Anjo da Vida
Por Edson Rufo | 19/03/2009 | CrônicasAmanhecemos.
Dia, clara esperança nova, isso se chama vida.
A turbulência passada deixa rastros e desgosto.
Aprendemos que um sonho também alguém destrói.
Dói.
Mas amanhecemos sem rumo sem sonho.
Avaliamos que tudo que queríamos a vida toda se foi.
Sim, foi uma grande mentira.
Um farça articulada uma simetria.
O laço quebrado historia interrompido.
Somos vida somos anjo somos luz
Amanhecemos de todas as maneiras
E queremos de todas as formas.
Anjos que voam perdidos no céu
Anjos que pairam plumando no ar
Anjos fingidos de risos.
Anjos da vida, mentidos
Amanhecemos certo de que nada é verdadeiro
A palavra o abraço o riso o amor.
Sabemos que tudo é uma grande arte.
A arte de enganar de articular
A arte de disfarçar, a arte de encenar.
A arte de dissimular, a arte de combinar.
A arte de desfazer, a arte de nunca crescer.
Amanhecemos frios e sem sorriso
Ávidos de gloria e sem sinal
Apanhamos a fé como historia
Mas mentimos a arte de acreditar.
Somos anjo vestidos de realidade e de maldade
Somos anjos do bem e anjos do mal.
Mentimos e maltratamos
Minha alma é solida e concreta.
Nada deixar acontecer por acontecer
Muito menos entender que a maldade existia sempre.
Olhos que fechei para não absorver
Amanheceu e eu não acreditei
Que não era você quem me conheceu.
Olhos que eu não abri, mas sempre senti
A presença de alguém.
Amanheceu, um anjo da vida
Que por ironia trocou a historia por fantasia.
Amanheceu a realidade e o disfarce caiu
Amanheceram, anjos sem asas
Anjos que não são da vida
Anjo que nunca existiu
Edson Rufo