Analise das Prê-Concepções dos alunos da 7ª Classe da Escola Primária Unidade Popular sobre os conceitos de Repouso, Movimento e Força

Por Anselmo Martinho Rajabo Anselmo | 15/08/2018 | Educação

Resumo

O presente artigo cuja temática enquadra-se nas didácticas de ensino de Física, buscou analisar a ideia inicial que o aluno da 7ª classe possui acerca dos conceitos Movimento, Repouso e Força, e como trabalhar nelas no início da 8ª classe, quando deparado pela 1ª vez com a física, de modo que a aprendizagem da Mecânica seja significativa, tal como defende Ausubel, sem que se tenha que substituir na mente do aluno a sua ideia pela que o professor traz na sua abordagem. Responderam ao questionário composto por sete (07) perguntas sendo cinco (05) de múltipla escolha e as restantes abertas, 30 alunos da escola citada. Analisou-se as respostas de cada guião na sua generalidade e de seguida a resposta de todos os alunos em cada uma das perguntas. Com base nesta análise, foi possível concluir que as concepçoes que os alunos possuem não é baixa, mas sim aceitável, pra que possa ser trabalhada com vista a ensinar os novos conceitos que são de extrema importância para o entendimento da mecânica e dos movimentos na natureza apartir do que o aluno tem como ideia primária.   

Palavras Chaves: Pre-concepções; Repouso; Movimento; Força; Mecânica.

Introdução

Tudo o que se aprende em sala de aula nas ciências naturais tem uma relação directa com o que se vive no dia-a-dia na sociedade. Os alunos muitas vezes, ou quase sempre vão as aulas com alguma ideia, mesmo que certa ou errada, daquilo que o professor está em frente a tratar. Ensinar a partir dessa ideia do aluno tem uma nomenclatura específica no ramo das didácticas, "aprendizagem a partir das pre-concepções" ou "concepções alternativas" ou mesmo "aprendizagem significativa".

Segundo Ausubel (2000), citado por Morreira[1], Aprendizagem significativa é aquela em que ideias expressas simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal, não ao pé-da-letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer idéia prévia, mas sim com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende.

Cabe ao professor criar situações para "cutucar" este conhecimento "empírico" escondido no aluno, de modo que saia da sua mente para o ambiente da sala de aula afim de ser trabalhado até chegar ao cientifico, mas o que se vive nos dias que correm nas nossas escolas, é o ensino tradicional, no qual o professor vem, "despeja" os conteúdos e no dia da avaliação quer cobrar tal e qual falou na aula.

MATSINHE (citado por SILVEIRA, 1993) afirma que “As concepções alternativas não são compartilhadas pela comunidade científica, mas influenciam fortemente no PEA, por isso, para que haja uma mudança conceitual no pensar do aluno é necessário que haja uma interacção explícita entre estes dois campos”.

Com isso, torna-se necessário conduzir os alunos à uma mudança conceitual sem esforços contra as preconcepções que ele traz, de modo que ele, naturalmente, com ajuda do professor reconstrua os conceitos, e isto requer algum trabalho.

SILVEIRA (apud AUSUBEL, 1968) afirma que “aquilo que o aluno já sabe é o factor isolado mais importante que influencia a aprendizagem subsequente”. Portanto, torna-se importante ensinar o novo a partir do que já se sabe.

Ausubel (1973, p. 25), defende que o subsunçor é uma estrutura específica na qual uma nova informação pode se agregar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual, que armazena experiências prévias do sujeito. Por exemplo, se o conceito de referencial já existir na estrutura cognitiva do estudante, esse conceito servira de subsunçor para novas informações referentes aos conceitos de movimento, repouso, velocidade e aceleração.

Por outro lado, é importante que os alunos interpretem correctamente os conceitos de repouso, movimento e força, pois constitui requisito básico para o entendimento dos fenómenos que acontecem no mundo a sua volta, como por exemplo: pessoas caminhando, as coisas ao seu redor se movimentando, o jogador rematando uma bola, quando se estica uma mola elástica etc.

Além disso, o conhecimento prévio revela para o aluno um saber seguro na sua interpretação, não se esquecendo que estas situações estimulam a participação activa dos alunos na sala de aula.

É nesta senda de ideias que decidiu-se analisar as seguintes questões: Quais são as concepções prévias que os alunos possuem acerca do movimento, repouso e força? E, como usar estas concepções para ensina-los cientificamente tais conceitos?

O estudo foi levado a cabo na Escola Primaria Completa Unidade Popular, na cidade de Quelimane, com alunos da 7ª Classe, onde por via de questionário escrito, respondido pelos alunos foi possível aferir a sua ideia inicial sobre os conceitos de repouso, movimento e força.

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