AMORES CONTRA AMIGOS
Por cesar gonçalves | 14/10/2010 | PoesiasAMORES CONTRA AMIGOS
O ouvido que sugou o seu lamento.
Os olhos que choraram suas dores.
A boca que aconselhou no seu sofrimento.
A cabeça que torceu por seus amores.
O peito que cedeu o seu abrigo.
A mão que lhe resgatou dos escombros.
O confidente balsâmico do seu castigo.
A força que carregou você nos ombros.
Alegria nos seus momentos de conquistas.
Prazer de comemorar as suas glórias.
O amigo quase sempre em suas vistas,
Paciente em ouvir suas histórias.
Fidelidade devotada a sua vida,
Quando triste você flertava com a morte.
Outra vida já se encontra envolvida,
A amizade não é mais que pura sorte.
Vibrante com seu despertar.
Soldado que vela seu adormecer.
Solitário deseja seu par,
Mas teme fazer-lhe sofrer.
A amizade já não cabe no peito,
Solitária já fica de fora.
O amigo que deseja em seu leito,
Sua grande amiga de outrora.
O amigo não nega conforto,
Mas perturba a paz da sua calma.
Deseja tocar o seu corpo,
Com outra metade de sua alma.
Amigos nem sempre são percebidos.
Amores quase nunca permitem reprises.
Se alguns amigos são queridos,
Os amores, mesmo cegos são felizes.