Absenteísmo e insatisfação da enfermagem em UTI

Por Ricado Ribamar da Silva | 19/11/2014 | Educação

Resumo O trabalho em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é hostil, no ambiente frio, gerador de tensões quando analisado pelo olhar da dor e sofrimento alheio, a equipe deve estar preparada para assumir tarefas, desempenhar papeis, aderir às responsabilidades para dar um suporte de vida mais qualificado, com mais dignidade e humanidade. Estar “bem” para desempenhar tais atividades é extremamente necessário para atingir os objetivos em manter a vida do outro com respeito e ética. Objetivo: Buscar artigos com publicações recentes relacionados à insatisfação e o absenteísmo da enfermagem na UTI para elevar o conhecimento, proporcionando um ambiente mais acolhedor ao trabalhador. Métodos: A pesquisa se caracteriza como uma revisão bibliográfica com análise de vários artigos científicos sobre a insatisfação profissional de enfermagem dentro da UTI e a sua relação com o absenteísmo, chegando aos 18 artigos citados cuidadosamente que mostra a satisfação profissional como requisito para a manutenção do trabalho digno. Resultado: Os trabalhos encontrados mostram claramente a divergência entre a legislação vigente no quantitativo de pessoal e a realidade dentro da UTI. Assumir de forma respeitosa e legal nos termos da legislação os recursos humanos desse setor no hospital é atingir melhores resultados nos cuidados prestados e menor índice de ausência dos trabalhadores. Conclusão Estudos mostram a realidade e a interligação entre insatisfação e absenteísmo na UTI. Assim pesquisas favorecem um conhecimento mais amplo para intervir com medidas de prevenção na equipe, aumento da qualidade da assistência e diminuição da sobrecarga de trabalho. Descritores: Enfermagem, UTI, absenteísmo, Burnout Abstract The work in the Intensive Care Unit (ICU) is hostile, in the cold environment, generator voltages when analyzed by the look of pain and suffering of others, staff should be prepared to take on tasks, play roles, responsibilities to adhere to give support more qualified life with more dignity and humanity. Being "right" to perform such activities is extremely necessary to achieve the objectives in maintaining the life of another with respect and ethics. Objective: To find articles on recent publications related to dissatisfaction and absenteeism of nursing in the ICU for raising awareness, providing a more welcoming environment for workers. Methods: The research is characterized as a literature review with analysis of several scientific articles on the nursing job dissatisfaction in the ICU and its relationship to absenteeism, reaching 18 articles cited carefully shows that job satisfaction as a prerequisite for the maintenance of decent work. Result: The works found clearly show the difference between the current legislation and the quantitative personal reality in the ICU. Take a respectful and lawful manner under the laws of human resources in this sector is in the hospital achieve better care outcomes and lower rates of absence of employees. Conclusion: Studies show the reality and the link between dissatisfaction and absenteeism in the ICU. Thus research favor a broader knowledge to intervene with preventive measures in staff, increased quality of care and decreased workload. Descriptors: Nursing, ICU, absenteeism, Burnout Introdução A enfermagem é a categoria que compõem o maior quadro de profissionais de saúde dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), são responsáveis pelos cuidados intensivos e ininterruptos, utilizando-se de tecnologia e maior número de profissionais para atender as necessidades do cliente/paciente em estado crítico de saúde que requer maior atenção1. O ambiente é caracterizado como depressor, hostilizante, frio e tenso, causando exaustão nos trabalhadores por estresse físico e emocional diante da dor, sofrimento, responsabilidade, morte e principalmente pelas exigências laborais nos cuidados diários e constantes2. O excesso de protocolos, necessidades, imposições de trabalho executado pela enfermagem em UTI, promove a insatisfação, reduz a qualidade da assistência prestada ao cliente/paciente e estimula o adoecimento do profissional3. A alta carga de trabalho é citada em algumas pesquisas como o maior fator de insatisfação profissional4, gerando em alguns uma patologia conhecida como Síndrome de Burnout, devido ao estresse crônico que transforma as atividades laborais em sofrimento psicológico5, essa síndrome evidencia um esgotamento profissional. A enfermagem devido à insatisfação profissional adere ao absenteísmo e fomenta a desorganização da unidade, aumenta a responsabilidade e a