Análise - Etherlords (Jogos de Estratégia)
Por Felipe Barros | 22/10/2009 | TecnologiaNão é um cenário incomum: uma reunião de produtores de jogos eletrônicos discutindo seu próximo projeto. Em um dado momento, alguém tem uma idéia genial - por que não misturar dois populares jogos em um só? No caso de "Etherlords", os títulos são "Heroes of Might & Magic" e "Magic: the Gathering". Infelizmente, algumas vezes essa mistura acaba sendo mais atraente na teoria do que na prática. Em "Etherlords" você controla uma série de heróis com poderes mágicos em missões de conquista por um grande mapa, movimentando-se em turnos. Essa parte do jogo não esconde uma clara admiração pela série "Heroes", da New World Computing, inclusive na maneira de recrutar os heróis e movê-los pelo terreno. A diferença está no sistema de batalha, que é uma cópia clara dos jogos de cartas colecionáveis: o seu lutador traz uma série de magias na forma de pequenas cartas tiradas aleatoriamente de um monte. Tanto sorte quanto estratégia acabam se tornando elementos importantes para se vencer as batalhas. Uma vez mergulhado no mundo fictício de "Etherlords", você terá de completar longas missões (elas demoram HORAS cada uma), sendo que uma boa parte do tempo é gasta em duelos de magia. A mecânica é simples: você tem um indicador que representa quanto poder mágico seu herói tem para gastar. Essa quantia é investida nas cartas, tiradas aleatoriamente do baralho pré-escolhido. Você nunca ataca diretamente o oponente e vice-versa: é necessário invocar criaturas para tal. Elas também podem ser usadas defensivamente. Fãs de "Magic" perceberão as semelhanças com o jogo de cartas da Wizards of the Coast. Só que adaptar esse sistema clássico para algo mais dinâmico traz alguns problemas: a simplicidade das cartas é óbvia, e o ritmo do combate, assim como as respostas do oponente computadorizado só reafirmam a artificialidade dessa luta. Visualmente, o jogo utiliza gráficos 3D com bastante competência... mas sem muita necessidade - não existe nenhuma razão para não usar ilustrações bidimensionais. O resultado final é competente, mas não exatamente o que os consumidores dos dois produtos que inspiram "Etherlords" esperariam. O game falha em pegar apenas os melhores aspectos dos mundos em que se inspira, provando que essas duas licenças não se misturam, como água e óleo. Mas os fãs indisputáveis desse estilo de jogo podem curtir esse elemento hardcore. Frustrante? Sim. Mas "Etherlords" definitivamente é um verdadeiro teste de estratégia, planejamento e sorte que sucede em medir a perícia do jogador.