ACONTECEU NA CASA ESPÍRITA
Por SILNEY DE SOUZA | 10/02/2010 | PsicologiaACONTECEU NA CASA ESPÍRITA
Gosto muito de me expressar por meio da escrita. Mas isso nem sempre foi assim. A minha aptidão, acredito eu, sempre foi para os números. Lembro-me das dificuldades que enfrentei nos bancos da escola para fazer as minhas redações e também de como era difícil para aprender as regras da língua portuguesa. Recordo-me de como sofri para passar na 5ª. serie com o professor Paulo, a quem só posso agradecer a Deus, pela sua dedicação aos alunos daquela escola pública que freqüentei nos idos dos anos 70. "Estapafúrdio", uma das palavras que ele gostava e costumava dizer em suas aulas e que eu jamais esqueci e "estapafúrdias" eram as notas que eu tirava com ele. Até o dia em que me senti determinado a mudar aquela situação. Estudei muito para aquela prova. O meu único desejo, apesar de toda dificuldade que sentia era o de superação. Estava no terceiro bimestre e eu tinha que tirar boa nota para não repetir de ano. Fiz a prova e tive a sensação de ter ido muito bem. Comparei as minhas respostas com a dos "gênios" da sala e conclui que se não tivesse tirado dez estaria muito próximo disso. Minha alegria e ansiedade para receber a nota da prova eram quase incontroláveis. É muito difícil expressar com palavras o que eu sentia naquela aula em que o professor começou a entregar as provas corrigidas aos alunos. Em ordem decrescente de notas começando com a nota nove ele entregou a prova ao Vinicius que com certo desleixo recebeu-a, dobrou-a e guardou-a em seu caderno. Mais uma boa nota para a sua coleção, pensei eu. A cada prova entregue o meu desespero misturado com frustração, desânimo e certa vontade de "não existir" me dominavam cada vez com mais intensidade. As notas foram baixando dos nove para os oito, sete, seis, cinco. Não, pensava eu, menos de cinco eu não posso ter tirado. Quatro e nada da minha prova, três, dois, um. Meu Deus me ajude!
Todas as provas foram entregues, menos a minha. Ao final da aula com muita timidez e dificuldade procurei pelo professor e expliquei o ocorrido. Na minha puerilidade cheguei a dizer a ele que eu tinha ido muito bem naquela prova, fato que devido ao meu histórico de más notas com ele, contribui mais ainda para um olhar de descrédito perante minha argumentação. Fato inegável era o de que eu havia realizado a prova e que o professor teria que dar uma solução ao caso. Muito bem. Só me restava então mais uma semana em que a minha ansiedade estaria atingindo os seus indicadores máximos. Semana seguinte, o professor Paulo entra na sala e como era o costume da época, todos os alunos se levantam da cadeira em respeito ao professor. Ao sinal deste indicando que poderíamos sentar novamente, a minha vontade era a de ficar em pé e dirigir-me a ele para saber se teria alguma noticia para mim.
Cinqüenta minutos de aula transcorrem e eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse minha nota. A aula estava chegando ao final e nada. Qual não foi a minha surpresa quando o professor Paulo inicia a sua fala, dirigida a toda a sala, explicando que na semana anterior havia entregado as notas, mas que infelizmente, por um erro seu uma das notas não havia sido entregue. (Mais tarde ele me explicou que a prova havia caído debaixo do banco do carro e que no final de semana havia lá encontrado). Mas, continuou ele, dizendo que com muita satisfação gostaria de parabenizar a esse aluno que havia finalmente "tirado o pé do lodo", recebendo a única nota dez de todas as salas daquele ano. Indescritível a minha satisfação. Não fosse essa uma coluna sobre a Doutrina Espírita eu até colocaria aqui algumas palavras um pouco, por assim dizer, mais arrojadas para descrever a minha emoção. O trauma havia, definitivamente, sido superado. Tirei também boas notas no último bimestre, mas, em razão das péssimas notas do início do ano, fiquei em exame precisando de mais dois pontos e meio para passar de ano, que consegui sem grandes dificuldades.
