Análise dos impactos causados pelas comunidades virtuais no ifma – campus imperatriz

Por Edna Maria Siqueira da Conceição | 26/11/2011 | Educação

 

 

 

 

ANÁLISE DOS IMPACTOS CAUSADOS PELAS COMUNIDADES VIRTUAIS NO IFMA – CAMPUS IMPERATRIZ

 

Filipe Hudson de Macedo Paz[1]

Jéllyda Brenda dos Santos Rodrigues Ribeiro

Renan Pereira da Silva

Carla Sílvia Sousa da Rocha[2]

Marcio Alexandre Vasconcelos de Campos[3]

 

 

RESUMO

O mundo moderno vem sendo mudado pelas tendências da globalização que cada vez mais exigem que o indivíduo permaneça o maior tempo possível conectado. A revolução da tecnologia da informação tem criado novos parâmetros para a socialização entre os indivíduos, tanto em nível populacional quanto tribal e reformulando a forma como as pessoas se relacionam. Essa mesma sociedade que inova também modifica a maneira como seus indivíduos enxergam o tempo e o espaço. Considerando que as comunidades virtuais se tornaram um fenômeno do mundo informacional, a presente pesquisa objetiva entender como elas têm influenciado o corpo discente do IFMA – Campus Imperatriz, especificamente com as turmas do último ano do ensino técnico em informática integrado ao médio, seja no aprendizado ou apenas na forma de relacionamento interpessoal, utilizando para isso uma pesquisa bibliográfica e de campo. Durante a pesquisa verificamos que o tempo de acesso às comunidades virtuais está relacionado com outros tipos de atividades mediadas por computador. Outra conclusão verificada trata-se dos tipos de pessoas com quem os indivíduos pesquisados se relacionam virtualmente, sendo pessoas vistas fisicamente próximas e que certamente são vistas diariamente sendo portanto desnecessária a comunicação via comunidade virtual. Desta forma, a presente pesquisa visa entender esses impactos dentro do IFMA – Campus Imperatriz como resultado de um mundo globalizado.

 

Palavras-Chave: comunidades virtuais, IFMA – Campus Imperatriz, internet.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

O mundo moderno vem sendo mudado pelas tendências da globalização que cada vez mais exigem que o indivíduo permaneça o maior tempo possível conectado. A revolução da tecnologia da informação tem criado novos parâmetros para a socialização entre os indivíduos, tanto em nível populacional quanto tribal e reformulado a forma como as pessoas se relacionam.

Essa mesma sociedade que inova também modifica a maneira como seus indivíduos enxergam o tempo e o espaço. Não há mais a necessidade de estar perto para se comunicar. “Houve a criação de um espaço de fluxos e de um tempo intemporal como expressões das atividades e elites dominantes” (Castells, 2008).

Para Almeida (2009), esses são os frutos da influência das mudanças no capitalismo principalmente na forma como as novas tecnologias têm modificado a maneira como as pessoas trabalham, relacionam-se e compram, permitindo uma integração entre consumidores e desses com as organizações, de forma jamais vista.

Porém essa mesma sociedade que cria e se transforma está se deteriorando na própria inovação, pois está não somente propiciando aos seus indivíduos uma nova forma de sociabilidade como também mudando as formas que as pessoas se relacionam passando a mediar tudo por computador.

Com essa reformulação, comunidade passou a ser uma relação que não necessita de um contato pessoal e físico entre seus membros e os limites territoriais passaram a incluir também o ciberespaço. Toda essa mudança tornou mais apropriado o termo comunidade aplicado ao nível virtual, sem contato físico.

Portanto, entender os impactos das comunidades virtuais dentro do meio estudantil, objetivo maior da presente pesquisa, poderá contribuir para compreender e conciliar esses conceitos. Ademais, nossa pesquisa destaca-se ainda por outra abordagem, até mais polêmica, que está relacionada com a definição de sociedade contemporânea. Trata-se de saber em que sociedade vivemos; uma sociedade moderna ou pós-moderna? Para tanto, é necessário que saibamos as características das duas para compararmos com a sociedade atual e então tirarmos as conclusões corretas. Assim, pretendemos destacar não somente a importância, mas também, a abrangência do tema da nossa investigação.

A priori, consideramos que comunidades virtuais não podem substituir a “vida real” porque estando o indivíduo isolado não poderia por sua vez interagir pessoalmente (ou através do meio físico). Haveria portanto um uso saudável, um nível aceitável da utilização das comunidades virtuais que contemplasse ambas as formas de relacionamento, virtual e física, tornando assim uma complementar da outra.

