Ambiência e manejo sanidade na avicultura

Por Haymery Salardani | 28/06/2011 | Sociedade

Haymery Salardani da Silva¹; Laiani Destefani Bergamin¹; Michele Buzatto de Almeida¹; Sophia Paris Rodrigues¹; Fausto Moreira da Silva Carmo²,³.

¹- Graduando de medicina veterinária - FACASTELO
²- Professor da faculdade de castelo - FACASTELO
³- D.Sc em zootecnia

Ambiência nas granjas avícolas
De acordo com Bueno e Rossi (2006) ave adulta é um animal que se adapta melhor a ambientes frios, pois seu sistema termorregulador é mais adequado para reter calor que para dissipá-lo. Quando exposta ao estresse térmico, por elevadas temperaturas, a ave apresenta diminuição no consumo de ração e, em conseqüência, redução no ganho de peso e pior conversão alimentar.
A interação com o meio e suas respostas constituem o julgamento quanto ao efeito do ambiente ao processo fisiológico de adaptação e tolerância dos animais às mudanças. Para uma avaliação efetiva desses sistemas, é imprescindível fixar critérios de análise das instalações. Tais critérios devem ser considerados de forma a indicar pontos críticos quanto às trocas térmicas efetuadas pela massa viva (animais) e do sistema físico (instalação). (Rodrigues, 2009).
O bem-estar animal pode ser definido como o estado de um indivíduo em relação às suas tentativas de se adaptar ao seu ambiente, neste conceito, a ambiência exerce grande influência na adaptação do animal ao ambiente no qual se encontra inserido. A ambiência também pode ser definida como a soma dos impactos dos fatores biológicos e físicos nos animais (Silva e Vieira, salgado e Naas, 2010).
Como descrito por Rodrigues (2009) qualquer problema estrutural das instalações que venha proporcionar situações inadequadas de ventilação, renovação de ar, acúmulo de gases, carga térmica excedente pode ser considerado fator de risco, passando a estar a instalação deficitária quanto à sua função de proporcionar conforto térmico ao ambiente. Nessas circunstâncias, ou seja, os animais distanciando-se das condições de termoneutralidade, apresentarão problemas de saúde, altas taxas de mortalidade, comprometimento de ganho de peso e da qualidade final do produto.
O sucesso ou fracasso de uma criação de frangos de corte está diretamente relacionado às condições ambientais a que estes estão submetidos. Os altos valores de temperatura ambiente provocam queda de produção e mortalidade no meio avícola. Tal fato se vem agravando à medida que a densidade de criação é aumentada e, também, pelo fato de que a ave vem sendo desenvolvida geneticamente, tornando-se mais precoce e produtiva (Bueno; Rossi; 2006).
De acordo com Bueno e Rossi (2006) uma das conseqüências que advêm da climatização do galpão, para se evitar o estresse calórico, é o consumo de energia elétrica, uma vez que os equipamentos de climatização, tais como ventiladores, exaustores e nebulizadores, passam a funcionar com maior freqüência, aumentando o consumo de energia elétrica. Esta energia, utilizada nos galpões para alimentação, iluminação e, principalmente, manutenção do conforto térmico animal, tem extrema importância na quantificação de custos de produção, relativamente aos equipamentos que são utilizados e à sua relação benefício/custo, no que diz respeito ao consumo de energia elétrica (Santos, 2009). Os mesmos autores descrevem os sistemas utilizados neste trabalho da seguinte maneira:
Túnel associado à refrigeração adiabática é o sistema definido como forma de climatização que associa o sistema de ventilação em túnel com um sistema de resfriamento, geralmente envolvendo o uso de áreas molhadas ou painel evaporativo. O princípio é que, ao atravessar a área molhada, o ar se resfria e é movimentado ao longo da instalação, no sentido da exaustão (Bueno; Rossi; 2006).
Ventilação com nebulização, é a união de ventilação e nebulização associadas a um manejo sincronizado do sistema. O uso desses dois sistemas mostra-se insuficiente para controlar os altos níveis de estresse nas aves quando o clima se encontra em temperatura e umidade relativas elevadas. . (Bueno; Rossi; 2006).
Portanto como descreve Rodrigues, et al (2009) para que haja conforto térmico atribuído ao ambiente interno, há que se considerar a adequação do projeto da instalação em termos de materiais utilizados, orientações quando ao sol, topografia local, capacidade de alojamento de animais, entre outras considerações.

Manejo sanitário
Aves sadias, instaladas em um local recém-construído, raramente apresentam problemas sanitários. A melhor opção para um controle de doenças é o sistema que descarta todas as aves ao mesmo tempo, efetuando, em seguida, a limpeza e desinfecção rigorosa do aviário. A repovoação só deve ser feita depois do vazio sanitário, que é representado por um intervalo de 15 dias em que o galpão fica vazio, até a chegada de novas aves (VIEIRA, 2010).
As doenças patogênicas são transmitidas por meio de vírus e bactérias. As principais doenças que ocorrem na região Meio-Norte do Brasil são a Bronquite infecciosa, Newcastle, Gumboro e Varíola aviária (Bouba). Além da limpeza dos equipamentos e instalações, também deve ser estabelecida uma cobertura vacinal, além do uso de antibióticos.

REFERÊNCIAL TEÓRICO

RODRIGUES, Valéria Cristina; et al. Instalações Avícolas do Estado de São Paulo ?Brasil: os principais pontos críticos quanto ao Bem estar e conforto térmico animal. São Paulo, 2009, ano V, n.11, p. 24-30. Disponivel em : http://www.cantareira.br/thesis2/atual/iran_iintalacoes_final_12.pdf

SILVA, I. J. O; VIEIRA, F. M. C. Ambiência animal e as perdas produtivas no manejo Pré-abate: o caso da avicultura de corte brasileira. Disponivel em: http://www.uco.es/organiza/servicios/publica/az/php/img/web/08_11_34_1869REVISIONAmbienciaSilva.pdf.

BUENO, Leda; ROSSI, Luiz A. Comparação entre tecnologias de climatização para criação de frangos quanto a energia, ambiência e produtividade. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. São Paulo. Vol 10, n 2, Abril/Junho, 2006. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662006000200035&lang=pt

SANTOS, Pedro Antônio dos. Ventilação em modos túnel e lateral em galpões avícolas e seus efeitos no conforto térmico, na qualidade do ar e no desempenho das aves. revista Ceres, Março/Abril, 2009.

SALGADO, Douglas D.; NAAS, Irenilza de A. Avaliação de risco à produção de frango de corte do Estado de São Paulo em função da temperatura ambiente. Engenharia Agrícola. São Paulo. Vol 30, n 3, Junho, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-69162010000300001&script=sci_arttext

VIEIRA, Marconi. Os programas de vacinação utilizados na criação de poedeiras comerciais variam sistematicamente em função do risco sanitário de cada região. Viçosa. outubro de 2010. Disponível em: <http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/aves-peixes/avicultura/manejo-sanitario-vacinacao-galinhas-poedeiras/> . Acesso em: 20 junho de 2010.