Análise Crítica

Por Keliene Soares Sena | 08/02/2021 | Educação

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA

POLO: GOVERNADOR NUNES FREIRE
CURSO: PEDAGOGIA
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA
PROFESSOR: VILMAR MARTINS DA SILVA
ACADÊMICAS: KELIENE SOARES SENA E MAIARA SILVA CORREA
ATIVIDADE 3
                                         ANÁLISE CRÍTICA
LIVRO - METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA
AUTORAS: MARIA ENEIDA FANTIN E NEUSA MARIA TAUSCHECK
 – CAPÍTULOS- 4º 5º, 6º e 7º.
 Governador Nunes Freire-2021
CONCEPÇÕES METODOLÓGICAS DO ENSINO DE GEOGRAFIA
KELIENE SOARES SENA
MAIARA SILVA CORREA
ANÁLISE DOS CAPÍTULOS: LER O ESPAÇO GEOGRÁFICO: A FORMAÇÃO DE CONCEITOS. AS POSSIBILIDADES INTERDISCIPLINARES E ESPECIFICIDADES DO ESPAÇO GEOGRÁFICO. A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMPREENSÃO/ LEITURA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO. RECURSOS/ METODOLOGIAS PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA.
O mundo está em constante avanço, são as tecnologias, as formas como nos locomovemos, os lugares por onde habitamos, o que indica ao ensino da Geografia, o dever de acompanhar essas mudanças, já que o seu estudo é baseado nas relações do homem com o meio em que vive, bem como suas relações sociais e a forma como se organizam em sociedade.
No texto estudado, há uma reflexão entorno do ensino de Geografia nas escolas, pois segundo as autoras, este, ainda permanece impregnado ao tradicionalismo, onde os alunos são obrigados a memorizar uma gama de informações, copiar textos postos na lousa e utilizar somente o livro didático como atividade de aprendizagem.
O objetivo desses capítulos é nortear o professor sobre o sentido do ensino da Geografia, analisando a relação da interdisciplinaridade, de suas metodologias, das práticas, e a utilização dos recursos didáticos no âmbito escolar. Relacionando assim, na formação de conceitos, o entendimento de que a Geografia está além dos conhecimentos sobre relevo, vegetação e rios, que há muitas possibilidades de aprender e compreender sobre o mundo em que vivem.
       Quando o professor organiza seu trabalho, através de um planejamento ele deve ter consciência que para determinados conteúdos e para a formação de conceitos como: lugar, paisagens, região, natureza, sociedade, território, globalização e outros, são necessários instrumentos adequados, que permitam contribuir para um melhor entendimento das especificidades da disciplina nessas áreas. Segundo Santos (1988), a formação desses conceitos é fundamental para o raciocínio espacial e elementar no ensino da Geografia.
Dessa forma, no capítulo 4, são esclarecidas as diferenciações entre esses conceitos, através de uma perspectiva crítica sobre o que é esperado na atualidade do ensino em geografia, para a leitura de mundo e do espaço geográfico. A explanação dos conceitos básicos, também é um tema discutido, no sentido de auxiliar o profissional da educação, em específico de geografia, para essa tarefa de guiar seus alunos na orientação do espaço.
     A Geografia afirma que o espaço geográfico, é resultado da dialética entre a materialidade, apropriada e construída pela sociedade, que possui de forma intrínseca as ações e relações sociais por ela construída, fatos estes, muitas vezes ignorados pelos professores e alunos. É possível afirmar que, ao lermos os espaços geográficos estaremos lendo e compreendendo também a sociedade que nos criou, em suas relações mais complexas aprofundando-se nas relações sociais, políticas e econômicas.
    Contudo, podemos afirmar que a geografia estabelece interfaces com outras ciências e outras áreas do saber a fim de explicar seu objeto de estudo e de ensino, cabe ao profissional da educação geográfica alfabetizar o aluno para fazer a leitura do espaço, abordando as áreas relacionadas ao mesmo.
No decorrer da leitura, as autoras tratam do ensino da Geografia e perpassam por questões, tais como: como é uma abordagem interdisciplinar? Como ela pode ocorrer? A interdisciplinaridade compromete a identidade da disciplina?
O texto traz uma citação clara sobre a interdisciplinaridade de acordo com Fourez, “para estudar uma determinada questão do cotidiano, é preciso uma multiplicidade de enfoques, ao mesclar de maneira sempre particular diferentes disciplinas obtém-se um enfoque original de certos problemas da vida cotidiana.”