            Ao usar de forma inadequada as comunidades virtuais, ou seja, não como substituição, mas sim como complementação, esse indivíduo estaria restringindo seu espaço de interação social ao invés de expandi-lo.

Assim, para tentar provar essas hipóteses, realizamos uma pesquisa cujo objetivo geral contempla identificar os impactos causados nas turmas de 3º ano do curso técnico em informática integrado ao médio no IFMA – Campus Imperatriz pelo uso das comunidades virtuais bem como suas influências na forma de interação social nesse mesmo âmbito.

Para tanto, foi realizada inicialmente uma pesquisa bibliográfica descritiva acerca do conceito sociológico de comunidade. Este por sua vez objetivou entender o surgimento da comunidade como resultado da sociedade moderna bem como das mudanças causadas após o aparecimento de tais fenômenos. Em seguida, através da aplicação de questionários realizamos uma pesquisa in loco cujo objetivo era aplicar os conceitos observados durante a revisão bibliográfica visando identificar e especificar a influência dos impactos das comunidades virtuais no corpo discente do Campus Imperatriz do IFMA, utilizando assim o método indutivo de investigação.

Durante o presente artigo faremos um breve estudo acerca dos conceitos capturados durante a pesquisa bibliográfica abordando inicialmente um entendimento das sociedades modernas, o surgimento da internet e por fim os fatores cruciais que levaram ao surgimento das comunidades virtuais como resultados desses fenômenos.

Após familiarizar-se com os conceitos apresentados, serão abordados os resultados obtidos durante a pesquisa de campo bem como a tabulação e os gráficos alcançados após a aplicação dos questionários.

 

2. CONSIDERAÇÕES PARA UM ENTENDIMENTO DO CONCEITO DE COMUNIDADE NA SOCIEDADE MODERNA.

 

 

2.1 A Sociedade Moderna

 

Os avanços das tecnologias da informação e da comunicação favoreceram a efervescência de interações sociais “tribais”, precursoras das comunidades virtuais. Noções de tempo e espaço foram redefinidas, a partir da noção de real e virtual que então passou a vigorar. O espaço real foi substituído pelo ciberespaço que utiliza os domínios da internet como localização.

            Essa nova organização do mundo virtual tem avançado a cada vez mais pautado no desenvolvimento da tecnologia que cresce a uma velocidade exponencial. Seguindo a lei de Moore, que prega que a velocidade de processamento de um computador dobra a cada 18 meses, o mundo tem se tornado cada vez mais rápido e as conseqüências se expõem nas formas de sociabilidade ou interação social que por sua vez, sofreram e continuam sofrendo severas mudanças. A proposta do presente trabalho, como já foi exposto na introdução, é Identificar os impactos causados no meio estudantil no IFMA – Campus Imperatriz, especificamente nas turmas de 3º ano do curso de informática integrado ao médio, pelo uso das comunidades virtuais bem como suas influências na forma de interação social nesse mesmo âmbito.

            A organização humana nas sociedades modernas ou pós – modernas[4] é pautada pela liberdade e pelo individualismo, mas ambos, em demasia, deixam os indivíduos sem rumo certo, sem referências, já que podem escolher ser o que quiserem sem a necessidade de prestar contas. Para esses indivíduos, não há cobranças, mas também não há a segurança oferecida pela solidariedade das comunidades tradicionais – aquelas que, no imaginário das pessoas, trazem conforto, acalento, paz e felicidade aos seus membros. O contraponto é que as comunidades tradicionais prendem e oprimem em um caminho que deve ser trilhado obrigatoriamente em conjunto, sem que seus integrantes tenham consciência disso. Há segurança, mas não há liberdade. Essas condições, colocadas pelas duas formas de agregação humana – sociedade e comunidade –, são fontes de angústia para os seres humanos.

            No entanto, com as mudanças trazidas pelo mundo conectado, global e integrado, que é o mundo globalizado, surge a internet que inaugura a nova forma de comunicação entre as pessoas. A seguir, apresentamos os fatores que levaram ao seu surgimento.

 

2.2 O Surgimento da Internet

 

Segundo Castells (1999), a internet surgiu de uma união singular entre estratégia militar, grande cooperação científica, iniciação tecnológica e inovação contracultural. No mundo pós-guerra, durante a guerra fria a corrida tecnológica foi o principal objetivo tanto de Estados Unidos quanto da União Soviética (URSS) e com o apoio do Estado, os órgãos de pesquisa científica juntamente com as universidades ganharam mais incentivos.

