Alfabetização e dificuldades
Por EULÁLIA VIEIRA DE MELO | 19/12/2011 | EducaçãoFORMAS DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
Estudos comprovam que a criança aprende desde o nascimento em um processo continuo, no qual vai predominar determinadas estratégias na escola e nela mesmas, conforme cada período do desenvolvimento. Os pequenos aprendem por meio das interações que estabelece com seu meio físico e social, estas interações se configuram distintamente de acordo com as praticas que certamente lhe permitirá ajudar a compreender e utilizar adequadamente os códigos de nossa língua.
Segundo FREIRE (1997) “Ninguém educa ninguém assim como ninguém educa sozinho alguém só aprende se existir uma pessoa que lhe deseje ensina. Da mesma forma, alguém só ensinará se houver um individuo predisposto a aprender, e o aprender se tornará prazeroso na medida em que for significativo.” Então para que haja uma boa preparação na alfabetização das crianças é preciso destacar um fator chave: a interação social, que ocorre principalmente em casa, sendo importante às técnicas intelectuais criativas e inovadoras que despertem na criança o gosto pelo saber.
Outro importante preditor da alfabetização é o modo com que os adultos falam com as crianças; deve-se usar um vocabulário rico com palavras incomuns,, principalmente se usado durante atividades simples do dia-a-dia, como durante as refeições, ou em conversas com questões relativas à por que as pessoas fazem coisas funcionam. Snow citado por Papalia, Olds (200, p.203) diz que “tais conversas ajudam as crianças jovens a escolher as palavras e a organizar as frases de modo coerente”.
Citamos também a televisão educativa como sugestão de atividade que contribui na preparação das crianças para a alfabetização. Esse tipo de programação televisiva oferece possibilidades de a criança adquirir conhecimento de letras e números, resolução de problemas, raciocínio e compreensão de ambientes físicos e sociais que atraem a atenção de crianças e às fazem participar ativamente, mas sempre com os pais interagindo com elas, conversando sobre o que estão assistindo e aperfeiçoamento ainda mais habilidades de vocabulários.
O modo de brincar das crianças é outro fator de desenvolvimento da alfabetização. O brincar das crianças não é apenas uma diversão, o brincar deve ser encarado como o trabalho dos jovens, onde eles exploram o mundo de si mesmos, adquirem novas habilidades, enfim, o brincar proporciona boas oportunidades para aprender, usar e praticar a alfabetização. Os jogos imaginativos envolvendo “fazem de conta” é essencial para que se produza para que se produza aprendizagem:
A forma de ensinar abrange e observação da criança em sala de aula ou em outras atividades como educação física, educação artística e recreio. Deve-se verificar como a criança brinca. Ouvir o que ela tem a dizer, ouvir as conversas das crianças entre si, tentar perceber como elas vê o mundo, como organiza o seu modo de pensar, qual a sua lógica, permitir que ela manipule objetos diversos, que movimente e aprende os diferentes conteúdos, utilizando o seu corpo inteiro.
Em sociedade enfatizamos bastante a relação verbal e privilegiamos a linguagem oral para a transmissão de informação. Quanto mais ênfase se der ao uso da linguagem oral, mas competente será a criança para aprender segundo essa estratégia.
O processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança é resultante das formas de produção legal das interações que se estabelecem em função da organização do grupo, há aprendizagem por geração espontânea na criança.
Cognitivamente, os conteúdos precisam ser organizados e integrados ao corpo de conhecimento da criança. E isto é realizado pela ação do outro e pela ação da própria criança que desempenha um papel importante na formulação de seu próprio conhecimento, mas não o realiza sozinha, por isso durante todo o processo o professor deve possibilitar ao aluno participar ativamente do processo de aprendizagem.
Pode haver uma autonomia significativa na ação, caso o ambiente seja favorável ao surgimento e desenvolvimento desta autonomia. Não prescinde, todavia, da ação do adulto, mas no que transmite a criança, as práticas culturais de seu grupo e trabalha com ela, o acervo do conhecimento formal construtivos do legado cultural e cientifico da humanidade. Desta forma o sujeito se constitui em virtude em virtude de processos entre múltiplo de interação com o meio sócio-cultural, pela presença de outros indivíduos e /ou objetos culturalmente inseridos e definidos.
Caracteriza-se diante do mencionado que o individuo não é somente um ser em desenvolvimento psicológico, mas um ser sem relação com o real, consequentemente formação de possibilidades cognitivas de apreensão e compreensão da realidade, de transformação de si próprias e consequentemente, desta realidade e de produtor e consumidor de conhecimentos.
Neste contexto, a prática pedagógica implica um processo continuo de interações entre os agentes participes e crianças que se configuram de formas múltiplas: díades ( adulto-criança/ criança-criança), grupos de adultos e crianças ou grupos de crianças.
O conhecimento que se pretende: levar os alunos é apreendido e reestruturado em função dos processos de recepção de informações-aula-assimilação e modificação de informações-pesquisa-e posterior construção de conhecimento próprio.
O QUE É APRENDIZAGEM?
