ALFABETIZAÇÃO TECNOLÓGICA
Por Maria José de Azevedo Araujo | 01/04/2010 | TecnologiaAcadêmica Gilda Carla de Jesus Silva
Acadêmica Talita Santos Menezes
Orientadora: Mestre Maria José de Azevedo Araujo
RESUMO
Ao se pensar no quanto as relações de comunicação presentes no mundo contemporâneo vêm se tornando complexas, é cada vez mais notória a necessidade do uso da tecnologia na educação, pois esta, ao tomar as tecnologias como recursos de ensino, torna-se uma das principais responsáveis pela formação de cidadãos capazes de interagir de maneira crítica e reflexiva com a tecnologia que está cada vez mais presente no cotidiano dos mesmos. Nessa perspectiva, o presente trabalho propõe-se a analisar o processo de alfabetização tecnológica docente e discente, discutindo sua relevância e contribuição para a prática de um ensino coerente com as novas exigências educacionais, levando-se em consideração aspectos relevantes tais como: novas tecnologias, educação contemporânea, formação de professores, inclusão digital, dentre outros. Com o intuito de estabelecer um estudo teórico sobre a temática em questão, este trabalho fundamenta-se em uma pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica, sob a revisão de literatura sobre o tema.
PALAVRAS-CHAVE
Alfabetização, tecnologia, educação.
ABSTRACT
When someone thinks about the contemporaneous worldwide communication relationship notices that it becomes complex and the necessity of using the technology to improve the education process is noticeable, mainly because this education (when someone uses the technology as a learning tool) becomes one of the most responsible key to make citizens able to interact in a critical way using the technology which exists in their routines. In this perspective, this project was proposed to analyze the teachers and students' technological literacy process, discussing its relevance and contribution to create a coherent learning practice according to the new educational requirements. It's also remarkable that some aspects have to be considered such as: new technologies, professional capability, teacher's professional improvement, digital inclusion, as many others. In order to establish a theoretical study about the thematic of this article, this project was based according to a bibliographic qualitative research in which the text was emended about the theme.
KEYWORDS
Literacy, technology and education.
INTRODUÇÃO
A partir das crescentes mudanças tecnológicas ocorridas na sociedade é possível perceber o quanto a tecnologia tem diversificado as formas de aprendizagem.
Sabe-se que, pelas novas exigências educacionais, o conhecimento e domínio de novas tecnologias tornaram-se uma prioridade tanto para professores, pois exercem papel fundamental na formação do aluno enquanto cidadão de um mundo globalizado, quanto para os alunos, que se vêem rodeados pelos múltiplos meios de informação que lhe são oferecidos.
A partir dessa idéia torna-se essencial o ato de alfabetizar tecnologicamente professores e alunos, pois o desconhecimento do funcionamento das novas técnicas, que estão inseridas no processo de ensino-aprendizagem, ocasionará uma desatualização profissional e o comprometimento da qualidade da formação estudantil.
A temática abordada fundamenta-se na necessidade de reflexão acerca da intensa influência que a tecnologia exerce sobre a educação, enfatizando a situação docente e discente diante desse processo.
Portanto o presente artigo apresenta os resultados obtidos de um trabalho de pesquisa pretendendo compreender o processo de alfabetização tecnológica, o qual é indispensável no sentido de qualificar o professor, gerar inclusão digital para os alunos e tornar ambos contribuíntes na transformação e melhoria da sociedade atual.
A TECNOLOGIA E O MAGISTÉRIO
As relações entre novas tecnologias e práticas educativas vêm estreitando-se de maneira significativa na sociedade atual. Isso ocorre devido ao grande avanço tecnológico e mudanças no sistema educacional.
