ANÁLISE CLÍNICA DO HEMOGRAMA: uma abordagem crítica ante as ocorrências em saúde
Por Nieje Barbosa de Almeida | 02/09/2014 | SaúdeANÁLISE CLÍNICA DO HEMOGRAMA: uma abordagem crítica ante as ocorrências em saúde
CLINICAL ANALYSIS OF CBC: a critical approach ante occurrences in health
Nieje Barbosa de Almeida 1; Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filho 2.
1. Enfa. Especialista em Unidade de Terapia Intensiva. Docente de UTI, e Urgência e Emergência, pela Faculdade São Vicente de Paula (FESVIP);
2. Cirurgião Dentista. Mestre em Microbiologia. Docente de Microbiologia e Imunologia pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ).
RESUMO
O sangue é composto por três grupos celulares, as hemácias, ou glóbulos vermelhos, ou ainda eritrócitos, responsáveis pelo transporte de oxigênio ao organismo, os leucócitos, ou glóbulos brancos, que são nossas células de defesa, e nos conferem imunidade, e por fim, as plaquetas, ou trombócitos que são fragmentos celulares oriundos de células chamadas megacariócitos, imprescindíveis aos processos de coagulação sanguínea no individuo. A avaliação quantitativa e qualitativa desses elementos é essencial à detecção precoce de patologias simples, a doenças fatais. Ante a problemática que é a acuidade na interpretação do hemograma, objetivou-se concretizar uma abordagem sucinta na importância em se interpretar corretamente tal exame, para se atingir a identificação de possíveis danos, e atentar para falsas interpretações. Geralmente as pessoas só buscam realizar exames em situações de extrema necessidade, e rotineiramente o primeiro exame a ser solicitado é o hemograma, muito embora, comumente, haja uma desatenção por parte dos profissionais de saúde quanto ao real resultado desse exame, como em casos de eritropenia, a queda da quantidade de eritrócitos, a mesma ser tratada como uma condição comum de anemia, e ser prescrito como rotina uma droga chamada de sulfato ferroso diário, sem a investigação acerca das legítimas causas da alteração encontrada, pois há diversas origens para a diminuição na taxa de eritrócitos, desde condições como processos hemorrágicos simples ou complexos, hemólise (destruição), dessas hemácias em maior velocidade que sua produção, ou uma menor produção dessas células pela medula óssea. Desse modo, é necessário que saibamos, que nem toda anemia é existente por deficiência de ferro, sendo assim, é precipitada a prescrição desse mineral sem uma avaliação mais abrangente, visto que sua ingestão contínua desnecessária pode provocar riscos à saúde. A investigação exata da anemia é de extrema importância, em virtude de haver outros tipos de anemias que não apenas por deficiência de ferro, anemias por carências de ácido fólico, de vitamina B12, ou até mesmo de vitamina C. Situação semelhante ocorre ao resultado de leucocitose, que sempre é associada a viroses, constituindo novamente em falha de ausência de investigação, pois cada célula de defesa desempenha um papel especializado, havendo a possibilidade de juntamente a anamnese do paciente, descartarmos a “famosa virose”, porém de modo aberrante, existi a prescrição de antibióticos para a dita “virose”, sendo inevitavelmente impossível não questionar: é virose ou infecção bacteriana? Antibióticos tem ação sobre vírus? No que se refere às plaquetas, também não se nota diferenças, ocorrendo pouca atenção para sua diminuição ou elevação severa em alguns casos, significando novamente agravante a saúde do paciente, que deveria ser encaminhado a uma profissional chamado de hematologista. Em acordo com o texto explanado fica obvia a deficiência na interpretação correta do hemograma, representando um alerta para a prática de prescrições de medicamentos sem base, tão pouco a devida investigação, podendo acarretar em danos a saúde do paciente reversíveis ou não.
Descritores: Exames Laboratoriais. Hematologia. Saúde.
REFERÊNCIAS
ARRIERO, Rene. Portal Farmácia. Interpretação de exames laboratoriais. Disponível
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