Análise da Evolução da Educação
Por Hélio Ricardo Mascarenhas Fonseca | 16/01/2009 | EducaçãoAnálise da Evolução da Educação
A educação ocupa papel central na trajetória histórica do desenvolvimento do potencial humano desde os tempos mais remotos. Analisando o percurso histórico ocidental das relações entre os elementos educação, trabalho e ciência, consideramos que o modelo de ensino é mais uma das heranças greco-romana que não vem recebendo expressivas contribuições.
As idéias norteadoras da educação do período clássico que engloba as matrizes educacionais grega e romana, com intenção de formar o homem a partir de um "ideal perfeito predeterminado" configurando a busca constante de respostas aos anseios idealizados em cada período histórico-sócio-cultural. Para os gregos, a formação do cidadão era o ápice de sua sociedade e o trabalho requerido para essa conquista compreendia toda uma vida. Assim, a educação se baseava nas relações interpessoais, na força dos exemplos. No caso da sociedade romana, o herói de referência para a formação do homem não era o cidadão da polis, mas o ancestral da família. Nas tradicionais famílias patrícias, os antepassados representavam orgulhosamente os modelos do comportamento, repetidos geração após geração, assim, a família era o ambiente inicial da educação, como uma prática social.
Dando um salto na história, a perspectiva educacional que surge na concepção do movimento iluminista, promove uma revolução no campo educacional e social. A força desse movimento reflete uma visão antropológico-social, deixando marcas e desafios na contemporaneidade. Se no passado a forma de instruir e de educar foi uma construção inspirada nas tradições e na filosofia voltada para a reprodução das práticas sociais e mais tarde, um instrumento de salvação guiado pela perspectiva religiosa, o advento da ciência e não existe uma visão única do que seja ciência, mas sim vários paradigmas de ciência, fizeram o ensino, a escola e seus métodos passarem a ser cientificamente orientados. Surgiram assim, os ramos da ciência que se ocupam desse campo do saber e geram explicações e visões sobre os processos de aprendizagem. A pedagogia, a psicologia, a sociologia, a antropologia, a lingüística, a semiótica entre outras, se apresentaram como objetos próprios e metodologias de pesquisa nem sempre convergentes.
No século XXI, a educação passou a ser encarada como uma preparação para a mudança, ao contrário do passado, educava-se e instruía-se para preservar "status quo".
Enquanto no passado havia diferenças no trato educacional entre cidadãos gregos e os outros, a educação contemporânea também incorpora a divisão social no projeto de suas instituições e na destinação de seus discentes. A necessidade social e política de investimento em educação para a garantia da sobrevivência futura não deixa de evidenciar um sentido mercadológico no campo da educação.
Pensar contemporaneamente, no âmbito da educação e da sociabilidade humana tornou-se uma atividade extremamente complexa e desafiadora, pois há quem defenda a educação como a solução de todos os problemas sociais: violência, terrorismo, miséria moral e material, subdesenvolvimento econômico e social. Educação como investimento.
A análise da educação no Brasil que impunha uma tendência liberal conservadora, possibilitou constatar que os motivos da problemática da educação não se reduzem apenas à escassez de recursos financeiros e o desaparelhamento dos laboratórios escolares, mas também pela carência de conhecimentos e habilidades pedagógicas e didáticas nos recursos humanos. Logo, torna-se uma tarefa prioritária envolver os profissionais em programas constantes de capacitação, transformando-os em facilitadores para a redução dos problemas enfrentados no cotidiano da educação no país.
Piaget afirma que a razão e emoção envolvidas em um processo jamais se separam. Não há mais espaço para metodologia inatista ou empirista, sendo o construtivismo o caminho mais adequado para implantarmos a escola cidadã. Mesmo que a tendência seja liberal, progressista ou pós LDB, o importante é estimular a prática do aprendizado, a troca de experiências e uma constante reflexão interna para a realização de uma nova práxis pedagógica, sob ponto de vista cognitivo, afetivo e ético, assim como atividades coletivas envolvendo professor e alunos.
Hélio Ricardo Mascarenhas Fonseca