sobrecarga de trabalho na equipe remanescente, gera uma má qualidade da assistência prestada influenciando negativamente nos cuidados e na recuperação do cliente/paciente no estado de saúde preocupante, produz danos onerosos a instituição de saúde6, acarreta em insatisfação profissional aos demais colaboradores da equipe aumentando a possibilidade de mais absenteísmo. O objetivo desse estudo é buscar artigos com publicações recentes referentes ao absenteísmo e a insatisfação da enfermagem em unidade de terapia intensiva para identificar a associação entre a insatisfação no trabalho com a ocorrência em absenteísmo, ter pesquisas com esse foco é atentar para a promoção da humanização com quem é responsável pelo o cuidar da saúde do outro. Revisão da Literatura A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica como estudo descritivo entre os meses de Agosto e Setembro de 2014 através de leitura em artigos publicados a cerca desse assunto nos últimos anos em intenção de visualizar o contexto mais recente da insatisfação e absenteísmo como rotatividade e promotores de novos adeptos dentro da equipe, devido à associação de um tipo de falha no Recursos Humanos em UTI. As pesquisas para este estudo foram selecionadas a partir dos descritores: absenteísmo, enfermagem, UTI e Burnout em site de busca de artigos acadêmicos disponibilizados de forma gratuitamente na internet nos sites Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (SBV) e Google Acadêmico. Foram escolhidas principalmente pelos anos de publicação 2013 e 2014 por serem mais recentes e que mostravam uma ligação entre o absenteísmo e a insatisfação, em todos os artigos escolhidos foram encontradas as palavras absenteísmo e insatisfação como interligadas. Absenteísmo Na ausência de um trabalhador é importante analisar e focar no absenteísmo como um dos principais geradores da insatisfação na equipe. O absenteísmo é o termo utilizado pelo não comparecimento do trabalhador em seu expediente sem uma previsão justificável7. Os motivos são variados que podemos claramente definir em fatores internos quando e na boa parte da maioria são apresentados atestados médicos para a ausência de 1 ou 2 dias depois da falta não justificadas8 ocorridas por ordem físicas ou psíquicas e fatores externos são influencias familiares, problemas financeiros e de ordem pessoal e social. Foi observada em algumas pesquisas a insatisfação do agente com a execução das tarefas referentes à sobrecarga de atividades o que promove estresse, insatisfação e perda da qualidade na assistência oferecida e a exaustão do ritmo de trabalho no quesito tempo versus execução das tarefas9. A enfermagem deve manter a coerência e garantir que o ambiente ético seja mantido toda vez que um cuidado é realizado10. Recursos Humanos em número suficiente dificulta a incidência do absenteísmo e minimiza os danos à equipe. O absenteísmo direcionado na grande massa de trabalhadores no ambiente hospitalar que é a enfermagem, causa perdas remuneradas a instituição e consequências agravantes do tipo físico e mental na equipe de trabalho devido a problema de escassez de mão de obra operante relacionadas a ausência de medidas preventivas as faltas, uma falha grave de liderança que atinge os trabalhadores uma vez assíduos11. Fatores estressores como tempo de trabalho longo, falta de reconhecimento profissional, quantitativo insuficiente de profissionais, riscos físicos e químicos poucos observados em relação ao absenteísmo e contato direto com dor e morte induzem a síndrome de Burnout onde a exaustão e a baixa realização profissional e despersonalização do trabalhador qualificam como portador de uma doença psíquica, afetando principalmente a si mesmo, a equipe de trabalho, família e sociedade, desencadeia ônus para a instituição e tem como a insatisfação seu item mais relevante neste ato de trabalhar12. Desencadeia o absenteísmo e gera uma preocupação geral na equipe, induz o descontentamento com o trabalho, acarreta em sobre carga do serviço, promove a descontentamento entre os colegas atribuídos aos cuidados como obrigação e elucida claramente uma má gestão em Recursos Humanos que pouco se atenta para as necessidades trabalhistas, talvez uma cultura como resquício de uma soberania dos tempos da escravidão, onde foco era o resultado, sem pensar no agente em questão. Insatisfação O sentimento de tristeza, descontentamento, desesperança, sofrimento e desinteresses arremetem a insatisfação como item mais relevante no ato de trabalhar e poucos são observados entre as chefias. O estresse e a tensão nas atividades laborais além do cansaço de duplas jornadas de trabalho influenciam diretamente no sentimento de insatisfação. O estresse