Aceitar para evoluir

Por Amanda Cardoso Albertini | 02/06/2016 | Sociedade

    Vivemos em um mundo no qual as pessoas estão cada vez mais intolerantes com as diferenças dos outros; na sociedade, sempre houve um certo preconceito com tudo aquilo que não pertence aos padrões pré-estabelecidos por um grupo preponderante. De maneira grotesca, podemos dizer que atualmente, as formas de agir, pensar, e se portar, estão inconscientemente padronizadas por uma classe de pessoas dominantes, e tudo que é incomum a esses padrões torna-se desprezível pela maioria da sociedade.

    A intolerância é justificada pela falta de conhecimento e aceitação das ideias alheias, o egocentrismo que leva a crer que existe apenas uma opinião, ou apenas uma única forma para tudo. Este defeito, acompanha a nossa sociedade há muito tempo, foi este mesmo pensamento, que levou idealizadores do século XIX a exterminarem mais de um milhão de pessoas, europeus a escravizarem uma nação inteira, e grupos ativistas a matarem pessoas inocentes sem nenhuma justificativa até os dias de hoje. Tal preconceito com o que é dissemelhante, somado ao sentimento de superioridade, que trazem tantos regressos a história da nossa sociedade, pois eles são as origens de intolerâncias que podem levar ao extermínio dos diferentes, tornando nossa sociedade algo mecânico, estabelecido e padronizado.

    É fundamental enxergar a diferença, como uma forma de evolução. Tanto no meio biológico, no qual as mutações genéticas, que são resultados da junção de diferentes espécies, levam ao melhor desenvolvimento dos seres, como na parte cultural, em que a miscigenação da cultura, manifestada por meio não só da arte, permite uma melhor compreensão do grupo social observado.

    Para evoluir, é fundamental compreender que ninguém é igual a ninguém, e que são as diferenças que fortalecem a evolução do convívio social. Quanto mais as diferenças forem aceitas, mais delas surgem, e mais miscigenada fica nossa sociedade. Para aceitar que isso aconteça, é necessário fazer uma reconstrução de valores, admitindo nocivamente que o conceito de “diferente” e “normal” é subjetivo.

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