É de fundamental importância entender que o processo educativo ocorre em vários lugares e de variadas maneiras. Nesse sentido, o âmbito da escola não é único e exclusivo no processo de construção do saber. Existem muitos outros meios que atuam como agentes educativos e dentre eles estão as novas tecnologias, que recebem ênfase nesse processo devido seu poder pedagógico e influência que exercem sobre a sociedade em geral. Assim, a reflexão sobre as maneiras pelas quais se têm introduzido e utilizado nas escolas as novas tecnologias de comunicação e informação, baseia-se no conceito de que
Fazer uma leitura pedagógica dos meios de comunicação é verificar a intencionalidade dos processos comunicativos (de natureza política, ética, psicológica e didática) presentes nas novas tecnologias de comunicação e da informação e nas formas de intervenção metodológica e organizativa. (LIBÂNEO, 2000, p. 58)
Faz-se necessária a compreensão de que a integração dessas tecnologias não é mais simplesmente uma opção: elas fazem parte do dia a dia de cada aluno e portanto devem servir de complemento e apoio para o professor em sua interação com os estudantes.
Diante desta realidade os profissionais da área de educação precisam ter algum conhecimento sobre a utilização dessas tecnologias, pois ao estarem inseridos na "era da informática", o domínio do código da linguagem tecnológica os permitirá interagir com o mundo de maneira mais crítica, reflexiva e participativa.
Tal fenômeno exige uma capacitação profissional que ajude o professor a enfrentar os novos desafios que surgirão e "para isto torna-se necessário preparar o professor para utilizar pedagogicamente as tecnologias na formação de cidadãos que deverão produzir e interpretar as novas linguagens do mundo atual e futuro" (Sampaio, 1999, p. 15).
Ao perceber ao quanto as tecnologias têm feito parte do cotidiano dos alunos, a escola precisa apresentar um ensino voltado à capacitação destes em lidar com esse avanço tecnológico. O professor passa a ser um dos principais responsáveis nesse processo, desde que o mesmo possua o conhecimento e domínio dessa linguagem técnica. Porém, ainda há educadores que estão à margem dessa realidade, o que faz com que esse processo seja ainda mais adiado.
Ratificando esse "estado de analfabetismo tecnológico do professor" e a necessidade de capacitá-lo nessa área, a pedagoga Maria Narcizo Sampaio, já na introdução de sua obra "Alfabetização Tecnológica do Professor" cita uma passagem escrita por Michel Tardy que diz
Com o cinema e a televisão, se constata uma defasagem entre o que os alunos sabem e o que os professores sabem, mas em sentido contrário: é o professor o ignorante. Os alunos têm um conhecimento das mensagens visuais e uma familiaridade no que respeita a elas que os adultos não possuem. Além do mais, a nova geração nasceu num universo invadido pela imagem: esta sempre fez parte de seu horizonte cultural. (...) Daí essa situação sem precedentes na história da pedagogia: os professores precisam, senão ultrapassar, pelo menos alcançar seus alunos. (TARDY, 1976, p.26)
Fica explícito que é inevitável alfabetizar tecnologicamente os educadores, pois ao aplicar as novas tecnologias no seu trabalho, estas o auxiliarão a, juntamente com seus alunos, compreender, interagir e até mesmo modificar a sociedade em que estão inseridos.
No contexto histórico desse tema, a discussão sobre a presença da tecnologia no sistema educacional iniciou-se no Brasil a partir dos anos 60. Nesse momento sua utilização fundamentava-se no tecnicismo e tinha como objetivo, dentre outros, a formação de mão de obra especializada, voltada ao atendimento das demandas do mercado de trabalho. Com o passar do tempo surge a área de Tecnologia Educacional (TE) na qual a aplicação de meios que representavam modernidade e objetividade significava a solução dos problemas da educação. Os anos se passaram e essa idéia foi sendo modificada e hoje
Na medida em que a TE constitui o estudo teórico- prático da utilização das tecnologias, objetivando o conhecimento, a análise e a utilização crítica destas tecnologias, ela serve de instrumento aos profissionais e pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e aplicação das tecnologias presentes na sociedade. (SAMPAIO, 1999, p. 25)
É a inegável presença da tecnologia na sociedade que impulsiona a exigência de uma alfabetização tecnológica e a redefinição da formação de professores, a qual deve propiciar aos mesmos o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a inserção dos meios tecnológicos na educação como ferramenta de ensino. A formação inicial de professores tem, pois, que prepará-los para a inovação tecnológica e suas conseqüências pedagógicas e também para a formação continuada, numa perspectiva de formação ao longo da vida (BELLONI, 2006, p. 85).