O lançamento do Sputnik pela URSS levou os Estados Unidos a contra-atacar através do departamento de defesa, mais especificamente a ARPA – Agência de Projetos de Pesquisa Avançada. Esse departamento tentou criar um sistema de comunicação que fosse invulnerável a bombas nucleares e ficou conhecido como ARPANET, em homenagem ao órgão que o criou.

A ARPANET evoluiu e hoje é chamada de internet e conta com 2 bilhões de usuários e está distribuída no mundo todo. Segundo Castells (1999) a criação de uma rede de computadores foi decisiva para iniciar o processo de desenvolvimento da tecnologia da maneira como a conhecemos pois a comunicação é uma das bases de uma sociedade. Com a internet as barreiras do tempo-espaço foram transpostas como afirma Joice Tolentino et al no seu trabalho intitulado: “Comunidades Virtuais e Identidade: Considerações sobre a sociabilidade na WEB”:

A internet, um dos meios de comunicação e informação que mais evidenciam o movimento de globalização hoje, reduz as distâncias e o tempo e permite uma ligação entre todas as partes do mundo e, principalmente, entre os indivíduos de diferentes áreas geográficas. (1999, 11)

 

            Diferentemente do radio ou da televisão onde a comunicação se dá em apenas uma via, emissor – receptor, a internet promove uma comunicação que privilegia ambos os lados, ou seja, de via dupla onde se pode enviar e receber informações. E foi justamente essa característica que favoreceu de forma decisiva para que fosse o mecanismo pelo qual as comunidades virtuais surgiriam. A seguir, abordaremos as principais características de uma comunidade virtual e de que maneira  

                      

2.3 As Comunidades Virtuais na Sociedade Moderna

 

Dentro desse contexto, surgem as comunidades virtuais. Sem limites territoriais, com a maior parte da interação entre seus membros dentro do ciberespaço. No entanto, vale ressaltar que um serviço online onde pessoas não mantém quaisquer relações entre si e cujo único ponto em comum é a busca desse serviço não pode ser considerado uma comunidade virtual. O conceito de comunidade, ainda que um pouco contraditório na sociedade atual, pressupõe interação entre seus membros. O inventor do termo “comunidade virtual” a define:

Comunidades virtuais são agregações que surgem na internet, quando um número suficiente de pessoas levam adiante discussões públicas longas e com suficiente sentimento humano, a ponto de estabelecerem redes de relacionamento no ciberespaço. (RHEINGOLD apud TREVIZAM, 2008, p. 27)

Segundo Danny Goodman (1996), a designação de “comunidade virtual” aos grupos on-line justifica-se porque internautas passam a se conhecer, saber das preferências uns dos outros, acabando por experimentar uma sensação de sociabilidade. Dessa forma, pode-se afirmar que aquilo que é virtual não necessariamente deixa de ser real pois para Levy (1996), virtual não é antônimo de real e sim de atual[5]. Para ele, virtual é um termo que designa algo em potencial – “a semente é uma arvore virtual”.

As comunidades virtuais trazem ainda consigo uma série de elementos que a caracterizam como uma comunidade. O sentimento de pertencimento e territorialidade são os mais importantes, e sem eles, não se pode falar em nenhum tipo de comunidade, seja ela virtual, tradicional ou pós-moderna (Araújo, 2008). Neste caso falamos de um território também virtual conhecido como ciberespaço.

No âmbito das comunidades virtuais no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Imperatriz é notável que apesar do espaço físico ser o mesmo, os indivíduos ainda sim mantêm comunicação dentro do ciberespaço. Trata-se, portanto, de um fenômeno condizente no contexto de nossa fundamentação teórica com isso temos o terreno favorável ao desenvolvimento da nossa pesquisa.

 

3. PESQUISA DE CAMPO

 

A pesquisa de campo foi realizada com os alunos das duas turmas de ensino médio integrado ao técnico em informática (371-i/2010 e 374-i/2010). No total, obtemos sessenta e oito questionários respondidos envolvendo indivíduos tanto do sexo masculino quanto do feminino e ambos com idades entre quinze e dezoito anos.

O questionário possuía onze questões gerais mais duas questões pessoais (sexo e idade), sendo duas questões abertas e nove fechadas. Em algumas questões fechadas, o aluno poderia responder mais de uma opção (questões três, cinco e sete). O questionário aplicado está presente no anexo um deste trabalho.