Com isso, no capítulo 5, as autoras apontam que os educadores devem manter uma atenção a interdisciplinaridade do ensino da Geografia, que é de não fazer “uma salada mista e não cair em um “ecletismo”, pois muitas vezes conteúdos pertencentes a determinadas áreas podem exigir um estudo específico e aprofundado e a tentativa de fusão de conhecimentos diferentes num conteúdo único, pode gerar uma distorção no seu ensino. Isto significa que as abordagens devem ser cautelosas, para que a identidade da geografia seja mantida, e seu enfoque interdisciplinar não fique confuso e fragmentado.
  No que tange a alfabetização cartográfica, no capítulo 6, é desvelado que para o ensino e compreensão de espaço geográfico, envolve trabalhar com os principais elementos que compõe um mapa: o título, a legenda (símbolo) e a relação de proporcionalidade apresentadas nos mapas, (escala). Estes itens podem ser trabalhados em diversas aulas pelo professor e compreensível aos alunos a função que cada um desempenha na composição de um mapa.
Almeida defende que é função da escola preparar o aluno e levá-lo a compreender a organização espacial da sociedade em que está inserido e conscientizá-lo através de técnicas e instrumentos a representação gráfica dessa organização. Isto se dá segundo as autoras por meio do estudo e representação dos espaços particulares, ou seja, o que faz parte do cotidiano das crianças, daquilo que é vivido e percebido por elas, como, a casa, a sala de aula, o caminho que percorrem de casa a escola, um espaço específico da escola, juntamente ao conhecimento sobre diferentes instrumentos como o globo e mapas oficiais.
Como isso, elas citam como exemplos, ainda neste capítulo, a construção de uma maquete e o estudo de dois mapas, estabelecendo nessas atividades, conhecimentos ligados a observação, a lateralidade, a noção de espaço, a exploração crítica, a problematização das questões envolvidas nos dois projetos, bem como a socialização.
Essas atividades entram em consonância com o capítulo 7, onde são abordados os recursos e metodologias para o ensino da Geografia. Há muitas críticas entorno do ensino contemporâneo da Geografia, sendo muito comum as queixas dos alunos em considerar as aulas enfadonhas e as metodologias repetitivas, utilizando somente o livro didático como recurso e o aluno como sujeito passivo.
Segundo Celso Vasconcelos, um dos teóricos citados no texto, o encaminhamento metodológico para um conteúdo ou unidade de estudo, deve comtemplar três momentos, “a mobilização para o conhecimento, a construção do conhecimento e a elaboração e expressão da síntese do conhecimento.
Quando se trata de mobilizar o conhecimento, a leitura indica que o objeto de estudo (geografia), deve mostra-se significativa para os alunos, provocar-lhes a curiosidade e despertar-lhes o interesse. É nesse campo que acontece a construção do conhecimento, quando o aluno, pensa, elabora questionamentos e reflete sobre o objeto de estudo. E por fim, o aluno organiza e elabora seu pensamento, problematizando através de diferentes linguagens.
Nesta discussão é enfatizado que o professor deve ser pesquisador, pois existem muitas fontes que orientam para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade, com ótimos recursos, como: o uso de imagens, de vídeos, de maquetes, de filmes, slides, entre outros, mas que esses dados devem ser analisados, para que o professor não caia na armadilha dos “enfeites”, com muitos recursos e pouca organização didática, e suas aulas sejam fadadas ao fracasso.
A construção do cidadão crítico e reflexivo, que seja capaz de atuar positivamente em sociedade, está diretamente ligado as novas práticas educacionais, que fomentam ideias, desvelam ideologias e são instrumentos para compreender as relações sociais, políticas e étnicas presentes no cotidiano e nos meios sociais.
Pelos diversos apontamentos expostos no texto, é percebido que cabe ao professor, em meio a diferentes recursos didáticos e metodologias, estabelecer uma relação entre a prática pedagógica vigente e o que favorece realmente a aprendizagem, deixando de lado o paradigma tradicional e focando no ensino da geografia crítica, contextualizada com a realidade.

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