Mesmo sendo possível observar certa melhora na formação docente, o reflexo desta não mostra-se coerente com os resultados das pesquisa sobre a qualidade de ensino. Além disso, ainda permanece a enorme dificuldade de se integrar novas tecnologias à formação inicial de professores, pois esta atitude requer elevados investimentos e uma série de mudanças no sistema de ensino superior, onde ocorre essa formação.
Há, no entanto, uma conscientização, mesmo que imposta pela "realidade" vivida em sala de aula, por parte do professor sobre a necessidade de uma formação continuada, englobando atualização e especialização, no intuito de se enquadrar dentro das novas exigências impostas pelo mercado de trabalho. Nesse contexto a integração das novas tecnologias como ferramenta didática passa a ter uma maior atenção.
A tecnologia que é utilizada pelos professores em sala de aula passa a ser mais um instrumento a favor da melhoria da qualidade do ensino e, por conseqüência, ao entrar em contato com o aluno torna-se um método de aprendizagem interessante, de caráter interativo, participativo e contextualizado, permitindo ao mesmo a construção de novos saberes.
Seguindo o raciocínio de que a tecnologia faz parte da vida social do aluno, esta também deve está presente na vida escolar daquele. Nessa perspectiva, o professor precisa ter a capacidade de utilizar o conhecimento que o aluno já possui como referencial para desenvolver os conteúdos teóricos.
Sobre esse modo de realização da alfabetização tecnológica do professor Sampaio (1999) diz que "a Intenção deve ser a de tornar este cidadão um profissional atuante na sociedade, que contribui com um trabalho educativo significativo, mais próximo da realidade do aluno" (p. 73), sendo esta a base para toda e qualquer forma de ensino.
Este processo de alfabetização tecnológica do professor diz respeito à capacitação do mesmo em lidar com as diferentes tecnologias e a capacidade de interpretar sua linguagem. Mas para tanto, esse educador precisa inicialmente dominar as técnicas envolvidas nesse processo e viver em constante aperfeiçoamento, o qual se dá pela relação diária com as tecnologias presentes no mundo cada vez mais globalizado.
EAD E O PROFESSOR DO FUTURO
Para mostrar o quanto a tecnologia tem se mostrado presente na nova prática de ensino de ensino- aprendizagem, um bom exemplo é o sistema EAD, na Educação à Distância,
A interação com o professor é indireta e tem de ser mediatizada por uma combinação dos mais adequados suportes técnicos de comunicação, o que torna esta modalidade de educação bem mais dependente da mediatização que a educação convencional, de onde decorre a grande importância dos meios tecnológicos ( BELLONI, 2000, p. 54)
Vale ressaltar que mediatizar significa gerar metodologias de ensino que permitam a potencialização máxima de possibilidades de aprendizagem. A partir desse conceito, verifica-se a necessidade de um conhecimento prévio das diferentes técnicas que podem ser utilizadas para tal objetivo, dentre as quais se pode citar: CD-ROM, jogos informatizados, podcasts, MSN, slides, livespace, vídeos, hipertextos, etc. Observando estes meios percebe-se que
O que é novo é o grande elenco das mídias cada vez mais "performantes" disponíveis hoje no mercado e já sendo utilizadas por muitos dos aprendentes fora da escola, o que acarreta uma crescente exigência de qualidade técnica da parte dos estudantes(Belloni, 2006, p. 62).
É Vasta a relação dos meios tecnológicos que atuam em favor da educação, "cabe aos professores fazer as escolhas 'certas' e controlar o tempo de contato dos alunos com eles" (Barreto 2002, p. 95).
Dessa forma, pode-se verificar que o ensino a distância contribui para ratificar o quão urgente é a necessidade de alfabetizar os professores tecnologicamente, já que a EAD se encaixa no processo de ensino pertencente à sociedade tecnológica do futuro.
O IMPACTO DAS NTCI NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
A inserção de novas tecnologias no sistema educacional requer um processo de qualificação profissional, diga-se alfabetização tecnológica, para os professores que farão uso dessas técnicas em sala de aula, e consequentemente provoca mudanças no método de ensino.
