Andarilho

Por Rodrigo Dobkowski Mandryk | 31/10/2016 | Poesias

Andarilho

Por muitas terras eu andei
Muitas belezas avistei
E avistando degustei
Mas por aqui parei.

Em muito acreditei,
Desilusões colecionei
Cansei
E por aqui parei.

O meu peito, enfim, doeu
E um muro se ergueu
Proteger de quê? Sei eu?
Mas algo em mim sofreu.

Sofreu de andar
Sofreu de olhar
De falar sofreu
Até que, então, percebeu.

Percebeu que fingi!
Fingi amar
Fingi andar
Então não me movi?

Por meu rosto
Uma lágrima desceu
E em meu peito tudo estremeceu
Minha visão escureceu
Nem meu pé obedeceu!

Como pude parar
Sem um passo, sequer, dar?
Um mundo inteiro existe
A quem quiser se aventurar.

Segui!
Das ilusões fugi
A tudo conferi
Enfim, consegui!

Consegui andar
Consegui viver
Consegui correr
Consegui sentir

Agora sigo
Um dia de cada vez
E se alguém perguntar...
Diga que por aqui parei
Agora sigo por ali.