ANÁLISE DOS PRAZERES NO FILEBO
Por Arlindo Nascimento Rocha | 15/12/2012 | FilosofiaArlindo Nascimento Rocha[1]
“Os prazeres nos trazem inúmeros impedimentos, perturbam as almas em que habitamos com a sua loucura, e impedem, desde o início, que venhamos a ser, e destroem a maior parte dos nossos filhos, produzindo esquecimento e descuido...” [Filebo, pág. 195. 63e]
RESUMO
O presente artigo debruça sobre a Obra platônica “Filebo”, especialmente na análise dos prazeres como elementos fundamentais na constituição da vida feliz do homem. Porém, não poderei fazer uma análise original, completa e profunda da Obra. Contudo, enfatizarei, ainda que sucintamente, “os diferentes graus de valor do prazer; a classificação dos prazeres: os falsos, os Mistos e os puros”, como conceitos chaves para conseguir o meu propósito, que é analisar os prazeres na Obra Filebo de Platão.
Por último, concluirei o artigo, sintetizando tudo o que foi escrito e emitirei a minha opinião sobre o assunto em estudo e indicarei as fontes que utilizei como material suporte para a minha pesquisa.
Palavra-chave: Filebo, prazeres, vida feliz.
ABSTRACT
This article focuses on the platonic Work "Philebus", especially in the analysis of pleasure as fundamental elements in the constitution of man's happiness. However, I can not make an original, deep and full analysis. However I will emphasize even briefly, "the different degrees of that pleasure; the classification of pleasures: the false, the Mixed and pure" as key concepts to achieve my purpose, that is to analyze the pleasures in the Plato Work Philebus.
Finally, I will conclude the article, summarizing everything that was written by me and will state my views on the subject under study and I will indicate the sources that I used as support material for my research.
Keyword: Philebus, pleasures, happiness.
1. Introdução
A discussão existente no Diálogo “Filebo[2]” sobre a falsidade ou a veracidade do prazer, ocupa um lugar de destaque, que muitos estudiosos desta Obra tem se debatido, na tentativa de resolver esse paradoxo aparentemente insolúvel. A interpretação contemporânea centrou-se principalmente na questão da análise do prazer, especialmente a dos prazeres falsos, deixando de lado a interpretação global da Obra.
Embora não sendo um conhecedor profundo da obra platônica, um hermeneuta comprometido, o contato efetivo com a obra Filebo, durante as aulas de Filosofia Antiga na PUC-Rio, sob a orientação de Professora Maura Iglésias e as discussões motivadas pelas ambiguidades existentes na obra, fizeram com que iniciasse uma investigação pessoal, na tentativa de trazer a minha humilde contribuição.
Embora não tendo como pretensão, propor uma interpretação alternativa inédita, ou resolver o dilema definitivamente, que como se sabe tem dado imenso trabalho e motivado diferentes interpretações, meu objetivo principal é de sistematizar algumas informações que acessei através do estudo da Obra, da investigação e da leitura de outras obras e artigos versando sobre o mesmo tema e assunto.
No diálogo, o tema central da discussão é a questão do prazer, da sabedoria e da importância para a felicidade do homem. Mas, são abordados outros temas como a questão do Uno, dos múltiplos, do finito e do infinito, da verdade e da opinião, dentre vários.
Nesse realizarei uma análise, ainda que incompleta da questão do prazer na Obra Filebo, fazendo a ponte entre os comentários resultantes do estudo da obra ao longo das aulas de Filosofia Antiga, e uma análise comparativa entre alguns comentadores, procurando introduzir minhas próprias ideias, justificando com base no estudo que tenho feito sobre o tema.
Começarei por aflorar algumas informações sobre o filósofo, a obra e analisarei os diferentes graus de valor do prazer e a sua classificação (falsos, mistos e puros) e por último farei a conclusão e emitirei minhas opiniões pessoais.
- 2. O Filósofo
Segundo a afirmação do matemático britânico Alfred North Whitehead “Toda a filosofia ocidental é uma nota de rodapé à obra de Platão.” é certamente um exagero, o que não significa que seja absolutamente falsa. Não há dúvida que Platão exerceu e exerce atualmente muita influência sobre o pensamento ocidental. A grandeza de suas ideias escapa ao domínio da filosofia. Após a morte, suas doutrinas entraram na corrente sanguínea do cristianismo, repercutiram no judaísmo e no Islã, geraram inúmeros seguidores e detratores e, de uma forma ou de outra, ainda marcam profundamente a maneira como encaramos o mundo.
Por isso, sua obra, ainda hoje é uma joia da literatura de todos os tempos e um monumento filosófico de valor eterno. As questões postas, dizendo respeito á conduta ética e política dos atenienses, ao seu comportamento como indivíduos e em sociedade, gozam da maior pertinência vinte e quatro séculos depois. A sua finalidade é sempre a busca da verdade por meio da dialética.
