Andarilho homérico

Por Dan Balan | 16/02/2017 | Literatura

No que concerne ao fato aludido por Auerbach, em sua distinção entre o épico grego e o hebraico, de Homero ser um mentiroso - “As que nos contaram Hesíodo e Homero - esses dois e os restantes poetas. Efetivamente, são esses que fizeram para os homens essas fábulas falsas que contaram e continuam a contar”, diz Sócrates, em “A República”, de Platão - pode ser bastante relativizado. Se a promessa do Deus dos hebreus tornava imprescindível a veracidade factual dos heróis do passado, para o passado lendário, no caso da épica homérico essa não pode ter apenas um caráter de ficção, haja vista que Sócrates foi condenado por corromper a juventude. No entanto, não me sinto autorizado a entrar num terreno de tão difícil problemática, acerca das distinções teológica de culturas estranhas umas às outras. Mas Homero, quando invoca as Musas, simplesmente se deixa falar por elas, tal como uma revelação. O fato é que, segundo Ford, a invocação das Musas pelo aedo buscava conferir um sentido de “verdade” que marcadamente caracterizava a forma da poesia épica, porém, não só ela.

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