Amor
Por Maria Goretti Santana Silva | 21/04/2015 | CrônicasNa sala, repleta de pessoas agitadas e barulhentas, ela fechou os olhos e deixou-se levar pela gostosa sensação de calor que lhe dominava o corpo, provocando espasmos intensos em cada pedacinho dela. Não havia como negar que ele estava chegando. Ela sabia. Ela sentia sua presença antes mesmo dele entrar, antes mesmo dela abrir os olhos ou antes mesmo de escutar sua voz. Esperou apenas alguns segundos...O ruído da sala cresceu e cessou repentinamente.Ela entendeu. Ele chegara. Quase não se ouvia mais som algum. Pessoas se calavam espontaneamente diante dele. Ela ouviu sua própria respiração e sentiu o coração bater tão pesado que temeu desfalecer. Buscou, desesperadamente, controle e disse para si mesma que não; ninguém poderia perceber que ela estava sorvendo o ar que sabia, ele já respirava. Inspirou profundamente. Abriu os olhos devagar...E - meu Deus - lá estava ele....naquele sorriso franco e aberto,mais de uma criança de que de um Profissional maduro e respeitado e que, milhares de pessoas silenciavam diante de sua incrível liderança. Ele a olhou. Olhou-a diretamente nos olhos e ela sentiu que não havia mais volta....Estava presa naquele olhar da cor da terra e nunca mais se libertaria. O olhar dele estava atento,curioso e fixo nela. E em um breve momento, a sala esvaziou-se de qualquer barulho e tornou-se morna e sensual....Ele separou seus olhos dos olhos dela. Mas os gestos confusos denunciaram uma presença sutil porém real de ago que ele não entendeu. Ela já sabia...Há tanto tempo sabia que ele chegaria....Que ele viria em sua forma perfeita de homem sonhado.Em uma forma de tamanha majestade que ela, simplesmente, se deixaria ir.......Apenas iria.....E ficaria permanentemente presa em suas mãos e viveria no olhar dele, aquele olhar da cor da noite.....Prisioneira, como se fosse apenas uma borboleta que pousou nas mãos dele.