Na grande maioria dos diálogos, a figura central é Sócrates, que interroga, argumenta e discute com um vasto leque de personagens, na maioria dos casos sofistas ou figuras que representam a estrutura da cidade. Alguns deles são expressamente dedicados ao mestre, quer para contar o processo de que foi alvo e a sua defesa em tribunal (Apologia), quer a sua permanência na prisão (Críton), quer os últimos momentos antes de beber a cicuta (Fédon).
A coleção das obras de Platão compreende trinta e cinco diálogos e um conjunto de treze cartas. Os seus diálogos podem ser considerados dentro de quatro períodos[3] distintos: (I) Diálogos considerados de juventude ou socráticos, até cerca de 390 a.C. (antes da morte de Sócrates); (II) Diálogos ditos de transição; (III) Diálogos de maturidade (escritos provavelmente entre 387 a.C. e 368 a.C.); (IV) Diálogos considerados de velhice, onde se inclui uma das obras mais polémicas “Filebo”. Este diálogo e que tem suscitado diversas interpretações os longo dos últimos 60 anos, motivadas principalmente pelo debate, acerca do prazer, ou seja, sobretudo os falsos prazeres onde a questão “como as dores e os prazeres podem ser falsos?”, animam o debate entre Sócrates e seus interlocutores, nomeadamente Filebo e Protarco.
Devido à importância da obra platônica, que segundo a escola de Tubingem-Milão, possui “três paradigmas hermenêuticos” a saber: além daquele que nasceu com Platão foi consagrado pelos seus discípulos, os neoplatônicos, que predominou por cerca de um milénio, podemos ainda falar do paradigma formado por Scheleimacher e por último, o paradigma da Escola de Tubingem-Milão, caraterizado por trazer à tona a necessidade de recorrer ao ensinamento oral de Platão para entender adequadamente, ou seja, do ponto de vista histórico e do ponto de vista doutrinal o conjunto de seus escritos.
- 3. A Obra
O Filebo (Φίληβος) é um diálogo platônico que discute o papel do prazer e inteligência na vida conduzida pelo bem, e é considerado um dos últimos diálogos de Platão. O estudo da obra Filebo, sofreu uma grande explosão interpretativa nos últimos 60 anos. Foram feitas várias traduções, sendo uma das últimas, a de Fernando Muniz, e publicados vários artigos procurando debater as passagens mais polémicas da Obra.
É certo que, depois de um período de abandono, uma das primeiras traduções foi de Marsílio Ficínio na renascença, porém após esse episódio a Obra caiu de novo no esquecimento devido a grande dificuldade de interpretação, tendo sido comparado por R.B. Bury como um carvalho nodoso, retorcido, composto por ramos abruptos, entre ciprestes e pinheiros, quando comparado com os outros diálogos platônicos.
Devido essa grande dificuldade interpretativa, os comentadores contemporâneos, centraram-se em fragmentos isolados e, desde o século passado a Obra vem sendo marcado por várias tendências interpretativas: (i) a análise do prazer, especialmente a dos prazeres falsos; (ii) interpretação a partir de uma suposta doutrina esotérica; (iii) a crítica e consequentemente rejeição da doutrina das formas “possibilidades de uma mudança radical no pensamento de Platão”; (iv) reação a essas três tendências. As dificuldades começam desde as primeiras falas e colocam em dúvida qual seria a questão central do Filebo, mas de facto a conclusão unanime é que o prazer é o protagonista da cena do diálogo, tendo em conta que mais da metade do diálogo é dedicado à classificação dos prazeres. (31a-55ªa).
A dúvida é saber que lugar o prazer ocupa na vida humana, para isso, essa discussão se desdobra nos seguintes movimentos: (i) dilema: vida de prazer ou vida de conhecimento? (11ª-16b), em que Filebo, afirma que o prazer é o que é bom para todos os seres vivos, fato esse que é contrariado por Sócrates, que afirma que a inteligência e o pensamento são melhores que o prazer; (ii) o problema do um e do múltiplo (14b-22b), onde Sócrates propõe contrariamente a Protarco, uma versão não vulgar, apontando unidades que nem vêm a ser, nem deixam de ser; (iii) o método prometeico, marcado por dois novos traços: uma nova ideia de rigor (as divisões parecem requerem uma exatidão numérica) e nova terminologia (péras, limite e ápeiron, ilimitado), (iv) uma Ontologia dos quatro gêneros (22c-31b) em que a competição entre o prazer e o conhecimento é elevada a questão de qual dos dois determina a Vida Boa enquanto mista e qual deles seria a causa dessa mistura. Os quatro gêneros seriam: Ilimitado (ápeiron) todas as coisas sem medidas ou graus definidos; limite (péras) o que impõe limites ou graus definidos ao ilimitado; Misto, (Meiktón) todas as coisas que contém grau definido, bom tempo, beleza e força física etc, e Causa (aitía) razão divina ou humana, responsável pelas belas combinações do ilimitado com o limite; (v) Classificação dos prazeres (31b-55c) em que é analisado do ponto de vista da sua natureza (gênero das coisas infinitas ou indeterminadas) e do ponto de vista de sua génese (gênero das coisas compostas do limite e do ilimitado); (vi) O problema dos prazeres falsos, em que o problema reside em determinar o que significa dizer que um prazer é falso. Diante da perplexidade de Protarco, Sócrates apresenta uma serie de argumentos para justificar a existência dos prazeres falsos: primeiro a dos prazeres falsos de antecipação (36c-41ª), a segunda, os prazeres e dores que são falsos por terem suas grandezas mal avaliadas (41ª-42c), terceiro, a dos prazeres que se confundem com a ausência de dor, não sendo genuinamente prazer (42c-44b); quarto, os falsos prazeres por serem impuros, ou seja, dependente de qualquer deficiência, que por definição, é dolorosa (44c-50e); (vii) Classificação dos conhecimentos (55c-59c) em que o grau de pureza para distinguir os prazeres é critério na classificação dos conhecimentos, trata-se de investigar se há um conhecimento mais puro que outro conhecimento (56b); (viii) Revisão e julgamento final (59c-61c), onde a questão sobre quais os conhecimentos e prazeres pode entrar na composição da Vida Boa é respondida. Por meio de um interrogatório imaginário, em que o prazer escolhe conviver com os conhecimentos verdadeiros e puros, por outro lado, o conhecimento também prefere os prazeres verdadeiros, mas rejeita os maiores e os mais intensos.