psicológico nas atividades em UTI é minimizado quando se trabalha em ambientes saudáveis e melhores condições de trabalho influenciam fortemente na atuação do profissional. Estudo mostra que a insatisfação esta ligada diretamente com o relacionamento ineficaz, com o posicionamento da chefia, a falta de valorização profissional e não reconhecimento do trabalho executado, gestão adotada da instituição que não agradece o profissional pelo seu desempenho11–14 . A UTI é um ambiente onde clientes/pacientes necessitam de cuidados específicos e direcionado, complexos e intensivos, contínuos e ininterruptos, cuidados que visam a prevenção de descompensação hemodinâmica e a possível morte. Neste contexto os profissionais de enfermagem tem um número grande de protocolos a ser seguido, o déficit de trabalhadores influenciam diretamente na qualidade desse cuidado ao cliente/paciente. A insatisfação da enfermagem esta relacionada diretamente com a quantidade de tarefas executadas, suas responsabilidades e seus deveres para com o ser humano diante da escassez de mão de obra qualificada e as cobranças por parte da chefia sem o reconhecimento profissional. A sobre carga de trabalho gera tensão, desprazer sendo evidenciados como fator desencadeante de fadiga, desmotivação e sofrimento psíquico15. Baixa produção de tarefas, desatenção, negligencia, imprudência, acidentes de trabalho são gerados pela insatisfação do profissional com as atividades, relacionada a Síndrome de Burnout como forma mais grave da insatisfação onde já é caracterizado um adoecimento pelo trabalho5,12,15. Essa situação gera altos índices e queixas levadas as chefias que se não tiverem o conhecimento da importância em desenvolver técnicas para diminuir a insatisfação na equipe, perdas significativas ocorrerão na unidade, levando cliente/paciente e o profissional ao declínio da importante da arte do cuidar. O absenteísmo e a insatisfação são geradores de tensão na equipe devido à adesão de mais trabalhos para a mesma quantidade de tempo, provocando um desgaste físico e mental. Sabendo do risco as instituições parecem não dar o verdadeiro valor para o absenteísmo16, acarreta assim, perigo por imprudência, perda do ritmo habitual de trabalho da equipe de enfermagem na UTI e expõe outros clientes/pacientes críticos a riscos por falta da presença de profissional em número suficiente. O absenteísmo é caracterizado como defensório diante da perda de motivação decorrente da exaustão no trabalho para aliviar o fardo das cobranças e o excesso de atividades no ambiente laboral, caracteriza a insatisfação decorrente da exaustão. A insatisfação causa estresse, medo, gera atrasos nas atividades, baixo desempenho, angustia, queda da qualidade na assistências, desmotivação, tédio, queda na qualidade de vida do trabalhador influenciando diretamente em sua história17. Legislação É do conhecimento de todos que tanto o Governo através de suas próprias leis, portarias e resoluções quanto às empresas e indústrias seguem regras estudadas, firmadas e publicadas para contratação, permanência e dispensa de seus trabalhadores. A insatisfação está ligada diretamente com a falha desses quesitos descompensando uma dedicação que passa a ser uma obrigação se o trabalho for pensado como apenas um meio de remuneração. Seguir as regras de contratação e também oferecer condições para manter o trabalhador de enfermagem disposto e motivado com o trabalho, cresce o interesse pela execução das atividades e estimula a busca pela qualidade nos cuidados, minimiza os gastos com a permanência do cliente/paciente e a instituição ganha bônus com o trabalhador satisfeito. O Conselho Federal de Enfermagem criou a Resolução 293/2004 que diz sobre o dimensionamento de pessoal para uma assistência segura ao cliente/paciente crítico e ainda prevê um Índice de Segurança Técnica que resolve o problema de possível ausência não prevista do trabalhador15, a Resolução COFEN 293/2004 válida para os dias atuais, foi desenvolvida através de pesquisas e estudos com o objetivo de garantir um cuidado substancial promovendo qualidade na sua execução e ganhos significativos ao cliente/paciente em estado crítico18,ganhos estes percebidos inclusive pelas instituições quando reflete até no marketing empresarial. Quadro1: Regras e determinantes que contribui no bem estar garantidos para o trabalhador. MINISTÉRIO DO TABALHO E EMPREGO NORMA REGULAMENTADORA – NR 32 32.