Alimentos Funcionais

Por Dalila Angélica da Rocha Ferreira | 11/12/2010 | Saúde

Resumo

Alimentos funcionais são aqueles que além de exercer as funções nutricionais básicas, também exercerá funções benéficas a saúde, prevenindo e/ou minimizando o risco de algumas doenças como câncer, osteoporose, acidentes cardiovasculares, hipertensão, diabetes e colesterolemia. Cada alimento funcional tem um princípio ativo que é considerado o responsável pelos benefícios desses alimentos na saúde. Os princípios ativos mais conhecidos são as vitaminas antioxidantes (carotenóides, ácido ascórbico e tocoferol), flavonóides ou compostos fenólicos, ácidos graxos poliinsaturados ( ômega 3 e ômega 6), fibras dietéticas, prebióticos e probióticos. Os alimentos funcionais só terão efeito preventivo se consumidos diariamente em uma alimentação equilibrada rica em frutas, verduras e grãos.


Palavras-chave: alimentos funcionais. prevenção. saúde.


1 INTRODUÇÃO


A população mundial esta com uma crescente preocupação sobre a relação entre a alimentação e saúde, todos estão em busca de longevidade. Por isso a cada dia surgem novos estudos sobre alimentos que visa proporcionar uma vida mais saudável.

"A baixa incidência de doenças em alguns povos chamou a atenção para sua dieta. Os esquimós com sua alimentação baseada em peixes e produtos do mar ricos em ômega 3 e ômega 6, têm baixo índice de problemas cardíacos, assim como od franceses consumidores de vinho tinto. Os orientais, devido ao consumo de soja que contém fitoestrogênios, tem pouco câncer de mama. Nesses países, o costume de consumir frutas e verduras também resulta em uma redução do risco de doenças coronarianas e de câncer, comprovada por dados epidemiológico." (ANJO, 2004, p. 146).

"Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos lançada pelo Japão na década de 80 através de um programa de governo que tinha como objetivo desenvolver alimentos saudáveis para uma população que envelhecia." (COLLI apud ANJO, 2004, p. 146).
"O termo alimentos funcionais foi primeiramente introduzido no Japão em meados dos anos 80 e se refere aos alimentos processados contendo ingredientes que auxiliam funções especìficas do corpo além de serem nutritivos." (CORNÉLIO; SALGADO; VIEIRA, 2007).
A Vigilância Sanitária, através da Resolução no 18 de 30 de Abril de 1999, diz que a "alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológicos que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais no organismo."
"Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma, sugere ou implica a existência da relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde." (Resolução no 19 de 30 de Abril de 1999, Vigilância Sanitária).

A Vigilância Sanitária afirma que "O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente , produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde , devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica." (Resolução no 18, de 30 de Abril de 1999).

Segundo Mar (2000) apud Anjo (2004, p. 145) "alimentos funcionais são definidos como qualquer substância ou componente de um alimento que proporciona benefícios para a saúde, inclusive a prevenção e o tratamento de doenças.

"Os alimentos funcionais devem apresentar propriedades benéficas além das nutricionais básicas, sendo apresentados na forma de alimentos comuns. São consumidos em dietas convencionais, mas demonstram capacidade de regular funções corporais de forma a auxiliar contra doenças como hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose e coronariopatias." ( SOUZA, et al., 2003 apud COLLA; MORAES, 2006, p.110)

"Os alimentos funcionais devem apresentar as seguintes características:
a) devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta normal/ usual; b) devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam; c) devem ter efeitos positivos além do valor básico nutritivo, que pode aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças, promovendo benefícios à saúde além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os desempenhos físicos, psicológico e comportamental; d) a alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico;..." (ROBERFROID, 2002 apud COLLA; MORAES, 2006, p. 110 ? 111).


2 DESENVOLVIMENTO


Cada alimento funcional possui um princípio ativo, que segundo Duarte (2006, p.62), são "justamente os melhores colaboradores para preservar a saúde ou prevenir esta ou aquela doença." Eles também podem ser chamados de fitoquímicos.

