Ainda há tempo?

Por Paloma de Lima Santos | 03/06/2016 | Política

  Brasil, país jovem quanto a democracia, país jovem quanto a liberdade, quanto a direitos, quanto a deveres. País que ainda aprende e paga arduamente   com erros do passado. Cenário de lutas, conquistas, mas de muitos escândalos, de esbanjamento de dinheiro público, de fome, de miséria, de riqueza, de disparidades, de contrariedades.

  Diante de todos os noticiários que muitas vezes parecem ir de mal a pior e outras apenas repetições do passado. Constantemente a sensação de já ter ouvido e visto estas ou aquelas cenas.Quando é questionado e busca pela construção da sede constituição, pergunta essa que fica no ar, sem resposta, pergunta essa que parece apenas haver respostas vagas, sem solução, sem esperança.

 E a sede de constituição, quando da luta por uma educação pública, gratuita de qualidade e principalmente  acessível a todos. Ou quando essa promessa se reverbera apenas na constituição de papel e nada mais que isso. Quando da sede de constituição, e a educação que é ou ao menos deveria ser a uma nação a esperança de que as novas gerações consigam mudanças. Como é possível  se os jovens  brasileiros nascem condenados a uma constituição de papel, a uma educação de papel. A receberem menos que lhes foram prometidos e lhe serem cobrados mais que seus deveres. Que sejam heróis ou heroínas todos os dias na luta por acessos, por qualidade, pelo cumprimento do que lhes prometeram, por ainda se permitirem a acreditar que um dia a constituição se fará válida, por uma dia se permitir, sede de constituição.

 Brasileiros já se esqueceram de se questionarem todos os dias onde está a constituição que lhes dá direitos e também lhe impõe uma série de deveres, onde está esta constituição que parece funcionar em alguns casos, ampará alguns ou ainda parece ser imaginária.Onde está a constituição que fala claramente em direitos sociais, em direitos básicos, em direitos cidadãos. Será que esta existe.

 Como ter sede por constituição, pela constituição brasileira, como fazer valer a mesma, quando esta perde protagonismo diante da enxurrada de leis, de obrigações e de nãos do Estado.Como confiar numa constituição que sequer tem protagonismo, sequer é conhecida, sequer é compreendida por todos, na verdade apenas por poucos que a usam em favor de seus interesses ou dos interesses de alguns.

  Como ter esperança diante desse cenário, como ainda acreditar que será possível ser diferente ou fazer diferente.

  Talvez a resposta pareça sem força e credibilidade, mas a resposta pode está na constituição.Mas, não nessa de papel que estamos construindo a pouco mais de 25 anos, não nesta que só é válida para alguns.Mas, sim nesta que exigimos que seja cumprida.Mas antes de podermos fazer isso precisamos compreender, entender o que ela tem pra dizer, só assim dará pra enfrentar sem medo de errar, porque o conhecimento traz liberdade e também traz confiança, traz a verdade, mas a verdade verdadeira e não a interpretada por uns e usada por outros.

  Talvez, a saída pra tudo seja esssa sede de constituição, talvez a esperança pra tudo seja essa sede de constituição, talvez a solução seja esta.Mas, a mesma só será quando tivermos a clareza,enquanto vivermos nessa escuridão, enquanto continuarmos atando nossas próprias mãos, esta será apenas mais um instrumento para nos aprisionarmos.