A VISÃO DE PLANEJAMENTO SEGUNDO CARLOS MATUS.
Por maria aparecida de oliveira santos | 14/12/2010 | HistóriaA VISÃO DE PLANEJAMENTO SEGUNDO CARLOS MATUS.
Segundo Matus Planejar é quem tem capacidade de decidir e a responsabilidade de conduzir, executar as ações planejadas, com doniedade e coerência. Entende-se que quem planeja é quem tem compromisso com projeto e quando se planeja se faz um cálculo da (das) situação (es) que, considera múltiplos recursos escassos, ou seja, a possibilidade de inclementação.
Além disso, o planejamento refere-se ao presente e não a um desenho sobre o futuro. Na verdade Matus enfatiza a necessidade de "simular" para o futuro o poblema sobre o qual planejamos, possibilitar assim uma decisão racional hoje no presente. O risco de não pensar no futuro é o de que ele expresse a ineficácia da decisão que tomo hoje.
No entanto o planejamento supõe um cálculo situacional complexo, que vai preceder e presidir a ação concreta. Nesse planejamento situacional, o ator analisa a realidade de dentro da situação. Assim, a explicação e considera dentro de si também múltiplas, dimensões da realidade e possibilidades, a economia, a política, a ideologia etc.
Não podemos esquecer que o planejamento se refere a oportunidade e a problemas reais, situações que requer resultados positivos. O que é problema para um ator pode ser oportunidade para outro. Não estamos sozinhos no jogo social. Portanto, é muito importante explicar a realidade não somente como ator a percebe, mas também para que ele tente compreender explicações de outros atores, diferentes da sua. Para Matus, "o que interessa é que sua explicação é a que o move a ter um plano distinto do meu, e o leva á ação que me obstaculiza".
Sem dúvida, o planejamento é inseparável da gestão, é uma forma de organização para a ação. Pensar para agir. Diferentemente do planejamento normativo, que trata de recomendações, o Planejamento Estratégico Situacional, se concretiza na ação, o que implica es seu desemho, execução controle e revisão segundo as circunstâncias.
É relevante ressaltar que, o planejamento Situacional é necessáriamente, político, "porque um dos recursos que restringem nossas capacidades de produção social de ações são as restrições de poder".
No entanto, o planejamento, nunca está referido á adivinhação do futuro, nem tão pouco filosofar no vazio. O que se propõe é trabalhar com cenários de cálculo. Algumas questões não depende de nós. O preço do petróleo, por exemplo. Então ele não é uma opção nossa, mas sim o que, no PES, é denominado como "variante".
Para estabelecer um "cenário de cálculo" precisamos analisar a articulação entre nossas opções e as variantes, e incluir no nosso plano uma estratégia para os vários cenários possíveis.
O planejamento, deve ser composto por "unidades que podem agregar-se, dimensionar-se e combinar-se de maneiras distintas, segundo objetivos que se busquem a situação inicial e a estratégia elaborada". Essa consideração permite que, diante de mudanças no cenário de cálculo, o ator possa fazer mudanças no seu plano, introduzindo, retirando ou redefinindo, ações planejadas.
Se faz necessário lembrar sempre que, o planejamento não é "monopólio" nosso. Nosso projeto, refletido no nosso plano, enfrenta projetos de outros atores que também planejam. É portanto, imprescindível contar tanto com a possibilidade de reistência de oponentes como com a de ajuda de aliados, ou seja, é um ato que envolve muitas idéias e opiniões para se chegar a um consenso.
Segundo Matus o planejamento é flexível e atemporal, ou seja, não domina o tempo e nem se deixa enrijecer por ele. E também, o planejamento situacional opera em quatro instâncias temporais articuladas ou formalizadas: a conjuntura, o plano de ação anual, o planejamento para o período de governo ou mandato, o planejamento a longo e muito longo prazo.
CARLOS MATUS, ECONOMISTA, PROFESSOR FOI MINISTRO DO GOVERNO CHILENO DE SALVADOR ALLENDE, ATÉ O GOLPE MILITAR DE PINOCHET EM 11 DE SETEMBRO DE 1973.SEU MÉTODO É A BASE DO TRABALHO DO DIEESE NESSA ÁREA.