Ah, Cigarra!

Por Celso Afonso Cavalcanti de Albuquerque Tabajara | 13/08/2010 | Poesias

Ah, Cigarra!
Com tua melodia bela, vieste assim, ah, Cigarra,
toda graciosa e faceira pousar em minha janela,
enchendo meus dias com teu formoso cantar...
Mas o tempo foi passando... Veio o outono...
o inverno... Vieram outras tantas estações...
E à medida que o tempo ia, parece que se esvaia,
pois o que menos se ouvia era teu lindo cantar...
Deixaste no passado tua bela melodia... O teu belo sibilar!

Ah, Cigarra!
Como podes?
Envolver-me assim amiúde, jamais contigo fui rude,
pois me sabendo sensível... Romântico... E sonhador...
Conquistaste minha confiança, conseguiste a segurança...
Meu carinho e meu amor.
Mas... Colocaste-me de lado, deixando-me desolado...
Sentindo-me pobre coitado, que procurou
ser amado... Que procurou ser feliz.

Ah, Cigarra!
Continua...
Tua busca e te insinua a outros fracos de amor...
pois quem sabe no caminho, um dia encontres o destino,
de que não foi desatino, o cantar e envolver...
Procurando a quem te ama,
vais aos poucos tendo a fama de apenas iludir,
e quem por tua graça se encanta...
Esta perdendo a esperança de um dia ser feliz!