ANÁLISE
Por Nilma Marques Coelho | 30/07/2013 | FilosofiaÉ um sonho.
Incendiar é oposto do que quero.
Você nunca ouve nunca.
Eu controlo.
Fecho os olhos e só vejo...que ninguém pode me ferir.
Todos os olhares estão em tudo e no nada.
É o meu sangue.
Está nebuloso hoje.
Eu fiz as chamas dançarem.
Preciso estar no controle.
É só algo que sinto.
Algo que...é difícil explicar...você é criança e percebe como o -
oceano é poderoso.
Você entra e à água é calma...você a segura nas mãos...mas --
ela escorre entre os dedos.
E você pensa.
Qual será a força dela ?
Sentindo-me corajosa...eu mergulho...no abismo.
E quando me viro...todo mundo que deixei na -
praia...parece estar longe demais para ajudar.
E quando ela me atinge...essa onda...essa corrente for--
te...que me fez mergulhar, me empurra para o fundo...me-
segura lá embaixo...imobilizada embaixo de algo que parece --
tão forte.
Algo que você não consego controlar.
Tudo o que posso fazer é aguentar e lutar...mas quan-
to mais luto, mais cansada fico...meus pulmões, minha -
garganta pulsa...deixo isso tomar conta de mim.
Sinto essa...força...aparentemente benigna, mas ela...
pode me consumir e destruir.
O que tem dentro de mim é forte...de formas que ninguém ---
consegue compreender.
É essa ressaca escura, que não consigo deter.
Há algo poderoso, obscuro que realmente está me controlan-
do.