"Fitoquímicos são considerados substâncias encontradas em verduras e frutas que podem ser ingeridas diariamente em determinadas quantidades, que mostrem um potencial para modificar o metabolismo humano de maneira favorável à prevenção do câncer entre outras doenças degenerativas oxidantes." (ADA, 1993 apud ARRABI 2001, p.91).

Neste trabalho será discorrido sobre alguns fitoquímicos: as vitaminas antioxidantes (carotenóides, ácido ascórbico e tocoferol), flavonóides ou compostos fenólicos, ácidos graxos poliinsaturados (ômega 3 e ômega 6), fibras dietéticas, prebióticos e probióticos.

2.1 VITAMINAS ANTIOXIDANTES (carotenóides, ácido ascórbico e tocoferol)


Radicais livres são átomos ou moléculas. "São geradores no organismo enquanto parte dos processos metabólicos que sustentam a vida, em particular a respiração celular. (www.roche.pt). "Os elementos das nossas células que estão em risco de danificação pelos radicais livres são as proteínas, os lipídios das membranas celulares e o DNA que contém informação genética." (www.roche.pt)

O número de radicais livres existentes no nosso organismo aumenta, ainda, em resultado do meio ambiente em que vivemos. Estes fatores externos incluem: fumo de tabaco, poluição ambiental (dióxido de nitrogênio), radiação ionizante (raio UVA...), metabolismo de determinados fármacos e também do álcool."(www.roche.pt).


Machado (2005) afirma que "os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função." Veja no quadro abaixo:


"Os carotenóides são corantes naturais de frutas, verduras, raízes, aves, certos peixes, crustáceos e alguns microorganismos." (MERCADANTE; SILVA, 2002, p. 254).

Fontana et al. (2000, p. 40) afirmam que os carotenóides compreendem uma família de compostos naturais, dos quais mais de 600 variantes estruturais estão reportadas e caracterizadas, a partir de bactérias, algas, fungos e plantas superiores."

Para Mercadante e Silva (2000, p. 40), "Alguns carotenóides são capazes de serem convertidos em vitamina A e como tal desempenham um importante papel nutricional." Duarte (2006, p. 64), diz que como precursor da vitamina A " seu consumo também é recomendado para manter saudável a função visual."

"Os carotenóides também exercem outras açoes não relacionadas com a atividade provitamínica A, tais como, diminuição do risco de doenças degenerativas, prevenção da formação de cataratas, redução da degeneração macular relacionada ao envelhecimento e redução do risco de doenças coronárias." (KRINSKY, 1994 apud MERCADANTE; SILVA, 2002, p. 40).

Duarte (2006, p. 64) relata que os "carotenóides além da ação antioxidante e antioncogênica, previnem a formação de coágulos sanguíneos, o que evita infarto e derrame cerebral." "Os vegetais mais ricos nestas substâncias são os que têm cor entre amarelo e laranja (cenoura, manga, abóbora, mamão, tomate) e as verduras bem escuras (couve, agrião, espinafre, almeirão)." (DUARTE, 2006, p. 64).

Licopeno è um dos principais carotenóides, sendo o mais citados em artigos científicos. Moreira e Shami (2004, p. 231) falam que " o licopeno é um carotenóide sem a atividade pró vitamina A, lipossolúvel."

Tem função antioncongênica, antioxidante e combate as doenças cardiovasculares, pois age sobre a oxidação do LDL (mau colesterol). Importante colaborador na prevenção dos cânceres de mama ou de próstata... A absorção intestinal do licopeno é mais alta quando o alimento é ingerido cozido e com um pouco de óleo vegetal." (DUARTE, 2006, p. 67)

DUARTE (2006, p. 67) destaca que " o licopeno existe em maior quantidade nos tomates maduros, pimentão vermelho, melancia, cenoura e mamão."

"A vitamina C ou simplesmente , ácido ascórbico (AA) é vitamina hidrossolúvel e termolábil." (AZULAY et al., 2003, p. 265).

"A vitamina C encontra-se na natureza sob duas formas: reduzida ou oxidada ( ácido deidroascóbico); ambas são igualmente ativas, porém a forma oxidada esta muito mesmo difundida nas substancias naturais. A transformação do AA em ácido deidroascóbico ocorre normalmente no interior do organismo e é reversível, permitindo que uma de suas substâncias possa sempre ser transformada na outra." (AZULAY et al., 2003, p. 265 ? 266).

