Anestesia litúrgica ou amputação á moda antiga?

Por Editora Naós Naós | 03/11/2009 | Religião

 

Anestesia litúrgica ou à amputação moda antiga?


VEM AMPUTAR, VEM!!!!!

Mt 5.29: Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. 


Anestesia litúrgica ou extração sem anestesia?


Impossível contornar os tropeços. Carregamos em nosso corpo pelo menos 5 vias de acesso para quedas e micos espirituais. A visão, a audição e o tato chamam a nossa atenção para a sugestão maliciosa. A soberba, o apetite sexual, a inveja, o egoísmo, o ressentimento, a ira e a ambição oferecem lenha para a fogueira das sugestões mais incendiárias. Somos seres altamente inflamáveis.

A religiosidade oferece compensações e bálsamos litúrgicos: Para a boca que amaldiçoa, o alívio passageiro do louvor. Para a mão que acusa, sugere que sejam levantadas ou aplaudam a Jesus. Para quem está muito amargurado deve provar a unção do riso. Esta religião oferece tempo de garantia para as sensações provenientes de todo este malabarismo. Dura até acabar e geralmente acaba no amém final.

A expressão arranca-o utilizada no texto não parece sugerir nenhum tipo de anestesia, a menos que seja induzida por um gancho de direita no queixo. O importante não é aliviar a dor, mas eliminar a causa, que geralmente é o pecado. Cá entre nós, o pecado é tão gostoso que deixá-lo mais parece uma amputação sem anestesia.

É como fechar a boca para os gordinhos, evitar o boteco para o pinguço e o Shopping para o consumista. 

Muito Cruel!

Nestas horas não tem lugar para TI! TI! TI! nem NHÉ! NHÉ! NHÉ!

Tentativas de libertação, que não envolvam amputação, produzem apenas uma cura exterior. Verniz em casca grossa não mata cupim. O mal está enraizado em camadas mais profundas do ser. É preciso disposição para atitudes extremas, como passar pelos agonizantes momentos de crise de abstinência.

Quer uma palavra de incentivo? Pois então segura esta: Ou decepar a intriga entranhada na língua, a maldade do olhar e o mau costume da mão boba ou então passar a eternidade fritando este cardápio em molho de verme e enxofre para comê-lo com choro e ranger de dentes.

Ubirajara Crespo
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