Com isso, estabelece-se uma hierarquia, em que a medida aparece em primeiro lugar, em segundo a beleza, em terceiro a inteligência e o pensamento, em quarto, os conhecimentos, as técnicas e as opiniões corretas e em quinto lugar, os prazeres puros.
- 4. Diferentes graus e valor do prazer
Para Platão, a felicidade ou infelicidade humana depende da escolha dos prazeres. Para ele a felicidade é o fim último do homem, e a vontade se inclina essencialmente para o bem, como seu objeto adequado, por isso, é preciso estabelecer distinções e graus de valor entre as diversas formas de prazer e atividade intelectual, tendo em conta que, são dois elementos presentes nas suas reflexões. Da exposição feita no Filebo, a problemática dos prazeres mostra um jogo existencial que propõe um problema ético, no que se refere ao prazer e ao intelecto.
Por isso, o diálogo é uma tentativa de estabelecer os fundamentos lógicos estruturais do mundo sensível, da aparência, do devir, presente no mito da Caverna, segundo uma caverna imaginária onde estão os homens acorrentados desde a infância, de tal forma que não podem se voltar para a entrada e apenas enxergam uma parede ao fundo, que compreende a experiência e onde o homem de acordo com as interpretações contemporâneas, ainda se encontra preso a um hedonismo sensual. Porém, resta-lhe a escolha de uma vida austera, onde a racionalidade sobrepõe aos prazeres sensíveis e imediatos, tendo em conta que o ser humano é mistura de intelectualidade e emoções, que se mesclam e se influenciam mutuamente, determinando sua existência.
Assim sendo, é necessário questionar: o que é o prazer? Algo bom ou ruim? Se há prazeres bons, também há prazeres ruins? Ou o prazer é um bem? Se não for um bem, é então algo totalmente ruim?
Espeusipo e Antístenes não aceitavam que o prazer fosse um bem, pois não era um bem em si, o prazer para eles está entre o agradável e o desagradável, portanto, não é um fim. Platão refuta-os, e diz que prazer está no ato de estar repleto, uma busca para satisfazer o desejável tanto para o corpo como para a alma. “Prazer e dor, quando se produzem na alma, são ambos são movimento”. Uma verdadeira contemplação do belo, como por exemplo, ouvir uma boa música, gera um prazer puro, porque não resulta do preenchimento de uma falta. Os prazeres corporais trazem desarmonia nos indivíduos segundo Platão, pois estão ligados ao mundo sensível, onde tudo é fugaz, passageiro e imediato.
A génese do prazer pode ser explicada, optando-se pela distinção entre corpo e alma, o sensível e o inteligível. A análise começa a partir de um princípio de que para cada ideia analisada, deve-se analisar outra que lhe seja contrária. Uma primeira espécie de prazer é analisada através do confronto com a dor “porém jamais poderíamos suficientemente interrogar sob a tortura o prazer separado da dor”, o prazer e a dor nascem no gênero misto. Tanto o prazer como a dor, surgem como afecções corporais, entretanto, existe outra espécie (eidos) - termo grego que significa "forma", "essência", "tipo", ou "espécie "que a alma sozinha pode fruir.
Platão distingue duas espécies diferentes de prazer e dor, mutuamente independentes, podendo nelas serem identificados os bons e os maus prazeres. Examina ainda uma segunda espécie de prazer, gerada de uma expectativa da alma, separada do corpo. Porém, existem sensações em nosso corpo que por serem insignificantes, não são percebidas pela alma, como, por exemplo, o crescimento corporal.
Platão tem por objetivo resolver um problema importante: a verdade e falsidade do prazer. Protarco, seu interlocutor sente perplexo em relação à questão, e questiona: “como os prazeres e as dores podem ser falso?” Esta questão é aparentemente estranha, é impossível que alguém acredite estar sentindo prazer, quando na verdade não está.
