Adolescência

Por Suely Bischoff Machado de Oliveira | 30/07/2009 | Psicologia

A palavra ADOLESCÊNCIA (vem do latim ADOLESCENTIA) sendo um período na vida humana entre a puberdade e a virilidade

A adolescência se acha entre o início da puberdade e o da maturidade adulta, ou seja, dos doze, treze anos até os dezoito anos de idade aproximadamente. É um período caracterizado pela transição do estágio infantil para o estágio adulto, onde transformações múltiplas físicas e emocionais ocorrem.

 

Convencionou-se de que as meninas iniciam a adolescência antes mesmo do que os meninos, por tratar-se de modificações e alterações físicas corpóreas mais acentuadas.

 

Muitas vezes ouvimos alguém falar de que “ele é um adolescente muito maduro”! Isto se refere à sua atitude, ao seu comportamento e não propriamente ao desenvolvimento físico, e em outras ocasiões ouvimos:- “ele age como uma criança”!Isto se refere à sua atitude infantil e não ao seu aspecto físico.

 

E obviamente como em qualquer sociedade, temos algumas variáveis a considerar:

1)adaptação social que se faz presente nesta fase importante da vida de um ser humano,

2)aceitação e o

3)ajustamento às exigências da época, aos usos e costumes usuais da tal sociedade, o que gera um processo pelo qual o adolescente é testado em suas relações com o grupo para uma busca de minimizar atritos, deboches, discriminações e animosidades outras.

 

Nos nossos dias atuais o que se percebe amiúde é com relação aos clãs, aos grupos, à galera, à turma, numa busca incessante de -auto afirmação coletiva. “Puxa, porque você não faz como o pai do Jorge, que sai de casa e deixa a galera se torrar num sonsinho”! É sempre uma cobrança comparativa ao outro, à família do outro, ao costume do vizinho, ao modo de viver do colega de classe, aos pais do seu melhor amigo, etc...

 

O adolescente vive e também convive com dois mundos simultaneamente conflitantes dentro de si mesmo.

 

 “Lá em casa é tudo como minha mãe manda, meu pai fica quieto”; ”Ih, na minha casa é uma briga atrás da outra, o velho já está esclerosado”!”Na minha casa é uma zoeira só, minha mãe sai para o trabalho, meu pai sai para o escritório, e ficamos eu e minha irmã, aliás, uma chata de galocha, que me vigia o tempo todo”!”Chí, na minha casa está um horror, meu pai está sem dinheiro, e diz que minha mãe gasta com futilidades, sobrou pra eu ficar sem a mesada”!

 

E assim o adolescente leva e traz notícias de sua casa para a turma de colegas e vice-versa; tentando sempre driblar situações familiares frente à sua situação de membro daquele núcleo familiar.

 

Os adolescentes de uma maneira geral parecem querer se uniformizar ao grupo ao qual pertencem, todos se vestem com trajes semelhantes e adquirem as roupas nos mesmos lugares com as mesmas etiquetas da loja; seus trejeitos se apresentam igualmente semelhantes assim como seus penteados, e seu linguajar é comum a todos do grupo como se fosse um código Morse.

 

E se por ventura um dos membros se diferenciarem do total, este com certeza será posto de fora, será discriminado, pois a galera é única, uníssona e compete ao líder pela votação do tal elemento.

 

O adolescente sempre pensa e age em grupo, por uma suspeita pressão por parte dos outros componentes. , assim não se fazendo ouvir por uma única opinião sua própria.

 

Existe um temor de não ser aceito, de não ser incorporado ao todo, ele tem necessidade de se auto-afirmar na sombra do grupo, pois assim não sofrerá deboches, nem será humilhado por estranhos. O grupo lhe assegura proteção, informação, coesão e poder. Sim, poder é muito importante para o adolescente na busca de um caminho por onde irá traçar sua vida de adulto, quer profissional, quer familiar, quer socialmente falando.

 

É como se ele estivesse atravessando uma ponte onde de um lado está o seu passado, a sua infância; e do outro lado o seu futuro, a sua vida de adulto, e ele tem que atravessar a ponte passando por múltiplas transformações quer físicas, quer emocionais, e tem que se apresentar, isto é, ele é compelido a ser aceito pela futura vida de adulto.

 

Hoje o adolescente é abarrotado por inúmeras fontes de informações, por todas as vias, quer televisiva, quer escrita, quer informatizada, e ele precisa e tem que estar por dentro dos fatos, das últimas pela Internet (é um manancial de informações que nem sempre são digeridas adequadamente e nem no momento certo de maturidade)

Assim é que muitas vezes acontece um bloqueio, uma parada no tempo, uma ansiedade exacerbada e descontrolada, que leva o jovem a um delírio de inconformismo consigo próprio e com os que o cercam.

A família é e deve ser um sustentáculo para esta vida de adolescente principiante neste mundo, ela é um gerenciador frente ao adolescente em desenvolvimento, e, portanto cabe a ela fornecer as bases de apoio e de solidez para o bem estar deste membro.

 

A psicoterapia é uma técnica muito abrangente e que visa auxiliar ao adolescente em suas manifestações de dúvidas, sua melhor compreensão das emoções emergentes, ansiedades, temores, medos, conflitos, num trabalhar duas gerações, pais e filhos, aliviando e tornando sua vida muito mais estável, num digerir melhor este período de transformação, quer no âmbito familiar, quer no âmbito sócio-educativo.

 

Escrito por Suely Bischoff Machado de Oliveira

Psicóloga CRP 06/8495 pela UNESP, Psico oncologista pelo Hospital do Câncer A.C.Camargo

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