Uma característica dessas mudanças ocorre no sistema de educação à distância, onde o aluno considerado como "estudante autônomo" desenvolve uma relação de ensino-aprendizagem mais próxima da tecnologia do que com o professor, o que desencadeia um dos principais impactos das NTCI na prática pedagógica: a substituição da relação professor-aluno. A tecnologização do ensino incentiva a crença de que o computador e outras mídias podem substituir a relação pedagógica convencional (Libâneo, 2000, p. 66).
É um enorme engano pensar que as inovações tecnológicas ocorridas nas escolas serão capazes de substituir a relação entre professores e alunos; relação essa que é fundamental não só na questão afetiva, mas também no modelo sócio-cultural "padrão" que o professor representa para o aluno. Percebe-se assim que a idéia de substituição da relação docente é equivocada, pois por mais que as tecnologias penetrem e mudem as formas de ensino, no processo de aprendizagem, entre uma mídia um aluno, sempre haverá a "mão" de um professor.
Outro impacto que as NTCI causam é a resistência docente. Libâneo (2000) diz que "há razões culturais, políticas, sociais para essa resistência, que geram atitudes difusas e ambivalentes" (p. 67). Além da combinação entre educação e tecnologia ter raízes na visão tecnicista durante a ditadura militar, hoje ainda há o temor dos professores em serem substituídos pela máquina, leia-se: tecnologia.
Essa resistência também atinge as escolas principalmente da rede publica, o que traz como efeito a triste realidade da desigualdade e exclusão social. Ao resistir às inovações tecnológicas, a escola está impedindo o aluno de se capacitar para um melhor manuseio e leitura crítica da linguagem tecnológica, e isso servirá apenas para fortalecer a desigualdade tão arraigada na sociedade. Se o estudante com noções básicas de informática, por exemplo, já possui dificuldades para acompanhar as inovações dos programas computacionais, como fica aquele que nem equipamentos automatizados, como TV ou rádio, possui e a escola ainda o priva desse direito?
As conseqüências são a baixa qualidade de ensino, que produz resultados tão negativos revelados pelas altas taxas de repetência e evasão; (...) o distanciamento do trabalho da escola em relação à realidade do aluno e do mundo que o rodeia (SAMPAIO, 1999, p. 68)
É aqui onde entra a alfabetização tecnológica do professor, pois
Mesmo não sendo o único responsável pela atuação escolar, é o responsável direto pelo ensino, e, se assim não fosse, não seria necessário existir instituição escolar. (...) Em função disso, torna-se difícil buscar melhorias na escola básica sem refletir, repensar, questionar, revitalizar a formação dos professores que nela irão trabalhar ou já trabalham (IDEM).
A partir dessa visão, fica evidente a necessidade de se refletir acerca das intervenções que precisam ser feitas, objetivando amenizar essa realidade.
EM BUSCA DE SOLUÇÕES
Diante de tudo que já foi exposto, fica evidente que o principal ponto a ser trabalhado é a formação inicial e continuada do professor, onde este desenvolva a capacidade de analisar de maneira crítica as transformações que a tecnologia tem causado no dia a dia da sociedade que está ao seu redor. Compreendendo isso, ele poderá gerar novas metodologias de ensino coerentes com a realidade de seus alunos.
O professor precisa ter, além da visão crítica, um domínio técnico das inovações tecnológicas presentes tanto nas escolas quanto no cotidiano do aluno. Porém, como adquirir esse domínio? Através da estreita relação diária com essa tecnologia, no sentido de estudá-la, interagir com ela e extrair todo poder pedagógico que a mesma possui.
A introdução das NTCI no processo de formação profissional, além de prepara o professor para interagir com os alunos pertencentes à sociedade tecnológica, serve também como forma de amenizar a resistência que alguns possuem em relação às tecnologias, mostrando que essa pode ser utilizada como mediadora não apenas de conhecimentos específicos, mas também sociais culturais e políticos, os quais dão fundamentais no processo de ensino-aprendizagem.
Para isso, os cursos de formação de professores precisam garantir espaços para práticas e estudos sobre as mídias, sobre a produção social de comunicação escolar com elas e sobre como desenvolver competente comunicação cultural com várias mídias (LIBÂNEO, 2000, p. 72)
A partir dessa idéia, a formação de professores está relacionada à necessidade de formar profissionais competentes e capazes de instruir cidadãos pertencentes à era digital.