Para isso, Platão faz a analogia entre o prazer e a doxa: “ninguém nega que uma opinião pode ser falsa, então, o mesmo pode ser dito do prazer.” Protarco rejeita essa possibilidade, e só admite que as opiniões ou as crenças possam ser verdadeiras ou falsas, e reafirma que jamais poderia admitir a falsidade dos prazeres. Seja qual for à qualificação que lhe for atribuída, ele não deixa de ser um prazer.
Do estudo do prazer e da dor outras conclusões podem ser retiradas, uma delas é a existência de ambos, ao mesmo tempo, no ser humano. Esta coexistência é devida à essência do desejo, que é tendência da alma em direcionar-se ao estado oposto ao estado somático atual que é doloroso.
Com isso, Platão faz a distinção entre dois âmbitos da existência humana que se tornam funcionais para o desenvolvimento do argumento sobre as implicações entre intelecto e prazer na constituição da vida humana feliz. A linha divisória não passa entre corpo e alma, mas entre sensações contrárias, geradas tanto pelo corpo como pela alma.
A conclusão sobre a relação corpo e alma e a tensão entre sensações opostas não poderia ser outra: “O corpo sem a alma, a alma sem o corpo, e os dois juntos, estão plenos de prazeres misturados às dores”.
Com as distinções efetuadas entre corpo e alma, atribuindo a cada o que lhe é próprio, fica evidente que corpo e alma estão implicados mutuamente. Com efeito, o sofrimento que tem origem no corpo precisa da opinião, do intelecto e também da alma para poder ser tal. O desejo ou o prazer que tem origem na alma precisa dos sentidos, até mesmo os prazeres puros que são corporais. Tanto nos prazeres puros, que serão privilegiados na composição da vida feliz, como nos prazeres mistos, corpo e alma estão intrinsecamente ligados, influenciando-se mutuamente no concreto exercício da vida humana.
- 5. Classificação dos prazeres
Popularmente, o prazer é tido como uma sensação de bem-estar físico e intelectual. Uma pessoa pode ter prazer sem demonstrar alegria e vice-versa, mas, socialmente, as pessoas costumam demonstrar alegria ao sentir prazer. O prazer pode ser atingido através de várias maneiras, tais como praticando exercícios físicos, comendo, tendo relações sexuais, escutando música, lendo, conversando, trabalhando etc. A dor, que é, geralmente, tida como oposta ao prazer, pode servir como fonte de prazer para algumas pessoas, num fenômeno conhecido como masoquismo. Já o prazer obtido pela dor de outras pessoas é um fenômeno conhecido como sadismo.
Na seção seis da obra Filebo é reservado ao “exame dos prazeres e dores” (31b-50c). Segundo o diálogo ocorrido entre Sócrates e Protarco, a respeito da natureza do prazer e da dor, da sensação, memória e apetite (31b-36c), há uma variedade de prazeres e dores, que se pode classificar em duas formas, quanto à natureza e quanto à génese.
Do ponto de vista da própria natureza, o prazer é ápeiron, ou seja, está inserido no gênero das coisas ilimitadas, porém, do ponto de vista da sua gênese, o prazer é misto, porque nasce no gênero das coisas compostas do limite e do ilimitado. O prazer pode ser misto, quando associado a dor, ou puro quando não está diretamente ligado a ela.
Os prazeres mistos (associados à dor) dividem-se em três classes: Os primeiros seriam de fonte somática, ou seja, aqueles que preenchem e restauram uma falta física; ex.: os que acompanham a fome e a sede como preenchimento da falta física; Os segundos mistos são psicofísicos, surgem da esperança de restauração da deficiência somática, ou seja, prazeres de antecipação; 6A terceira classe de prazeres mistos, que são puramente psíquicos, p. ex., o prazer do riso na Comédia é estranha mistura de prazer e dor que ocorre apenas na alma.
Os prazeres puros, sem qualquer mistura com a dor, tem a Verdade, a Medida e a Beleza como traços distintivos e podem ser estéticos ou visuais, olfativos, ou derivados do processo de conhecimento.
A abordagem dos diferentes tipos de prazeres permite a conclusão de que a dor resulta da falta de determinada satisfação e os prazeres resultam de uma satisfação ilusória de plenitude, com exceção do “prazer verdadeiro” ligado a contemplação do inteligível, ao qual não se sucede a dor e que não deixa qualquer sofrimento quando cessa. Por isso, não se trata de um prazer enganoso, sombrio, mas de um prazer “puro”, provado pela alma “purificada” através da filosofia, incapaz de causar danos à alma.
Pensamos que o conceito de prazer pode estar relacionado com a teoria da tripartição da alma platônica, presente na obra República e a intima inter-relação entre os três gêneros (apetitivo irascível e racional). Esses três gêneros, pela sua natureza, constituem três fontes de motivação na procura do prazer e a relação que vão estabelecer entre si, determina a presença ou ausência de uma ação virtuosa, ou de um determinado tipo de prazer.