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 32.6.2 Os estabelecimentos devem ser dotados de locais para refeição, que atendam aos seguintes requisitos mínimos: a) localização fora da área do posto de trabalho; c) limpeza, arejamento e boa iluminação; d) mesas e assentos dimensionados de acordo com o número de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição; f) fornecimento de água potável; g) possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. DECRETO LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. SEÇÃO III DOS PERÍODOS DE DESCANSO Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA – RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA, RDC - Nº 26, DE 11 DE MAIO DE 2012 Altera a Resolução RDC nº. 07, de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. "Art.14... III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno;(NR)... V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno;(NR)..." CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, RESOLUÇÃO COFEN – 293/2004 Fixa e Estabelece Parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde Art. 4º – Para efeito de cálculo, devem ser consideradas como horas de Enfermagem, por leito, nas 24 horas: – 9,4 horas de Enfermagem, por cliente/paciente, na assistência semi-intensiva; – 17,9 horas de Enfermagem, por cliente/paciente, na assistência intensiva. § 2º – O quantitativo de profissionais estabelecido deverá ser acrescido de um índice de segurança técnica (IST) não inferior a 15% do total. AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA – RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA, RDC - Nº 50 DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002 Regulamento Técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde em todo território nacional, na área pública e privada... AMBIENTES DE APOIO: CTI/UTI ( unidade de acesso restrito): -Quarto de plantão -Banheiro para quarto de plantão *-Área de estar para equipe de saúde -Sanitários com vestiários para funcionários ( mas. e fem. ) Seguir os determinantes para uma boa saúde ocupacional e cumprir as regras impostas pelos órgãos fiscalizadores minimiza os altos índices de tensão e riscos para si e para o outro, número insuficiente de trabalhadores e o não reconhecimento profissional, isso influencia diretamente o físico, o psicológico, a produção, a qualidade dos resultados, a qualidade de vida dos profissinais5,6,8,9,12,18. Discussão Foram selecionados 18 artigos brasileiros e recentes que tratam diretamente do absenteísmo devido à insatisfação da enfermagem em UTI. Essa seleção se deu a partir dos descritores: Enfermagem, por se tratar da categoria apontada no estudo, UTI para delimitar o local do trabalho, Absenteísmo para analisar os motivos predominantes das faltas e Burnout por se relacionar fortemente com o estresse, absenteísmo e a insatisfação com o trabalho. As pesquisas apontadas como parte integrante deste trabalho são dos anos dos últimos 04 anos por se tratarem de estudos recentes neste tema. Dos 18 artigos publicados e selecionados 05 tem o absenteísmo ligado diretamente ao tema onde abordam significativamente a importância de uma gestão em Recursos Humanos eficiente, cumprindo determinações legais, focando num planejamento de ações que previne o Burnout e suas consequências, eleva o fator de comunicação entre equipe que facilita a interação e o trabalho em conjunto. 01 artigos em especial foca o Instrumento de Avaliação do Grau de Dependência do cliente/paciente “Nursing Activities Score” como fator primordial no quantitativo de trabalhadores e outro elucida que dificilmente determinações de quantitativo de trabalhadores para cliente/paciente em estado grave e que necessitam de mais atenção, não são seguidas pelas instituições como foi imposta e determinada pelo Conselho Federal de Enfermagem. As pesquisas analisadas informaram em sua maioria quanto ao tema de absenteísmo que a responsabilidade maior está não nos trabalhadores, mas sim nas chefia responsável pelo recurso humano, negligenciando a necessidade de ofertar um número de profissional suficiente prevendo como segurança técnica os faltosos por qualquer que seja o motivo. Segundo Versa1, Pereira2, Garcia4, Matins5 e Souza6, mostram claramente que o foco parte do dimensionamento de pessoal, elucidando a necessidade de um Recursos Humanos adequado e suficiente para a carga de trabalho exigida em UTI. Para Barboza7, o principal fator de absenteísmo foi relacionado ao estresse, cansaço físico e mental relacionado à insatisfação do trabalho é promovido devido à falha na porcentagem de profissionais capacitados para dar continuidade aos cuidados relatados claramente em 13 das 18 pesquisas selecionadas. A insatisfação para Morais15 como tema principal de 01 artigo publicado ainda este ano através de coletas de dados com enfermagem, aponta a escassez de Recursos Humanos pela descontentamento no trabalho e como consequência Burnout devido ao estresse. Dos artigos que