A partir desse episódio me senti mais confiante e seguro da minha capacidade e determinação para superar problemas da vida. Desenvolvi em mim anticorpos contra erros da língua portuguesa e me tornei um chato nesse assunto. Até hoje, apesar de cometer um milhão de erros por dia, como todo mundo, incluindo os erros gramaticais deste próprio artigo, alguns deslizes machucam os meus ouvidos e é quase incontrolável para eu aceitar com naturalidade os "pobremas", as "bicicretas" que eu "truxe", "menos" coisas, o pessoal "fórum", e por ai afora, que ouvimos em nosso cotidiano.
Analisando em retrospectiva, tenho a impressão de que a experiência descrita acima influenciou sobremaneira a minha personalidade adulta. Assim como na língua portuguesa onde uma vírgula fora do lugar pode causar sérios transtornos, gosto de tudo organizado, cada coisa no seu lugar, tudo ordenado em uma seqüência lógica, assim como nas redações escolares, com começo, meio e fim, de preferência com uma conclusão. Ajo assim na minha vida pessoal, profissional e familiar. Espero que as pessoas conduzam os assuntos cotidianos dessa forma estruturada. Pobre de mim. A vida real, infelizmente, não é assim. Interessante (pois como tudo na vida é oportunidade de aprendizado e evolução) que comecei a me dar conta disso não faz muito tempo. Tenho procurado melhorar, mas ainda sofro muito para melhor me adaptar às situações cotidianas. Talvez seja essa inclusive, uma das razões que explicam a minha preferência pela comunicação escrita, minha fascinação pelos "e-mails" em contraposição às conversas pessoais, que por não seguirem essa seqüência lógica e estruturada, com suas idas e vindas e repetições de falas acabam por me cansar, desmotivar e me fazer perder a paciência. Diga-se de passagem, mais um ponto que preciso melhorar.
Sendo os processos de comunicação humana falhos e sendo a escrita considerada, muitas vezes, "fria" pelas pessoas, quantos conflitos já não tive que administrar por ser mal interpretado pelo que escrevi com "a melhor das boas intenções". Por outro lado, pesando a favor da linguagem escrita, quantos desentendimentos e desgastes não evitei fazendo bom uso e sendo corretamente interpretado pela comunicação escrita. Se for correto o conceito de que algumas pequenas mentiras são necessárias para a harmonia das relações sociais, penso que alguns "e-mails" também o são. Mas esse é um tema para a psicologia moderna analisar.
Pois bem. Parece-me que, entre outros fatores, "e-mails" foram um dos principais responsáveis pela conversa que mantive com um dos, assim como nós, tarefeiros da Casa de Oração onde atuamos. A conversa ocorreu no sábado, logo após o encerramento das nossas orações, onde ele me procurou, visando esclarecer dúvidas e interpretações sobre esse "mal do século", o "e-mail", como definiu recentemente um dos meus contatos profissionais, graças a Deus, nesse caso não se referindo a mim, pois não troco "e-mails" com ele.
Como disse esse grande amigo a quem admiro e respeito muito, nada como uma boa conversa, olhos nos olhos, para "a gente se entender". O "e-mail" não é legal. E pensava eu, com os meus botões, mas por que, se os meus "e-mails" são tão claros e se tenho a nítida impressão que expliquei tudo de maneira correta nele. Como ele poderia pensar assim? Será que não leu direito? Pura ingenuidade minha.....
Esqueço-me de que a correta interpretação no processo de comunicação exige o entendimento da entonação de voz, da linguagem não verbal do corpo, dos olhos nos olhos, para que seja completo.
Lembro-me que um dos temas que conversamos dizia respeito à harmonia da Casa. Eu mesmo havia indicado a esse amigo à leitura do livro "Aconteceu na Casa Espírita", que relata, em resumo, todo o processo obsessivo sofrido por uma Casa similar à nossa.
Fato é que as duas últimas semanas não tinham sido tranqüilas na Casa, nem tampouco para mim. Certas dificuldades na comunicação entre os tarefeiros da Casa, dificuldades para debatermos novas idéias, pequenos desentendimentos (eu mesmo perdi a paciência em uma das conversas) e por ai em diante. Em casa e no trabalho eu também sentia que as coisas não estavam totalmente bem. Mas estamos em um planeta de provas e expiações e a maior prova disso é que a vida, todo dia, faz questão de nos trazer certas situações totalmente contrárias ao que gostaríamos.Mas, vamos em frente, pois atrás vem gente (encarnada e desencarnada). Desculpem pela "brincadeirinha".
