ANÁLISE DA CARTILHA: PORTA DE PEPEL

Por maria aparecida vieira de melo | 18/08/2010 | Educação

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS
CURSO DE PEDAGOGIA










KARLA GISELY MACIEL DA SILVA GUEDES
MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO










ANÁLISE DA CARTILHA:
PORTA DE PEPEL





















GARANUNS-PE
2009
KARLA GISELY MACIEL DA SILVA GUEDES
MARIA APARECIDA VIEIRIA DE MELO












ANÁLISE DA CARTILHA:
PORTA DE PEPEL
































GARANHUNS-PE
2009
SUMÁRIO
I - Apresentação...............................................................................................................3

II - Questões Para Análise...............................................................................................4

II. I.Tem Coerência e Coesão?.......................................................................................4

II. II. São Gêneros Textuais?.........................................................................................4

III. Que Tipo de Letra?...................................................................................................4

IV. Destaque Três Pontos Positivos e Negativos...........................................................7

V. Conclusão.....................................................................................................................6

VI. Referência Bibliográfica...........................................................................................7

APRESENTAÇÃO

A Cartilha que iremos analisar é a Porta de Papel, elaborada por Angiolina D. Bragança, Isabella P. de Melo Carpaneda e Regina Iara M. Nassur. Editada pela FTD em 1994, da Edição Renovada para a Alfabetização.
A Cartilha Porta de Papel inicia-se com o período preparatório dedicado a coordenação motora para que o aluno se prepare para o processo de alfabetização.
Em ordem crescente de dificuldades, a cartilha segue com as vogais qu possuem gravuras que representam o inicio de cada vogal, bem como atividades para assimilação da vogal. Continuando faz uma abordagem sobre os encontros vocálicos e as vogais nasaladas.
É estruturada em palavras-chave e silábas geradoras, deixando de ser apenas para ensinar a ler e tornando-se para fazer exercícios de escrita, cujo, em cada texto fica mais complexo a leitura e a escrita. Analisaremos neste aspecto se tem coerência e coesão.
Ainda a referida cartilha apresenta o uso devido da consoante x, e por fim um quebra cabeça silábica, que oportuniza a formação de palavras, resultante em frases e textos coerentes e coesivos ou não. Obviamente as palavras formadas serão as já conhecidas, haja vista que a cartilha em si delimita a aprendizagem significativa.
Após este desfeche da essência da Cartilha Porta de Papel, iremos prossegui a nossa análise.
Venha Conosco!


Questões Para Análise

1.1. Tem Coerência e Coesão? Sim ou Não?
Tem coerência, mas não coesão, em alguns textos apresenta elementos mínimos coesivos. A Cartilha Porta de Papel parte da apresentação da palavra-chave, ilustrada com um desenho, e destaca a sílaba geradora que é quase sempre a primeira silaba da palavra destacada, logo após as palavras novas são escritas com os elementos já dominados e depois exercícios estruturais em que as palavras são montadas e desmontadas com os elementos feitos das sílabas geradoras.
Os textos são coerentes com os seus propósitos, os textos da cartilha não têm sentido algum, haja vista que o texto papai (anexo) é de apenas três palavras e elementos coesivos são mínimos e não tem sentido algum em comunicar.
Assim Votre contribui quando diz "a sintaxe das cartilhas é neutra e geral, insípida, uma sintaxe de ninguém..." Ele também afirma que as frases são soltas e curtas, predominando "os tempos simples, inverossímeis, sem presença de auxiliar." Os textos são pequenos e apresenta frequentemente a ausência de nexo entre as sentenças. Nada deixa transparecer a função e o valor real de comunicação da língua escrita.
Cada texto da cartilha trata apenas de uma unidade silábica, os conteúdos dos textos são organizados de forma hierárquica, do mais fácil para o mais difícil.
1.2 São Gêneros Textuais?
Não. Em toda a cartilha não apresenta tipo algum de gênero textual, uma vez que o mesmo é caracterizado pela variação das características do texto. Um deste na qual servirá de análise (bolha de sabão) não apresenta gênero textual, esse que pode ser: receitas, propagandas, bilhetes, cartas, manchetes de jornais, rótulos, textos espontâneos e coletivos, e isso não está presente no texto e nem em toda a cartilha analisada.
1.2. Que Tipo de Letra?
A cartilha porta de papel usa os dois tipos d letra: a cursiva ou de mão e a letra bastão ou de fôrma. A letra cursiva é importante, pois é mais fácil escrever rapidamente na forma cursiva do que usando letra de forma. Também é verdade, porém que a letra cursiva apresenta essas vantagens apenas para as pessoas já familiarizadas com a leitura, isto é, as pessoas já alfabetizadas. Para quem está aprendendo a letra de forma, especialmente a maiúscula proporciona um material gráfico melhor para a leitura a até para as primeiras escritas.
Tento isso é verdade que os alunos quando estão passando dos rabiscos para as primeiras formas gráficas utilizam espontaneamente a letra de fôrma, mesmo estando habituados a ver as duas formas de escrita no seu cotidiano.
Assim, fica em evidência a importância de ambos os tipos de letras, que trazem consigo em sua essência e finalidade para o processo de aprendizagem da alfabetização.
Destaque Três Pontos Positivos e Negativos:
Pontos Positivos Pontos Negativos
1. Os diferentes tipos de alfabetos, pois uma letra maiúscula pode ser escrita em tamanho menor do que uma letra minúscula, por que não é o tamanho que conta, mas a forma gráfica (ninúscula, maiúscula, cursiva e bastão). Por isso, é importa que a cartilha trabalhe os dois tipos.
2. A cartilha inicia o seu processo de alfabetização através da coordenação motora, é importante para a aquisição da escrita.
3. A cartilha usa a leitura como forma de ensino e fixar, a pronúncia da norma culta, assim exige do aluno uma leitura precisa já que começa do mais fácil para o mais difícil.
4. O alfabeto silábico que desperta a curiosidade do aluno, auxiliando-o no processo de descobertas e formação de palavras, frases e textos, momento em que ele se desprenderá da limitação que a cartilha oferece. 1. A cartilha limita-se ao ensino de uma técnica de leitura, sendo esta, como decifração de um elemento gráfico em um elemento sonoro, considerando que ao ensinar o aluno a decodificar e codificar, ele aprende a ler e escrever. Assim o sistema de escrita sobreposta ao sistema oral. Esse é mediador da compreensão.
2. O único objeto da cartilha é colocar em evidencia a estrutura da língua escrita, tal como é conhecida pelos métodos d alfabetização. Assim a escrita é sem significado.
3. Não possui gênero textual, apenas narrativas curtas e soltas sem muita finalidade de comunicar.
4. Os textos não lidam adequadamente com os elementos coesivos, e às vezes, nem com a coerência discursiva, o que faz deles péssimos exemplos para os alunos.
5. a cartilha limita tento o ensino como aprendizagem, ao concretizar o modelo idealizado pelas metodologias tradicionais, tornando o ensino da leitura uniforme, cumulativo e homogêneo, só que a aprendizagem é heterogênea.

