ALFABETIZAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NO SENTIDO DE APRENDER A LER E ESCREVER. DESAFIOS CONSTANTES PARA OS ALFABETIZADORES E ALFABETIZANDOS.

Por CRISTIANA ANA LIMA | 22/05/2017 | Educação

A alfabetização é um processo que implica desde a sua gênese a construção de sentidos, pois aprender a ler e a escrever não envolve apenas a aprendizagem da escrita de letras, de palavras e de orações descontextualizadas de forma mecânica e repetitiva, mas envolve, sobretudo, uma forma de interação com o outro por meio das atividades de leitura e de escrita.

 O efetivo exercício da leitura e da escrita pressupõe muito mais que ser capaz de ler e de escrever. O domínio da alfabetização é um conhecimento necessário para que alguém seja de fato um cidadão letrado. A conquista de um nível mínimo de letramento pressupõe oportunidades de uso, reflexão e domínio das propriedades dos diferentes textos que circulam diariamente. As crianças que vivem em ambientes letrados não só se motivam para ler e escrever, mas começam desde cedo a refletir sobre as características dos diferentes textos ao seu redor, sobre seus estilos, usos e finalidades,

 A escola exerce um papel fundamental neste processo de alfabetização, assegurando a todos os alunos diariamente a vivência de práticas reais de leitura e escrita. 

É fundamental o trabalho com textos na alfabetização inicial. Sendo que, para aprender a ler é preciso conhecer as letras e os sons que elas representam. Além disso, é necessária a busca pelo sentido e pela compreensão do que está escrito.

 O texto é considerado uma unidade significativa uma passagem que faz sentido. Ademais, os textos são úteis para enfocar a alfabetização e o letramento.

 Para compreender e saber produzir textos, as pessoas possuem uma competência linguística denominada competências textuais. Mesmo as crianças pequenas possuem essa capacidade, que pode ser melhoradas por meio de exercício e de atividades orais e escritas.

Ao observarem livros infantis, as crianças inventam histórias inspiradas nas ilustrações, criam narrativas para si mesmas e para os colegas. Essas histórias alimentam a imaginação e o sonho das crianças, melhora a expressão verbal, aguçam a curiosidade, criam amor pelos personagens, pelas palavras e pelos livros.

 Além disso, as crianças que têm o costume de ouvir histórias lidas em voz alta aprendem aos poucos sobre a sintaxe, o léxico e/ ou vocabulário da língua escrita.

 Assim, as crianças vão aprendendo a reconhecer de ouvido as normas lingüísticas que regem a escrita, mesmo que ainda não saibam empregá-las.

 É importante ressaltar que o domínio da escrita é um aprendizado de longa duração que se inicia na alfabetização e que se estende por muitos anos.

 Para as crianças que estão iniciando o processo de alfabetização há a opção de se trabalhar com histórias, poemas, trava – línguas e canções de roda. 

Além desses, é recomendável o uso de textos orais produzidos pelas crianças e escritas pela professora no quadro, para o trabalho de alfabetização. Contudo estes textos devem ser adaptados de acordo às normas de língua escrita.

 Aprender a ler envolve saber que as letras representam sons e que uma mesma letra pode representar mais de um som de acordo com o seu contexto. Sendo assim, a leitura não é uma questão de adivinhação da criança, é conhecimento sistemático.

 Os sons das letras não devem ser explorados no falso texto ou no não – texto. Eles devem ser apresentados sob a forma de exercícios, através da música listas, palavras cruzadas, caça – palavras, entre outras atividades. Portanto, é necessário sistematizar o ensino da leitura e da escrita, começando pelo texto natural, significativo e caminhar na direção do conhecimento de palavras, sílabas, letras e regras ortográficas. Desse modo, as crianças estarão lendo quando forem capazes de perceber como as letras funcionam para representar os sons da língua e, ao mesmo tempo, possam entender o que diz o texto.

Profª Cristiana Ana (Especialista em Alfabetização e Letramento).