Esses três gêneros são capazes de mover a alma para a finalidade implicada em cada fonte de motivação, tendo e conta, sua natureza e sua competência: a racional compete governar os demais e exercer a racionalidade pelas operações do intelecto (conhecer, julgar e deliberar); ao irascível compete combater, agindo como auxiliar do racional; o apetitivo, o maior e o mais insaciável, cabem buscar a preservação da vida e a satisfação de suas disposições, tendo em conta que é a fonte de diversos apetites. Essa disposição triádica está sujeita ao conflito, principalmente quando um dos elementos não racionais toma o comando da alma, no sentido de uma sublevação, coloca a alma em estado de injustiça interna, capaz de promover uma série de vícios.
Nos pontos seguintes analisaremos com mais detalhe e separadamente, cada iten referente à classificação dos prazeres procurando desmistificar o significado e a importância para a felicidade ou não do homem platônico.
- 6. Os Prazeres Falsos (36c-50e)
O homem vive uma das piores crises existenciais de todos os tempos. Sem tempo para sorrir, abraçar, investir na família. Tornou-se uma máquina, perdeu a arte de viver. Influenciado pela mídia, vivendo um hedonismo exagerado, fechando-se dentro de si mesmo, perdeu a afabilidade e amabilidade, a singeleza e a espontaneidade, para se ater numa busca incessante de satisfação imediata de todos os seus prazeres, sem desconfiar que muitas vezes o que parece ser o maior dos prazeres, não passa de um dos maiores vícios mascarados por uma procura subjetiva de plenitude e do verdadeiro prazer, quando na verdade está-se caminhando lentamente para o abismo, onde tudo o que era tido como intenso, verdadeiro nada mais é, do que um terrível engano.
Não será possível fazer uma análise completa dos prazeres falsos, descritos no Filebo, porém, terei como ponto de partida a analogia entre o prazer e a doxa, que nos servirá como guia para melhor entender o paradoxo, entre prazeres falsos e verdadeiros.
Assim como existem diversos tipos de prazeres, há uma variedade de prazeres falsos: a primeira são os prazeres de antecipação, a segunda são os prazeres e dores que são falsos por terem suas grandezas mal avaliadas, a terceira espécie de prazeres falsos são aqueles confundem com a ausência da dor, não sendo genuinamente prazer e a quarta espécie de prazeres falsos, são os impuros, ou seja, dependentes de qualquer tipo de deficiência, que por definição é dolorosa.
A falsidade dos prazeres é um dos pontos que levanta alguma dificuldade de compreensão, mas Sócrates argumenta sobre a possibilidade da existência dos prazeres também serem falsos, assim como as opiniões. Protarco fica incrédulo em relação à questão, e questiona Sócrates “como prazeres ou dores podem ser falsos”?
Sócrates faz uma analogia entre o prazer e a dóxa: o prazer pode ser verdadeiro ou falso assim como a dóxa pode ser verdadeira ou falsa.
Protarco rejeita à possibilidade dos prazeres serem falsos, e diz: “opiniões ou crenças podem ser verdadeiras ou falsas, mas que o prazer seja falso, ninguém jamais poderia admitir”. Face a resistência de Protarco, Sócrates afirma que talvez ele esteja iniciando uma discussão que não seria nada pequena.
A Analogia entre Prazer e Dóxa proposta por Sócrates, tem sido objeto de muita polêmica. A questão só foi aceita recentemente, a partir da concepção de prazer desenvolvida por Gilbert Ryle, que propõe uma visão do prazer, segundo o qual, o prazer é inseparável de uma atividade cognitiva.
Logo após a introdução da questão sobre a existência dos prazeres falsos, Protarco concorda com a da analogia entre dóxa e prazer. Ele concede que, se a formação da doxa supõe sempre a coincidência com alguma coisa sobre a qual se tem uma dóxa haveria também uma correspondência do mesmo tipo em relação à gênese do prazer, pois o “ter prazer” é sempre em relação a alguma coisa com a qual se tem prazer.
Havendo correspondência, pode-se falar de prazer verdadeiro, não havendo, devemos dizer que o prazer é falso, o que será decisivo para que os prazeres sejam considerados falsos. Protarco aceita que não se pode atribuir falsidade à dóxa enquanto dóxa, assim como não se pode também atribuir falsidade ao prazer enquanto prazer.
A questão nos remete, para o conhecimento do falso e do verdadeiro. O que torna prazer e dóxa verdadeiros ou falsos é o fato de atingirem ou não o objeto visado. Quando a dóxa não atinge o alvo, devemos dizer que ela não é verdadeira, assim, quando, o prazer não acerta o alvo, ela também não é verdadeira, mas, no caso de ambos acertarem o alvo visado, passam a ser verdadeiros. Sócrates afirma que não podemos chamar de correto e valoroso o prazer que não atinge o alvo visado.
Para Platão, aqueles que agem seguindo as sensações, sem que sejam guiados pela razão, enganam-se em relação ao que “é” verdadeiramente, envolvendo-se com fantasias, simulacros, encontram-se embriagados em um sonho e não na realidade. Para ele o “prazer verdadeiro”, está ligado à contemplação do inteligível, ao qual não se sucede a dor e que não deixa qualquer sofrimento quando cessa. Por isso não se trata de prazer enganoso, sombrio, mas de um prazer, puro provado pela alma, purificada através da filosofia, incapaz de causar danos à alma.