O termo aprendizagem não se aplica somente as ditas aprendizagens escolares que ora acontece através de uma prova do dia-a-dia, que corresponde desde inicio da vida estudantil. A aprendizagem pode ser compreendida como uma modificação duradoura do comportamento, através do treino, experiência, observação. Ao professor cabe avaliar; se o aluno treinou, ou passou experiências extremamente significativas, ou observou a realização de algo podendo demonstrar esta modificação desde que apresente condições adequadas, e, além disto, mantiver esta mudança por tempo razoavelmente longo - então podemos dizer que ouve aprendizagem.
Dificuldades de Aprendizagem
.As dificuldades de aprendizagem podem ser consideradas como algo que se absorve uma diversidade de problemas educacionais. Desta forma, freqüentemente este termo é mal interpretado, em parte devido às várias definições que lhe foram atribuídas. Tais dificuldades podem gerar um circulo vicioso do fracasso, ou seja, quando mais a criança se sente inferiorizada, mais ela estará suscetível ao insucesso, e menos poderá obter aprovação a partir de seu desempenho. Cabe ao educador trabalha também com a motivação, maturação dos alunos, bem como metodologia, recursos e procedimentos para uma atmosfera agradável para aprender
Entretanto, assim como existem controvérsias quanto à etiologia, a definição e caracterização das dificuldades de aprendizagem, também é necessário ater-se ao fato de quando se discute a problemática das crianças que apresentam D.A (dificuldades de Aprendizagem), não se está diante de um gripo heterogêneo. São crianças que, podem apresentar problemas sócio-emocionais e comportamentais, menor aceitação social, ou com problemas de imaturidade, ansiedade, dentre outros.
Na verdade, sob o rotulo de dificuldades de aprendizagem, muitas variáveis deverão ser analisadas. Tanto os fatores que causam tal problema, como as consequências de ser rotulados.
Logo, torna-se necessário que se faça um diagnostico diferencial. Caso contrário corre-se o risco de tratar causas e consequências que não são as verdadeiras raízes do problema.
A dificuldade de aprendizagem pode gerar um circulo vicioso do fracasso, ou seja, quando mais a criança se sente inferiorizada, mais ela estará suscetível ao insucesso, e menos poderá obter aprovação a partir de seu desempenho. Cabe ao educador trabalha também com a motivação, maturação dos alunos, bem como metodologia, recurso e procedimentos para uma atmosfera agradável para aprender.
Faz-se necessário que o educador atente para mais um aspecto: que aprende está sujeito a esquecer! Entretanto, um esquecimento rápido demais pode indicar excessiva fragilidade de aprendizagem. Um mínimo de retenção é exigido para que se possa reconhecer a existência do processo.
Portanto a infância é, sem duvida, a fase que mais se aprende, no entanto a aprendizagem pode dar-se em qualquer idade. Se for verdadeira a concepção de que em certo momento as funções vitais começam a descrever, é verdadeiro também que tal fato dar-se a dependendo também das disposições da pessoa, de seus interesses, de suas necessidades. Afinal, inúmeras descobertas da ciência surtiram em idade bastante avançada de seus pesquisadores. A aprendizagem é, desta forma, um processo continuo ao longo da vida.
Diante de tantos saltos e conquista educacionais realizados ao longo da trajetória histórica, tem-se notado as atenções atribuídas ao espaço de sala de aula desde a década de 60 ate a atualidade.
Assim, para que a sala de aula venha a ser um ambiente favorável a construção do conhecimento e equacionamento das dificuldades de aprendizagem que porventura se apresentarem é necessário que o educador seja comprometido, criativo, dinâmico, e que respeite as individualidades de cada educando, valorizando a realidade e as vivencias dos mesmos, para que, numa ação conjunta e integrada, possa favorecer e estimular à cooperação, o diálogo, a democracia e a autonomia do individuo e do grupo, onde o prazer de esta na sala de aula seja comum a todos.
Quando maior for à afinidade entre professores e alunos, melhor será a fluência do processo ensino-aprendizagem, pois mais facilmente os alunos compreenderão o sentido de estudar o que está sendo apresentado pelo professor e terão a curiosidade de buscar novas informações que possam complementar a aula, tomando-a um momento de aprendizagem dinâmica para ambos, aluno e professor. Para Carl Rogers, “a aprendizagem auto iniciada que envolve toda a pessoa do aprendiz – seus sentimentos tanto quanto sua inteligência – é a mais durável e impregnante”, (ROGERS, 1978).
Condições Externas que Dificultam a Aprendizagem
Mas é preciso levar em conta, também, que além do professor temos condições externas aliadas contra a aprendizagem, tais como: programa excessivamente carregados, muitos alunos por sala, falta de materiais adequados, influencia negativa da família, perspectivas de futuro negativas, etc., o que escapa do nosso controle e que nos consuma das uma visão bastante pessimista da possibilidade de motivar esses alunos.
Aliados a baixos salários e a necessidade de trabalhar dois e, às vezes, ate três períodos para se manterem, os professores sofrem com a defasagem de conhecimentos e ficam facilmente ultrapassados, diante do avanço tecnológico e a rapidez com que os cientistas descobrem coisas. Para isso, nós, professores, precisaríamos de formação permanente, de tempo para preparar uma boa aula, de pesquisar, pois, precisam falar de temas atuais, temas esses que realmente interessam e para alguns alunos o professor ainda é fonte única de conhecimento.