Interessante comentar que na sexta à noite fomos ao aniversário de um amigo. Apesar de gostarmos muito das pessoas que lá estavam e do clima festivo, alegre e descontraído, eu não me sentia muito bem. A algazarra das crianças, aliada ao calor e ao fato de que acabei comendo um pouco mais do que o habitual dos últimos tempos, fizeram com que eu me isolasse do grupo por certo tempo. Estranhamente me sentia desanimado e angustiado. Sentei em um banco pensativo por algum tempo e não consegui racionalmente encontrar razões para estar me sentindo daquele jeito. Estava cansado, era sexta feira e eu precisava dormir. Dormimos tarde e eu tinha reunião de condomínio no sábado pela manhã. Como sou o síndico, não poderia, em nenhuma hipótese deixar de participar.
Senti-me mal novamente no sábado pela manhã, inclusive com uma inexplicável vontade de chorar. Conduzi a reunião do condomínio da melhor maneira que pude, tudo transcorreu bem, graças a Deus, mas, no íntimo, não via a hora daquilo acabar.
À tarde fizemos o nosso Grupo de Estudos e orações. Após o encerramento, tive a conversa relatada acima com esse amigo tarefeiro da Casa. A preocupação com a harmonia da Casa ficou em minha mente. Observei que não somente eu estava preocupado com isso. Seria excesso de preocupação?
Sábado antes de deitar, abri a gaveta do meu criado mudo e acredite..... O livro chamado "Aconteceu na Casa Espírita" estava lá. Parece que eu deveria lê-lo, mas estava cansado, irritado e "pensei" comigo mesmo: "Já li esse livro, sei do queele trata" e fechei a gaveta novamente.
Ocorre que logo após, no sábado à noite mesmo, antes de dormirmos, o clima de tensão atingiu seu cume. Discuti com minha esposa, fiquei chateado com ela e ela comigo, é claro, pois numa discussão não existem certos e errados. Os dois estão errados, pois como ensinado por um bom irmão do Plano Espiritual, quando apontamos um dedo para um irmão apontamos outros quatro para nós mesmos. Impressionante como eu me sentia mal. Dormi mal, acordei pior ainda.
No domingo acordei mais tarde. Almoçamos e para descontrair um pouco fui levar meus filhos para assistirmos a vitória do meu "Palestra" sobre o Bragantino, por 3x2. Não que isso tenha me deixado totalmente feliz, visto que como cidadão bragantino também torço pelo time da cidade, mas o "Palestra" é uma paixão mais antiga. Talvez o melhor resultado para mim fosse o empate, mas se o "verdinho", como diz uma amiga tarefeira da Casa, venceu, que seja feita a vontade do Pai (perdão novamente pela brincadeira).
À noite, como de costume, às 20 h, realizamos o Evangelho no Lar. Por razões que não cabem aqui relatar, estávamos neste horário no LEAC - Lar Espírita Águas Claras e cientes do nosso compromisso com o Plano Maior, realizamos as nossas orações ali mesmo. Particularmente, confesso, eu adoro realizar o Evangelho no LEAC, pois lá são permitidas as comunicações com o Plano Maior, como antigamente (desde 2004), quando eu tinha o privilégio de receber comunicações por meio da psicofonia, de amor e de carinho da Tia Mercedes e da minha avó materna, Maria e as orientações de profunda sabedoria e conteúdo moral do Dr. Victor. Tenho todas essas comunicações guardadas e até mesmo me atrevi a começar a escrever um livro a que dei preliminarmente o nome de "Aprendendo com os Espíritos", onde estou tentando relatar de uma forma agradável à leitura, os fatos mais pitorescos vivenciados naquela época, bem como os ensinamentos morais recebidos.
Embora sempre que possível elas me digam que estamos todos juntos trabalhando na Casa e que eu posso sentí-las, nada como uma conversa olho no olho, não é mesmo? Como é prazeroso sentir o amor e o carinho das duas em suas comunicações. É um privilégio dado por Deus e é realmente emocionante.
