Amor eterno
Por Adriana de Barros Silva | 03/11/2011 | ContosAmor Eterno
Tempos maravilhosos aqueles os homens vestiam-se com esplendor e elegância as mulheres delicadas, sensíveis extremamente femininas. O homem sendo o chefe da família o ditador das leis e seus desejos são ordens irrevogáveis; as mulheres mães dos filhos e educadoras servas fiéis e obedientes.
João Alberto Martins comercianteem São Paulopai severo e amoroso de uma única filha Tereza uma moça doce, romântica e impetuosa sua mãe falecera quando ainda era bebê. Tereza menina moça constando seus 16 anos faces rosadas, cabelos e olhos negros, traços delicados de estatura miúda; não se conformava de ter nascido mulher e seu pai de não ter um filho homem, desta forma, ela agia como rapaz e era tratada como um até manejo com armas estava acostumada.
Não tardou a surgir pretendente, mas quem domou o seu coração foi o jovem jornalista Felipe Castro recém formado com uma pequena coluna no jornal local. Senhor João, comerciante honesto com uma situação financeira modesta sem grandes ambições só queria a felicidade de sua filha.
Ambos já ousavam nas visitas de Felipe o toque de suas mãos e suas visitas eram freqüentes.
Senhor João recebeu em uma manhã a visita de nobre Barão José de Almeida viúvo há três anos querendo matar a sua curiosidade sobre os encantos da filha do comerciante que lhe devia alguns empréstimos, ao ver com seus próprios olhos a beleza extraordinária de Tereza, propôs sem rodeios casamento, um ato comum de um homem frio e calculista queria possuí-la como um adorno sem qualquer afeição.
Senhor João ficou indignado com tal proposta, mas foi pressionado e sem ter como reagir às ameaças deu sua única filhaem casamento. Terezatentou agir como podia à situação declarando abertamente que não possuía nenhuma afeição ao Barão e não queria casar foiem vão. Tevede ceder para salvar seu pai da prisão.
Em uma tarde Felipe estava enfrente a porta da residência que costumava ir sempre que possível entre 14:30h as 15:30h para visitar sua futura noiva Tereza, já fazia dois dias que não á via. Bateu na porta suas mãos suavam e suas pernas estavam bambas, pois em seu bolso esquerdo permanecia uma pequena caixinha com um anel de ouro e um pequeno brilhante que custou todas as suas economias. Suspirou fundo e sussurrou.
“_Finalmente a pedirei em casamento.”
Ao abrir a porta pediu ao empregado que fosse anunciado que voltou logo lhe dizendo que não deveria mais voltar que Tereza estava noiva do Barão Jose de Almeida fechou a porta sem esperar uma resposta do pobre Felipe.
Felipe Castro com o coração em frangalhos voltou para casa e partiu antes que Tereza se casa-se para o Rio de Janeiro atrás de outras oportunidades na carreira jornalística, mas no seu coração jamais haveria outra moradora senão a doce Tereza que brincara com seu coração e o jogara fora sem nenhuma explicação.
Após três meses de casamento Tereza não escondia seu desafeto e sua infelicidade e o brilho dos seus olhos esvaia e a cor rosada das faces desaparecia ao vê-la nesse estado decadente seu pai não suportou a culpa que sentia falecendo e a deixando completamente sozinha com o sofrimento.
O Barão mandou pintar o retrato de Tereza para enfeitar sua sala como troféu, símbolo de um bom negocio era um homem cruel e a tratava como uma relíquia adquirida em uma boa negociação.
A imagem que os visitantes tinham ao entrar na sala em vez de enobrecer o ambiente o deixava na penúria, pois o artista retratou na tela toda a tristeza e angustia que Tereza sentia.
Já fazia um ano de casada e Tereza não engravidava furioso o Barão que tinha nesse casamento sua última oportunidade de ser pai, deu um tapa em sua face amaldiçoando fato de ter se casado com ela.
Tereza que não suportava os maus tratos pegou uma faca e a enfiou em seu ombro esquerdo, mas mirava seu coração e apesar dos 50 anos o Barão era bastante ágil desviando; furioso deu-lhe uma surra que a deixou de cama por um mês.
O Barão resolveu viajar para se acalmar por alguns meses.
Enquanto o Barão estavaem viagem Felipevoltou à cidade, ainda solteiro ficou conhecendo os fatos em parte e deixou claro aos seus conhecidos que queria deixar tudo no passado, sendo que em seu coração residia Tereza.
Quando Tereza soube de Felipe tratou de descobrir seu endereço driblou sua acompanhante e foi em sua casa sem pensar duas vezes. Chegando a casa humilde em que residia seu amado Felipe seu coração palpitava, suas pernas tremiam com os olhos brilhantes esperançosos cheios de paixão.
Felipe atendeu a porta com frieza, amargo e a mandou embora ressentido. Tereza ignorou e entrou na casa aos prantos relatando como sucederam os fatos, o jovem jornalista eloqüente ficou mudo espantado e antes que pudesse se dar conta a confortava em seus braços as horas passavam no mundo exterior aos jovens apaixonados com seus corpos entrelaçados tornando-se um só corpo e alma o tempo e mais nada importava.
Os meses que se seguiram foram repletos de encontros discretos, cheios de paixão onde trocavam juras de amor eterno.
Infelizmente os amantes foram traídos pela acompanhante de Tereza informando o Barão que voltou furioso da viagem e pegou Felipe em sua casa tentando fugir com sua esposa Tereza, puxou de sua espada para limpar sua honra e ambos começaram a lutar.
Tereza só pensava em pegar a sua espada querendo ajudar o seu amado antes de terminar de subir os degraus ouviu o ultimo suspiro do jovem Felipe com os olhos inebriados chegou à porta de seu quarto quando sentiu em sua costa o aço da espada e disse suas últimas palavras.
”_Eu te amo Felipe” Uma lágrima rolou de seus olhos e faleceu, sua face rosada e suave sorriso no lábio davam-lhe a impressão de estar dormindo se não fosse o sangue empossado.
O Barão transformou sua face do ódio ao desespero viu nos olhos de Tereza no seu último sobro de vida um brilho, que jamais vira enquanto sua esposa que eram como pedras negras sem vida.
A tristeza e o ódio tomaram conta desse homem que passou seus dias amaldiçoando-os pela traição. Com o passar dos anos foi perdendo sua fortuna e com ela seus amigos se afastaram a amargura que o consumia tornava sua companhia insuportável até morrer sozinho em seu quarto e só ser encontrado uma semana depois do infarto.
O Barão foi traído pela sua vaidade e egoísmo sem perceber o mal que causou aos outros e a si mesmo.
Os amigos do jovem jornalista enterraram os amantes juntos e em suas lápides ficou escrito:
“Foram amantes
Viveram e morreram
Experimentando a chama ardente
Do verdadeiro amor
Eterno e sublime.”