Apaixonante desconhecido

Por Alyck Lanessa | 10/10/2013 | Crônicas

    As coisas vão bem e vou lhes contar o que tem me acontecido. Há dias essa aprasível me rodeia, sinto ilhado pelo seu ser que me traz uma deleitação ingenua, um olhar jamais visto por arredores. Talvez uma ação simulada, mas como simular aquela rutilância de arder os olhos? talvez deixe-a me cegar.                           Me persuade como ninguém. Eu fico sempre aqui distribuindo alguns boas noites, á ela distribuo balsas em olhares. Como gesto ensaiado ela toda noite passa pelo quarteirão, põe-se a mirar a vista não sei se a mim ou a esse inúmeros cartazes espalhados ou aos manequins ou aos outros que também lhes olham, contudo, crio que é para mim, estou estonteado. É como se todas as noites ela libertasse minha alma.                                                                       Sempre tive uma infinita busca pelo prazer da felicidade e mesmo sendo totalmente acima de minhas posses, essa mulher de beleza sutil alegra-me a vida. Mas o que vem a importar é que quero somente o levíssimo prazer de deseja-la, quero manter a falta de conhecimento, quero olha-la fixamente  por instantes e fingir saber quem ela seja , quero; cria-la, apaga-la, refaze-la, recorta-la. Quero ser feliz com aquela moça em poucos segundos, á metros de mim. Quero correr o perigo de estar ou não atraente quando ela passar. Quero ter a vontade inexplicada de ouvi-la.                                           Não á quero, quero apenas tonar duradoura essa clandestina felicidade... Felicidade a tal que não deve ter quem á tem.