A escola também precisa se integrar nesse processo de revolução digital causado pelas NTCI, disponibilizando meios pelos quais os professores utilizem essas técnicas em sala de aula e principalmente propiciando esse ensino às camadas populares visando atender suas necessidades básicas. O objetivo da escola, nesse sentido, é capacitar o aluno a interagir, interpretar e dominar a tecnologia de maneira crítica e ao mesmo tempo reflexiva, pois assim esse aluno participará do processo de transformação social de maneira concreta. A proposta é incorporar as novas identidades culturais, produzidas nas relações dos sujeitos com as tecnologias, nas mais diversas práticas sociais (Barreto, 2002, p. 81).
Integrado nesse conjunto de agentes responsáveis por uma educação tecnológica está também o governo, o qual a partir de suas ações torna-se um elemento essencial.A implantação das tecnologias nas escolas, o investimento na formação e capacitação de professores para dominar essas tecnologias e a inclusão digital voltada principalmente aos alunos das camadas populares, são algumas das inúmeras ações que se espera de um governo comprometido com um dos pilares da sociedade: a educação.
Através da união entre governo, com investimentos e ações favoráveis à implantação das NTCI no sistema educacional; escola, pela democratização de um ensino voltado ao atendimento dos menos favorecidos; e professores, os quais são agentes mediadores entre mídias e alunos, é que se estabelecerá a verdadeira formação de cidadãos críticos, atuantes na sociedade tecnológica.
Como dito, sendo o professor um elemento fundamental para o sucesso de uma educação transformadora, ele precisa está preparado para lidar com as mudanças sociais, políticas, culturais e tecnológicas ocorridas ao seu redor. Este profissional precisa dominar as tecnologias presentes na sociedade e na escola, interpretando sua linguagem de maneira crítica e reflexiva para, assim, poder criar novas tecnologias de ensino e tornar seus alunos agentes influenciadores da sociedade tecnológica. Mas para que tudo isso ocorra é necessário que o docente seja capacitado, e nesse sentido a alfabetização tecnológica é apenas o início de um longo e constante processo de formação.
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA NA VISÃO DO ALUNO
O impacto da educação tecnológica é de extrema importância, assim como a revolução industrial, nos primórdios do industrialismo.
Atualmente neste mundo economicamente globalizado, cada vez mais envolvido com a tecnologia. Nesse novo cenário, as nações que não investem em educação, de forma responsável, estarão contribuindo para o aumento do numero de excluídos na área de trabalho, aumentando assim o índice de desemprego.
Inclusão digital é um dos fatores de extrema importância no mundo atual, lembrando que os esforços de inclusão digital devem ser compatíveis com as condições da comunidade que irá participar desse processo. Precisamos ensinar aos nossos alunos a tecnologia mais de acordo com a realidade deles.
A inclusão tecnológica deve ser feita por meio de políticas públicas, para que possamos melhorar esse distanciamento social entre a classe dominante e os indivíduos abaixo da linha da pobreza, na maioria das vezes o mercado não absorve os extratos pobres da sociedade, porque esses não têm a formação técnica para exercer tal função.
Portanto, não existe inclusão digital sem inclusão social, não há qualificação para o mercado de trabalho. Não é suficiente ensinar a usar o computador, é importante destacar que educação e renda são fatores para o acesso às tecnologias digitais, é importante frisar que inclusão digital não significa apenas ensinar a utilização da tecnologia ou disponibilizar o acesso à rede.
O aluno contemporâneo pertence a uma geração que navega pela internet, joga games e está habituado a desempenhar múltiplas tarefas simultaneamente.
TECNOLOGIA PARA TODOS
A tecnologia se incorpora no dia-a-dia das escolas seja na pesquisa de trabalho feita fora da escola, seja em laboratórios dentro das escolas.
Segundo o ministério da educação as escolas públicas com laboratórios de informática ainda são de 11% do total.
