Alguns Aspectos Sobre Redação Escolar: Ortografia
Por caroline ventricci | 29/04/2009 | EducaçãoEste artigo tem por objetivo mostrar uma das dificuldades apresentadas por discentes de ensino fundamental e uma reflexão pedagógica.
Com um aspecto interessante para profissionais e estudantes na área da educação.
ALGUNS ASPECTOS SOBRE REDAÇÃO ESCOLAR: ORTOGRAFIA
SOME ASPECTS OF THE SCHOOL WRITING: SPELLING
¹ VENTRICCI,C. ² VECCHIA, A.
Faculdade de Letras/FIO/FEMM
RESUMO
Este artigo demonstra a deficiência que alguns estudantes apresentam na aprendizagem da escrita e na elaboração de uma dissertação. É indispensável que o professor faça um levantamento das dificuldades apresentadas. Isso pode ser verificado em seus próprios textos, sendo este o material ideal para se descobrir as habilidades dos alunos no aprendizado da escrita.
Um dos problemas identificados em textos de discentes de ensino médio e fundamental são os erros ortográficos que podem se estender durante a vida escolar e atingir até o período universitário. Utilizando dissertações de alunos do ensino fundamental podem-se identificar falhas ortográficas presentes na formulação de seus textos devendo ser resultado de desvios em algumas das etapas da aprendizagem. Existe ainda o problema devido à correspondência entre som e letra na organização de uma palavra trazendo assim uma deficiência na fala ou um tropeço para o aprendiz na relação oral e escrita.
Alguns métodos são propostos para facilitar o ensino-aprendizagem da escrita, não descartando a hipótese de que a dissertação dever ser também avaliada a partir da clareza, objetividade e coerência de que é formada, usando a linguagem na sua principal função: a comunicação.
Palavras-chave: análise gramatical, propostas, redações.
Abstract
This article shows that some students with disabilities have in learning the writing and in drafting a dissertation.Is essential that the teacher made a survey of the difficulties of the students. This can be seen in their own texts, which is the ideal material to discover the skills of students in the learning of writing. One of the problems identified in documents of students from high school and is the key misspellings that may extend during the school life and achievement by the university period. Using dissertations students from elementary school you can identify flaws in the formulation spelling of their texts that may be the result of a shift in some of the steps of learner.Exist still the problem because the correlation between sound and letter of a word in the organization bringing thus a deficiency in speech or a stumbling learn in relation to the oral and written.
Some methods are proposed to facilitate the teaching-learning to write, not discarding the possibility that the dissertation should also be evaluated from the clarity, objectivity and consistency that is formed, using the language in its primary function: communication.
Keywords:Grammar Analysis, Motions, Writings
INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se de uma análise realizada em temas dissertativos, apresentando problemas ortográficos encontrados na produção escrita de alunos do ensino fundamental.
Através do diagnóstico feito nas redações produzidas pelos discentes, tem-se o objetivo de apontar desvios da norma culta, como erros ortográficos que podem ser conseqüência de algumas falhas apresentadas no processo de alfabetização.
É importante que o aluno consiga redigir palavras corretamente para que haja sucesso na elaboração de um texto escrito, onde se podem identificar sem dificuldades suas idéias expressas.
Há uma grande inquietação do corpo docente com o desenvolvimento de dissertações, devido à insuficiência do domínio da escrita.
É necessário que o aluno consiga organizar suas expressões através de um texto e tentar persuadir o leitor indicado com o que foi formulado, preparando assim indícios de uma comunicação. Tal fator enquadra-se para que haja uma melhora no ensino da língua materna.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização desta pesquisa foram aplicados em alunos do Ensino Fundamental, temas dissertativos para a formulação de redações, onde se encontrou falhas na escrita.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através desse trabalho, é possível perceber que há uma carência no ensino-aprendizagem, pois os alunos não conseguem interpretar temas propostos para uma redação e não possuem habilidades para lidar com a fala e a escrita.
DESENVOLVIMENTO
1. A linguagem
Um dos fatores que mais vem preocupando o corpo docente para a formação acadêmica de um aluno é o seu domínio pela escrita.
Está preocupação apareceu devido ao sabermos que a linguagem está relacionada ao desenvolver do homem desde o momento em que esse passa a viver em interação com o próximo, sendo seu meio principal a comunicação como fator de socialização.