- 7. Os Prazeres Mistos (59d-64c)
Os prazeres mistos, os de antecipação e os prazeres puros vêm merecendo especial atenção dos especialistas na discussão sobre a falsidade dos prazeres.
A análise do prazer começa por um princípio utilizado por Platão, em que para cada ideia analisada, deve-se contrapor-lhe outra que lhe seja contrária. É a partir dessa ideia que nasce o género do prazer misto, que resulta do confronto entre o prazer e a dor que surgem como eco de afeções corporais. Sendo assim, Prazer e a dor nascem no gênero misto, do qual fazem parte também à saúde e a harmonia.
Os prazeres mistos dividem-se em três classes: os primeiros seriam da fonte somática, ou seja, aqueles que preenchem uma deficiência ou falta física, os segundos são os psicofísicos, ou seja, prazeres de antecipação, que surgem da expetativa de restauração da referida deficiência somática e a terceira os puramente psíquicos, por exemplo, o prazer do riso, na comédia.
Platão distingue duas espécies diferentes de prazer e dor, independentes, podendo nelas serem discriminados os bons e os maus prazeres. Segundo Platão, tanto o prazer e a dor podem existir ao mesmo tempo, no ser humano. Esta coexistência é devida à essência do desejo, que é tendência da alma em direcionar-se ao estado oposto, ao estado somático que é doloroso. Com isso, Platão faz a distinção entre dois âmbitos da existência humana que se tornam funcionais para o desenvolvimento do argumento sobre as implicações entre intelecto e prazer na constituição da vida humana feliz.
As afecções constituem uma variedade de combinações afetivas que fazem da vida humana uma mistura de prazer e dor onde o corpo e a alma estão envolvidos. A relação corpo e alma e a tensão gerada entre afecções opostas não poderia ser outra: “O corpo sem a alma, a alma sem o corpo, e os dois juntos, estão plenos de prazeres misturados às dores”.
Penso que, tanto o prazer como a dor são duas forças responsáveis por gerar nossas vidas. A nossa natureza intrínseca, o desejo de desfrutar nos força a seguir uma fórmula predeterminada de comportamento: o desejo de receber o máximo prazer com o mínimo de esforço. Consequentemente, somos forçados a escolher o prazer e fugir da dor. Nisso, não há nenhuma diferença entre nós e qualquer outro animal.
- 8. Prazeres Puros (50e-55c)
Distinto dos prazeres mistos, nessa nova especificação do prazer, emprega-se critérios diferentes, ou seja, “Prazeres Puros”, onde não existe qualquer mistura com a dor, não resultam de uma falta e, portanto, não há confronto entre prazer e dor. O exame começa pelo prazer verdadeiro, que não pertence ao género das coisas misturadas, ou seja, o que é puro, no estado puro. Eles se constituem dos prazeres como as belas cores e figuras, belos sons e odores. O que os caracteriza é o facto de que a sua falta não é sensível e nem dolorosa, mas eles produzem sensações agradáveis.
Têm como traços distintivos a verdade, a medida e a beleza e podem ser estéticos ou visuais, olfativos, ou derivados do conhecimento. São os prazeres sensíveis ligados às cores, às formas, aos sons e aos perfumes os quais produzem um prazer completo, sem sofrimento. “são os ligados às chamadas belas cores, às figuras, à maior parte dos aromas e aos sons; em suma, todas as coisas cuja deficiência é imperceptível e indolor e que fornecem preenchimento percebidos e prazerosos, puros de dores”. (55b)
Os prazeres em que a falta não é sensível nem dolorosa, e sua presença nos proporciona plenitudes sensíveis e agradáveis, são verdadeiros e puros. Eles não são prazeres só da alma, mas convergem em si corpo e alma. Neles não existe o movimento entre o mais e o menos, entre a falta e o preenchimento. Eles não geram inquietude, causada pela tensão entre estados opostos, a partir do desejo, pois são procurados sem um envolvimento físico-emotivo.
Platão classifica-os num quadro diferente dos outros tipos de prazer, porque possuem outra natureza, estão ligados à medida e à determinação, atributos do belo, pois são comedidos e completos em si. São mais divinos, puros e belos em si mesmos.
Com as distinções entre corpo e alma, é evidente que corpo e alma estão implicados mutuamente, sendo assim difícil a separação, tendo em conta que, o sofrimento que tem origem no corpo precisa da opinião do intelecto e da alma para poder ser tal e o prazer que tem origem na alma precisa dos sentidos. Tanto nos prazeres puros, que serão privilegiados na composição da vida feliz, como nos prazeres mistos, corpo e alma estão ligadas.