Precisamos ressaltar que é preciso que haja um comprometimento dos educadores em relação ao ensino, seria preciso que a comunidade como um todo exija seus direitos para que o poder público possa cumprir com nossa a constituição, é fundamental que os professores aprendam a usar os laboratórios para que os alunos tenham melhores oportunidades, não adianta apenas colocar a culpa nos governos, sendo que a comunidade não cobra seus direitos,os professores precisam aprendam a usar a escola quando ela é equipada para ser usada, existem casos em que os laboratórios raramente são usados, um dos principais fatores que faz com que isso não aconteça é que os professores não solicitam o espaço ou a direção não permite, por ter medo que os materiais sejam danificados.
Em muitas escolas mesmo públicas a tecnologia não é novidade, os alunos usam a maioria dos recursos a seu favor.
Diferentes usos do computador na tecnologia: ferramenta educacional para desenvolvimento da autoria e autonomia do aluno, resolução de problemas através de desafios, controle de processos com coleta, análise e representação de dados, transmissão de informação, comunicação, enriquecimento da aprendizagem com o redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilidades de compreensão através do processo de descrever, refletir e depurar.
PERPECTIVAS PARA A TECNOLOGIA
Existe uma distinção entre o termo tecnologia na educação e do termo tecnologia da educação.
A tecnologia na educação orienta-se, segundo H.Dieuzeide (1970), para os problemas de equipamentos, mensagens e da incorporação das atividades pedagógicas, sem contestá-las.
A tecnologia da educação consiste na aplicação sistemática do conhecimento científico à facilitação do processo de aprendizagem.
A tecnologia como estratégia de inovação conseqüentemente, interessa o termo enquanto processo, processo esse que se relaciona, sobretudo com a inovação no campo educacional, por meio da viabilização de novas teorias, conceitos, idéias ou aplicações.
TECNOLOGIA EDUCACIONAL EM UMA VISÃO POLITICA
No Brasil já existe projeto nacional de emprego de tecnologia educacional, para que se possa almejar a conquista de melhores índices de qualidade do ensino.
A tecnologia é necessariamente um instrumento mediador entre o homem e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo para que o crescimento seja adquirido.
A tecnologia educacional (rádio, TV, cinema, internet e etc.), poderá colaborar para que se atenue o atual e espantoso quadro das carências pedagógicas nacionais.
Numa escola, o processo de comunicação pode ser feito através de vários meios tecnológicos. Os alunos de uma civilização verbal, passou para outra, visual e auditiva, eles modificaram seu psiquismo e suas reações já não são as mesmas de um estudante de 40 anos atrás.
A escola vê-se cada vez mais deslocada, e é bom que o seja, em confronto com o desafio da tecnologia, ou incorpora novas técnicas ou se tornará incapaz de sobreviver.
A visão global da educação deve ser uma visão gestáltica, e não uma soma das partes.
As vantagens da tecnologia educacional para o aluno é:
- O conhecer os objetivos a serem atingidos;
- Se tornar responsável pela escola de seus próprios objetivos e dos meios para alcançá-los;
- Comprometimento individual;
- Capacidade de auto-avaliação, de tomar decisões e determinar seu próprio tempo.
A tecnologia educacional não pretende impor-se como o instrumento pedagógico por excelência, mesmo porque nenhum meio é capaz, isoladamente, de se tornar eficaz para todos os propósitos do ensino.
RISCOS DA TECNOLÓGIA PARA O ALUNO
Com toda a tecnologia oferecida pelo mercado bem como a incorporação dessas tecnologias nas escolas, é de extrema importância que se observe como ela está sendo usada por nossos alunos, tendo como exemplo a internet é preciso que se tenha dispositivos que garantam que menores não tenham acesso a conteúdos obscenos, pornografia infantil e outros conteúdos a eles inapropriados. Assim, os estabelecimentos de ensino precisam adotar filtros, visando evitar o contato dos alunos com tais materiais.
Da mesma forma que ela é uma grande rede que oferece benefícios, ela também pode trazer muitos malefícios, então é muito importante saber ao que está acessando para que não tenha nenhum problema.
O grupo escolar deve ter cuidado, pois as crianças muitas vezes não têm a mínima noção do que podem acarretar. Então a melhor coisa é alertar para que eles não entrem em sites inseguros.
Há uma necessidade da incorporação de tecnologia nas escolas, mais esse novo desafio deve vim seguido de responsabilidades por parte do educador, que deverá trabalhar em conjunto com a direção e demais colaboradores da escola.
