ALTA INCIDÊNCIA DE CONTAMINAÇÃO POR TRACOMA EM CRIANÇAS E ADULTOS

Por neftalli duraes magalhaes | 13/04/2013 | Saúde

ALTA INCIDÊNCIA DE CONTAMINAÇÃO POR TRACOMA EM CRIANÇAS E ADULTOS

 

Neftálli Durães Magalhães1 Shayanne Rafaelli Rodrigues2 Álvaro Henrique Marque Bonfim3

RESUMO: A maior dificuldade encontrada pela Vigilância Epidemiológica da doença Tracoma relaciona-se ao desconhecimento do problema por parte dos profissionais de saúde. Diante disso o presente estudo veio buscar, com sua consecução, responder à seguinte indagação: Por que mesmo com a alta prevalência de Tracoma em crianças e adultos, ainda é pouca a informação prestada à população? Esta pesquisa foi desenvolvida com cunho bibliográfico, constituído de artigos dos anos de 2005 a 2010. Tendo como objetivo geral descobrir os possíveis motivos que levam a alta contaminação de Tracoma em crianças e adultos. Esse trabalho de pesquisa mostra a real importância do conhecimento sobre o Tracoma para todos os profissionais de saúde, destacando que estes são os principais responsáveis em realizar prevenção com palestras educativas sobre a doença, como também tem como responsabilidade diagnosticar em todos os casos a doença e intervim nas diversas formas de tratamento.  

Palavras-chave: Tracoma, Incidência, Contaminação, Crianças

 

SUMMARY: The major difficulty encountered by the disease Trachoma Surveillance relates to the problem of ignorance on the part of health professionals. Therefore this study came to seek, with their achievement, answer the following question: Why even with the high prevalence of trachoma in children and adults, yet little information is provided to the population? This research was developed with bibliographic nature, consisting of articles from the years 2005 to 2010. Aiming generally discover the possible reasons that lead to high contamination of trachoma in children and adults. This research work shows the importance of real knowledge about trachoma for all health professionals, emphasizing that these are primarily responsible for preventing accomplish with educational lectures about the disease, but also has the responsibility to diagnose all cases the disease and intervened in the various forms of treatment.

Keywords: Trachoma, Incidence, Contamination, Children

1Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras- 7º semestre;

2Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras- 7º semestre;

3 Graduando do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras- 7º semestre;

1 INTRODUÇÃO

O tracoma é uma ceratoconjuntivite crônica e recidivante causada pela Chlamydia trachomatis. Afeta crianças desde os primeiros meses de vida, evoluindo para: cicatrização conjuntival, entrópio, triquíase, opacidade corneana, olho seco e cegueira. Geralmente, sua transmissão ocorre dentro do ambiente doméstico, de forma direta (mãos contaminadas) ou indiretamente (vestuários) (LUCENA apud SHELLINI, 2010).

A inflamação crônica resultante de infecções recorrentes acarreta de forma lenta: cicatrização conjuntival, entropio, triquíase, opacidade corneana, olhos seco e cegueira no adulto. Geralmente sua transmissão ocorre dentro de um ambiente domestico, de forma direta (olho para olho, mãos contaminadas) ou indireta (vestuários e proliferação de moscas) (RANSON apud VIGNERON et al, 2007).

A presente pesquisa visa reunir conhecimentos sobre a doença tracoma, indicando como objetivo geral descobrir os possíveis motivos que levam a alta contaminação de Tracoma em crianças e adultos, e específicos Definir conceitos e características da doença Tracoma; Relatar movimentos históricos e de contagio do Tracoma; Identificar os fatores que levam ao contagio do Tracoma; Apontar os fatores de riscos e as formas de prevenção da doença Tracoma; Verificar a faixa etária de maior número de contaminação; Conhecer os principais motivos da alta infestação de Tracoma.

Entende-se que o Tracoma em casos mais graves evolui para seqüelas, provocando lesões corneanas importantes, levando a cegueira. É uma afecção inflamatória crônica da conjuntiva e da córnea, que em decorrência das infecções repetidas pode levar a cicatrizes na conjuntiva palpebral. Crianças com até 10 anos de idade são os maiores reservatórios de transmissão, quando aparecem com uma infecção ativa. Igualmente maior dificuldade encontrada pela Vigilância Epidemiológica em relação à doença destaca-se ao desconhecimento do problema por parte dos profissionais de saúde. Por que mesmo com a alta prevalência de Tracoma em crianças e adultos, ainda é pouca a informação prestada à população?

O déficit diagnostico por parte dos profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, tornou a patologia um grave problema de saúde pública. Dessa forma tornou-se necessário a realização dessa pesquisa bibliográfica, devido a alto índice de infecção por Tracoma.

2 METODOLOGIA

 

Esta pesquisa foi desenvolvida com cunho bibliográfico, Este tipo de pesquisa é realizado com base em materiais já publicados, constituído principalmente de livros e artigos científicos, atualizados a cerca da temática (GIL, 2007).

Tendo como intuído promover conhecimento sobre o Tracoma, este estudo foi realizado por estudantes do curso de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras, pesquisa de caráter qualitativo, usando artigos dos anos de 2005 até 2010, com base de dados eventualmente pesquisados em sites da Bireme, SciELO, Revista Brasileira de Enfermagem, Webartigos.

3. RESULTADOS

O tracoma é a segunda causa de cegueira em todo o mundo, mantendo-se em níveis hiperendêmicos em várias regiões da Ásia, África e Oriente Médio. Nas Américas existem focos localizados no sul do México, Guatemala, Bolívia, Peru e no Nordeste do Brasil. (D’AMARAL et al , 2005).

