ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Por ELEN CARLA ALMEIDA SOUSA | 28/08/2018 | Educação

ELEN CARLA ALMEIDA SOUSA[1]

ELANE DA SILVA MATOS VILELA[2]

RESUMO: Este artigo tem por objetivo os processos que envolvem a alfabetização e letramento na busca de adquirir uma aprendizagem significativa. Visando os conceitos e as relações no desenvolvimento pedagógico e nas práticas sociais. Reconhecer suas especificidades conceituais a alfabetização que é ter o domínio do saber ler e escrever, ampliando com o letramento ser capaz de fazer uso da leitura e da escrita, compreendendo produzindo textos, frases e palavras. O educador e o mediador necessários para a articulação no contexto do trabalho pedagógico, fazendo escolhas metodológicas para melhor atender as necessidades existentes no contexto escolar. A linguagem é de grande importância no trabalho pedagógico, interligadas e correspondentes a alfabetização e letramento, enquanto, alfabetização e o processo de descoberta do código escrito, A alfabetização é definida como o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever de maneira adequada e a utilizar esta habilidade como um código de comunicação com o seu meio. O sujeito alfabetizado conseguir transpor em escrita o que se tem a intenção de comunicar, levando-se em conta as experiências vivenciadas antes mesmo de ter domínio em ler os signos escritos. Envolvendo a compreensão e expressão logica verbal. Sendo assim, letramento são praticas sociais de leitura e escritas, contidas nos diferentes contextos sendo sua função social. Enquanto a alfabetização e o desenvolvimento de compreensão da linguagem e suas habilidades da leitura e da escrita.   

Introdução   

 

Alfabetização e letramentos, neste artigo terão uma ampliação conceitual de lê, escrever, compreender e expressasse. Sendo este não se constituem na simples práticas didáticas de ler e escrever, mais sim de socializar os saberes da linguagem como elemento de formação pessoal e social do educando plenos com autonomia e apropriação. 

O trabalho pedagógico com a linguagem é importante na escola, por ser um conjunto sistemático e estruturado de recursos que tem a função de discurso, de comunicação e de intenção.  Seu domínio enquanto ação sobre o contexto social e cultural constitui uma exigência para que o sujeito participe e ativamente do seu espaço e do seu tempo. 

 |Uma educação significativa se faz necessidade que o educador tenha respaldo em teorias, planejamento, pesquisar e diversificar suas praticas pedagógicas para o desenvolvimento da linguagem na infância. Realizem abordagens pedagógicas atrativas, diversificados, lúdicas e multidisciplinares. 

Ensinar ler e escrever tendo em vista as práticas sociais que circulam no contexto que se este inserido: a busca pelos sentidos de que um texto possui para compreendê-lo como leitor e escritor, possibilidade de ler e escrever textos reais de situações reais, sendo estas ações dinâmicas e não mecânicas estes sendo processo de resolução de problema que o sujeito deve enfrentar quando se coloca diante de um texto a ser lido ou produzido. 

A apropriação do contextualizar texto, tendo a autonomia em entender, interagir e produzir, fazer uso destes instrumentos para atender suas necessidades e curiosidades. Fazendo com que o educando com posse deste saber cientifico atue social e culturalmente valorizando-se como sujeito.         

1.1 Sons e Letras 

Para compreendemos a linguagem humana, tanto oral como escrita fazemos uso dos sons e das letras.  O uso do aparelho vocal possibilita a transmissão da linguagem, há construção de diálogos mesmo com inferências de um na linguagem do outro, a necessidade de contextualização e experiências entre o receptor e emissor sendo o conteúdo da linguagem infinita. Sendo a fonética e fonologia ciências que se dedicam ao estudo dos sons, respectivamente, da fala e da língua. No entanto, cada uma delas se dedica de maneira e aspecto diferente. A fonética descreve os sons da fala e a fonologia  interpreta os sons da língua e explica o valor que os sons da fala adquirem. Lembrando que a fala de sons das línguas e não de letras, considerando esses dois fatores, a primeira grande distinção que se faz é entre os sons vocálicos e sons consonantais.  