Para Mahan e Stump ( 1998, p. 112) " a vitamina C promove resistência a infecções através da atividade imunológica dos leucócitos, da produção de interferon, do processo de reação inflamatória ou da integridade das membranas mucosas."

De acordo com o site www,roche.pt, " a vitamina C pode reagir com os radicais livres, actuando como bloqueador de radicais livres. Desta forma, a vitamina C possui um efeito protector sobre a célula, incluindo o material genético."

WC apud Padilha e Pinheiro (2004, p. 256) destaca que "a vitamina C (ácido ascórbico) tem seu possível mecanismo de ação como bloqueador da carcinogênese mamária também baseado na defesa antioxidante."

A deficiência grave de ácido ascórbico causa escorbuto... Os sintomas clássicos incluem hiperceratose folicular, gengivas inchadas e inflamadas, perda de dentes, secura da boca e dos olhos, perda de cabelo e pele seca e pruriente." (MAHAN; STUMP, 1998, p. 114).

Mahan e Stump (1998, p.114) afirmam que essa vitamina possui como melhores fontes as "frutas e vegetais, preferivelmente, as acídicas, frescas e, quando necessário, rapidamente cozidas em muito pouca água e servida imediatamente." "Uma laranja oferece toda a quantidade diária de vitamina C necessária ao organismo. (DUARTE, 2006, p. 86).

Vitamina E ou tocoferol pode ser encontrada " em grande quantidade nos vegetais oleoginosos: germe de trigo, semente de girassol, coroço de algodão, óleo de dendê, amendoim, milho e soja." (DUARTE, 2006, p. 71).

Mahan; Stump (1998, p. 88) destacam que "devido ao fato dos componentes da vitamina serem insolúveis em água, não há nenhuma perda por extração co cozimento; porém o congelamento e a fritura em gorduras destroem a maioria do tocoferol."

De acordo com o site www.roche. pt, "este tipo de vitamina desempenha uma função importante no transporte de lipídio e colesterol pelo sangue, os quais são particularmente vulnerável ao ataque dos radicais livres."

"A vitamina E encontra-se em grande quantidade nos lipídios, e evidencias recentes sugerem que essa vitamina impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres associados com doenças específicas, incluindo o câncer, artrite, catarata e o envelhecimento. A vitamina E tem a capacidade de impedir a propagação das reações em cadeias induzidas pelos radicais livres nas membranas biológicas." (COLLA; MORAES, 2006, p. 116).


2.2 FLAVONÓIDES OU COMPOSTOS FENÓLICOS


"Os flavonóides compõem uma ampla classe de substancia de origem natural, cuja síntese não ocorre na espécie humana." (LOPES et al., 2000, p. 19). Silva fala que "os flavonóides são pigmentos naturais presentes nos vegetais que desempenham um papel fundamental na proteção conta agentes oxidante."

Destacam-se dentre outros, os seguintes efeitos dos flavonóides sobre os sistemas biológicos: capacidade antioxidante (esta constitui a atividade mais elucidada pelos estudos até agora desenvolvidos); atividades antiinflamatória e de efeito vasodilatador; ação antialérgica; atividade contra desenvolvimento de tumores, anti-hepatotóxica, antiulcerogênica; atuação antiplaquetária, bem como ações antimicrobiana e antivirais." (LOPES et al., 2000, p.19).

Franck e Pimentel apud Ângelo e Jorge (2006, p. 233)afirmam que "a atividade anticarcinogênica dos fenólicos tem sido relacionada à inibição dos cânceres de colón, esôfago, pulmão, fígado, mama e pele."

"Exemplo de fontes de flavonóides são frutas, verduras, cerveja, vinho, chá verde, chá preto e sopa. A maioria dos flavonóides presentes no vinho provêm da uva, especialmente da pele e do processo fermentativo." (FLORES apud SILVA).