Desta forma, para que a escola não se torne um campo de batalha devemos nos conscientizar da importância de duas atitudes: conhecermos a fundo nossas emoções, controlando as sempre que for necessário, e entendermos os momentos de fragilidade de quem convive conosco, procurando desta maneira, evitar todo e qualquer momento negativo. Nos primeiros trinta segundos que estamos tensos, cometemos os piores erros, nossas piores atrocidades. No calor da tensão, seja amigo do silêncio, respire fundo.
Além disso, nos educadores, precisamos parar momentaneamente nossas atividades e refletir sobre as praticas que mantemos por a construção do conhecimento se da pela reflexão. A escola não pode ser um lugar onde o erro não seja permitido e onde só valorizado o aluno que consegue tirar boas notas. Sabemos que se trata de um processo delicado e que exige muitos cuidados, mas precisamos rever o que aprendemos na formação, pois o mundo mudou e ainda vai continuar mudando.
PREPARAÇÃO PARA ALFABETIZAÇÃO
Já não é mais possível conceber a escrita exclusivamente como um código de transcrição gráfica de sons, já não é mais possível desconsiderar os saberes que as crianças constroem antes de aprender formalmente a ler, já não é mais possível fechar os olhos para as conseqüências provocadas pela diferença de oportunidades que marca as crianças de diferentes classes sociais. Portanto, já não se pode mais ensinar como antes. Sobre isso Emília Ferreiro e Ana Teberosky fazem uma afirmação bastante relevante que leva nós, docentes a reflexão da nossa pratica pedagógicas.
...as mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes de prontidão nem com novos materiais didáticos. É preciso mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões. Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu (Emília Ferreiro e Ana Teberosky,2005,p.25).
Portanto, já não se pode mais ensinar como antes. Segundo Emília Ferreiro as mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes de prontidão nem com novos materiais didáticos.
Para que haja uma boa preparação na alfabetização das crianças é preciso destacar um fator chave: a interação social, que ocorre principalmente em casa, sendo importante às técnicas intelectuais de leitura em voz alta, que estimula a conversação entre pais e filhos.
Um importante preditor da alfabetização é o modo com que os adultos falam com as crianças; deve-se usar um vocabulário rico com palavras incomuns,, principalmente se usado durante atividades simples do dia-a-dia, como durante as refeições, ou em conversas com questões relativas à por que as pessoas fazem coisas funcionam. Snow citado por Papalia, Olds (200, p.203) diz que “tais conversas ajudam as crianças jovens a escolher as palavras e a organizar as frases de modo coerente”.
Outra atividade que ajuda na preparação das crianças para a alfabetização é a televisão educativa com programas que ensinam letras e números, resolução de problemas, raciocínio e compreensão. Ambientes físicos e sociais que atraem a atenção de crianças e às fazem participar ativamente, mas sempre com os pais interagindo com elas, conversando sobre o que estão assistindo e aperfeiçoamento ainda mais habilidades de vocabulários.
O modo de brincar das crianças é outro fator de desenvolvimento da alfabetização. O brincar das crianças não é apenas uma diversão, o brincar deve ser encarado como o trabalho dos jovens, onde eles exploram o mundo de si mesmos, adquirem novas habilidades, enfim, o brincar proporciona boas oportunidades para aprender, usar e praticar a alfabetização. Os jogos imaginativos envolvendo “fazem de conta” é essencial para que se produza para que se produza aprendizagem:
A forma de ensinar abrange e observação da criança em sala de aula ou em outras atividades como educação física, educação artística e recreio. Deve-se verificar como a criança brinca. Ouvir o que ela tem a dizer, ouvir as conversas das crianças entre si, tentar perceber como elas vê o mundo, como organiza o seu modo de pensar, qual a sua lógica, permitir que ela manipule objetos diversos, que movimente e aprende os diferentes conteúdos, utilizando o seu corpo inteiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os estudos realizados para elaboração deste artigo nota-se que a alfabetização é um processo que se desenvolve a partir da análise e reflexão que o aluno faz sobre a língua. Cabe ao professor construir contextos de uso dos conhecimentos que os alunos possuem de análise das regularidades da escrita, de comparação de suas hipóteses com a dos colegas e com a escrita convencional, de respostas a desafios, de resolução a problemas e criar situações que estimulem a linguagem oral e jjescrita.
Além da escola é a família que tem um papel preponderante na educação de seus filhos cabendo a ela dar continuidade ao processo educacional iniciado no ambiente familiar. Assim, o processo educacional que ai se dá necessita ser compreendido como completar ao que cada um traz de historia individual e coletiva. A educação não começa na escola, nasce antes, no seio familiar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEMO, Pedro Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004
PAPALIA, Diane E; OLDS, Sally W. Desenvolvimento humano. 7° Edição. Porto Alegre: 2000
FERREIRO, Emília. A Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: ARTMED. 1995.
FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997.119.p