O uso da palavra como técnica de intercâmbio entre os homens é, indubitavelmente, a mais fantástica invenção da humanidade. Mas a fala não existe por si só; ela é reforçada, atenuada ou modificada pelo conjunto de expressões fisionômicas, posturas, gestos e atitudes que interferem no quadro semântico da mensagem veiculada. A língua é, portanto, um conjunto estruturado e sistemático de recursos expressivos, que foram sendo coletivamente construídos através dos tempos, a partir das normas e convenções mais ou menos estáveis (COLELLO, 1995, p.12) 

  

Assim ao adquirir os valores sonoros convencionais é perceber a correspondência entre grafema e fonema, isto é, apropriar-se do conhecimento de que existe uma relação entre o som /A/ e a letra A, o som /B/ e a letra B, e assim por diante, com todas as letras, que naturalmente estão inseridas em palavras, frases e textos. Se referindo à aprendizagem, podemos entendê-la como aquisição de um repertório de conhecimentos, habilidades e características comportamentais. 

As letras são sinais gráficos da escrita sendo a representação gráfica do fonema Letra são sinais que os homens usam para representar sons, a fala é historicamente anterior á escrita na sociedade humana. Há uma relação entre fonemas de uma língua e os símbolos gráficos que os representam. Contudo, fatores como as mudanças linguísticas e extralinguísticas produzem discrepâncias entre a estrutura fonológica das línguas e suas ortografias (MORI, 2001) Comparando o sistema fonológico de uma língua e sua escrita, é possível observar que a relação entre fonema letra não é correspondente. 

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos quanto fonológicos, sendo fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial.  O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. 

 

1.2 Alfabetização e letramento  

No início da década de 1980, os estudos acerca da psicogênese da língua escrita trouxeram aos educadores o entendimento de que a alfabetização, não era a apropriação de um código, pois envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses a respeito da representação linguística; nos anos seguintes surgem estudos sobre o letramento, contribuindo para a compreensão da dimensão sociocultural da língua escrita e seu aprendizado. Sendo esta um elemento potencializado para a formação de um grupo social.  

Por mais importante que seja, a configuração biológica transmitida geneticamente pela espécie humana confere-nos apenas a capacidade de desenvolver e usar uma língua, mais não nos insere naturalmente numa cultura. Somos mais do que a natureza e o instinto nos legaram. Somos seres com uma longa historia. Nossa forma de agir é determinada muito mais pela realidade sociocultural-histórica em que nos inserimos do que por nossa simples herança biológica (MARCUSCHI; DIONÍSIO, 2007, p.14).

 

A concepção de letramento contribuir para a compreensão do aprender ler e escrever, sendo estes sendo processos complexos, desafiador e dá busca de inserir significado de contextualizar a tempo e o espaço no qual se vive, como a aquisição de um código fundado na relação entre fonemas e grafemas, consciência fonológica que permitia aos sujeitos associar sons e letras para produzir/ interpretar palavras ou frases. 

Embora ainda não dicionarizado, o termo “letramento” foi usado pela 1ª vez por Mary Kato, em 1986, na obra No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística (São Paulo, Ática). Dois anos depois, passa a representar um referencial no discurso da educação, ao ser definido por Tfouni (1995) em Adultos não alfabetizados: o avesso do avesso (São Paulo, Pontes) e retomado em publicações posteriores. 

Alfabetizado é aquele individuo que sabe ler e escrever; já o individuo letrado, o individuo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mais aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente ás demandas sociais de leitura e de escrita (SOARES, 1998, p.22) 

 

No final do século XX impôs a praticamente todos os povos a exigência da língua escrita não mais como meta de conhecimento desejável, mas como verdadeira condição para a sobrevivência e a conquista da cidadania. Foram no contexto das grandes transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que o termo letramento surgiu, ampliando o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização. Estes processos têm suas especificidades quanto aos conhecimentos, habilidades e procedimentos que sustentam a organização do trabalho pedagógico. Tem assim. 