Pode-se considerar comum dizer que o estudante conclui o Ensino Médio, levando em sua bagagem dificuldades no conhecimento linguagem e obstáculos que o impedem de expressar seus ideais.
“O que mais tem se exigido nos vestibulares é o domínio da linguagem, avaliada em questões dissertativas, interpretativas e da redação. O mesmo está acontecendo em concursos, que hoje cobram uma boa redação”.
(Vecchia, 2008)
Os discentes no decorrer de sua caminhada escolar adquirem práticas através de exercícios, mas mesmo assim continuam com tropeços para usar a criação a expressão não entendendo o que está relacionado à linguagem.
O ensino-aprendizagem deixa um espaço vago na formação do aluno, pois não o prepara adequadamente para a comunicação e nem para tentar envolver um leitor com suas idéias expressas em uma dissertação.
Há também a dificuldade em interpretar temas propostos, elaborar hipóteses sobre algum assunto sugerido que pode estar ligado ao seu dia-a-dia.
O conhecimento da linguagem contribui para que o cidadão tenha participação social, pois através da comunicação consegue-se exibir pensamentos, sentimentos e experiências.
A escola precisa transmitir aos estudantes habilidades lingüísticas que sejam necessárias para que esse possa exercer sua plena cidadania.
2. Problemas Ortográficos
Umas das deficiências apresentadas pelos alunos são os erros ortográficos, existe uma dificuldade na interação entre a grafia e a pronúncia além de outros fatores que colaboram nesse processo, vindo se estender até o período universitário.
É indispensável que o professor faça um levantamento das dificuldades dos alunos. Isso pode ser verificado em seus próprios textos, é este o material ideal para se detectar dificuldades e facilidades do aluno no aprendizado da escrita.
Como saber os tipos de dificuldades?E como ajudar o aluno a resolvê-las?
Para que haja uma melhor compreensão serão utilizadas as etapas de alfabetização e suas falhas segundo Miriam Lemle (1988).
A falha na primeira etapa corresponde aos problemas na correspondência linear entre os sons e as letras, provocando repetições de letras, omissões de letras, trocas na ordem das letras, imperfeições quanto o formato das letras, e a incapacidade de classificar algum traço distintivo do som.
Nas redações aplicadas foram encontrados exemplos como: blibioteca, iorgute, palavras onde ocorre a inversão de letras.
Em açogue (açougue), aposetados (aposentados), adolesente (adolescente),peto (perto) acontece a suspensão de letras.
Auguns indica o traço distintivo do som, confude-se o a sonoridade de l com u.
Pode-se sugerir a seguinte atividade: aplicar mais leituras com a finalidade de ampliar o vocabulário, analisando o significado de cada palavra,
Ainda de acordo com Miriam Lemle (1988), este aluno ainda comete, em sua redação, falhas de dentro da segunda e terceira etapa.
Falhas de segunda ordem, pois o aluno “está retido na etapa monogâmica da sua teoria da correspondência entre sons e letras, ignora a particularidades na distribuição das letras; sua escrita é como uma transcrição fonética da fala”.(Lemle,1988)
E falha de terceira ordem, porque o aluno “já escalou o terceiro patamar do saber ortográfico e incorporou a terceira versão da teoria da correspondência entre sons e letras, essas falhas se limitaram às trocas de letras concorrentes”.
O caso é que o aluno que ainda cometem falhas de segunda ordem “não completou sua alfabetização. Será considerado alfabetizado aquele que cuja escrita só restar falha de terceira ordem, que serão superadas gradativamente, com a prática da leitura e escrita”. (Lemle,1988)
Nas falhas da segunda etapa, o professor deve propor atividades que formem uma conscientização de percepção auditiva. Podem se identificar nas redações exemplos como:
Omenagem, abitante,onde acontece a exclusão da letra H, pois no ato da fala não ocorreu sua pronúncia.
Arguma(alguma),cousas(coisas),robo(roubos),ésa(essa),apresentam erros na grafia.
Nesse caso seria viável que se criassem listas de palavras com o mesmo som (exemplo: gata, gala) e constratá-las com um outro fonema aproximado (exemplo: cata, cala), acompanhando com a leitura e usar canções que apresentem repetições silábicas, onde o aluno pode preencher lacunas deixadas na letra da música enquanto é ouvida.