Dentre todos os compostos fenólicos, vale destacar a isoflavona que esta presente na soja. De acordo com DUARTE (2006, p. 65) a isoflavona é uma "substância largamente utilizada no tratamento dos sintomas de pré e pós-menopausa. São indicados também no bloqueio do estradiol, evitando o câncer de mama, e da testosterona, inibindo formação de câncer de próstata."


2.3 ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS (ômega 3 e ômega 6)


O ômega 3 é "da família dos lipídios, é um ácido graxo essencial, isto é, não pode ser sintetizado pelo organismo e precisa ser retirado dos alimentos." (DUARTE, 2006, p. 68).

Rodriguez, et al.(2003); Pimentel, et al. (2005) apud Colla e Moraes (2006, p. 118) afirmam que "os ácidos graxos de cadeia longa da família ômega 3 (EPA e DHA) são sintetizados nos seres humanos a partir do ácido linolênico. Este ácido graxo também o precursor primordial das prostaglandina, leucotrienos e tromboxanos com atividade antiinflamatória, anticoagulante, vasodilatadora e antiagregante."

Duarte (2006, p. 68), destacam que o ômega 3 "é benéfico para a circulação sanguínea, reduzindo a pressão arterial, além de baixar os níveis do mau colesterol (LDL) e dos triglicérides. Os alimentos mais ricos em ômega 3 são: atum, salmão, arenque, sardinha, bacalhau e os óleos de canola, oliva e em menor quantidade também o de soja"

"Além de seu papel nutricional na dieta, os ácidos graxos ômega 3 podem ajudar a prevenir ou tratar uma variedade de doenças, incluindo doenças do coração, câncer, artrite, depressão e mal de Alzheimer entre outros." (COLLA; MORAES, 2006, p. 118).
O ômega 6 "também é um ácido graxo essencial, isto é, não pode ser sintetizado pelo corpo humano." (DUARTE, 2006, p. 68). Para Pimentel, et al. (2005) apud Colla e Moraes (2006, p. 118) "os ácidos graxos da família ômega 6 mais importante são os linoléico ... e o araquidônico."

"O ácido linoléico, presente no óleo de girassol, pertencentes ao grupo dos ácidos graxo ômega 6, é transformado pelo organismo humano no ácido araquidônico e em outros ácidos graxos poliinsaturados. Os ômegas 6 derivados do ácido linoléico exercem importante papel fisiológico: participam da estrutura de membranas celulares, influenciando a viscosidade sanguínea, permeabilidade dos vasos, ação antiagregadora, pressão arterial, reação inflamatória e função plaquetárias." (COLLA; MORAES, 2006, p. 118).


DUARTE (2006, p.68 e 69) descreve que "o ômega 6 é encontrado em: linhaça, gergelim, amêndoa, castanha do Pará, aveia, cevada, milho e centeio, entre outras oleaginosas. Importante para que os ácidos graxos ômega 3 e 6 atuem positivamente é a proporção correta de consumo: três partes de ômega 6 para uma de ômega 3."



2.4 FIBRAS DIETÉTICAS


De acordo com Mahan e Stump (1998, p. 41) as fibras "são compostos de origem vegetal não disponível como fonte de energia porque não são passíveis de hidrólise pelas enzimas do intestino humano."

Mahan e Stump (1998, p. 42), afirmam que "baseado nas propriedades físicas e papéis fisiológicos, os componentes das fibras da dieta podem ser caracterizados como fibra solúveis e fibras insolúveis.


Tabela 1: Fontes de componentes das fibras


Insolúvel

Celulose Hemicelulose Lignina
Farinha de trigo integral Farelo Vegetais maduros
Farelo Grão Total Trigo
Vegetais Frutas com grãos comestível,
como morango
Solúveis

Gomas Pectina
Aveia Maçã
Leguminosas Frutas cítricas
Guar Morango
Cevada

Fonte: MAHAN; STUMP (1998, p. 42)

As fibras solúveis "tendem a formar géis em contato com água, aumentando a viscosidade dos alimentos parcialmente digeridos no estômago." (PIMENTEL, et al., apud COLLA; MORAES, 2006, p. 118). "As fibras solúveis diminuem a absorção de ácidos biliares e têm atividades hipocolesterolêmica. Quanto ao metabolismo lipídico, parecem diminuir os níveis de triglicerídeos, colesterol e reduzir a insulina." (RODRIGUEZ, et al., 2003 apud COLLA; MORAES, 2006, p. 118).