Conclusão
Não foi fácil esta tarefa, pois a cartilha porta de papel representa a prática de métodos mecanicistas, bons para o adestramento, para o condicionamento da corrente behaviorista, mas muito ruins para quem quiser usar a reflexão para construir o conhecimento. Na cartilha tudo vem pronto para o aluno, não há lugar para reflexão, para a autonomia, para uma livre iniciativa, para a criatividade, para usar de características próprias de aprendizagem.
Segundo João de Deus Ramos, no prefácio da Cartilha Maternal de 1876, o autor diz que o aluno que aprende por letras ou pelas sílabas "conduzido através de elementos inertes do pensamento reduze-se à posição de repetidor de uma cambulhada de miudezas trivialissimas, que não o divertem, nem o instruem, atrofiam-lhe o espírito e deixam nele impresso o habito da leitura mecânica, senão, muitas vezes o selo do idiotismo". Assim sendo, ele é contra os métodos de soletração e silabação. Na verdade o resultado é que temos péssimos leitores e sem contar os que detestam ler.
Então ao analisarmos a Cartilha Porta de Papel foi muito fácil encontramos os pontos negativos (o que colocamos foi pouco para os que consideramos), já os pontos positivos foram sucintos e acredito que possa ter algum equivoco, pois para nós a cartilha pouco apresenta finalidade, apesar, que seja boa ou ruim, ela muito ou pouco consegue fazer com que alguns alunos na alfabetização consigam ler e escrever, já que o objetivo é este. Mesmo que o percurso seja árduo no processo de alfabetização, já que a cartilha não considera o seu público por estar pronta e acabada!
Portanto, para Votre "uma cartilha ideal deve conter palavras mais próximas, tanto em termos sócio-culturais quanto lingüísticos; e essas palavras devem estar incluídas em textos que faça sentido e soem naturais para os seus usuários." Assim se faz necessário o uso de palavras que tenham significados efetivos para aprendê-lo, respeitando sua origem cultural. Isso por que a cartilha não considera a linguagem do aluno e desde já apresenta a norma culta.
Atualmente, cabe aos professores utilizar ou não a cartilha, haja vista que percorremos para o processo da aprendizagem significativa. Assim, hoje já tem cartilhas com gêneros textuais que fazem parte do cotidiano do aluno como o jornal, a carta, o rotulo, propaganda e outros e isto falta na Cartilha Porta de Papel analisada.
Ademais concluo com a frase de Antonio Machado "tudo passa e tudo fica, porém o nosso é passar, passar fazendo caminhos... caminhante, são tuas pegadas o caminho e nada mais, caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar." Assim a cartilha não é o método ideal para alfabetizar, mas sim o como que se utiliza para se ter êxito neste processo árduo, mas não deixa de ser fascinante!
Assim consideramos os pontos negativos e positivos desta cartilha, que viabiliza-nos a reflexão; até que ponto esta cartilha é boa ou não para alfabetizar? Cabe a nos professores saber-la utilizá-la, assim sendo talvez só para recorte de imagens!

Referência Bibliográfica


BRAGANÇA, Angiolina D. (et al) Porta de Papel: Alfabetização: Cartilha. Ed. Renovada. São Paulo: FTD, 1994.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1994.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998.