BENEFÍCIOS DA TECNOLOGIA
A tecnologia aliada a profissionais capacitados melhora o rendimento e o desempenho dos alunos, o aluno hoje tem fontes de pesquisas muito mais avançadas onde ele pode ter acesso aos conteúdos.
É de extrema importância que as instituições levem as tecnologias para os alunos. Os estudantes estão acostumados com as aulas expositivas e o diferente atrai fazendo com que se tenha um melhor rendimento. Por exemplo: o uso de passo textos, esquemas e também filmes, que ajudam a contextualizar as aulas.A educação precisa estar aliada a tecnologia para que possa se concretizar esse novo vieis do ensino , já que sabemos que um indivíduo precisa dela para sua formação, sendo essa formação de real importância, devendo ser integral e preparatória para a sua vida.
Vemos a necessidade de acompanhar essas evoluções. Uma vez que as mesmas são de total importância para o progresso de um indivíduo numa sociedade.
As novas tecnologias surgiram para ampliar e integrar o conhecimento de forma rápida, acessível a todos e dinâmica.Onde é somado o conhecimento aluno professor.
Como dizia Paulo Freire:"há necessidade de sermos homens e mulheres do nosso tempo, que empregam todos os recursos disponiveis para dar o grande salto que a nossa educação está a exigir".
A informática trouxe benefícios para o setor educacional. em aspectos construtivistas, houve uma maior interação entre aluno/professor/computador, tornando este recurso um subsídio imprescindível no processo de mediação do conhecimento.É preciso enfatizar o uso da informática como fonte inovadora do processo de aprendizagem, visando um melhor aproveitamento e rendimento das atividades desenvolvidas pelo setor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica evidente que a tecnologia é uma das principais portas de entrada para o conhecimento. Para tanto, é preciso que alunos e professores avancem tecnologicamente.
É preciso alcançar outros saberes fora da sala de aula, para que possam ser aplicados diariamente entre professores e alunos.
A capacitação dos professores é de extrema importância nesse contexto, observando que o professor é um dos principais responsáveis por essa evolução da tecnologia na sociedade, pois ela não está presente apenas nas escolas.
Com todo esse aparato tecnológico é preciso que a sociedade fique atenta para que não aconteça um processo de exclusão social, devido a falta de aplicação da tecnologia em camadas pobres da sociedade, sendo que, se as camadas pobres não se qualificam tecnologicamente não haverá espaço para esses indivíduos no mercado de trabalho.
A tecnologia serve para melhorar o rendimento do aluno, levando ele pra outras fontes de pesquisa; a verdade absoluta do professor passa a ser questionada e surge aextrema importância da preparação do aluno para esse novo mundo.
SOBRE AS AUTORAS
Gilda Carla de Jesus Silva é graduanda do curso de Letras Português pela Universidade Tiradentes, Aracaju/SE, cursando o 3° período, no primeiro semestre do ano de 2010. Contato: carlasilva1985@yahoo.com.br
Talita Santos Menezes é graduanda do curso de Letras Português pela Universidade Tiradentes, Aracaju/SE, cursando o 3° período, no primeiro semestre do ano de 2010. Contato: talita2011@yahoo.com.br
A elaboração deste artigo científico deve-se à prática investigativa na forma de pesquisa qualitativa do tipo bibliográfico. O artigo foi produzido visando atender à exigência da disciplina "Didática", do Curso de Letras da Universidade Tiradentes, no 1º semestre letivo de 2010 e contou com a orientação da professora Msc Maria José de Azevedo Araujo. E-mail para contato: azevedo1956@bol.com.br.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Raquel Goulart. Formação de Professores, tecnologias e linguagens. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
BELLONI, Maria Luiza. Educação à distância. 4º Ed. São Paulo: Autores Associados, 2006.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? . 4° Ed. São Paulo: Cortez, 2000.
NISKIER, Arnaldo. Tecnologia educacional: uma visão política. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
OLIVEIRA, João Batista Araújo. Perspectiva da tecnologia educacional. São Paulo: Bisordi Ltda, 1977.
SAMPAIO, Mariza Narcizo. Alfabetização tecnológica do professor. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.