 

3.1 Estatísticas Retiradas

 

A presente pesquisa encontrou dois impactos principais causados pelas comunidades virtuais, o primeiro refere-se ao local e tempo de acesso dos indivíduos ao computador e o segundo diz respeito à maneira de relacionamento interpessoal. Inicialmente abordaremos o primeiro impacto mencionado e posteriormente faremos a análise do segundo impacto citado.

Pela análise dos questionários é possível observar que a maioria das pessoas acessa as comunidades de casa, cerca de 77% (ver gráfico 1). Ainda é perceptível que 94% das pessoas que acessam comunidades virtuais usam essa ferramenta para se comunicar com amigos próximos, ou seja, com pessoas que falam diariamente (conferir gráfico 2).

                  

|Gráfico 1| -Numero de alunos por local de acesso.

 

Conforme foi observado no gráfico 1, percebe-se que grande parte dos alunos tem acesso às comunidades virtuais de casa. Isso reflete não só a facilidade de acesso ao computador como também a obtenção deste produto. O preço dos computadores tem se tornado cada dia mais acessível como também nos últimos anos o poder de compra do brasileiro tem aumentado. Como resultado disso, o computador tem se tornado um equipamento muito comum na casa dos brasileiros, especialmente dos estudantes que utilizam para pesquisa e produção científica.

            Por possuírem computadores com acesso a internet em casa, os indivíduos pesquisados possuem mais flexibilidade de horário bem como menos restrições ao uso do computador se comparada com pessoas que a utilizam em cybers, por exemplo.

Para a grande maioria dos pesquisados, cerca de 51%, o tempo de acesso somente a comunidades virtuais é de 1 a 3 horas. Com base nos dados obtidos da questão 3, o gráfico a seguir ilustra esses dados.

 

 

|Gráfico 3| - Quantidade de pessoas por tempo de acesso.

 

Conforme verificado no gráfico 3, 51% dos pesquisados acreditam passar entre 1 (uma) e 3 (três) horas apenas com comunidades virtuais. Trata-se, portanto, de um tempo considerável que pode ser explicado pelo local de acesso.

            Consideramos em nossa pesquisa que os indivíduos que passam um tempo menor ou igual a três horas utilizado apenas para comunidade virtual como um limite aceitável. Essas pessoas chegam a somar um total de aproximadamente 73%. Aqueles que passam um tempo superior de três horas são considerados portanto como pessoas que utilizam em demasia as comunidades virtuais, estes somam 27%.

            Chegamos a essa conclusão anteriormente mencionada, sobre o critério de aceitabilidade referente ao tempo gasto com a internet, através de mais uma variável em nossa pesquisa, em que dividimos os questionários respondidos em duas equipes. Chamamos de Equipe B os indivíduos que responderam passar menos de 3 horas acessando comunidades virtuais e de Equipe A os que responderam passar mais de 3 horas. Conforme visto no gráfico 4 do tópico anterior, a equipe B gasta muito mais tempo com estudo ou trabalho do que com comunidades virtuais, cerca de 79% contra 21% que responderam o contrário.

            Da equipe A, 93% responderam gastar mais tempo com comunidades virtuais do que com estudo ou outro tipo de pesquisa contra 7% apenas que responderam o contrário. Podemos perceber então que aqueles que gastam um tempo inferior com comunidades virtuais (menos de 3 horas) tem um maior aproveitamento do tempo pois utilizam o computador para fins escolares. Enquanto que aqueles que gastam mais tempo com comunidades virtuais perdem grande parte do tempo que poderiam estar exercitando outras atividades. Este último grupo são os 27% de pessoas que utilizam em demasia as comunidades virtuais e que portanto extrapolam o limite aceitável segundo o nosso critério de análise.

 

 

|Gráfico 4| -Percentual de alunos por uso de computador.

 

 Foi ainda questionado aos alunos se as comunidades virtuais estariam interferindo na forma de relacionamento interpessoal (Questão 10 do questionário). A grande maioria (81%) dos pesquisados acreditam interferir e apenas 19% confirmam não existir qualquer interferência entre os dois tipos de relacionamentos. (Ver o gráfico 5).

 

 

|Gráfico 5| - Opinião dos alunos a respeito da mudança no relacionamento pessoal.

 

Outra observação vista durante a análise dos dados refere-se à consciência dos pesquisados de que a melhor forma de relacionamento é a física. Também se observa que há uma contradição em relação a essa opinião e aos dados computados, pois 81% do nosso objeto de estudo acredita nessa forma de relacionamento como a melhor, enquanto 27% das pessoas assumem passar mais de 3 horas utilizando comunidades virtuais e 94% usam dessas para relacionar-se com amigos próximos, ou seja, pessoas que são vistas constantemente (ver gráfico 2).