Se pensarmos que não há prazeres senão nos estados mistos, concluiremos que o prazer jamais é um bem. Pelo simples fato de que esses estados são processos de cura, de volta ao normal, é impossível dizer que eles são bons em si mesmos. A questão é saber quais são os tipos de prazeres devem trazer à condição humana a máxima felicidade. Com efeito, o prazer não é o primeiro nem o segundo bem, mas sim, a medida das coisas a ela relacionadas. Em segundo lugar fica a beleza, em terceiro a inteligência e o pensamento, em quarto os conhecimentos e as técnicas, em quinto os prazeres puros.
- 9. Conclusão.
Para concluir este artigo, e mesmo não tendo todas as ferramentas hermenêuticas indispensáveis e necessárias para penetrar na obra Filebo, e melhor interpretar a controvérsia que a análise dos prazeres tem suscitado fato esse, que pela sua complexidade foi por muito tempo deixado de lado, por ter uma estrutura complexa e difícil devido à linguagem metafórica usada por Platão, percebi que, é necessário continuar estudando o tema pela importância crescente que a obra vem ganhando desde a sua redescoberta e pelas múltiplas interpretações e publicações ao longo desse tempo.
O homem é um composto e a tendência natural de qualquer ser humano é a busca do prazer, que não está isenta de dor, ou seja, o homem convive diariamente com o prazer e a dor. Muitos consideram que o homem é possuído alternadamente pelo prazer e pela dor, porém, a grande tarefa do homem é evitar que seja escravizado pelo prazer ou pela dor, sob pena de perder sua liberdade.
Com efeito, levar uma vida prazerosa não pode ser dissociado da virtude, porque é impossível alguém viver agradavelmente sem virtude, porém, há homens que vivem infelizes no prazer, ou antes, devido ao prazer. A virtude é algo grandioso, já o prazer isolado da virtude, tradicionalmente é considerado como sendo baixo fraco e passageiro, apesar de provocar sensações boas, nada mais é, do que um meio de corrupção do homem e da sociedade em geral, porque uma vez saciada, acaba com ele a sensação de plenitude e de felicidade, exatamente por ser fugaz, breve e contingente. O prazer se extingue quanto mais de deleita, e por isso saciando o primeiro impulso vem o tédio, a decepção, por vezes o arrependimento tardio. “Os prazeres nos trazem inúmeros impedimentos, perturbam as almas em que habitamos com a sua loucura, e impedem, desde o início, que venhamos a ser, destroem a maior parte dos nossos filhos, produzindo esquecimento e descuido”. Quanto aos prazeres chamados de verdadeiros e puros, considera-se como sendo da nossa família. “(Filebo 63 e)”.
A grande discussão existente na obra Filebo gira em torno da noção do prazer falso e verdadeiro, e a questão que se coloca é quais são os critérios ou como decidir se um prazer é verdadeiro ou falso, como que alguém que sente um prazer pode ser enganado? No entanto, alguém pode se enganar ao sustentar uma opinião, para depois reconhecê-la como falsa, mas não pode pensar que sente prazer sem senti-lo.
A semelhança das opiniões falsas, os prazeres também podem ser ditos falsos, portanto, a sensação de prazer, seja falsa ou verdadeira, jamais deixa de ser uma sensação de prazer. Em suma, os prazeres falsos são realmente prazeres, a opinião sobre eles é que poderá ser falsa ou não.
Consideramos que, a analogia entre a opinião e prazer pode ser questionável, ao afirmamos que uma opinião é falsa ou verdadeira, porque corresponde ou não à verdade, é no mínimo duvidoso, quando se tenta classificar o prazer a luz dos critérios de classificação das nossas opiniões, como sendo falsas ou verdadeiras. Concordamos sim, que há prazeres, porém, somente só poderemos classificar de falso ou verdadeiro a opinião que temos sobre o prazer que sentimos. Com efeito, o prazer é sempre um prazer, não existindo critérios objetivos de classificação como sendo verdadeiros ou falsos. No entanto, sempre podemos ter uma opinião variável que oscila entre os pólos (verdadeiros e falsos), resultante da nossa experiência sensorial e cognitiva.
O homem foi dotado de uma mente e de um corpo com cinco sentidos, com os quais percebe este mundo finito e com ele se identifica. Porém, o homem na sua essência não é, nem corpo e nem mente, sua natureza é espirito, a alma imortal. Sempre que tentar encontrar a felicidade permanente por meio das percepções e dos prazeres sensoriais, suas esperanças, seus entusiasmos, naufragarão com a mesma frequência nos rochedos da profunda frustração e do desapontamento. O prazer extremo e a felicidade eterna, não são mais do que projeções hedonistas ilusórias do homem, tentando mascarar sua natureza insuficiente e miserável.
Corroboramos a ideia de, Platão quando afirmou que, aqueles que se deixam guiar pelos prazeres exacerbados, ou pelo par prazer-dor, movidos pelo apetite ou pelo irascível, sem que esses sejam guiados pela razão, enganam-se em relação ao que é verdadeiramente, e envolvem-se com fantasmas, simulacros, encontram-se embriagados ou dormindo em sonho e não na realidade. Por isso, os prazeres e as dores, excessivas são as mais graves doenças, e os tratamentos para tal incluem a educação da alma para a virtude e a devida nutrição dos três gêneros da alma, visando o bem maior para o homem que é o da plena realização de sua humanidade, o que não restringe ao desenvolvimento da sua capacidade racional, mas diz respeito também ao desenvolvimento do que ele possui de afetivo e que é passível de ser voltado em direção ao melhor.