Muito bem. Como de hábito, sentamos à mesa, eu e minha esposa, um de frente para o outro, de posse do "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e do "O Livro dos Médiuns". Fizemos as nossas orações de abertura e enquanto minha esposa orava eu pedia ao Plano Maior o amparo espiritual ao pai de um amigo que havia desencarnado no sábado e também a toda família. Nunca estamos totalmente preparados para essas notícias e isso havia me deixado bem chateado, confesso. Pedia ainda ao Pai Maior o auxílio à nossa Casa de Oração e que se caso tivesse algo "atrapalhando" a harmonia da Casa que fosse devidamente orientado e encaminhado.
Recebi por psicografia a indicação da página do Evangelho a ser lida. Após as leituras e rápida discussão do conteúdo lido oramos o Pai Nosso e a Prece de Cáritas que gosto muito.
Enquanto orava, recebi por psicografia, o nome da minha avó materna (Maria), que escreveu "Eu vou me comunicar". Que felicidade a minha. Pensei ingenuamente comigo. Bem se ela está se comunicando primeiro é porque não há nenhum irmãozinho necessitando de assistência, influenciando negativamente a Casa. Que alívio e que satisfação poder depois de alguns meses, "conversar" com a minha avó materna novamente.
Começou ela: "Boa noite meu filho querido. Ah filho, se soubesse a alegria que sinto de estar aqui. Estamos todos juntos sempre. O amor permanece, é eterno. Está em nós, nossos corações unidos, nesta força maior. Meu filho querido, estamos ao seu lado sempre, sua Tia e eu, protegendo e amparando. Filho, essa preciosidade que trazemos conosco, esse amor que temos por cada um, que cresce muitas vezes. Quando regressamos esquecemos esses laços, mas podemos sentir o amor. Filho, sinta meu carinho, sinta meu amor meu filho."
Interessante, pois ela parou algum tempo de se comunicar e eu realmente senti alguém me abraçando e doando muito amor. Emocionante.....
Continuou ela: "Sentiu a minha presença ao seu lado te abraçando. Recebeu meu carinho, conforto."
Nesse momento a comunicação cessou. A minha esposa voltou a si, olhou para mim e eu perguntei: "O que aconteceu?" Ela, sem saber ao certo o que ocorria, simplesmente me disse: "Não sei".
Aguardei um certo tempo para que nos recuperássemos e quase que instintivamente, orei novamente o Pai Nosso. Terminada a oração, abri os olhos, olhei para a minha esposa e a sua fisionomia, de paz, de amor e de tranqüilidade, de quando a minha avó se comunicou, mudou totalmente. Ela tinha uma feição carregada, respiração ofegante, como alguém que está se controlando, ou sendo controlado, para não agredir alguém. Começou então ela: "Ai que ódio. Ah....., que ódio! Que ódio dessa gente que vem aqui atrapalhar. Eu tava indo tão bem. Eu ia acabar com tudo isso aqui. Eles não querem ajudar ele? Tantos anos eu lutando para chegar aonde chequei. Ninguém vai me atrapalhar agora. O que? É esse aqui mesmo, esse que tá aqui na minha frente. Ele também é culpado. Eu vou continuar fazendo o que eu tô fazendo; atrapalhar tudo. Esse lugar aqui. Primeiro me afastaram dele, me puxaram, me levaram embora. Essa gente que trabalha aqui, essa gente toda de branco me afastou dele. E ele ia se matar. E esse aqui na minha frente também me ouve. Você viu como eu consigo? Ele ajuda aquela praga, aquela coisa ruim. Eu sei o que aquela praga fez e ele se arrepende."
Nesse momento eu não me contive e iniciei um diálogo com ele, ao qual vou tentar reproduzir a seguir da forma mais fiel que eu me recordar e conseguir:
Meu irmão, disse eu, quer dizer então que você está com raiva de mim, porque eu estou tentando ajudar alguém, é isso?
Ué, ele tá falando comigo?
Sim, meu irmão, eu estou falando com você. Você está com raiva de mim por que? O que eu te fiz?
Tô com raiva de você e de todo esse pessoal daqui.
Mas por que meu irmão? O que houve? O que lhe fizeram de tão ruim, para o irmão estar alimentando esses sentimentos?