 

 

|Gráfico 2| - Quantidade de alunos por tipo de pessoas com quem se relacionam.

Percebe-se então um fenômeno interessante, pois uma das funções das comunidades virtuais é congregar pessoas que estão distantes, que não habitam o mesmo espaço geográfico. Ora, levando em consideração que os indivíduos pesquisados estudam na mesma instituição e que em sua maioria mora na mesma cidade, que por sua vez não é de todo grande, seria de bom senso considerar que as comunidades virtuais são desnecessárias no âmbito da comunicação com amigos próximos. Isso porque em uma definição mais atual:

Comunidades estão sendo definidas em termos sociais e não espaciais, sendo que a maioria dos laços de comunidade das pessoas é com outras pessoas que não vivem na mesma vizinhança ou comunidade geográfica. (WELLMAN apud ALMEIDA, 2008, p. 23)

            Isso significa que há uma irregularidade que pode ser interpretada como uma deturpação do modo como as comunidades virtuais foram definidas para serem utilizadas.

 

4. CONCLUSÃO

 

Durante a pesquisa bibliográfica nos meses de Agosto e Setembro de 2010, fundamentamos a nossa pesquisa de modo a adquirir o arcabouço conceitual necessário ao desenvolvimento da pesquisa. Tais como o aprofundamento do conceito de comunidades virtuais, um melhor entendimento da definição da sociedade moderna. Essas informações foram fundamentais no direcionamento das perguntas elaboradas no questionário de maneira que traduzissem a real necessidade e os objetivos traçados durante o início da pesquisa. De posse destas informações, utilizamos o questionário presente no anexo 1 deste trabalho.

Conforme observado anteriormente na hipótese apresentada, os indivíduos estão se tornando alienados do meio físico em detrimento do mundo virtual, ou seja, o contato físico está se tornando apenas uma forma de sociabilidade secundária e os relacionamentos virtuais onde os indivíduos envolvidos possuem um vínculo supérfluo e os contatos entre os indivíduos são feitas e desfeitas facilmente está se tornando uma forma de relacionamento que não complementa e sim desvincula as duas formas de contato, físico e virtual, dos alunos. 

Ademais, a presente pesquisa pode fornecer luz acerca do entendimento do desenvolvimento do poder de compra do brasileiro bem como da facilidade de acesso aos computadores e principalmente à internet, uma vez que os entrevistados assumiram acessar as comunidades virtuais pelo menos 1 vez por mês o que por sua vez só pode ser realizado de posse de um computador.

Acreditamos ainda que nossa pesquisa poderá subsidiar a análise da sociedade atual acerca de sua definição mais correta, seja moderna ou pós-moderna pois fornece as características que podem ser cruciais para tal discernimento.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

CASTELLS, Manuel. A Sociedade Em Rede. 6ª ed. Atualizada. São Paulo, 1999.

GUIDDENS, Antony. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Editora UNESP, 1991.

TOLENTINO, Joice et al. Comunidades Virtuais e Identidade: Considerações Sobre a Sociabilidade na WEB. São Paulo, 2004.

RHEINGOLD, Howard. La Comunidad Virtual: Una Sociedad sin Fronteiras. Barcelona: Gedisa Editorial Coleccion Limites de la Ciência,1993.

GOODMAN, Dany. Vivendo à velocidade da luz. São Paulo: Makron Books, 1996.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 2000.

ARAUJO, Suely Trevizam. Comunidades Virtuais: Interfaces do Contexto Cultural no Orkut e suas Comunicações. São Paulo, 2008.



[1] Discentes do Curso de Informática, turma 374-I do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus de Imperatriz.

 

[2] Professora co-orientador. Docente do IFMA – Campus de Imperatriz. 

 

[3] Professor orientador. Docente do IFMA – Campus de Imperatriz.

[4] É importante deixar claro que não há consenso sobre o termo correto a se utilizar. Utilizaremos, portanto os dois termos como sinônimos, uma vez que não possuímos tempo nem espaço para essa discussão. Para mais informações, ver bibliografia: LYOTARD, Jean-François. A Condição Pós-moderna. Rio de Janeiro, José Olímpio, 2000.

[5] Para localizar melhor o que é virtual, ver TRAVIZAM (2008, p. 22).