Aprendendo a caminhar...
Por Virginia vicamf | 20/12/2012 | CrescimentoAtualmente tem sido falado com freqüência sobre o medo em seu aspecto negativo, no entanto o medo é essencial pois auxilia-nos a perceber os riscos e a evitar os percalços inerentes à vida .
Por volta dos seis meses de idade a percepção de medos, sinais de perigo, são percebidos pelas crianças em desenvolvimento adequado, esta no decorrer da primeira infância passam por diversas fases de medo (diversos) que necessitam da compreensão dos pais e adultos que as cercam pois estas fases bem trabalhadas favorecem a aprendizagem do respeito às situações que ponham em risco sua integridade física e o discernimento entre medos reais e fantasiosos. Há crianças mais “medrosas” que necessitam de cuidado e estimulo para vencer os desafios normais da vida, se bem cuidadas, orientadas através da experiência, irão adquirindo e auto confiança suficiente para vencer obstáculos e relacionar-se com seus semelhantes qualitativamente . Caso contrário se super protegidas ou criadas por pessoas medrosas e ou descuidadas podem levar por toda uma vida resquícios que afetarão sua realização nas diversas áreas que abrangem uma existência humana. Muitos dos quadros que envolvem “doenças” psicológicas e somatizações, tem suas raízes nestas fases e carecem de cuidado especializado.
Sem o medo em seu sentido positivo o homem não sobreviveria, o corpo dá sinais ante a situações ameaçadoras. Diante de riscos eminentes a adrenalina entra na corrente sanguinea , esta substancia nos coloca em estado de alerta , no entanto não podemos viver constantemente “adrenalinados” , no entanto há pessoas viciadas nesta substância, buscam desafios compulsivamente o que gera estresse ( adrenalina em excesso é tóxica ) . Não são poucos os que para fugir do confronto com sua subjetividade preferem estar neste estado. Geralmente são inseguras, mas desconhecem que o são. Arriscam-se no transito, buscam esportes radicais, exibindo um excesso de autoconfiança, para compensar frustrações, e outras emoções reprimidas. Suas atitudes imprudentes, auto destrutivas, assim como colocam suas vidas em risco tornam-se ameaças com as quais temos que lidar cotidianamente.
O autoconhecimento favorece e o respeito aos perigos eminentes sem tornar o indivíduo paranóico, creio que o termo cuidado de si é apropriado.
Respeitar as limitações impostas pela idade é outro ponto que merece atenção, a não aceitação do envelhecimento “ negação” inclusive de que a estrutura óssea já não é a mesma, tampouco os reflexos e isto por orgulho, baixa auto estima, imaturidade enfim, tem contribuído para o aumento de quedas de idosos que não fazem uso de apoios recomendados, bengala, apoio nos banheiros, etc. Estes acidentes provocam fraturas severas , padecimento do paciente e de seus familiares que poderiam ser evitados.
Outro exemplo são os excessos de esforços por um corpo “ sarado” que tem provocado infartos em pessoas de meia idade. Inúmeros cardiologistas entre outros profissionais da saúde afirmam que caminhar é ainda o melhor exercício e, não tendo condições de fazê-lo, exercitar-se dentro d´água é aconselhado bem como os alongamentos são indispensáveis sem falar nas técnicas de respiração que parece obvio, mas ainda pouco utilizadas talvez pela sua simplicidade e gratuidade.?...
- Aqui abro um grande parágrafo se o leitor já achou o texto longo pois não está acostumado a leitura, recomendo saltá-lo e ir ao final se é que até aqui a leitura os trouxe Se o ser humano fosse mais “prudente”, tementes a natureza “Deus”= Natureza na concepção do filósofo Espinosa com a qual me identifico, saberia respeitar limites tais como de consumo, de velocidade, de satisfação imediata dos desejos e daria mais atenção ao duelo de forças contrárias e complementares que habitam seu interior, segundo S. Freud Eros e Thanatus ... Infelizmente ainda a humanidade resiste em mudar padrões de comportamento que por preconceitos rejeitam conhecimentos advindos de intelectuais, sabedorias de filósofos pré socráticos, homens de visão de diversas culturas e os ensinamentos oriundos dos povos ditos primitivos pois vivem consoante a lei da natureza com respeito e veneração ao sagrado que rege a tudo e a todos. Nós “urbanóides” ( O mal estar da civilização de Freud é uma obra não para especialistas e sim uma contribuição para toda e qualquer pessoas que tem interesse sobre o que nos leva a tamanha perversidade) fracionados, infantilizados precisamos de leis ditadas por representantes “ do cuidado do Pai” mais para “Paidesastro” o Governo, que nos cobra exorbitantes tributos para “cuidarem” de assuntos que são, deveriam ser , de nossa responsabilidade. O pior é que a verba ganha com suor e trabalho honesto ( sadomasoquistas nos tornamos) geralmente não são utilizados para nosso benefício, sei que estou repetindo o que todos estão cansados de saber...Mas sabem mesmo? Porque quem sabe muda , conhecer é fazer diferente ! Retornando , o Governo através de ardilosas manobras, auto propaganda enganam ( porque gostamos de sermos iludidos também) e suas ações não vão nas raízes dos problemas, não por que não sabem o que e como fazer mas porque não lhes interessa uma população de cidadões maduros, que respeitam a si mesmos e ao outros, que investem em conhecimento e não em mercadorias ! ( e como andam estimulando o consumo e o endividamento da população prometendo crescimento econômico e por acaso ocupam-se da qualidade de sono, tranqüilidade, bem estar real, saúde psicológica, educação integral que libertar da hipnose coletiva ? -
Finalizando como é em tempo de Natal , aniversário de Jesus de Nazaré , um judeu, revolucionário dotado de grande visão, desejos aos desavisados dizer que Papai Noel não existe foi uma grande jogada ,inicialmente para seduzir os pagãos e depois virou jogada comercial que pegou ( porque adoramos soluções mágicas) expandindo-se pelo globo terrestre .
O que me consola é relembrar que nós ao aprendermos a andar logo pusemo-nos a correr, após “tombos” sucessivos aprendemos, através da dor, enfim a CAMINHAR !