[...] a inserção do individuo no mundo da escrita supõe dos movimentos  simultâneos, mas diferenciados de um lado, a apropriação da escrita como sistema convencional, alfabético ortográfico, o que significa a alfabetização. De outro lado, o desenvolvimento das habilidades necessárias para a inserção do indivíduo nas práticas sociais de leitura e escrita, o que configura o letramento (LEITE, 2001, p.32)  

 

Os conceitos de alfabetização e letramento há diversas formas de associar os dois termos o que exige do professor o domínio conceitual para que ele, seja um profissional reflexivo capaz de fazer suas escolhas de como julgar, pensar e ver tantas outras possibilidades e como estes trabalhados simultaneamente contribuem para uma educação significativa que condiciona o educando a pratica social do convívio de suas relações interpessoais, da ética e do trabalho. 

 

1.3 Níveis de evolução da escrita 

Níveis pré-silábico: neste nível, a criança não estabelece relações entre a escrita e a pronúncia. Nesta fase, ela expressa sua escrita através de desenhos, rabiscos e letras usadas aleatoriamente, sem repetição e com o critério de no mínimo três. 

Nível silábico a criança descobre a lógica da escrita, percebendo a correspondência entre a representação escrita das palavras e as propriedades sonoras das letras, mas pensa que cada letra representa é uma sílaba oral, ou seja, usa ao escrever uma letra para cada emissão sonora (cada sílaba). 

Nível silábico-alfabético Começa a compreender que as sílabas possuem mais que uma letra (fará a transição de ora utilizar uma letra para cada sílaba, ora reconhecer os demais fonemas das palavras e passar a empregá-los). Mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas; 

 

Nível alfabético:  caracteriza-se pela correspondência entre fonemas e grafemas, quando a criança compreende a organização e o funcionamento da escrita e começa a perceber que cada emissão sonora (sílaba) pode ser representada, na escrita, por uma ou mais letras.

 

1.4 Níveis de conhecimento prévio e estratégias de leitura  

 Conhecimento prévio linguístico o conhecimento está de forma implícita no texto e exigi do leitor o conhecimento de vocabulário diversificado, o uso da língua, regras ortográficas e gramaticais. 

Conhecimento textual é o conjunto de noções e conceitos que temos sobre a tipologia do texto, suas características e estilo.  

Conhecimento prévio de mundo adquirido através de nossas experiências de convívio social e ativação de nossos saberes prévios de conhecimento linguístico e textual. 

Apreender a decodificar e fazer correspondência entre sons da linguagem, signos ou conjuntos de signos e gráficos.  Tendo a inferência para saber contextualizar e interpreta texto.  Já a antecipação o leitor tem uma ideai primaria sem fundamentos ou conceitos que se confirma ou não, tendo também a seleção o leitor faz seleções e prioriza algumas partes e outra despreza, por fim a verificação confirmação das demais estratégias na medida em que se lê. 

 

1.5 Como desenvolver a leitura em um ambiente alfabetizador   

Os profissionais da educação que atuam na educação básica devem ter a clareza conceitual dos conceitos de alfabetiza que significa ensinar a ler e escrever; letramento aprender ler e escrever para o sujeito ser alfabetizado sabendo escrever um texto e interpretar. Ao alfabetizar precisa se levar em conta o contexto individual, cultural e social. Em contribuição, a professora Magda Soares (2007, p.18) aponta que: 

 

[...] uma teoria coerente da alfabetização deverá basear-se em um conceito desses processos suficientemente abrangente pra incluir a abordagem “mecânica” do ler/escrever,, o enfoque da língua escrita como meio de expressão, como especificidade e autonomia em relação á língua oral, e, ainda, os determinantes sociais das funções e fins da aprendizagem da língua escrita.  

 

O professor deve dominar a arte e o oficio de ensinar a ler e escrever de forma competente em toda a escolarização da educação básica a partir da complexidade da contextualização nos usos e nas práticas sociais de leitura e escrita; fazendo escolhas metodológicas coerentes com aquilo que se pretende proporcionar ao educando. Sendo este educador um profissional reflexivo, sendo capaz de fazer suas escolhas de como conduzem, pensar e ver esses dois processos, ao fazer suas escolhas teóricas e metodológicas. 