Usar poemas observando as silaba que rimam. Escrever algumas palavras do mesmo campo semântico que podem rimar.
Na falha de terceira ordem, que é a troca de letra e som, pode se aplicar as seguintes atividades:
Exemplos de desvios encontrados nas redações que se enquadram na terceira falha.
Jente(gente), ginazio(ginásio), sidade(cidade), Prasa da Matris(Praça da Matriz)situada no município de Palmital, erros conseqüentes devido a confusão que o aluno comete entre a grafia e a pronúncia.
Apresentar a morfologia das palavras: procurar afixos em textos de leitura, poesias, letras de música e nos textos dos alunos. Usar materiais impressos para fazer um cartaz, com palavras pronunciadas com o som de (s) no meio de duas vogais, outra com (z) e outra com (x), por exemplo. Da última coluna, (x), acrescentar outro cartaz com a coluna do (ch). Usar letras de músicas com lacunas que podem ser preenchidas quando ouvidas pelo estudante. Ler uma crônica só com diálogos que mostre vários dialetos.Pedir ao aluno para fazer uma crônica com diálogos, com um acontecimento em sala de aula ou no decorrer de seu cotidiano.
Em textos dissertativos podem-se usar duas noticias de jornal sobre o mesmo assunto, sendo que uma é de oposição à outra, por exemplo, uma trata sobre “o ensino é melhor na escola pública”, a outra sobre “o ensino é melhor na escola particular”.
Separar a opinião de cada uma, formando duas listas. Pedir para o aluno escrever uma notícia a partir da sua opinião.
No final de cada produção textual, pode haver confrontações verificando como cada estudante desenvolveu seu texto, observando termos essenciais, contrastes e contradição de cada produção.
O professor poderá usar “o jogo de semelhanças/diferenças entre vários tipos de escritos que permite reforçar nas crianças, tanto o conhecimento que possuem de cada tipo de texto como a sua critividade”. (Jolibert,1994)
A avaliação então será realizada pelos textos criados, respeitando o leitor/autor que é o próprio aluno; considerando através de uma leitura crítica, a individualidade de cada um, analisando o domínio da variedade lingüística e comparando os primeiros com os últimos textos escritos para notar se houve uma evolução na escrita do discente.
A partir desta correção, dos métodos e propostas apresentados, os problemas podem ser superados pelo aluno, passando assim, a produzir redações bem escritas de melhor compreensão, percebendo claramente o que é preciso para se formar um bom texto: conhecer as regras gramaticais evitando erros de sintaxe, pontuação, ortografia; procurar a clareza, evitando palavras e frases obscuras ou de duplo sentido; e escrever com objetividade e coerência, usando a língua na sua principal função: a comunicação.
O ideal então se resume em adequar o estudante para uma boa desenvoltura na escrita, apresentado por um texto organizado, deixando-o com capacidade para expressar seu raciocínio a sua essência e aparência.
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo o que elas se propõem”.
(Jean Piaget)
CONCLUSÃO
Pela pesquisa realizada é possível concluir que a língua é fundamental para a vida do indivíduo em sociedade, é necessário que se obtenham novas alternativas para dar mais qualidade aos métodos de ensino, onde são fundamentais para o desenvolvimento do aluno.
A argumentação é indispensável para que se possa avaliar o grau de conhecimentos que o discente apresenta dentro da linguagem.
Entende-se que as normas gramaticais, não interferem dentro de um texto o seu nível de informação, mas ao escrever um texto dentro das regras gramaticais, este torna-se mais acessível ao leitor, abrindo um caminho mais amplo para se chegar a um convencimento.
A ortografia pode ser considerada como uma das maiores falhas encontradas nas redações, comprometendo assim sua apresentação.
É possível reverter este quadro desde que haja uma interação entre professor/aluno, onde o professor aplica seus conhecimentos dentro de métodos sugeridos e a participação e interesse dos alunos no decorrer das aulas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. JOLIBERT, Josette (org.) Formando crianças produtoras de textos. Trad. Walkíria M.F. Settineri e Bueno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médica, 1994.
2.LEMLE, Mirian. Guia Teórico do Alfabetizador. 2ª ed. São Paulo: Editora Ática, 1988.
3.PÉCORA, Alcir. Problemas na Redação. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
4.VECCHIA, Andréa. A Argumentação na escrita. São Paulo: Scortecci, 2008