realizaram coletas de dados 08 focam diretamente a enfermagem assistencial para definir o nível de estresse, os motivos de absenteísmo e generalização da insatisfação pela sobre carga de trabalho, outros 02 questionam ao Recursos Humanos a frequência de faltas sem justificativas concluindo a maior incidência de absenteísmo na relação entre ambiente e o trabalhador, 01 utiliza o Nursing Activities Score para avaliação do Grau de Dependência do cliente/paciente a enfermagem apontando uma falha no quantitativo de pessoal necessário para prestar uma assistência de qualidade e 02 buscam informações em prontuários ou pacientes e mais uma vez evidencia a sobre carga de trabalho e a insatisfação dos profissionais ao executarem tantas tarefas. As predominâncias dessas publicações nos últimos anos importam resultados claros da má gestão em Recursos Humanos compatíveis com a quantidade e complexidade de tarefas em UTI e denunciam o não cumprimento legal determinado pelo Órgão de Classe competente . Conclusão A insatisfação no trabalho propriamente dita é o sentimento de descontentamento relacionado ao cumprimento de metas, rotinas e protocolos, que se tornam desgastante fisicamente e mentalmente quando é amplificado se existe falhas na estrutura ambiental desfavorecendo um meio de convivência aos demais da equipe como interação social, quando ocorre sobre carga de trabalho devido a mudanças repentinas na escala de trabalho sem avisos prévios e as exigências incube o profissional de realizar tarefas em quantidade, tempo ou qualidade fora do seu hábito corriqueiro, e principalmente quando ocorrem falhas na remuneração, alimentação e nas pausas que devem ser observadas a título de prioridade quando se trata de manter o individuo cuidador tranquilo com suas tarefas. Essas faltas de colegas ao trabalho amplificando os afazeres na substituição dos demais atingem inicialmente o psíquico e o físico posteriormente. A insatisfação propicia não só a doenças psíquicas como Burnout e estresse, mas também o absenteísmo como gerador de ônus elevado para a instituição e incentiva culposamente outros absenteísmo na equipe remanescente. Para melhorar o desempenho e declinar o nível de insatisfação entre os trabalhadores é importante observar o ambiente de trabalho, suas repartições, as tarefas executadas e sua possível continuidade por outro, amenizar a impressão das cobranças dando ênfase em que o trabalhador se destacar e dar atenção à interação social por meio da comunicação e principalmente as refeições e pausas necessárias que todo ser humano necessita, garantidos em direitos trabalhistas para que as instituições não voltem aos tempos das escravidões focando apenas o ganho próprio. O absenteísmo funciona como uma válvula de escape para diminuir a aflição do esgotamento profissional e o descontentamento psíquico devido ao excesso de trabalho, ambiente de trabalho desconfortável e a falta de momentos de relaxamento como alimentação, pausa e interação social. Essa ausência do trabalho provoca no profissional faltante um sentimento de alívio e no profissional assíduo um sentimento de descontentamento quando fica incumbido de realizar tarefas acima do previsto por uma falha claramente evidenciada dos recursos humano e negligenciada pela chefia responsável do setor. A necessidade emergente de intervenção está no aumento do quantitativo de profissionais focado na continuidade de uma assistência intensiva prestada com qualidade, garantido pelo conselho da categoria profissional, Resolução COFEN 293/2004 como segurança técnica. A emergência ocorre em ajudar em número suficiente de cuidadores para oferecer um serviço com mais humanidade e dignidade. Oferecer um ambiente acolhedor ao profissional, respeitando o espaço social para o convívio entre a equipe, banheiro privativo por sexo, locais de refeição apropriados e quarto de plantão digno é amenizar claramente o estresse evidenciado. Referências 1.Versa GLG da S, Inoue KC, Nicola AL, Matsuda LM. Influência do dimensionamento da equipe de enfermagem na qualidade do cuidado ao paciente crítico. Texto Context - Enferm [Internet]. 2011 Dec [cited 2014 Oct 22];20(4):796–802 2.Pereira R da C. Estresse ocupacional e o seu impacto sobre a satisfação no trabalho dos servidores de uma instituição pública [Internet]. Brasília: bdm.unb; 2010 [cited 2014 Oct 22]. p. 7–32. 3.Menezes MO, Souza CS, Barreto SMSS, Alves KA, Nunes M da S, Vaez AC. Determinantes da Carga de Trabalho em Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Público [Internet]. Caderno de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde - UNIT. 2013 [cited 2014 Oct 22]. p. 103–12. 4.Garcia BR. 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