ACESSÓRIO PARA IMOBILIZAÇÃO DE PACIENTES PEDIÁTRICOS

Por Kathiane da silva Rosa | 14/09/2016 | Tecnologia

RESUMO

O presente artigo esta voltado para o desenvolvimento de um equipamento destinado a exames pediátricos na área de radiodiagnóstico. Sabe se que as crianças apresentam um grau de radiossensibilidade maior que os adultos, devido a isso se faz necessária a utilização de medidas preventivas, que auxiliem o técnico na realização dos exames. Através de pesquisas bibliográficas foi observada a importância de um equipamento para imobilização, tendo em vista os riscos radiológicos que os pacientes, os acompanhantes e os técnicos ficam expostos, durante a realização dos procedimentos que envolvem radiação ionizante.

  1. INTRODUÇÃO

 Os exames de diagnóstico por imagem são muito solicitados atualmente, sendo que para a sua utilização é necessária à radiação ionizante, que é prejudicial à saúde, principalmente em pacientes pediátricos.

As crianças apresentam maior sensibilidade à radiação, por isso é necessário o desenvolvimento de equipamentos destinados a está área. Por esse motivo foi desenvolvido neste trabalho um acessório para imobilização do paciente pediátrico em incidências de crânio. Tendo como objetivo principal facilitar o posicionamento, reduzir a repetição de exames, proporcionando maior conforto e segurança para os pacientes e agilidade para o serviço.

De acordo com o Código de Ética dos Profissionais das Técnicas Radiológicas (2011) é dever dos profissionais trabalhar em benefício dos pacientes submetidos, executando os procedimentos com respeito e zelo a saúde.

  1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

            No Brasil o índice de realização de exames de RX é considerado grande, tal exame coloca o paciente submetido em contato direto com radiação ionizante, que é a radiação utilizada na produção de raios X, que se faz necessária em qualquer exame convencional.

Sabendo que qualquer dose de radiação ionizante é prejudicial à saúde, são necessários cuidados com a proteção dos indivíduos submetidos a esses exames, sendo Lei o uso de equipamentos de proteção, dosímetro e cuidados primordiais, tanto para o profissional quanto para o paciente (Portaria 453 de 1988).

  Analisando pesquisas bibliográficas é possível observar que as crianças possuem menos defesas que os adultos, desta forma entende-se que a radiação ionizante se torna mais prejudicial à saúde das crianças. A avaliação dos parâmetros de doses utilizados em pediatria assume grande importância, principalmente em recém-nascidos, pois estes possuem alta radiossensibilidade. (Susan Cardoso 2009).

Os raios RX utilizados no diagnóstico e na terapia possuem muitos benefícios, porem existem riscos inerentes aos efeitos biológicos estocásticos e determinísticos. O conhecimento das doses absorvidas pelos tecidos e a proteção radiológica se fazem essenciais na diminuição dos riscos a procedimentos radiológicos. Existem interesses que podem permitir a redução das doses recebidas pelos pacientes na realização de exames de RX, tendo várias entidades publicando diretrizes sobre a proteção radiológica e a otimização técnica (Oliveira ML 2003).

O Regulamento de Diretrizes de Proteção Radiológica é um componente básico da política nacional de proteção radiológica e segurança na área de radiodiagnóstico, em concordância com a política nacional de saúde, disciplinam a prática em radiodiagnóstico médico e odontológico, visando à defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais e dos vários segmentos envolvidos (Portaria 453/98 e Lei 8.080/90). 

  1. IMOBILIZADOR PEDIÁTRICO

Considerando a obrigação de preservar a saúde dos pacientes foi proposta a criação do imobilizador para exames pediátricos. Entende-se que em todas as incidências que são possíveis, é obrigatória a utilização de EPIs, porem não foram criados até hoje imobilizadores e protetores adequados para crianças, desta forma ainda são utilizadas técnicas improvisadas, que colocam a vida de acompanhantes e dos técnicos em exposição, muitas vezes o próprio paciente acaba recebendo doses excessivas de radiação devido à repetição de exames (OMS - Organização Mundial da Saúde).

O imobilizador pode reduzir os problemasque são causados devido à falta de equipamentos adequados, como:doses excessivas, tempo de exposição superior ao permitido e evitar que acompanhantes participem dos exames. O equipamento inovador proposto será de fácil utilização, trazendo conforto ao paciente e segurança a todos os envolvidos.