A organização do trabalho pedagógico do professor alfabetizador deve prever o planejamento de um ambiente que garanta aos educandos o contato efetivo e reflexivo sobre a língua. “[...] um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita das quais as crianças têm oportunidade de participar” (RCNEI; SEF,1998, p. 154).  

Como os alunos interagem com os materiais escritos, podendo fazer de forma orientada ou livre, organizar e disponibilizar diferentes materiais como: multimídias, livros, revistas, artesanatos, brinquedos, jogos, papel e lápis. Melhorar a estética, o sentido dos textos, o acesso e a visualização. Propiciar um repertório amplo de escritas que são de uso real, participativo, reflexivo e comparativo.  

 

2. Considerações Finais

 Alfabetização e letramentos uma ampliação conceitual destes processos sendo este não se constituem na simples práticas didáticas de ler e escrever, mais sim no trabalho pedagógico, na linguagem escolar, uma estrutura complexa da educação formal, que tem um contexto social e cultural. O educador pesquisador, reflexivo, tenha respaldo em teorias, planejamento, pesquisar e diversificar suas praticas pedagógicas atrativas.

Em avaliamos o a importância dos sons e das letras para a comunicação humana, levamos em consideração que historicamente foi à necessidade de se articular conhecimentos científicos e culturais, repassar costumes e regras sociais.  Linguagem capacidade restrita aos seres humanos para expressar, transmitir e trocar informações. Fazemos uso da linguagem verbal e a linguagem não verbal. Língua, por sua vez, consiste num conjunto específico de códigos e palavras diversas, usados sob-regras e leis de combinação. Já a fala é individual, sendo a forma como um indivíduo se comunica de maneira oral, fazendo uso da linguagem verbal. 

Assim compreendemos os conceitos de alfabetização e letramento há diversas formas de associar os dois termos o que exige do professor o domínio conceitual, níveis de evolução da escrita níveis pré-silábico, nível silábico, nível silábico-alfabético e nível alfabético. 

Níveis de conhecimento prévio que está de forma implícita, conhecimento textual e estratégias de leitura apreender a decodificar a fazer a inferência para saber contextualizar e interpreta texto, fazendo a antecipação o leitor tem uma ideai sem fundamentos ou conceitos e por fim a verificação confirmação das demais estratégias na medida em que se lê.

Uma educação significativa faz com que o educando possa refletir fazendo associações com suas interações sociais, e suas inferências já contextualizadas podendo analisar situações criticamente, com coerência e embasamento de dados pré- adquiridos. Como desenvolver a leitura em um ambiente alfabetizador deve dominar a arte e o oficio de ensinar a ler e escrever de forma que saiba escrever e fazer associações que devem fazer o planejamento de um ambiente que garanta aos educandos o contato efetivo e reflexivo sobre a língua.

3. Referências Bibliográficas

BRASIL. Educação, Ministério e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental; Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Brasília: MEC/SEF, 1998.v.1.

COLLELO, Silva M. Gasparian. Alfabetização em questão. São Paulo: Graal, 1995.

LEITE, S. A. das S.(Org). Alfabetização e letramento: contribuições para a práticas pedagógicas. Campinas: Komedi,2001

MARCUSCHI, Luiz Antonio; DIONÍSIO, Angela Paiva. Oralidade e Letramento como práticas sociais. In:_.Fala e escrita. Belo Horizonte: autênticas, 2007.p.31-55.

MORI, A. C. Fonologia. In: MUSSALIM, F.;BENTES,A.C(Org.)Introdução á linguística: domínios e fronteiras São Paulo: Cortez,2001.v.1.

SOARES, Magda. Letramento: as muitas facetas da alfabetização. In:_ Alfabetização  e letramento.6.ed.São Paulo:contexto,2007.

SOARES, Magda. Letramento: e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, n.25, p.5-17, jan./abr.2004.

1 Graduanda em Pedagogia e Pós graduanda em Educação Infantil e Especial com ênfase em Alfabetização;
2- Graduada em Letras/Especialista em Gestão Escolar/Mestranda em Ensino-IFMT.