"Como funções funcionais da fibra insolúvel estão:
a) o incremento do bolo fecal e o estímulo da motilidade moderna;
b) a maior necessidade de mastigação, relevantes na sociedade moderna vítimas da ingestão compulsiva e da obesidade;
c) o aumento da escreçao de ácidos biliares e propriedades antioxidantes e hipocolesterolêmicas." (RODRIGUEZ, et al., 2003 apud COLLA; MORAES, 2006,p. 119).

Para Duarte (2006, p. 66) as fibras "ajudam a limpar o organismo dos compostos carcinogênicos, alcoóis e metais; promovem a formação de uma flora intestinal saudável; e têm valor indiscutível no controle da obesidade, pois impedem a absorção de muitas calorias consumidas."

"Os efeitos de seu uso são a redução dos níveis de colesterol sanguíneo e a diminuição do risco de desenvolvimento de câncer, decorrente de três fatores: capacidade de retenção de substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas no trato gastrointestinal durante processos digestivos, promovendo uma rápida eliminação do bolo fecal, com redução do tempo de contato do tecido intestinal com substâncias mutagênicas ou carcinogênicas; e formação de substâncias protetoras pela fermentação bacteriana dos compostos da alimentação." (KAY; STRASBERG, 1978 apud ANJO, 2004, p. 147).


2.3 PREBIÓTICO E PROBIÓTICO


De acordo com Renhe et. al. (2008, p.120), "os prebióticos são definidos como ingredientes fermentáveis, cujos efeitos beneficiam o hospedeiro por estimular o crescimento seletivo e ativar o metabolismo de bactérias promotoras da saúde no trato intestinal, principalmente bifidobactérias."

"Para que um composto tenha ação prebiótica ele deve chegar ao cólon sem se modificar e deve ser utilizado como substrato alimentício que estimula a flora saprófita existente, obtendo-se efeitos benéficos para o hospedeiro." (SANTOS, 2006 apud RENHE et al., 2008, p. 120).

"O consumo de prebióticos tem sido relacionado com a redução do risco de determinadas enfermidades. Dentre ela estão a supressão de diarréias associadas com infecções intestinais; redução do risco de osteoporose, pois a inulina favorece a fixação do cálcio, aumentando a massa óssea; redução do risco obesidade e de desenvolver diabetes do tipo 2; neutralização de produtos tóxicos e diminuição da freqüência de câncer de colón; estimulação da imunidade e proteção do aparelho urogenital." ( RENHE et al., 2008, p. 121).

Segundo Dionízio et al., apud Renhe et al. (2008, p. 120), "as principais fontes de prebióticos são alguns açúcares absorvíveis ou não, fibras pépticas, proteínas, alcoóis de açúcares e os oligossacarídeos."
"Os probióticos são culturas de microorganismos vivos capazes de promover o equilíbrio da flora intestinal, exercendo efeitos para a saúde do homem, quando administrado em quantidades adequadas." (RENHE, et al., 2008, p. 120).

Anjo (2004, p. 148) afirma que os probióticos são suplementos alimentares que contêm bifidobactérias ou bactérias benéficas para a melhora do balanço intestinal através da colonização do intestino por outras espécies, do controle do colesterol, das diarréias e da redução do risco do desenvolvimento do câncer. Têm a função de estimular o sistema imunológico e alterar o mecanismo microbiano."

"A combinação balanceada de prebióticos e probióticos com característica de função dos dois grupos soa chamados de alimentos simbióticos." (ANJO, 2004, p. 148).


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS


A cada dia, a ciência tem mostrado a importância da alimentação através de descobertas de substancias presentes nos alimentos, que não são nutrientes, mas apresentam vários benefícios á saúde. Alimentos que contém níveis significativos de componentes ativos biologicamente que trazem benefícios á saúde além da nutrição básica, são os alimentos funcionais.