Desta forma todas as Leis dispostas nas Diretrizes poderão ser cumpridas, o imobilizador auxiliará diretamente na redução de riscos inerentes, seguindo conforme o regulamento a preservação da segurança, saúde e beneficência do paciente.

  1. OBJETIVO

            O objetivo do protótipo é diminuir o uso de equipamentos e técnicas improvisadas, como uso de talas, faixas, e a ajuda de pessoas para imobilizar o paciente, evitando assim que o técnico/tecnólogo exponha a si próprio ou a outras pessoas para conseguir um diagnóstico preciso e de qualidade. O imobilizador de crânio é um acessório que vai melhorar não só a qualidade do exame, como também vai evitar repetições, conseqüentemente evitando a exposição desnecessária, do paciente e de terceiros envolvidos.

          O propósito é fazer com que as clínicas que prestam serviços de radiodiagnóstico adquiram o imobilizador como forma de melhorar seus serviços, com algo adequado e prático, visando à segurança de seu público. 

  1. METODOLOGIA

Para a elaboração deste projeto foi realizado uma pesquisa de campo, sendo radiografados os materiais que serão utilizados na fabricação do produto, foram realizados testes e ensaios para visualizar se os materiais seriam radiopacos. A utilização será para imobilizar o paciente, proporcionando o máximo de conforto e segurança.

O material desenvolvidoé especifico para exames radiográficos de crânios, para substituir outros equipamentos inadequados que vem sendo utilizados pelos técnicos, devido a falta de um produto especifico para auxiliá-los.

O equipamento será semelhante a um “capacete”, com material translúcido ao Raio X. O modelo terá braços para se fixar a mesa, sendo bem preso proporcionando segurança, podendo se adaptar e se ajustar a mesa de exames, permanecerá encaixado na cabeça do paciente, e terá ajustes para regular o tamanho adequado para cada paciente.

  • Materiais utilizados

             A construção do protótipo será feita com materiais translúcidos ao RX, para que o imobilizador não venha afetar a qualidade dos exames, segundo as pesquisas realizadas, os seguintes materiais serão adequados para serem utilizados:

  • Espuma de viscoelástico;
  • Corino ou couro liso;
  • Velcro;
  • Tubos de inox;
  • Presilhas de fixação.
  1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base na pesquisa de campo realizada foi constatado que os materiais escolhidoscomo:viscoelástico, corino e velcro,podem ser utilizados nos exames sem causar interferência nas imagens, os materiais se mostraram radiopaco, portanto não irão prejudicar a imagem radiografada.

A espuma de viscoelástico irá proporcionar conforto ao paciente, as tiras que irão prender a cabeça do paciente serão cobertas com corino, para evitar o desconforto e preservar a segurança.

O corino que será para envolver a espuma de viscoelástico se trata de um material impermeável e de fácil higienização, liberado e aprovado pela Vigilância sanitária, como os tubos de inox, que irão ser os braços protótipo, podem ser higienizados facilmente, são leves e de fácil locomoção, possibilitando que o técnico use o imobilizador sem atrasar os exames.

As presilhas escolhidas para fixar o imobilizador à mesa são de fácil manuseio, isso evita que o técnico perca tempo ajustando o aparelho, possuem tamanho total de 165 mm e abertura da boca 45 mm.

Podemos observar que o imobilizador oferece benefícios não só aos pacientes, mas á agilidade do trabalho técnico, levando em consideração que não terá custos muito altos, podendo ser adquirido.

  1. CONCLUSÃO

            Analisando o grande problema que é a falta de materiais adequados para auxiliar o técnico na realização de exames convencionais em crianças, acredita-se que o aparelho para imobilização seria viável, ajudando a minimizar essa problemática.

O aparelho pode ajudar a minimizar erros de posicionamentos, diminuição do tempo de exposição, melhora no resultado da imagem e maior segurando ao paciente.

Alguns pontos em relação ao custo do aparelho foram levantados, pois para que o Sistema Único de saúde adquira o aparelho é necessário que tenha um baixo custo e seja de fácil manuseio. Portanto foi analisado que os itens necessários para confeccionar o aparelho imobilizador, tais itens possuem custos acessíveis e pode ser viável para a rede publica.  Acredita-se que os benefícios que o aparelho terá irão superar os gastos, pois os exames se tornaram mais rápidos e a qualidade e terá menos exposição ao paciente pediátrico, diminuindo a exposição à radiação.

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