Durante o século passado a prevalência do tracoma na Europa e América do Norte era alta, constituindo a principal causa de cegueira nestas regiões. Nesse século a doença foi gradualmente desaparecendo graças a uma multiplicidade de mudanças nas condições de vida e assistência à saúde. O desaparecimento do tracoma nestas localidades deveu-se mais ao progresso material e cultural do que a programas quimioterápicos. (LUNA apud VIGNERON; et al, 2007).

No Brasil o tracoma foi se alastrando nos estados onde houve colonização e imigração européia, pois até então esta doença não existia entre as populações nativas do país. Sendo relatado esse contexto histórico por viajantes e médicos que estiveram no Brasil no século XIX.

Além do “foco do Nordeste”, outros dois teriam contribuído decisivamente para a disseminação do tracoma no país, os “focos de São Paulo e Rio Grande do Sul”, que teriam se iniciado com a intensificação do imigração européia para esses dois estados, a partir da segunda metade do século XIX. (MURRAY et al, 2004)

 

As primeiras medidas de controle do Tracoma no Brasil foi em 1923, quando decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Saúde Pública, que proibia o desembarque de imigrantes com Tracoma, pois o mesmo encontrava-se amplamente disseminado no País, e não mais dependia da imigração para a manutenção desta patologia.

As fontes mais relevantes de contaminação do tracoma, esta associada com infecção ativa na conjuntiva ou outras mucosas. A infectividade é maior no início da doença o tracoma e quando coexistem infecções bacterianas agudas ou crônicas.

Segundo Murray et al (2004) esta patologia esta relacionada com infecções genitais, caracterizado por secreção mucopurulenta, seratite, infiltrados da córnea e, vindo a ocasionar um grau de vascularização da córnea.

A resposta imune celular é considerada necessária para a cura da infecção do tracoma, mas provavelmente, também contribuí para o desenvolvimento das lesões conjuntivais cicatriciais. Os anticorpos responsáveis pela proteção podem ser diferentes dos que causam reações deletérias. Se fosse possível estimular, especificamente, a resposta imunológica protetora então teria uma vacina de tracoma eficaz.

Deve-se no primeiro momento realizar uma breve avaliação do olho, observando as pálpebras e a córnea, verificando a presença ou ausência de entrópio, triquíase e opacificações da córnea. Em seqüência, é preciso inverter a pálpebra superior, examinar a área central da conjuntiva tarsal, desprezando as bordas das pálpebras e os cantos. E dessa forma poderá se chegar a um consenso do diagnostico do tracoma.

No tracoma, a inflamação produz espessamento e opacificação difusa da conjuntiva. Podem ser observados dois tipos de reação conjuntival na inflamação tracomatosa: os folículos e a infiltração difusa, que podem ocorrer simultaneamente. (MURRAY et al, 2004)

Todos os indivíduos são suscetíveis à doença, sendo que crianças reinfectam - se com maior freqüência dependendo das condições do meio. Indivíduos até 10 anos de idade com infecção ativa são considerados o maior reservatório de transmissão da doença em uma comunidade. Crianças com tracoma também podem portar C. trachomatis nos tratos respiratório e gastrointestinal. Não há reservatório animal do tracoma e a Clamídia sobrevive mal fora do hospedeiro humano.

Não obstante à sua aparência clínica branda na infância, o tracoma pode progredir por muitos anos e o comprometimento da visão ocorrer após a meia-idade. Assim, mediante ao conhecimento da patogênese do tracoma, não se deve esperar que os pacientes procurem espontaneamente o tratamento, mas sim isto deve servir de estímulo para a realização de novas pesquisas de campo. (SHELLINI et al, 2010).

4. CONCLUSÂO

Esse trabalho de pesquisa mostra a real importância do conhecimento sobre o Tracoma para todos os profissionais de saúde, destacando que estes são os principais responsáveis em realizar prevenção com palestras educativas sobre a doença, como também tem como responsabilidade diagnosticar em todos os casos a doença e intervim nas diversas formas de tratamento.  Amenizando a alta incidência nos locais mais susceptíveis dessa doença que é indicada como a segunda causa de cegueira em todo o mundo.

5. REFERÊNCIAS

 

D’ AMARAL,Rosa Kazuye Koda;CARDOSO, Maria Regina Alves; MEDINA,Norma Helen;CUNHA, Isabel Cristina Kowal Olm ;WALDMAN, Eliseu Alves. Fatores associados ao tracoma em área hipoendêmica da Região Sudeste, Brasil.2005.

FEITOSA, Anderson Clayton Sá; PINTO, Carla Gisele; ZANCANARO, Florentina; OLIVEIRA, Leonardo. Prevalência de pessoas contaminadas com Tracoma no distrito Mata do Cedro no município de Cristópolis – Ba. 2006. MONOGRAFICA DA FASB

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007

MURRAY, P. R. et al. Mycobaterium .Microbiologia Medica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

SCHELLINI, Silvana Artioli et al. Prevalência e localização espacial dos casos de tracoma detectados em escolares de Botucatu, São Paulo - Brasil. Arq. Bras. Oftalmol. [online]. 2010, vol.73, n.4, pp. 358-362. ISSN 0004-2749.  doi: 10.1590/S0004-27492010000400012.

VIGNERON, Deborah Filgueiras et al. Estudo epidemiológico do tracoma em comunidade da região do Cariri Ceará – Brasil (2007)