ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DO SETOR RURAL
Por CELINA MARIA DE SOUZA OLIVINDO | 19/01/2016 | AdmADMINISTRAÇÃO RURAL DO AGRONEGÓCIO, AGRICULTURA FAMILIAR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Escrito por Adm. Celina Olivindo
A administração é uma ciência que abrange as organizações em seus vários segmentos de atuação no mundo corporativo, significa dirigir e gerir recursos materiais, financeiros e ou humanos a fim de atingir objetivos traçados. De vários segmentos na administração um deles é o seguimento rural um importante viés da economia para o mundo. Dentre os diversos tipos de empresas existe aquelas que requerem de seus gestores um tempo a mais de atenção em determinas áreas de gestão de recursos naturais, como é o caso das empresas rurais que demandam muito mais foco na relação homem versus recursos. Todavia é importante saber que não existe uma empresa igual a outra, com as mesmas necessidades e particularidades necessitando assim de uma gestão diferenciada.
Empresas são formadas por pessoas tornando-se únicas. No entanto algumas atividades tornam-se semelhantes na gestão das empresas, essas atividades formatadas para as ações a serem desenvolvidas formam um conjunto de metodologias de gestão aplicadas nas organizações como forma já testado de gerenciar alguns setores e rotinas empresariais. Para obter sucesso no processo de gestão da empresa, o administrador rural deve considerar as ações de planejar, coordenar, dirigir e controlar como pontos importante de acontecer na empresa de forma a orientar as ações da empresa sejam elas diárias, semanais, mensais e anuais.
Administrar significar dirigir um grupo de pessoas por meio de métodos e recursos a fim de alcançar os objetivos traçados em equipe e com todos envolvidos neste processo. Assim focando em uma gestão rural de excelência faz-se necessário o entendimento dos diferentes segmentos do mercado rural brasileiro. Entender que assim como outros segmentos de negócios o rural busca lucratividade e sustentabilidade através de uma gestão integrada onde a mesma tem metas grandiosas e visa atender as necessidades da população como um todo, deve o gestor ter a consciência da magnitude do seu papel econômico, político e social no mercado.
O mercado agrícola no país é responsável em contribuir com parte da composição do PIB – (Produto interno bruto) nacional, bem como geração de renda e de empregos. Assim merece atenção para o entendimento de suas atividades, de negócio e relação com os outros mercados, políticas públicas e econômica. O mercado agrícola tem suas particularidades e deve ser entendido com um sistema vivo que relaciona-se de forma dinâmica com agentes do ambiente interno e externo. Sabe-se que o ambiente interno da organização é composto por elementos que a empresa pode exercer uma interferência direta, podendo assim melhorar algo negativo e evidenciar algo positivo, a exemplo da gestão da empresa que busca identificar seus pontos fortes e fracos com o intuito de torna-se mais competitiva no mercado e fazendo uso da ferramenta análise de swot o gestor tem uma visão clara de onde pode melhorar e quais aspectos da gestão são fatores competitivos no mercado. No ambiente externo utilizando ainda a análise de swot como ferramenta pode-se prospectar quais pontos podem ser uma ameaça bem como que pontos podem ser oportunidade para a empresa dentro daquele cenário. É importante conhecer a existência desses fatores, pois os mesmos serão fonte de pesquisa para o processo de tomada de decisão, assim como para o estabelecimento de estratégias que possam garantir a lucratividade e continuidade da empresa no mercado. Por outro lado apenas conhecer a existência desses fatores não garante que as estratégias estabelecidas surtirão o efeito esperado, o melhor é que o gestor saiba fazer uso das informações de forma eficiente e garanta a competitividade da empresa e a empregabilidade dos funcionários.
O agronegócio é a área do mercado rural que integra todas as ações comerciais referentes as atividades agrícolas e pecuárias. Toda ação de venda e recebimento é gerida dentro deste mercado, é nele que grandes e pequenas transações são efetuadas, assim como a venda do excedente do plantio do agricultor familiar como a grande massa do plantio da monocultura. Os atores que integram este mercado são os pequenos agricultores familiares, empresas rurais de pequeno porte, os empresários rurais brasileiros e as multinacionais agrícolas. Cada um, busca atender suas necessidades, visa garantir a existência da empresa no mercado através de suas atividades comercial. Desejam atender as demandas do mercado, não deixando de perceber o todo, uma visão holística é necessária. São participante do mercado o empresário, o governo, os fornecedores, clientes e funcionários, todos exercem interferência na dinâmica do mercado de forma direta e indireta, pois a interpelações entre os participantes dita as regras, econômicas, políticas e social no mercado.