Desde os tempos primórdios, o homem vem procurando uma melhor qualidade de vida através da alimentação, isso é mostrado quando Hipócrates há mais de 2500 anos, afirmou: "Permita que o alimento seja seu medicamento e o medicamento seja seu alimento.

De maneira geral, os alimentos funcionais são considerados promotores de saúde e podem estar prevenindo assim algumas doenças como acidente vasculares, câncer, acidente vascular cerebral, arteriosclerose, enfermidades hepáticas, entre outras. Esta prevenção ocorre porque na composição destes alimentos são encontrados composto bioativos, capazes de atuar no nosso organismo prevenindo o surgimento de doenças.

Vale ressaltar que os alimentos funcionais não são remédios, eles não curam, eles vão prevenir ou minimizar os riscos de determinadas doenças. Para que isso ocorra é necessário ter uma alimentação equilibrada e variada com ingestão de frutas, grãos e verduras diariamente.


4 REFERÊNCIAS


ANJO, D. F. C. Alimentos funcionais em angiologia e cirurgia vascular. Jornal Vascular Brasileiro. 2004. V.3, N.2, P.147-154.

ANGELO, P.; JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos ? Uma breve revisão. Revista Inst. Adolfo Lutz. 2007. v. 66, n.1, p. 232-240.

ARABBI, P.R. Alimentos funcionais: aspectos gerais. Nutrire, São Paulo, v. 21, p. 87-102.

AZULAY; et al. Vitamina C. An. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v.78, n.3, p.263-274, maio/jun.2003.

CORNÉLIO, A.R.; SALGADO, J.M.; VIEIRA, A.C.P. Alimentos funcionais: aspectos relevantes para o consumidor. Jus Navigandi, 29 de Jul. 2007. Disponível em: http//jus2.uol.com.br/doutrina/ texto.asp?ed=8702

DUARTE, Dr. V. Alimentos Funcionais: faça do alimento seu medicamento e do medicamento, seu alimento. Porto Alegre: Ed. Artes e Ofícios, 2006.

FONTANA, J.D.; et al. Carotenóides. Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento. n.13, ano II, p.40-45, março/abril. 2000.

LOPES; et al. Flavonóides: farmacologia de flavonóides no controle hiperlipidêmico em animais experimentais. Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento. n.17, ano III, p.18-22, nov./dez. 2000.

MACHADO, C.X. TOMATE: o papel do licopeno na proteção antioxidante. Porto Alegre, Junho. 2005.

MAHAN, L.K; SYLVIAE. KRAUSE: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 9.ed. São Paulo: Roca Ltda, 1998. Capítulos 3 e 6.

MERCADANTE, A.Z.; SILVA, S.R. Composição de carotenóides de Maracujá-Amarelo (Passiflora edulis flaricarpa/In natura). Revista Ciência e Tecnologia dos Alimento, Campinas, v. 22, n.3 , p.254-258, set/dez.2002.

MORAES, F.P.; COLLA, L.M. Alimentos funcionais e nutraceuticos: definição, legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia. v.3,n.2, p.99-112. 2006.

MOREIRA, E.A.M.; SHAMI, N.J.I.E. Licopeno como agente antioxidante. Revista de Nutrição. Campinas, v.17, n.2, p.227-236, abril/jun. 2004.

PADILHA, P. de C.; PINHEIRO, R. de L. O papel dos alimentos funcionais na Prevenção e controle do câncer de mama. Revista Brasileira de Cancerologia. V.50, n.3, p.251-260. 2004.

RENHE, I.R.T.; et al.Prebióticos e os benefícios de seu consumo na saúde. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. v.23, n.2, p.119-126. 2008.

SAAD, S.M.F. Probióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. v.42, n.1. Jan/mar.2006.

SILVA, M.de B.S. Química aplicada. Lisboa. Universidade de Lisboa.

Vitamina 10. Disponível em www.roche.pt. Pesquisa feita em 20 de Julho de 2010.

Vigilância Sanitária. Resolução no 18 de 30 de Abril de 1999. Disponível em www.anvisa.gov.br

Vigilância Sanitária. Resolução no 19 de 30 de Abril de 1999. Disponível em www.anvisa.gov.br