Akhenaton. O faraó monoteísta
Por Fernando Martins Moreira | 16/09/2015 | HistóriaFilho de Amenófis III, Akhenaton foi o faraó rebelde, responsável por uma transformação total na religiosidade egípcia, o também chamado Amenófis IV investiu sua administração contra a casta de sacerdotes da época.
Akhenaton nasceu em Tebas, não foi preparado para ser sacerdote, ministrava os rituais ao deus Rá na cidade de Heliópolis. Seu irmão fora preparado para ser rei, porém faleceu antes dos trinta anos. Logo após a morte do irmão, Akhenaton recebeu o cargo de sumo sacerdote de uma divindade chamada Ptah (deus dos artistas).
Aos quinze anos ele assumiu a regência do Egito, possivelmente ele governou em conjunto com seu pai, Amenófis III. Casou-se com Nefertiti, a revolucionária rainha, antes dela nenhuma rainha alcançara tamanho prestigio junto ao rei.
Em Tebas, o rei realizou um grupo de obras de infraestrutura, construiu quatro templos consagradas a Atón em volta do tempo de Amón. Em um dos templos construídos, a esposa aparece adorando a deus Atón. Para agilizar as obras, o rei ordenou que as paredes dos templos tivessem menor largura, assim os artesãos podiam usar os mesmos blocos para mais de uma parede.
No quinto ano de reinado o rei decidiu iniciar uma grande revolução no Egito. O rei mudou de nome, de Amenófis que significa “Amón satisfeito” para Akhenaton que significa “o espírito atuante de Atón”. Para destituir os sacerdotes do poder, o rei construiu um conceito de existência de um só deus importante, e que somente ele tinha acesso a esse deus, dessa forma era dispensável qualquer sacerdote. Para isso uma forte postura Monoteísta foi necessário por parte do rei, que combateu a existência de vários deuses. Não há conclusões decisivas para os motivos que levaram o rei a assumir essa postura revolucionaria, mas o que se entende é que provavelmente os sacerdotes formaram do faraó uma figura importante, mas não significativa na administração da nação.
No sexto ano de reinado, a capital foi transferida de Tebas, de acordo com o rei, o deus Atón havia revelado tal mudança. Aquetaton é o nome da nova Capital. O que de inicio fora criticado pelos sacerdotes como mudança equivocada, já que Amarna (como a cidade ficara conhecida posteriormente) possuía solo pedregoso e não produtivo para o plantio. Mas Akhenatón demonstrou perspicácia, pois ao construir em solos pedregosos, as terras produtivas ficavam intactas. O templo de Atón além de suntuoso, possuía uma arquitetura diferente, enquanto os demais templos possuíam quartos escuros, esse tinha acessos para a rua, assim os raios do sol seriam sentidos. Outra construção importante foi a estrada principal, com mais de trinta metros de largura, a rua agilizava todo o transporte, seja para festas, comércios, rituais etc.
Como a influencia dos sacerdotes em Tebas era milenar, o rei decidi mudar de capital e iniciar tudo novo, ele escolhe um lugar desocupado entre Mênfis e Tebas, conhecida posteriormente como cidade de Amarna, a nova cidade que fora indicada espiritualmente por Atón para o rei se chama Akhetáton.
Em apenas quatro anos a cidade estava pronta. Residências simples e grandes ruas são as principais características arquitetônicas da nova capital. O rei afirma ter recebido por revelação divina que os prédios deveriam ser construídos sob solos pedregosos, de inicio o rei recebera muitas criticas por parte dos sacerdotes, porém, mais tarde entendeu-se que a não ocupação de solos produtivos ampliaria a zona agrícola. Todos os profissionais seguiram o rei, possuía cerca de vinte mil habitantes.
A postura militar do rei era pacífica, por isso as nações subjugadas por Egito aos poucos foram enviando cartas afirmando que não mais pagariam os tributos, e que o rei do Egito não tinha mais o respeito/medo suficiente para cobrar impostos. O rei se negava a enviar um pelotão as nações rebeldes, pois isso, acarretaria em um investimento pesado e o deslocamento de um bom numero do exercito para averiguar as coisas, por isso o rei jamais apoiou investidas militares, ele assumiu o reinado em crise da força militar e morreu ainda em crise.
Akhenaton reinou por dezessete anos e foi misteriosamente assassinado. Possivelmente os sacerdotes tenham planejado tudo, pois estarem em crise devida à falta de influencia com o povo. Por oito anos seu filho assumiu o trono e depois passou o cetro para outro filho de Akhenaton, Tutancaton, que logo alterou seu nome para Tutancamon reestabelecendo a estrutura politeísta da religião egípcia.
CONCLUSÃO
O rei Akhenaton assumi o reinado em crise, constrói infraestruturas, com arquitetura econômica e visualizando a igualdade nas residências. Não é possível identificar qual a principal razão da revolução dele, mas a influencia dos sacerdotes e a limitação do poder do faraó tenham pesado na consciência do rei que decidiu mudar, e mudar tudo.
Referencia:
ALDRED, Cyril. AKHENATON Faraó do Egito. EDAF Madri.