Análise da metodologia aplicada em escolas públicas e no ensino médio: contribuições teóricas psicogenéticas

Por patrícia ballone | 04/12/2009 | Arte

Ballone, P.¹ ; Fantinatti, A.¹ ; Ferreira,M, A.B.¹ ; Pereira,P, F ¹ ; Salvucci, M.²

¹ Graduandos da Faculdade de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas ; ² Professora titular da Pontifícia Universidade Católica de Campinas

paty_ballone@hotmail.com; ab_bia@hotmail.com; amandaaftt@yahoo.com.br; fernandapolastre@hotmail.com

Resumo

Com interesse de descrever as características das teorias psicogenéticas em adolescentes, foi realizado este estudo com alunos da rede pública do ensino médio.

Foi utilizado o método de observação para registrar fatos e acontecimentos que ajudaram a entender os métodos utilizados no aprendizado. Questionamento feito aos educadores mostram um desempenho desfavorável da educação.

Palavras chave : teorias psicogenéticas, observação e educação.

Abstract

With interest to describe the features of the theories psychogenetic in adolescents, the study was conducted with students from public high school.
We used the method of observation to record facts and events that helped to understand the methods used in learning. Questions was asked to teachers and it shows an unfavorable performance of education

Introdução

Esse artigo tem por finalidade abordar o ensino de Biologia na escola Pública começando com um breve resumo de como a educação se ampliou em todo o mundo.

A partir da década de 60 o investimento escolar é considerado um investimento produtivo, ou seja, relação de produção que impõe que a escola opera as grandes divisões e as grandes desigualdades. A escola não é mais inocente nem neutra, reproduz as desigualdades sociais produzindo as desigualdades escolares. Os dois fenômenos relativamente independentes que afetam a relação de produção e reprodução encontram-se ligados uns aos outros, ou seja, a seletividade escolar encaminha os alunos mais fracos para a trajetória menos qualificados, aumentando sua chance de desemprego, precariedade e exclusão social.

É possível ver que a escola desempenha um papel autônomo na formação dos mecanismos de exclusão, enquanto o aluno do meio favorecido que fracassou na escola é ameaçado de exclusão, e o bom aluno de meio desfavorecido vê aumentar sua chances de interação profissional.

Os mecanismos da exclusão social:

A escola alia fatores de desigualdade e de exclusão que ultrapassam a simples reprodução das desigualdades sociais. Os alunos mais favorecidos socialmente são privilegiados por um conjunto de mecanismos sutis, próprio do funcionamento da escola, que beneficia os mais favorecidos. Com essas estratégias, escolas aprofundam as desigualdades e acentuam a exclusão escolar.

A sociologia da reprodução foi substituída pelo estudo dos problemas sociais na escola e pela análise dos mecanismos internos à escola. O problema das escolas e dos alunos "difíceis", aqueles que são mais pobres, se impôs, em poucos anos, como o ponto no qual se focaliza o conjunto dos problemas sociais: periferias, desemprego, imigração, delinqüência, violência e abandono escolar.

A experiência da exclusão:

De fato, o problema da exclusão não é apenas saber de maneira mais ou menos incisiva, quem é excluído, mas de conhecer também os processos e os efeitos dessa exclusão sobre os autores.

Por outro lado, a escola afirma a igualdade de todos. Esse princípio de igual valor e de igual dignidade dos indivíduos, igual respeito que lhes é devido, está no centro de uma ética democrática, fazendo dela um individuo e não apenas um aluno. Entretanto, ela ordena, hierarquiza, classifica os indivíduos em função de seus méritos.

Em suma, a exclusão é o indicador de uma transformação da escola que ultrapassa amplamente os casos de exclusão. Nesse sentido a escola integra e exclui mais que antes, e funciona cada vez mais como o mercado, que é, o principio básico da integração e da exclusão.

Metodologia

Biologia na escola:

A escola, uma instituição de ensino médio, proporciona uma visão geral das teorias de Wallon. Porém as teorias não são aplicadas.

As atividades observadas na instituição: E.E VITOR MEIRELES localizada na região periférica metropolitana da cidade de Campinas, onde, foram observadas as dependências da escola que são precárias e algumas inutilizadas como o laboratório de biologia e informática, além da possibilidade de assistir uma aula de biologia.

Como procedimento metodológico utilizamos conversas e entrevistas informais. O professor de biologia observado começou sua aula após 30 minutos do horário estipulado. A aula foi apenas a entrega de um texto sobre "combate ao fumo" e o recolhimento de uma síntese do assunto.

A prática de ensino e o papel do professor:

Nas observações realizadas em sala de aula os alunos e alunas não mantêm a sala organizada, alguns sentam em grupos e outros são excluídos. Conforme foi questionado a um aluno do grupo o porquê da disposição da sala, ele respondeu: "aqui cada um tem sua banda".

A sala estava praticamente vazia com apenas 20 alunos e alunas, pois muitos começam a trabalhar e migram para o período noturno. Há um grande atraso dos alunos e alunas ao chegarem à escola ou ao se apresentarem para a primeira aula.

Foi constatado que todas as carteiras estavam danificadas e a maioria dos estudantes estavam desatentos.

O professor de biologia tirava dúvidas e orientava somente os alunos e alunas que faziam a atividade.

Ao chegar o final da aula, os alunos e alunas que não tinham terminado a síntese questionaram para o professor se a entrega da atividade poderia ser feita na próxima aula de biologia, ele respondeu que poderia.

Após a aula tivemos a oportunidade de questionar o coordenador da escola, que nos explicou que os alunos chegam do Ensino Fundamental sem base, alguns sem estrutura escolar, todavia os professores e professoras são obrigados a retomar a matéria e os ensinamentos novos são avançados demais para eles, por isso muitos são desinteressados, indisciplinados, acabando por optar pela violência, tratando os professores e colegas com agressividade. Alguns não possuem estrutura familiar, e muitas famílias não dão apoio aos filhos pois pensam que educação se aprende na escola, havendo assim um grande abandono dos filhos por parte dos pais nas relações escolares. O coordenador também nos explicou que o professor tem que assumir muitas vezes novos planos do governo, onde todo professor e professora terá que passar por uma atualização todo ano e futuramente esse novo método com novos materiais didáticos ajudarão os alunos da escola pública.

Considerações Finais

O ensino em escolas públicas vem melhorando dos anos 60 para a atualidade, mas ainda não está adequada para suportar os problemas que a sociedade trás, como a exclusão social, a indisciplina, a agressividade, a falta de estrutura familiar e de educação dos alunos e alunas. Podemos observar isso na prática, indo à escola pública onde a situação dessas escolas é bastante precária e as aulas muitas vezes não são dadas corretamente, pois os alunos e alunas não se sentem interessados e motivados, alguns, acabando por abandonar a escola.

Com as novas técnicas que o coordenador descreveu, como os livros didáticos usados desde o primário, essa situação poderia se reverter e melhorar assim a situação das escolas públicas.

Referências Bibliográficas

La Taille, Y. 1951 – Piaget, Vygotsky, Wallon : Teorias psicogenéticas em discussão / Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas – São Paulo:Summus, 1992

Dubet, F. – École dês Hautes Études em Sciences Sociales – Cadis, Université Victor Segalen 2 - Bordeaux. Tradução : Neide Luiza de Rezende.