Aos filhos, netos e agregados: Feliz 2010!
Por Romano Dazzi | 13/12/2009 | Crônicas
128 - CAROS FILHOS, NETOS E AGREGADOS,
de Romano Dazzi
Vai chegando o fim do ano, e é a hora de puxar as somas.
De nossa parte, acho que nunca estivemos tão ricos quanto agora.
Nosso patrimônio aumenta, nossas ações – e as obrigações também - valem cada vez mais. Isto é bom; é muito bom.
É claro que não estou falando em termos econômicos e financeiros, pois aí somos um verdadeiro desastre, um fracasso total.
Nossos filhos estão levando a vidinha deles, e devemos a vocês, os agregados, a satisfação e a felicidade que eles ainda conseguem encontrar, no meio das cem dificuldades e contratempos do dia a dia.
Nossos netos, dos dois lados do mar, têm trazido alegrias ao nosso coração.
Recebemos a benção de uma bisneta e de dois bisnetos – nós que temíamos não ter tempo de ver nem os netos crescendo.
Nós que estivemos sempre em dúvida sobre o nosso futuro, tivemos o tempo de ver ano a ano, o crescimento dessas pessoinhas todas, que são hoje o verdadeiro coração da família, as jóias da coroa..
Algumas podem não brilhar muito, porque ainda estão em fase de polimento – mas são verdadeiras, genuínas – e é isso que vale.
A cada passo estamos juntando um diamantezinho à nossa já rica coleção.
Bijuterias estragam logo, perdem o brilho emprestado, enferrujam, amassam; em pouco tempo tornam-se quinquilharias.
Mas em vez disso, encontramos, a cada passo, em cada um de vocês, uma nova faceta e um novo brilho. Parabéns.
Porém, guardar cada um de vocês no coração, é empreendimento difícil.
Esperamos não decepcioná-los e dedicaremos todos os dias um bom pensamento a cada um.
É claro que nem tudo são flores.
De vez em quando, alguém se espeta em algum espinho.
Estes fazem parte da vida, e nunca conseguiremos nós, pais e avós, adotivos ou não, evitar que algum dedinho sangre, de vez em quando.
Lembrem-se que, enquanto estivermos por aqui, podemos dar um alívio.
Água oxigenada do vovô e algodão da vovó, sempre deram resultado.
Neste ano, mais ainda que em todos os outros, tivemos a ventura de ter os nossos filhos e vocês, agregados, ligados afetuosamente, bem junto de nós, presentes o tempo todo, prontos para nos ajudar a aliviar , em todos os sentidos, as nossas penas momentâneas.
E digo momentâneas, porque tenho certeza que, de uma forma ou de outra, elas se resolverão bem, no próximo ano, claro que com a competente assessoria de todos vocês.
Ocorre-me que de manhã, no meio da neblina, as coisas aparecem-nos fora de foco e não temos delas uma visão perfeita. O mesmo acontece ao meio dia, quando o sol forte nos ofusca. Mas agora, ao por de sol, as cores são vibrantes, as imagens bem definidas e dá quase vontade de pedir que este momento não acabe mais.
Mas a noite já vem. Enquanto a luz do dia permitir, estaremos com vocês, como vocês têm estado conosco.
Depois entraremos calmamente na alma de cada um, procuraremos um cantinho sossegado e, quando pedirem, acordaremos para ajudá-los. Combinado?
Bom Natal, crianças entre zero e cinqüenta e oito anos. E um feliz 2010.