Aparente Transparência
Por Cristina Ukan | 22/02/2010 | PoesiasAparente Transparência
Não existem palavras, nem gestos, nem sons, nem o próprio silêncio...
não há o que traduza, não há o que possa refletir, não há!
Não a olho nú,
não a propósito, não simplesmente,
o sentimento que está guardado, reservado, trancafiado
à 7 chaves do íntimo, no oculto, no escuro,
no grande espaço do coração.
Somente a perspicácia de poucos, a sensibilidade, pode alcançar.
Está instransponível, inatingível, ninguém pode perceber.
Há quem deseje descobrir, existirão possibilidades, chances, quais as hipóteses??
sim, existe somente uma forme de expressar:
Olhe bem dentro dos meus olhos,
e observe,
através da aparente transparência,
de que minha vida é um livro aberto.
Mas, leia as entrelinhas,
observe a resenha do artista,e descobrirá quem eu sou.
Parece estar tudo claro, nítido, exposto,
na aparente transparência,
mas oberve, preste atenção.
Eis aqui a chave do segredo,
eis aqui a minha vitrine,
não olhe apenas superficialmente,
não olhe a casca, não olhe a face,
olhe direito,
olhe nos olhos,
nestes olhos verdes que traduzem o íntimo,
o que há de verdadeiro,
o melhor e o pior sentimento,
só nos olhos poderá descobrir.
Não se engane, não me engane,
apenas olhe nos olhos, e descubra o que estou sentindo.
Aquilo que meus lábios não ousam falar,
aquilo que meu peito faz disparar,
mas que minha aparente transparência
não deixa revelar.
Olhe nos olhos, e verá!