Tão ajudando aquela praga. Não tem nada que ajudar. Ele me prejudicou; me separou da minha família.
Com muita calma e procurando doar a maior quantidade de amor possível a esse irmão, disse a ele: Calma meu irmão, todos nós somos falhos, todos cometemos erros. Precisamos ter a força para perdoar. Isso não é fácil para nenhum de nós, mas é possível.
Começando a gaguejar, e iniciando um certo choro, ele disse: Eu quero ver a minha família. Quero a minha esposa, meu filho. Ele me separou deles, nunca mais eu vi. Você é bom, eu não queria te prejudicar, mas vocês não podem ajudar ele. Não podem.
Eu disse: Você vai ver a sua família, mas precisa sair dessa faixa de ódio que o irmão se encontra. Precisa pedir ao Pai forças para superar isso. Sei que não é fácil para nenhum de nós, mas o Pai Maior não desampara nenhum dos seus filhos. Tenha fé, coragem e confiança meu irmão.
Disse então ele chorando: Por que ele fez isso comigo? Por que eu sou preto? Por que eu sou escravo? Ele não podia ter feito isso comigo!
Calma meu irmão. Tudo isso é passado, vamos iniciar um novo futuro. Vamos fazer uma oração em conjunto, Isso só pode te ajudar, te auxiliar nesse momento de dor e sofrimento.
Reza de branco? Eu não sei fazer.
Que reza o irmão quer fazer ?
Não sei.
O irmão pode repetir uma oração comigo? Vamos meu irmão, tenha fé, tenha coragem.
Iniciei o Pai Nosso, dizendo: Pai Nosso que estás no céu.
Graças ao Pai, ele prontamente repetiu. Dizendo ainda, eu estou com sono, com muito sono, faz tanto tempo que eu não sinto isso.
Calma meu irmão, calma, vamos orar com fé. Continuei a oração. Na parte em que diz "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido" ele teve certa dificuldade para repetir. Então eu disse novamente: "Perdoai as nossas ofensas, pois somos seres tão falhos Senhor, e nos dê forças e coragem para perdoar a quem um dia nos ofendeu."
Impressionante que exatamente após repetir essa frase ele disse sorrindo e demonstrando uma enorme felicidade: Eu tô vendo ela, eu tô vendo meu filho!!!
Terminamos a oração e ele disse. Eles querem que eu vô com eles. Eu vô.
Agradecido ao Pai pela sua infinita misericórdia, eu disse a ele: Que bom meu irmão, tenha fé, confiança e determinação. Peça o Pai Maior o auxílio para que você consiga perdoar.
Eu vô com eles, eu vô. Meu filho (chorando), meu filho. Eu não quero mais perseguir ninguém; eu vou esquecer tudo isso, eu vou, eu vou.
E lá se foi esse irmão, amparado pelos mensageiros do bem e nos demonstrando, mais uma vez, o quanto o Pai ama a todos os seus filhos e o quanto está pronto a nos auxiliar. Quantas coisas "bonitas" eu poderia dizer na seqüência desse relato, mas acho que cada leitor deve tirar as suas conclusões. Mas, definitivamente, é uma experiência sem igual. O quanto ela nos traz de amparo e de fortalecimento da nossa fé. Terminada essa comunicação, orei o Pai Nosso, emocionado e com dificuldade para controlar os meus sentimentos. Ao final da oração, recebi as seguintes palavras da Tia Mercedes:
"Oi filho. Esse irmãozinho tão infeliz, dificultava nossa comunicação. Lhe foi dado o amparo. As coisas irão melhorar daqui para frente. Sinta isso em seu coração. Sentirá mais paz. Irá perceber o quanto irá melhorar os trabalhos desta Casa que caminha dentro do pré-estabelecido ainda quando vocês se encontravam aqui no Plano Espiritual. Abracem-se em família, amem-se, pois estão todos unidos aqui nesta missão. Animem-se, sintam-se fortalecidos na fé e agradeçam ao Pai. Amem-se, abram os seus corações para esse amor. Confiem no Pai. Estamos aqui auxiliando sempre a todos, a essa grande família espiritual. Fiquem com Deus.
Emocionante, não?