ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por Edinéia Silva Macêdo | 02/09/2017 | Educação

Edinéia Silva Macêdo

Resumo

O presente artigo propõe uma reflexão sobre a compreensão dos processos de alfabetização e letramento na educação infantil , tratando da origem, conceitos e especificidades de cada um desses processos educacionais. Procura também de diferenciá-los, para que essas especificidades possam ser compreendidas com clareza, ressaltando que são processos diferentes, porém, que devem ser trabalhados juntos, um contemplando o outro, para que se obtenha sucesso na formação inicial dos alunos do ensino fundamental. A educação em plena era digital vem enfrentando muitos desafios acerca da alfabetização muitos desafios acerca da alfabetização. E um dos gargalos na educação é o analfabetismo que ainda está num índice  muito elevado no pais. Diante disso, entendemos esse estudo como uma maneira de proporcionar ao professor da Educação Infantil uma reflexão crítica sobre alfabetização e letramento em sua formação inicial e continuada, para que esses processos não gerem equívocos em sua prática profissional, e o faça agir racionalmente, de maneira apropriada, evitando assim a reprodução e a atuação mecânica. 


palavra chave: Educação Infantil, Alfabetização , Letramento.

INTRODUÇÃO:

    É sabido que uma das maiores riquezas de um país é a educação do seu povo e que uma boa educação começa nas séries iniciais com uma alfabetização de qualidade. Porém, processo de na maioria das escolas brasileiras muitas vezes tem tido como resultado o insucesso e uma defasagem muito grande, prejudicando a aprendizagem dos alunos que saem das séries iniciais do ensino fundamental. Ao ver os grandes fracassos enfrentados pela alfabetização este trabalho pretende tratar de um assunto que vem sendo amplamente questionando: a questão de alfabetizar letrando. 
    Chamar a atenção dos professores e educadores escolares para o fato que o texto escrito era mais que um sistema de códigos a ser decodificado. Era urgente chamar a atenção para a perspectiva da escrita e da leitura como práticas sociais, que só têm sentido quando produzidas e interpretadas em um determinado contexto, com uma determinada intenção e com modos específicos de organização. Ao refletirmos em torno da Educação Infantil, torna-se pertinente a discussão sobre a importância das práticas de alfabetização e letramento nesta etapa de ensino. Sendo assim, é necessário ponderarmos se essas práticas são realmente necessárias, que propicie às crianças “um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo” (OLIVEIRA, 2002, p.12), ou se são apenas modismos, levando-as a se desenvolverem precocemente, tirando das mesmas outras necessidades, impedindo-as de “[...] sorrir, conversar, brincar, em que têm de estar todo o tempo atentas às questões de alfabetização” (BARROS, 2009, p.51). 

DESENVOLVIMENTO
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
    A alfabetização é um campo aberto, no qual o conflito entre teorias é fundamental para o progresso do conhecimento. Mas é importante levar em conta a compreensão sobre as visões de mundo, de homem e de sociedade que as sustentam para o professor possa decidir de um modo mais crítico e consciente, sobre os quais, os ajudarão a concretizar os fins de uma educação formada da cidadania de nossos aprendizes.
    O termo alfabetização definia o ensino/aprendizado do sistema alfabético de escrita. Isso significava decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e na escrita, a capacidade de codificar os sons da língua, transformando-os em sinais gráficos. Somente nos 80, o termo alfabetização foi ampliado graças as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da língua escrita. O termo letramento, ainda sendo uma palavra desconhecida, ela pode não ser plenamente entendido pela maioria dos educadores, porque é uma palavra que entrou na nossa língua a pouco tempo. Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.
    O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda Soares, designa práticas de leitura e escrita, a educadora argumenta que a criança precisa ser alfabetizada convivendo com material de qualidade. Assim, ela se alfabetiza ao mesmo tempo letrada.
    Alfabetizar passa a designar o aprendizado inicial de leitura e escrita enquanto letrar expressa o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever, bem como o uso de habilidades em práticas sociais, é um estado ou condição que adquire um grupo social. Partindo desse pressuposto, temos a afirmação de Paulo freire (2001), “aprender a ler e escrever, é aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem.
    Assumir esta responsabilidade significa ensinar de fato a língua escrita, e para isto é necessário que os educadores alfabetizem letrando desde as séries iniciais, começando o ensino da língua escrita em contextos de letramento. O processo de alfabetização ocorre na perspectiva do letramento, sendo este usado para atender as demandas sociais em que não basta aprender ler e escrever, mas faz-se necessário utilizar, de maneira competente, compreendendo a função de ambas em contextos sociais. Neste sentido, Soares (2004) realça as especificidades inerentes aos processos educativos de alfabetizar e letrar, evidenciando que ambos são processos distintos, porém indissociáveis, considerando que o acesso ao mundo da escrita ocorre de maneira simultânea pelos caminhos da alfabetização e do letramento. 

     Parece que de novo estamos vivenciando uma nova situação, no que se refere á alfabetização, o que prenuncia o questionário a que vem sendo submetidos os quadros conceituais e suas práticas ao longo da desse seu processo na história. Estamos diante de um quadro que aponta problemas resultantes de alfabetização de crianças no contexto escolar, insatisfações e inseguranças entre alfabetizadores os que evidenciam uma perplexidade na persistência do fracasso escolar em alfabetizar.
    Neste contexto, vem surgindo nos discursos teóricos a palavra letramento como uma proposta para superar tais fracassos, usando termos como alfabetizar ou letrar alfabetizando, apontados como o caminho para a superação dos problemas enfrentados nesta etapa de escolarização.

CONCLUSÃO
    
    Percebe-se que quando se discute qual é a melhor maneira de ensinar, a ler e escreve busca um método mais práticos que venha suprir tal necessidade de  alfabetizar. Existem vários métodos para ensinar escrever. O que ocorre é que quando o professor lança mão de um método para alfabetizar não leva em conta se esse método realmente vai suprir a necessidade do aluno a ser alfabetizado, centra-se apenas no ato de codificar e decodificar os sinais e os sons, como diz Paulo Freire: deve levar o aluno a refletir sua vida no mundo, não deixando se levar pela a educação bancária que aplica o conhecimento, a educação deve se esforçar para desmascarar a realidade para que o aluno possa interferir de forma critica na sua realidade, a “educação é uma forma de intervenção no mundo ‘(Freire, 2000)’”.
    Este artigo considera que alfabetização e letramento são processos distintos, cada especificidade, mas complementares e inseparáveis, ambos indispensáveis para a aquisição da leitura e da escrita pelos alunos. Neste sentido não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar, trata-se de conciliar esses dois processos assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético – ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita, percebe-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla, de maneira articulada e simultânea, a alfabetização e o letramento.

REFERÊNCIAS

FREIRE, paulo pedagogia da autonomia saberes necessário à prática educativa. são paulo: Paz e terra 1996.
SOARES M. alfabetização e letramento, caminhos e descaminhos. revista Pátio, ano vlll, n 29, p 20, fev/abr 2004 a
SOARES M. letramento; um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica 2002. b.
OLIVEIRA, Zilma Ramos. Educação Infantil fundamentos métodos São PAULO.