AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por Micheli dos santos da cruz | 04/10/2016 | EducaçãoREJANE, Orcheski Catia
Katiaorcheski@hotmail.com
SANTOS, Cruz, Micheli
scmicheli@hotmail.com
RESUMO
Nossos principais objetivos visam compreender a importância do afeto no desenvolvimento infantil. O afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência, ao observarmos o raciocínio das crianças sobre questões morais, percebe-se que os conceitos morais das crianças são construídos do mesmo modo como os conceitos cognitivos. Em todas as experiências empíricas vividas pelo o ser humano a afetividade está sempre presente no relacionamento com “o outro social”, no decorrer de toda a sua vida desde o seu nascimento. A aprendizagem de cada indivíduo é um processo que se inicia em seu nascimento, só finda com a morte. Portanto o indivíduo está em constante aprendizado, pois qualquer situação vivenciada, o mesmo está aprendendo, de maneira que conforme vai adquirindo conhecimento vai alterando o seu comportamento, seu desempenho seus enfoques.
Palavra-chave: Afetividade. Cognição. Aprendizagem. Formação.
INTRODUÇÃO
As relações de afetividade na educação infantil, tanto as de professor e aluno quanto as de família-criança, sempre chamaram nossa atenção. Entendo como afeto o sentimento de carinho, acolhimento, respeito pelo outro. Sendo a afetividade essencial às relações humanas vejo o educando como um sujeito em fase de formação, com características peculiares e que necessita de educação e cuidados que favoreça sua constituição como indivíduo.
A afetividade está muito presente no processo de aprendizagem, principalmente quando se trata de educação infantil. Ela e facilitadora deste processo e o professor um mediador. Nessa fase, a construção do limite e muito importante para a constituição de um indivíduo cidadão de direitos e com consciência de que também tem deveres.
Em todas as experiências empíricas vividas pelo o ser humano a afetividade está sempre presente no relacionamento com “o outro social”, no decorrer de toda a sua vida desde o seu nascimento. A aprendizagem de cada individua é um processo que se inicia em seu nascimento, só finda com a morte. Portanto o indivíduo está em constante aprendizado, pois qualquer situação vivenciada, o mesmo está aprendendo, de maneira que conforme vai adquirindo conhecimento vai alterando o seu comportamento, seu desempenho seus enfoques. Nossos principais objetivos visam compreender a importância do afeto no desenvolvimento infantil. Nesse sentido, procurei embasamento teórico para explicar os aspectos que fazem parte da afetividade infantil e como podem contribuir para o desenvolvimento das crianças. Busquei o referencial teórico de Piaget, Humberto Muturana e Winnicott, por serem autores de grande colaboração nesse tema, não desprezando os autores Vygotsky e Wallon, que também têm muito a acrescentar sobre o assunto.
AFETIVIDADE E AS RELAÇÕES HUMANAS
Se pesquisarmos no dicionário Michaelis (2008), encontraremos a palavra afetividade como: “Qualidade de quem é afetivo e suscetibilidade a quaisquer estímulos ou disposição para receber experiências afetivas”. E é dessas experiências afetivas e das relações que as crianças estabelecem com adulto que pretendo falar, utilizando os autores Piaget, Muturana e Winnicott para abordar esse tema.
Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e um afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções. O afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência, tornando difícil encontrar um comportamento apenas da afetividade, sem nenhum elemento cognitivo e vice-versa.
Para Piaget (1971, p. 271), a vida afetiva, como a vida intelectual é uma adaptação contínua e as duas adaptações são, não somente paralelas, mas interdependentes, pois os sentimentos exprimem os interesses e os valores das ações, das quais a inteligência constitui a estrutura.
Na teoria de Piaget (1982), os conceitos de assimilação e acomodação, para se chegar à adaptação são essenciais para o desenvolvimento intelectual da criança.
A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva já existente. O processo da assimilação representa uma tentativa de integração de aspectos, experiências aos esquemas previamente estruturados. Ao entrar em contato com o objeto do conhecimento, o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam, deixando outras que não são tão importantes, visando atingir um equilíbrio.
A acomodação consiste na capacidade de modificação da estrutura mental antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. A acomodação representa o elemento complementar das interações sujeito-objeto. Toda experiência é assimilada a uma estrutura de idéias já existentes, os processos de assimilação e acomodação são complementares e acham-se presentes durante toda a vida do indivíduo.
Segundo Piaget (1982), os estágios e períodos do desenvolvimento infantil caracterizam as diferentes maneiras do indivíduo interagir com a modalidade, de organizar seus conhecimentos. Destaquei dois estágios de desenvolvimento: o estágio sensório-motor e o estágio pré-operatório.
Segundo Piaget (1982), não há idades fixas para cada fase do estágio, mas se desenvolvem nestas seqüências: a) estágio sensório-motor (de zero a dois anos de idade, aproximadamente): toda a atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. Durante este período a criança não representa mentalmente os objetos, a sua ação e direta sobre eles; b) estágio pré-operacional (de dois a sete anos de idade, aproximadamente): neste período a criança desenvolve a capacidade simbólica e surgem os primeiros sentimentos sociais, onde os principais instrumentos utilizados são a representação e a linguagem falada. Durante esse estágio segundo Beard (1978), é o período de preparação para as operações concretas, abrangendo a transição de estruturas de inteligência sensórias motoras para pensamento operacional. No decorrer de todo período sensório-motor, as crianças interessam-se apenas por seu ambiente imediato, coordenam movimentos e percepções para atingir suas metas em curto prazo, mas não desenvolveram a capacidade de examinar rapidamente possíveis ações. No estágio pré-operacional, a capacidade de representa uma coisa por outra aumenta a rapidez e o alcance do pensamento, assim como se desenvolve a linguagem. É através da representação que e criam imagens de suas experiências afetivas, tornando possíveis sentimentos que possam ser recordados.
A criança tem a capacidade de transitar entre o passado e o presente, um exemplo se ontem ela não gostava de um brinquedo ou um amiguinho, esse sentimento pode permanecer presente, ela apresenta consistência entre o gostar e o não gostar. As crianças do período pré-operatório se engajam com outra forma de representação, é o jogo simbólico, ou seja, um jogo de faz de conta. O jogo simbólico é imitativo, é também considerada uma forma de auto-expressão.
Neste jogo a criança constrói símbolos sem constrangimentos, ela pode dar asas a sua imaginação, e representar qualquer coisa que ela deseja.
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