Assim como o par prazer-dor, tudo em nós é duplo, dúbio, antagônico e complementar. Somos extremos que se complementam e se repelem. Eu te amo, mas te odeio e tens em ti o que me encanta e repudia. Tudo em nós vem aos pares, gêmeos opostos, como nossas próprias mãos: a destra e a esquerda, imagens quase espelhares de si mesmas. Coerente à nossa natureza, a perturbação vem como prazer/dor, par que pode resultar numa vida boa, prazerosa, feliz, mas como se sabe a felicidade eterna baseada só no prazer é um mito, porque a dor está latente e convive lada-a-lado com o prazer.
Supostamente, o que faz a vida do homem uma coisa boa é essa mistura de dor e prazer, embora a tendência natural seja procurar maximizar o prazer e minimizar a dor tanto quanto possível. Com efeito, o prazer puro nunca será a morada do ser humano, isso é um privilégio reservado somente aos deuses. Ao homem é-lhe reservado segundo a possibilidade de uma ascese dialética do mundo sensível ao inteligível, onde poderá comtemplar a ideia do bem e do prazer puro. Por isso, cabe ao homem ter uma boa conduta no mundo sensível, limitando os prazeres sensoriais extremos, para que s alma consiga aproximar e contemplar a verdade em si, o belo em si, a sabedoria, em suma, o sumo prazer.
Finalmente, concordamos que não há em Platão uma condenação dos prazeres, mas uma reflexão sobre a maneira pela qual se pode dominá-los, quer dizer, como fazer uso deles. Os prazeres do corpo como os prazeres da alma devem ser ordenados a seus usos. A crítica socrática da intemperança não é, todavia uma crítica dos prazeres. Platão não condena os prazeres enquanto tais, mas condena a impossibilidade na qual se encontram certos homens em distinguir os prazeres e em apreciar a oportunidade de sua satisfação.
- 10. Bibliografia
PLATÃO, “Filebo” texto estabelecido e anotado por John Burnets; tradução, apresentação e notas de Fernando Muniz. –Rio de Janeiro; Ed. PUC-Rio, São Paulo: Loyola, 2012.
REIS, Maria Dulce, “Virtude e vicio”: Tripartição e Unidade da Psykhé no Timeu e nas leis de Platão. Rio de Janeiro: 7 letras,2010.
Web grafia
MACIEL, Sónia Maria. “Ética e Felicidade”, um estudo de Filebo de Platão. Na Internet, Rio de Janeiro, Outubro de 2012. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=wQNkISIhWlEC&pg=PA201&lpg=PA201&dq=prazeres+puros+plat%C3%A3o&source=bl&ots=EX368PcGHO&sig=pdvamyEC4-mEi0cTDBVruVoWhMc&hl=pt-BR&sa=X&ei=llOaUI vB5Ce8gTys4CYDw&ved=0CDYQ6AEwBA#v=onepage&q=prazeres%20puros%20plat%C3%A3o&f=false
MACIEL, Sonia Maria. Artigo Disponível na internet em: http://www.puc-rio.br/parcerias/sbp/pdf/19-soniar.pdf
MINIZ, Fernando, “Os prazeres Falsos no Filebo de Platão.” Na Internet, Rio de Janeiro, Outubro de 2012. Disponível em: http://ifcs.ufrj.br/~afc/2009/MUNIZ.pdf
http://www.espacoetica.com.br/midia/suporte/lebrun_platao.pdf
http://astro.temple.edu/~dwolfsdo/Imagination%20Argument.pdf
PERINE, Marcelo “O Filebo de Platão e as Doutrinas não Escritas”. Artigo disponível na Internet; Rio de Janeiro, Outubro de 2012. https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:9EAow5srk30J:www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/download/13340/7630+&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEEShELvPQqWn8ipXka_YvxVfa3semXgcvTVmoZ12dyNkP7GMbdYTN-IM9dbOJpeEWkYpDQ1VKoyUCUay6z53c2xn6vk-RQYyY0hQVZ_--yLJtU1lBwt8JKjMRX6NTwVKF86uuy2Wb&sig=AHIEtbTEmN4lq4t4AUlAKJSOh47pV9OH3Q
[1] Aluno do curso de Pós-Graduação em Filosofia.
[2] Diálogo platônico sobre o prazer e o bem. Filebo vive uma vida de extremo hedonismo, desprovida de razão e pensar, que não sustenta qualquer conversa sobre ela e não se submete à reflexão. Os princípios da ética (como viver melhor) se conectam com princípios de metafísica e lógica exercendo demandas lógicas sob um apelo ético.
[3] Alguns autores dividem a Obra platónica em três períodos: socráticos, médios tardios ou da velhice. Porém, optamos pelos autores que fazem a divisão em quatro períodos.