Enquanto o agronegócio tem o objetivo central do comércio, da venda e da lucratividade a agricultura familiar vem com o desejo primário de atender suas necessidades, o desejo primário é o de produzir para atender em primeiro momento a necessidade da família, produzem para alimentar-se, mantendo-se vivos, sadios e bem, só depois destas necessidades atendidas eles buscam o mercado para negociar o excedente da produção. Vale ressaltar que a soma deste excedente em toda a cadeia de suprimento da agricultura familiar é responsável por alimentar mais da metade da população brasileira no que tange os produtos da cadeia alimentícia que atendem as necessidades demandadas no mercado.
Existe ainda uma preocupação com este mercado no quesito recursos humanos, ao tempo que o setor é responsável por alimentar mais da metade da população, a sua existência depende diretamente do processo de sucessão familiar, onde agricultores na ativa devem em um determinado tempo passar por um processo sucessório familiar e a gestão existente ser repassada para outro gestor, que em geral são os filhos e/ou esposa, ou seja seus descendentes diretos, o problema da questão, é o êxodo rural, processo onde os moradores rurais buscam migrar para as cidades em busca de condições de vida que os mesmos entendem serem melhores que a do campo. Porém se esse êxodo continuar migrando para as cidades sem que haja um planejamento de sucessão a pergunta que ecoa no mercado é, quem produzirá o alimento? E como será essa produção E os recursos quem vai administrar? E o meio ambiente está preparando para atender à demanda de produção? Esses e outros questionamentos provocam discursos entre os agentes participantes do mercado e do mundo, assim como fundamentam discursões e provoca um pensamento amplo sobre o mercado rural e o impacto que o mesmo provoca na sociedade de forma ampla.
A gestão rural é um meio que temos para minimizar o impacto do mercado sobre as pessoas e dentro das empresas. Fazer agronegócio consiste em atender demandas por meio de ofertas onde uma chega ao seu destino sendo negociado com moedas e valores. Neste negócio assim qualquer outro faz-se necessário ter produtos e ou serviço para ser ofertado e em troca de um pagamento atender a demanda ou seja a procura por parte do consumidor. A função do gestor rural é atender essa demanda buscando equilibrar financeiramente as necessidades da empresa, funcionários e sociedade. Para o mercado agrícola está completo deve haver a comunhão dos setores desde da agricultura familiar até o mega empresário agrícola que produz apenas para exportar. Todos fazem parte do mesmo sistema político, mesmo existindo políticas distintas de apoio para cada setor.
Diante da preocupação de garantir a continuidade do mercado e de atender as demandas as organizações devem promover uma revolução no que diz respeito ao processo de gestão. Algumas empresas há tempo vêm fazendo gestão integrada, preocupada não só com a produção mas em todos os fatores que interferem nos negócios, sejam eles, o econômico, social e ambiental bem como o processo sucessório. O foco deve ser como em toda empresa, o de garantir a lucratividade, a empregabilidade e a continuidade da empresa, para isso o gestor rural deve estar atento em desenvolver uma gestão eficiente focado nos processos, metodologias e ferramentas de gestão de forma a garantir a sobrevivência da empresa de forma competitiva, garantindo o uso dos recursos para o trabalho de hoje e de gerações futuras.
Fazer gestão rural é preparar o empresário para atingir seus objetivos de forma responsável economicamente, socialmente e ambientalmente. As ações devem ser feitas de forma organizadas, utilizando ferramentas administrativas que auxiliam na tomada de decisão e no conhecimento do ambiente interno e externo bem como de todos os agentes envolvidos no processo. O gestor deve fazer um planejamento onde nele deve conter o objetivo a ser alcançado, a visão, missão, valores e negócio bem definido. A gestão rural de forma integrada é a mais recomenda, pois a mesma preza pela preservação de toda a cadeia produtiva, desde do agricultor, empresa, cliente, fornecedores, funcionários, governo e natureza. Gerir de forma integrada é um desafio para esse tipo de empresa, em uma sociedade imediatista que deseja tudo ao mesmo tempo e na velocidade da luz, a gestão de forma integrada torna-se um fator desafiante para o administrador alcançar, por outro lado também é fonte de motivação para buscar formas menos agressivas ao meio ambiente e pessoas. Podendo nascer tecnologias que melhorem o processo de gestão e manejo dos recursos, melhorando a relação deste mercado com os outros mercados.