mais útil (Rogers, 1977, p.164).

Referências:

ROGERS, Carl R. Liberdade para aprender. Interlivros. Belo Horizonte. 1977. 330p.

MORAN, José M. Caminhos para a aprendizagem inovadora. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica, 12ª ed. SP: Papirus, p.22-24

MORAN, José M. As múltiplas formas do aprender. Disponível em <http://www.eca.usp.br/prof/moran/positivo.pdf> Acesso: 10.out.07.

SANTOS, Rodrigo F. Aprendendo à Aprender. Disponível em <http://sitedepoesias.com.br/poesias/9708> Acesso: 10.out.07.

GIESTA, Nágila C. Professores de licenciaturas: concepções sobre o aprender. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/23/textos/0836t.PDF. > Acesso em: 10.set.07.

BRANDÃO, Norma L. Tradicional ou moderno: você decide! Disponível em: <http://www.clicfilhos.com.br/site/display_materia.jsp?titulo=Tradicional+ou+moderno%3F+Voc%EA+decide%21#Linha%20tradicional> Acesso em: 10.out. 07.